terça-feira, 5 de agosto de 2014

RECRUTA ZERO - Viagens, patos, jeeps e aliens

Olá.
No último dia do mês de julho, chegou às bancas os gibis clássicos da Pixel Media, selo do grupo Ediouro: Luluzinha, Bolinha e Recruta Zero. Da linha de personagens clássicos da editora, são os únicos gibis que se mantém, depois do cancelamento de Gasparzinho, Riquinho, Brasinha e Popeye.

Começaremos com o Recruta Zero. O almanaque com os personagens clássicos da King Features Syndicate, a mais tradicional megacorporação estadunidense distribuidora de tiras, chega a seu número 15. E já começa mal: a ilustração da capa acima é a mesma do número 9! Só a cor é diferente. Esse vacilo dos editores pode afastar os colecionadores desavisados - a menos que eles deem uma folheada no gibi ainda nas bancas.
Ao menos, o conteúdo é diferente do número 9. Ainda seguindo o estilo "recorte e cole": boa parte das histórias é composta de tiras e dominicais com temas interligados que tem seus quadros recortados, redimensionados e remontados de modo a formar uma história maior. Fica evidente, pela sequência de piadas, que originalmente são tiras. Que saudade do modo de publicação dos primeiros números: as tiras e dominicais mantidas na forma original, apenas distribuídas nas páginas - aí só teríamos de perdoar a tradução, as onomatopeias retrabalhadas com fontes de computador (é isso que eu odeio nos quadrinhos atuais, onomatopeias, balões e letras padronizados - maldita fonte comic sans!) e a edição.
Well. O gibi começa com o Recruta Zero, por Mort Walker. Na grande sequência Pé na Estrada, o preguiçoso recruta consegue com o Sargento Tainha um passe para passar o feriado com a família. E leva a tiracolo, no veículo alugado, os amigos Quindim, Platão, Dentinho, Roque... e o Sargento Tainha. Essa sequência segue a edição "recorte e cole", citada anteriormente. Grande parte das situações cômicas acontece ainda na estrada, com paradas para abastecer, comer, turismo, caminhos errados... até conseguirem chegar à casa dos pais de Zero e se hospedarem. E o pessoal do Quartel Swampy mostra ainda que não são dos melhores hóspedes que esperamos para nossas próprias casas. E ainda tem o retorno! Muito divertido mesmo.
A seguir, Hagar, o Horrível, por Dik Browne. Em Um Pato Chamado Kvack (assim mesmo, no anglo-saxão arcaico), o velho viking pai de família às voltas com o pato de estimação da família - que até um chapeuzinho com chifres tem na cabeça. Só lembrando que Hagar também tem outro bicho de estimação, o cachorro Snert, que também tem um chapéu com chifres na cabeça.
Zero volta a seguir com Perdidos na Noite. O que pode acontecer de pior quando Zero e Tainha precisam voltar ao quartel, de jipe, numa noite escura e nevoenta, e confiando apenas no "senso de direção" do gorducho?
Em seguida, Aventuras na Roça com Zé Fumaça, por Fred Lasswell. Dominicais com o caipirão indolente, sua família e seus amigos, em típico humor caipira.
A seguir, Zero de novo com Inspeção. Duas dominicais remontadas retratando aquele momento em que a competência dos soldados é mais avaliada.
Nas páginas centrais, mais Zero com A Missão. Uma verdadeira aventura para entregar uma mensagem... e ainda não ser reconhecido por isso.
Em seguida, mais Hagar, com uma história clássica, Um Dia de Helga. A rontina cansativa da mulher do viking gorducho.
Após uma ousada página com Zezé & Cia (Mort Walker e Dik Browne), Zero retorna com Cadê Você, Dentinho?. O ingênuo soldado passando os piores apuros - mas ele pode contar com a compreensão dos seus superiores. Dentinho é Dentinho.
Em seguida, Popeye, por Bud Sagendorf, na história longa Diamantes! Um diamante caiu do céu de repente, e o marinheiro descobre ser um diamante falso, produzido na Ilha Jeep. Ele decide tirar satisfações com o pequeno Eugene, o bichinho mágico (que ainda não havia aparecido na coleção), até descobrir a real origem das gemas. Vale pela inclusão do personagem, que ainda não havia aparecido - se já apareceu Alice, the Goon, o rei Blozo e o Professor Narigão, por que não Eugene the Jeep? (aliás, sabiam que o nome do famoso automóvel, o jipe, foi inspirado no personagem?)
Em seguida, Zero de volta com Ocupado. Problemas de comunicação entre Tainha e Zero, nada mais.
Depois de um curta com A Arca dos Bichos (por Mort "Addison" walker), Zero retorna com Estado de Choque, onde o jovem Julius, o motorista do General Dureza, passa por uma situação traumática: seu primeiro salto de paraquedas.
A seguir, Sargento Tainha em O Despertar do Monstro. Qual é a pior aparência de Tainha de manhã: ao acordar ou já vestido?
Depois de um curta de Hagar, é a vez de Dentinho, totalmente desligado em Um Dia Difícil. Nem sentindo os pés no chão (parafraseando a canção da banda Os Mutantes).
Em seguida, uma história longa com o Professor Caracol (que apareceu nos gibis de Popeye como Professor Narigão - qual é o certo, afinal?), por Bud sagendorf. O excêntrico cientista faz um contato imediato com um alienígena de fala incompreensível, e vai apanhar bastante até descobrir as reais intenções do monstro. Muito divertida, mas mais uma vez: como devemos chamar o personagem?!
E encerrando, Zero com O Campeão de Mergulho. Vale tudo para ganhar a competição - ao menos, essa parece a (não) ideia do Sargento Tainha.
O gibi sai por R$ 4,90 (teve um aumento em relação ao último número!!!). E esperamos que a editora não cometa deslizes na próxima vez. E, de preferência, retorne ao formato de publicação dos primeiros números.
Para encerrar, temos Bitifrendis, meus personagens praianos. Aqui, publicamos as primeiras tiras da quarta temporada de tiras, e desta vez com mudanças no andamento da história: os Bitifrendis agora estão trabalhando!! E fique claro: eu continuo resistindo à patifaria do balonamento em Corel e da fonte Comic Sans; sigo escrevendo os textos e desenhando os balões de minhas tiras à mão. Vai, podem reclamar que fica ruim de ler, se assim acham.
Enquanto isso, leiam as outras tiras da série em http://bitifrendisblog.blogspot.com.br/.
E é isso aí. Na próxima postagem, os gibis deste mês de Luluzinha e Bolinha.
Até mais!

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