domingo, 8 de outubro de 2017

MACÁRIO - Capítulo 19: "As Inacreditáveis Noites Seguintes VI"

Olá.
Domingo, já cumpriu 15 dias desde o último capítulo publicado de meu folhetim ilustrado para adultos, MACÁRIO. Então, hoje tem capítulo, e pesado, mesmo que publicado em uma semana santa - semana de sagração a Nossa Senhora Aparecida, para os católicos.
ATENÇÃO: leitura não recomendada para menores de 18 anos. Contém cenas de sexo praticamente explícito, orgia, canibalismo e consumo de drogas.



Era só o que me faltava.
Meu quarto foi inundado! Como?! Teria sido algum cano que estourou no andar de baixo, alguma tubulação que porventura passasse por baixo do piso do meu quarto que estourou de repente, ou...?!
Afinal, mal pus o pé no meu quarto e acabei sentindo como se tivesse caído dentro de um buraco cheio de água.
Acabei afundando. Mal consegui prender a respiração.
No instante em que caí dentro da água, meu olhar turvou, e não consegui distinguir nada ao meu redor, se meus móveis estavam flutuando na água... ou se era mesmo no meu quarto que eu ainda estava.
Com algum esforço, lutando contra a apneia repentina, consegui, guiado pelo instinto, seja lá qual for, voltar à superfície do que quer que onde eu tenha caído... Distingui uma luz brilhando, e nadei em sua direção, batendo vigorosamente braços e pernas.
Calculo que não levou mais que quinze segundos desde a queda na água até o momento em que varei o que parecia ser a superfície de um espelho d’água. Ar!
Assoei o nariz, forte, para tirar a água das minhas narinas. Fui recuperando o fôlego aos poucos.
Depois, consegui tirar a água do meu olho...
Para ver que eu não estava no meu quarto. De novo!
Onde eu estou?! E quem está à minha espera agora?!
Olho em volta. Eu realmente estava dentro de... uma PISCINA.
Não era muito profunda, era uma piscina em que uma pessoa adulta conseguia ficar em pé, com água até o meio do tórax. A água não estava muito fria, apesar do sereno da noite – e eu estava, evidentemente, em um ambiente externo. Para falar a verdade, a água estava até morna, como a de um chuveiro na posição verão – então, devia ser uma dessas piscinas aquecidas, e seu dono (ou dona) devia, portanto, ser endinheirado. Tinha formato arredondado, oval e irregular, como um laguinho. Com um trampolim em uma das pontas. Revestida de azulejos por dentro e na borda, como toda boa piscina. Em volta, na margem, havia uma estrutura de pilastras arredondadas e lisas, quase dóricas, e capitéis, que fazia lembrar um templo. Estava escuro, mas o local era bem iluminado com lâmpadas, em locais estratégicos, que davam um clima parecido com o das piscinas dos filmes ambientados na Califórnia. Aliás, eu podia distinguir uma mansão ao fundo, atrás das pilastras. E, atrás da mansão, as luzes da cidade. Não fosse a escuridão, podia dizer que estava dentro de uma das piscinas daquele pintor que retratava piscinas, como é mesmo o nome? Ah, lembrei, David Hockney. Graças novamente à coleção de catálogos de arte do meu pai.
Agora a coisa já estava indo longe demais. Há três noites atrás, fui parar em um quarto, onde Âmbar estava à minha espera. Na noite anterior, fui parar no “banheiro” de Andrômeda, se é que o local enfumaçado era mesmo um banheiro. Agora, em uma piscina. E, certamente, havia uma garota, do grupo dos “monstros”, à minha espera. Ah, bem, só falta que seja...
- Iuhuuu, Macáriooo...
Eu estava certo. Era mesmo a Morgiana. À minha espera.
E estava deitada sobre uma esteira, de biquíni. Em plena noite!
Sob a iluminação do local, seu cabelo comprido e negro brilhava, uma mecha caía sobre seu rosto, lhe conferindo um ar de menina descolada.
E ela estava muito insinuante, ali deitada, sob a luz do luar. Puxa, só agora reparei que é noite de lua cheia! E o céu estava muito limpo e estrelado. Estes últimos acontecimentos haviam me deixado insensível ao ambiente em redor. Já nem fazia diferença o tempo, o clima, se havia nuvens no céu, se fazia calor ou frio, se...
