sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nota de falecimento: NELSON MANDELA

Olá.

No dia de hoje, o mundo esteve de olho no Brasil, acompanhando o sorteio dos grupos da Copa do Mundo. Mas esse assunto, agora, não me interessa. Já sei com quem o Brasil vai jogar, mas isso não me interessa comentar.
No dia de ontem, 5 de dezembro de 2013, o mundo perdeu mais um de seus principais apóstolos da paz, da tolerância e de tudo o que deveria interessar à humanidade: Nelson Mandela.

O líder sul-africano foi o principal líder da luta contra o preconceito racial em seu país, a África do Sul (sede da última Copa do Mundo). Entre 1948 e 1994, vigorou no país o odioso regime do apartheid, onde segregação racial foi política de estado. Quer dizer, não bastou aos holandeses, ingleses e seus descendentes (os africânders) colonizarem a região (uma das maiores produtoras de ouro do mundo) e oprimirem seus habitantes originais, mas determinarem, por lei, onde cada etnia deveria morar, trabalhar, estudar, ficar nos transportes públicos, nos balneários... e ainda concentrar a riqueza do país em suas mãos, enquanto a maioria, negra, ficava na miséria, tendo de usar cadernetas para circular pelo país. pelo país. E casamento entre brancos e negros estava fora de questão.
Mandela, nascido em 1918, inicialmente, à frente do proscrito partido Congresso Sul-Africano (CNA), principal opositor do apartheid, usou o caminho da violência. Acabou preso, em 1962, e condenado, dois anos depois, à prisão perpétua. Era para ser perpétua. Mas a pressão internacional fez com que ele fosse solto, em 1990.
Enquanto o seu país feria em protestos violentos contra o regime segregacionista (os protestos violentos de Sharperville e Soweto acabaram sendo a gota d'água), Mandiba, como era chamado Mandela, optou pelo caminho que deu certo com o líder indiano Mahatma Gandhi: o protesto pacífico, de dentro da prisão. O embargo comercial imposto à África do Sul, aliado à pressão internacional por reformas, também ajudou no desmonte do apartheid.
Saído da prisão, Mandela ganhou, em 1993, o Nobel da Paz (láurea que ele dividiu com o presidente de então, Frederik de Klerk, que ajudou no desmonte do apartheid). E, em 1994, foi eleito o primeiro presidente da África do Sul. E enfrentou a dura tarefa de unir as populações africânderes, negras e coloureds (mestiças). E até que conseguiu.
O preconceito racial ainda não foi totalmente desmontado dentro da África do Sul. Sobraram tijolos. Mas, ao menos, não é mais institucionalizado. As populações estão aprendendo a conviver numa boa. E o grande problema atual do país, além da pobreza que acomete quase metade da população, é a AIDS.
Mandela deixou um grande exemplo à humanidade. Hoje, preconceito racial é o menor dos problemas da humanidade, mas não devemos relaxar a vigilância: ainda pode ser uma ameaça. Onde tiver luta para que se faça valer o sonho de Martin Luther King ("sonho com um país onde ninguém será julgado pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu caráter"), o sorriso de Mandela surgirá em nossas mentes, como um símbolo.
Descanse em paz, Mandela.
Na ilustração acima, um branco, um negro e uma mestiça lamentam a morte do artífice das condições em que eles possam aparecer assim, abraçados.
Até mais.

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