terça-feira, 2 de julho de 2019

MACÁRIO - Capítulo 62: "Auto-voyerismo"

Olá.
Depois de um longo tempo, enquanto no momento em que escrevo ainda é terça-feira, continuo com meu folhetim ilustrado para adultos, MACÁRIO. Preciso recuperar o ritmo das postagens. Algo sempre atrapalha a regularidade das mesmas...
ATENÇÃO: leitura não recomendada para menores de 18 anos. Contém cenas de sexo, voyerismo, insinuação de incesto e sexo.



Tudo já estava se encaminhando para se tornar um pesadelo. Pelo jeito, o meu passeio erótico pelo mundo dos sonhos, pelas lembranças alheias, se encaminhava para uma desgraça, para que, afinal, eu acordasse.
Mas estava uma situação esquisita.
Estive vagando pelo mundo dos sonhos, vendo vários conhecidos meus envolvidos em situações de sexo, desde simples masturbação até transas completas. Mas agora eu via... eu mesmo em situação de sexo.
Entrei em meu antigo apartamento, e me encontrei naquele dia em que reencontrei Geórgia. Nós dois transando no sofá. Mas aí...
O cenário desapareceu ao meu redor. Agora, só havia um grande espaço em branco, sem limites definidos, sem saber que era um espaço muito amplo ou se estava em uma caixa apertada. No meio daquele branco, haviam três pessoas: eu aqui, em pé, de cuecas; eu ali, pelado, deitado no chão; e Geórgia, pelada, me cavalgando.
Aperto meus olhos, o meu eu que observava eu mesmo transando. Aperto, esfrego os olhos, para ver se ocorria alguma alteração. Demoro um pouco para abrir os olhos novamente – enquanto continuava ouvindo Geórgia gemendo de prazer.
E, quando abro, mais uma pessoa aparece naquele espaço em branco.
Era eu!
Haviam agora três Macários ali. Um transava, um observava, e o terceiro observava-me observando-me transando. Entenderam?
O Macário que observava estava balançando a cabeça, com expressão de que não estava gostando de se ver transando.
- Ah, cara. Eu sou mesmo patético na hora do sexo. – avaliou esse Macário.
Perplexo, me manifestei:
- Ei, que é isso. Não estive tão patético...
- Estive, sim. Eu poderia ter feito bem melhor.
- E eu acho que estava acima da média. Olhe aí, ela está gostando.
- Que nada. Elas sempre gozam antes de eu fazer tudo.
- Quando o cara é bom, é bom, não é mesmo?
- Ah, você se acha bom mesmo?!
- Se não fosse, elas não iriam sentir falta de mim... Nem ela aí sentiria falta do meu p(...).
- Não sei, mas acho que está faltando alguma coisa...
- Que nada, eu já faço o suficiente...
            - Ah, acho que já sei. É porque eu estava cansado.
            - Não tão cansado assim, não é?
            - Se não fosse o cansaço, poderia ter feito bem melhor...
            - Deixa de modéstia. Mesmo cansado, eu sei f(...) muito bem...
            - Imagina se não estivesse cansado.
            - Bem, deixemos passar os dias, se vão mesmo me deixar descansar...
Quando dei por mim, debatendo comigo mesmo... Não, não era eu debatendo comigo mesmo. Quer dizer, era eu, mas...
Nesse momento, eu estava observando dois Macários ali, em pé, ambos de cuecas, discutindo. E o terceiro continuava transando – mas agora a garota não era Geórgia: era a Morgiana que estava cavalgando o p(...) daquele Macário.
Sim, naquele grande espaço em branco, agora haviam quatro Macários: um transava, dois discutiam questões técnicas, e o quarto só olhava. O que olhava tudo isso era o que sentia que ainda era eu, o Macário que entrara no início do sonho... Estava difícil até de eu mesmo entender.
Mas acho que estava entendendo: o Macário que criticava o desempenho do Macário que transava era o meu senso crítico. Já o Macário que elogiava era o meu lado convencido. Meu senso crítico era o lado que ficava frustrado – já aconteceu muito – quando a garota gozava antes de mim. Eu conhecia muitas técnicas de dar orgasmo a uma mulher, mesmo tendo menos de vinte e um anos de vida, mas sinto que nem conseguia aplicar tudo o que sabia com as mulheres antes de estas praticamente se declararem satisfeitas. Pelo menos era assim com as Monstras; com as garotas normais, eu até conseguia aplicar tudo o que sabia...