- Macário?
A voz de Morgiana me fez voltar à terra, ou melhor à água. Aí, sim, é que eu comecei a reparar melhor na garota ali deitada.
O que ela usava, certamente, era um biquíni verde de tecido permeável. Sua pele era pálida, como a minha. Mas seu corpo era de esportista, magro, esguio, gracioso, com muitas curvas, do tipo que figura facilmente nas capas de revistas sobre saúde e boa forma. Seus seios não eram muito grandes, como os de Âmbar e Andrômeda. Aah, mas essa mulher não era de se jogar fora. Não mesmo.
- Morgiana! – consegui falar. – Onde estou?!
- Bem vindo à minha piscina, Macário.
- Sua piscina?! Mas... mas... mas como eu vim parar aqui?! Eu estava no meu apartamento, e...
- Bem, se Âmbar e Andrômeda puderam mexer com os portais mentais, eu também posso.
- P... Portais mentais?! O que significa isso?!
- Digamos que seja um tipo de magia, Macário. É complicado explicar, portanto, não peça mais detalhes. Não agora.
Aah, de novo!
- Mas... mas Morgiana! – impaciente, eu me agitava muito na água. – Como eu vou saber se isso aqui não é um sonho?! Eu estou sonhando?!
- Eu é que pergunto se eu estou sonhando, Macário. Sonhando que você está aqui.
- Hein?!
Ela deitou de bruços, em posição de que ia mergulhar.
- Aah, Macário. Você está achando que a Âmbar e a Andrômeda são as únicas que estão sonhando com você? E que podem te possuir nos vários planos de realidade? Eu também mal consigo dormir pensando em seu rosto... em seu corpo... em seu cabelo... Aah, Macário!
E, falando isso, mergulhou na piscina, e nadou em minha direção. Me agarrou.
- Macário... – falou, me olhando com um olhar apaixonado.
- Morgiana, maneire aí... – implorei com o olhar.
- Maneirar como, Macário?! – falou, sorrindo, mostrando aqueles dentes serrilhados e brancos. – Eu mal consigo me segurar de tanto que eu quero te sentir... – e passava a mão pelo meu rosto. – Eu tenho tanta inveja, Macário...
- Inveja de quê? Das... das outras garotas?
- Sim. Principalmente da Âmbar e da Andrômeda. Por que vocês, homens, gostam mais das mulheres peitudas?!
Engoli em seco.
- Bem... é natural, talvez por sermos... hã... mamíferos... – respondi sem muito jeito, tentando gracejar, mas não funcionou... acho.
- Mamíferos... – Morgiana fez muxoxo. – Pode ser, mas... A Âmbar e a Andrômeda tem seios tão grandes e tão bonitos... e pior é que eu sei que são naturais, nada de silicone e tal... Enquanto eu... Olha só... Olhe como a natureza não foi generosa comigo...
Voltou à margem da piscina, e se sentou. E tirou a parte de cima do biquíni, liberando os seios. Oh meu Deus, mas que visão maravilhosa.
- Aah, Macário... – ela mexeu com os seios, fazendo uma expressão triste. – Eu queria ter seios tão grandes como os da Âmbar e os da Andrômeda... em vez disso, o que tenho?! Esses peitinhos de nada!! Não servem nem para amamentar...
Morgiana estava exagerando em seu complexo de inferioridade. Ao meu ver, os seios dela já tinham tamanho suficiente para serem considerados... seios. Nem muito grandes, nem muito pequenos – estavam bem na média. Pareciam, na verdade, pudins de leite, com as ameixas (os bicos) bem encaixadas no topo, a calda de caramelo (as auréolas) bem distribuída. Foi a melhor metáfora que encontrei para explicar...
- O que é isso, Morgiana. Seus seios são tão bonitos. – falei, com sinceridade.
- Você acha?! – ela levantou uma sobrancelha.
- Bem, reconhecidamente não são tão grandes como os da Âmbar ou os da Andrômeda. Mas que isso importa? São do tamanho certo. Pelo menos para mim.
- Você... acha?! – ela sorriu com aqueles dentes de tubarão.
- Parecem dois pudins. – e fiz questão de lamber o beiço pra ela ver.
- Então... você não se importa com o tamanho dos seios?! – ela aumentou o sorriso, e seus olhos brilhavam.
- Se eu me importasse com isso, acho que ainda seria virgem. As mulheres de seios grandes geralmente são as menos acessíveis...
- Aah, Macário, se pudesse ver o quanto isso me deixa feliz!...
E mergulha de novo. E, antes que eu esboçasse reação, emergiu de novo, na minha frente, me agarrou e beijou minha boca.
Fui me entregando. Ai meu Deus, que maravilha. Aqueles pudins se apertando contra o meu peito. Pior que eu já estava sentindo a ereção vindo... Ela se apertava de tal forma contra mim, que não surpreenderia que já estivesse sentindo uma “coisa” entre suas pernas...
Por fim, ela descolou seus lábios dos meus. E me olhou, com um olhar de fera, como se quisesse me comer... literalmente.
- Hummm, Macário... você já está excitado...
- Você... sentiu? – perguntei, envergonhado, acudindo a virilha.
- Fico tão contente em saber que eu te excito...
- Qualquer homem se excitaria com você.
- Não fale bobagens...
- Sério, Morgiana. Você é tão bonita... tem um corpo perfeito... corpo de quem faz muito exercício, cuida da saúde... perto de você a Âmbar e a Andrômeda parecem gordas, com o perdão da palavra... o que falta a você é mais confiança em si mesma. Mais nada.
- Aai, Macário, não fale bobagens, não, não! – e me empurrou. Acabei caindo de costas dentro da água.
Embaixo da água, Morgiana nadou em minha direção, tirou minha cueca e, ali mesmo, começamos a nos agarrar. Até o meu apanhador de sonhos saiu flutuando na água. Mas eu tive de subir até a superfície para respirar – não tenho muita prática com natação, faz muito tempo desde que entrei em uma piscina pela última vez – enquanto Morgiana tinha bastante fôlego, pelo jeito, como dona daquela piscina, ela praticava natação diariamente (por isso tinha aquele corpo), e sabia controlar a apneia. Era uma verdadeira sereia! Se aquelas pernas compridas fossem um rabo de peixe... Ela afundou a cabeça na água e demorou a emergir. E ali, debaixo da água, ela já alcançava o meu... o meu...
Senti as suas mãos mexendo no “bernardão”, para constatar o quanto ele estava ereto. Oh, não, não me diga que ela vai chupar o “pirulito” embaixo d’água mesmo!... Oh não... eu vou “disparar” ali mesmo, e contaminar aquela piscina de água tão limpa... Oh não, Morgiana não merece isso... esta piscina é tão bem cuidada, seria uma pena se eu... Oh não, Morgiana, tira a mão daí...
Mas Morgiana não fez nada. Ela soltou meu membro... e se afastou.
E eu vi a parte de baixo de seu biquíni emergindo da água.
E Morgiana outra vez se sentou na margem da piscina. Agora, totalmente nua, o corpo todo úmido. Oh, e ela também depilava a virilha – era bem lisinha. E já estava com as pernas compridas e ligeiramente finas bem abertas, se oferecendo.
- Você não vem, Macário?
Ooh, diz que não é um sonho, Senhor. Se fosse, acho que já teria acordado logo no instante em que minha cabeça afundou na água. Ooh, diz que não é um sonho, Senhor...
Nadei até a beira da piscina e, ali mesmo, já avancei sobre aquela sereia.
- Vem cá...
- Aah, Macário...
Sua pele molhada estava quente. Resolvi, no entanto, e ainda com o corpo imerso na água, começar com um oral. Avancei com tudo com a face na “região proibida”. Respirei e passei a língua, de todas as maneiras, naquela fruta aberta, pedindo para ser degustada. E ela estremeceu, gemeu, praticamente ficou doidona.
- Ah, aahh, AAAHHHH, Macáriooohhh... Não para... não para...
Por fim, não levou mais que cinco minutos para Morgiana gozar. E praticamente desmaiar – caiu para trás e começou a respirar forte. Puxa, outra que era muito sensível. E não fiz quase nada – ou pelo menos acho que não fiz. Mas que a b(...) dela é boa, é...
Respirando forte, recuperando o fôlego, Morgiana afinal se levantou.
- Ooh, Macário... você quase me deixou louca... E foi só com a boca...
- Você faz qualquer um virar um animal selvagem, Morgiana. – respondi, saindo da água. Ela levantou a sobrancelha, vendo o “bernardão” ereto, querendo ser o próximo a degustar a fruta.