E o outro Macário era a manifestação do senso de dever cumprido. Sabia que o sexo era melhor quando tanto o homem quanto a mulher conseguiam chegar ao orgasmo, de preferência juntos. É algo raro de acontecer, eu sei. Então, sabem, esse lado é o que se manifestava quando eu sabia que tinha dado prazer à mulher, afinal.
Bem. Mesmo que um dos Macários estivesse representando o meu senso crítico, e o outro o meu lado otimista, o meu quarto eu olhava o primeiro transando com Morgiana e... é, não sei dizer em que ocasião aconteceu aquela cena que acontecia ali, mas parece que eu não estava me saindo muito bem. Parecia que eu não estava dando o melhor de mim. Naquela ocasião, eu devia estar cansado...
De repente, o espaço em branco se transformou. Meus dois outros eus que discutiam sumiram, evaporaram no ar. Mas um cenário começou a aparecer, peça por peça.
Era meu atual quarto de dormir, do novo apartamento. E, debaixo de mim, apareceu uma cama, um cobertor...
Ah, sim. Minha memória voltou para a madrugada anterior. A madrugada após a festa que Luce dera no novo apartamento.
E eu continuava transando com Morgiana. Ela, de alguma maneira, estava entregue ao prazer – e eu sabia que ela era muito sensível, e gozava fácil; mas eu não parecia no auge do meu desempenho. Me sentia chateado em saber que eu estava dando prazer a ela sem muito esforço. Entenderam agora o que eu estava tentando dizer até agora?
Eu ia acordar, agora?
Hm... acho que não. Vou para a sala. Não vou incomodar a mim mesmo transando. Acho que vou explorar mais um pouquinho...
Mas, quando cheguei na sala...
Não era a sala do novo apartamento, era a sala do antigo apartamento. Quer dizer então que eu ainda estava sonhando.
E ali estava eu, de novo. Desta vez, eu estava com Âmbar e Andrômeda.
A lembrança agora era a dos dias anteriores da mudança. A manhã em que Andrômeda foi me buscar na casa dos Dinossauros que Sorriem; Âmbar, embriagada, estava me esperando. E, no fim, acabamos transando, os três.
O que estava acontecendo comigo? Por que eu não conseguia gostar de me ver transando com as duas gostosas?
Era o meu senso crítico de novo. É, eu achava, de novo, que não estava na minha plena forma. Apesar de meu esforço para dar prazer àquelas duas taradas, eu parecia patético, afinal, na madrugada anterior eu havia passado por poucas e boas.
Apesar disso, eu conseguia dar prazer a Âmbar e Andrômeda sem fazer muito esforço. Estávamos os três em um filme pornô. Mas, ainda assim, não sirvo para ator pornô.
Mas lá estava eu, entre os seios daquelas duas mulheres opulentas de pele muito branca. Aquelas taradas...
Depois, chegou o momento em que as duas me pegaram pelos braços e pelas pernas e me guindaram para o quarto. Me afastei, enquanto elas passavam. Ninguém me viu ali no corredor.
Fui espiar de novo na porta do meu quarto. Âmbar, Andrômeda e aquele eu encontramos Morgiana e aquele eu transando na cama. Mas ninguém se abalou: de repente, estavam as três Monstras transando com os dois Macários. Não: um dos Macários se transformou no Luce. E, logo, eu estava vendo, por outro ângulo, a orgia da tarde anterior. Enquanto eu transava com Âmbar e Morgiana, Luce transava com Andrômeda, e aí nós trocávamos, aí chega aquela hora em que Luce e eu penetrávamos juntos Âmbar, e...
Realmente, não estava gostando do que estava vendo. Pelo menos, não gostava do meu desempenho. Tenho de sair daqui. Tenho de ir para outro lugar. Tenho de dar um jeito de acordar...
Apareceu uma porta ao lado da porta do meu quarto. Tinha mais sexo ali, só pelos gemidos.
Ah, quem sabe ali esteja a cena em que Âmbar estava transando com Luce? No mundo dos sonhos, a disposição das portas mudava em relação ao mundo real. Maquinalmente, abri aquela porta.
De fato, era o quarto de Luce. E Âmbar estava transando com...
Não, espere: aquele não era o Luce. Era eu!
Eram as cenas que eu presenciara na madrugada, enquanto eu transava com Morgiana. Mas, no lugar de Luce, era eu quem f(...) Âmbar, com os mesmíssimos movimentos. E eu também evocava Anfisbena enquanto eu penetrava aquela safada...
Ei, espere.
Já não era mais Âmbar que estava ali, nos meus braços. Já era Anfisbena!
Sim, era a mesma cena, da transa entre Âmbar e Luce. Mas, desta vez, os atores eram Anfisbena e eu.
Não pode ser. Anfisbena e eu nunca transamos...
Espere, acho que estou entendendo. Aquele quarto, naquele instante, representava um desejo meu. Desejo, só podia ser isso.
Estou lembrado que, naquela hora em que eu estava vendo Anfisbena e MC Claus transando, manifestei por um instante o desejo de estar ali, no lugar do gordo. E, de fato, eu agora estava vendo uma manifestação desse desejo.
O desejo de me sair tão bem quanto Luce em uma transa quente e intensa com aquela morena gostosa, aquela autêntica ninfa grega, de seios enormes e redondos. E ela totalmente entregue a mim. Ela manifestando que preferia o meu p(...), só para mim. Só nós dois naquele quarto.
Ah, cara. Eu estava me sentindo tão patético. Pessoalmente, eu só havia visto Anfisbena duas vezes, uma na limusine de MC Claus, outra no bar. Será que...
Não. Preciso sair daqui. Não posso continuar vendo isso. Uma cena que nunca vai acontecer. Não posso ficar desejando transar com Anfisbena. Ela é fruto proibido tanto para mim quanto para Luce. O MC Claus vai devorar o torresmo feito com a minha pele no banco de trás daquela limusine.
Volto meu olhar para outra direção. E, quando vejo, estava de volta ao corredor da casa dos Animais de Rua. Cheio de portas, todas entreabertas, e de todas saíam gemidos.
Minha mente estava bagunçada. Tantas mudanças de cenário, tantas passagens entre casas e apartamentos...
Curioso, fui ver o que estava se passando... e... como eu desconfiava. Estava tudo diferente. Agora...
Eram as mesmas cenas que eu vi anteriormente, mas agora...
Ali no banheiro, era eu, no lugar de Ringo, quem transava com Aura, pressionando-a contra a parede, ambos molhados. E eu tinha quatro braços!
Na outra porta: era eu, no lugar de Boland, quem recebia um oral de Gil. E eu tinha um barrigão...
Na outra porta: era eu, no lugar de Fido, quem estava transando com Fifi na cama. E não era um: eram dois Macários que estavam transando com ela, fazendo-lhes dupla penetração! Um Macário substituía Fido, o outro Pauley. E esses dois Macários estavam com os corpos cobertos de pelos castanhos...
Na outra porta: era eu, no lugar do Richard, que transava com Morgiana, pressionando-a contra a parede. Essa Morgiana estava sorrindo, mais satisfeita. Essa Morgiana sabia que era eu.
Na outra porta: era eu, no lugar de Geórgia, quem estava recebendo massagem da Eliane. E depois transava com ela normalmente...
Mais uma porta. Era eu, no lugar de Breevort, quem transava com Geórgia...
Mais uma porta. Era eu, no lugar de Marto Galvoni, quem transava com Geórgia...
E aí, ao meu redor, não haviam mais portas. As paredes se ergueram, o grande espaço branco voltou, agora lotado de garotas e de Macários, todos entregues à luxúria. Todos, menos o Macário que ainda sabia ser eu. Ao meu redor, aconteciam todas aquelas cenas de sexo... Eu ali, em pé, de cuecas, assustado. No meio de uma verdadeira orgia, gente transando por todos os lados. Uma sala cheia de Macários transando com todas as garotas do grupo dos Monstros, todos com expressão de lascívia. Pior: também as garotas humanas estavam participando da orgia. Todas entregues ao prazer. Nenhuma, praticamente, percebia a outra. Todas tinham o seu Macário com o p(...) enfiado em suas b(...)...
Não... não pode ser... eu não sou assim! Eu não sou esse tipo de tarado!
Eu não faço sexo dessa maneira!!
Eu não faço essa cara de maníaco sexual! Eu não sou um maníaco sexual... Por favor, acreditem em mim...
Eu estou passando mal... Essa não pode ser a minha vida!!
Preciso acordar... Preciso sair daqui... Preciso...!
Mas não conseguia correr... Por onde eu corria, eu esbarrava comigo mesmo fazendo sexo com uma garota conhecida...
Viro ali, me vejo transando com Âmbar...
Viro ali, me vejo transando com Eliane...
Viro ali, me vejo transando com Morgiana...
Viro ali, agora eu transava com Moira...
Viro ali, agora eu estava transando com Anfisbena...
Viro ali, estava transando com Gil...
E com Aura...
E com Andrômeda...
E com Cliodna...
Até com Sulídea...
E Fifi...
E Jussara...
E Geórgia...
E Maura...
E Viridiana...
E Créssida...
E Valtéria...
E Loreta...
E... E...
Era sexo que não acabava mais...
Todas as mulheres que cruzaram meu caminho nesta vida, fazendo cara de p(...) ao serem penetradas por mim, e...
Oh, não, não, não... Mãe, você também não... Minha mãe não...
Não, essa não é a minha vida... Eu não vivo só em razão do sexo...
Parem... Parem, seus Macários...
Eu sou um ser humano... Eu tenho outros desejos e aspirações... Não é o sexo a única coisa que importa em minha vida...
Acorda, Macário... Vai, acorda...
Para de pensar em sexo...
Eu só penso em sexo... Sou uma pessoa terrível... Sou desprezível...
Sou...
- Opa! Finalmente achamos você!
De repente, uma voz feminina me tirou do desespero. Uma voz dirigida ao único Macário ali que não estava transando.
Abro o olho. Todos aqueles Macários, todas aquelas garotas, sumiram de repente. Só havia o espaço em branco. E, nele, além de mim, estavam... Âmbar, Morgiana e Andrômeda. As três vestidas.
- Oi, Macário. – saudou Andrômeda.
- Ga... garotas?! – me assustei.
- Ah, puxa, cara. Você devia estar se divertindo mesmo. – falou Morgiana. – Olhe só onde fomos encontrar você.
- Eu... eu estou acordado? – pergunto.
- Não, ainda não, Macário. – falou Âmbar. – Viemos resgatar você.
- Eu ainda estou na dimensão dos sonhos?
- Sim, Macário. – falou Andrômeda. – Nós não dissemos que não íamos deixar ninguém perturbar seus sonhos até o final da semana?
- Alguém tentou te trazer para o outro plano usando portal mental, mas conseguimos fazer o bloqueio – falou Morgiana – mas acabou tendo um efeito colateral, pelo que vejo. Você acabou perdido pelo universo dos sonhos...
- Quer dizer que eu estava vivenciando...?
- É complicado de explicar agora, Macário – falou Âmbar. – Melhor deixar para quando você acordar.
- Acordar... acho que é isso que eu preciso... eu vi coisas que não deveria ter visto...
- Pode crer, Macário, nós também. – falou Andrômeda. – Você precisa se explicar...
- ...Inclusive sobre a Anfisbena. – falou Âmbar, com o cenho franzido.
- Na... Não querem que eu explique agora? – sorri, sem jeito.
- Primeiro vamos sair daqui. – falou Morgiana. – Temos pouco tempo para desfazer a conexão.
- Onde vocês estão? Digo, no plano desperto, onde vocês estão agora?
- Você verá, Macário. – disse Âmbar. – Só venha conosco.
- Eu... eu vou ter de ser morto aqui?
- Desta vez não, Macário. – falou Andrômeda. – Há um segundo caminho que não implica sofrimento.
- Só nos acompanhe. – disse Morgiana.
Âmbar agarra meu pulso e me puxa. Andrômeda e Morgiana seguem do lado. E nós três voamos pelo grande espaço em branco, onde já não havia mais em cima ou em baixo. Na frente, apenas uma grande luz amarela, contrastando com o branco do cenário. Foi para lá que nós quatro voamos.
Era tão quente naquela luz... Como um sol... Fecho meus olhos...

E, quando abro de novo, me vejo no meu quarto, no quarto do novo apartamento, deitado em minha cama.
Olho assustado para os lados. Tenho de ter certeza de ter realmente acordado.
O despertador ao lado da cama marcava quatro e meia da tarde.
Saio de baixo do cobertor.
E acabo dando de cara com Âmbar, Morgiana e Andrômeda, as três adormecidas sentadas em cadeiras ao lado da cama.

Seus olhos começam a abrir.

Próximo capítulo em breve.
Até aqui, como está ficando? Está bom? Ruim? A qualidade caiu ou estabilizou? Continuo? Paro?
Manifestem-se nos comentários!
E até mais!

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