- Aah, Macário, não fica só nisso, não... Quero mais...
Se arrastou para cima da esteira, e abriu bem as pernas. Mas tive de refrear mais um impulso.
- Morgiana... você tem... preservativo?
- Não, mas não se preocupe. Não estou no período fértil, não vou ficar grávida nem passar nenhuma doença para ti...
Já ouvi isso antes. Mas está bem... Não me fiz de rogado.
E o “bernardão” entrou, muito apertadinho, gostoooosssoooo...
- Aah, Morgiana, que delícia...
- Aah que delícia digo eu... Oohhh, mas como é grande... como é gostoso esse “picolé”... Aah, Macário, me possui...
E possuí mesmo. Procurei me controlar para não ter o orgasmo antes da hora... e antes daquela garota, que até salivava, e contraía os músculos da virilha, me estimulando, me agarrando, me puxando para cima dela, querendo afundar no chão com meu peso. Estava difícil aguentar o tempo necessário. E, para piorar, Morgiana me estimulou a chupar os seus seios. Aah, que pudins deliciosos... que ameixas mais durinhas...
- Oohhh, Macáriooohhh...
- Aah, Morgiana, hmmm... por que você fica se preocupando tanto com os seus seios... se o teu corpo todo que é uma delícia?
- Aah, Macário...
- Esses seios... essa bunda... essas pernas... essa b(...)!...
- Aah, Macário, fale mais... elogie mais o meu corpo... eu vou ficar doidona, oohhh...
E eu vou... Não, Morgiana, não aperte tanto, ou eu vou... Oh, não, agora não... Eu não aguento mais... não, não!...
Gozei.
Calculo que não tenha levado mais que dois minutos para isso.
Mas Morgiana estremeceu, e se abraçou forte a mim, até arranhou minhas costas. Ah, que alívio: ela gozou junto. É bem constrangedor quando o rapaz goza bem antes da garota: ela depois fica reclamando. Já aconteceu comigo umas três vezes, quando eu ainda era “novato” nas “artes do amor”.
Mas deu tudo certo. Morgiana e eu depois ficamos deitados, de costas, recuperando o fôlego, em cima daquela esteira.
Enquanto a respiração voltava ao normal, admirei a lua no céu. Estava tão branca e brilhante... O céu estava estrelado... E comecei a sentir frio.
- Hummm, Macário... – Morgiana começou a falar, melifluamente, conferindo os fluidos que escorriam por sua virilha. – Você não desmente as outras. Você sabe fazer...
- E você sabe dar prazer a um homem, Morgiana.
- E você é tãããão galanteador, Macário... Sabe dizer a uma garota o que ela gosta de ouvir... Eu só não faço o oral em você porque, bem, você vê, não vê? Os meus dentes... – e apontou para a própria boca. – Eu não gostaria de te machucar... de arrancar a tua “salsicha” com estes dentes...
Eu bem que gostaria de perguntar por que ela limou os dentes para deixa-los serrilhados, mas senti que não era o melhor momento. Mudei de assunto:
- Você... não está com frio?
- Eu? Não. Nem está tão frio.
- Mas eu estou com frio. E preocupado com você, pelada em pleno sereno, e molhada...
- Eu já estou acostumada, Macário. Sabe... eu até prefiro nadar à noite. E a piscina é aquecida, então, o frio não é problema. Além do mais, a lua cheia é perfeita para um banho de luz. Da lua eu tiro energias positivas. Lembra daquela música da Cely Campelo? Eu também fico branca como a neve... E, como o luar é meu amigo, censurar ninguém se atreve, ah, ah...
- Conheço a música. Mas...
- Pensei que você também já estivesse acostumado, Macário. Afinal, você também é um ser noturno. Digo, todos nós preferimos a noite... e você também.
- Bem, mas eu também tenho as minhas limitações. Por exemplo... nadar à noite, peladão, e depois tomar sereno. Isso vai me deixar doente.
- Quer que eu aqueça você?
E se abraçou a mim. Sua pele estava ficando fria, mas estava ficando melhor, agora.
- Hmm, Morgiana...
- Quer fazer de novo, Macário? Eu gostei muito.
- Eu também gostei muito, Morgiana. – e eu já sentia a ereção voltando. – E quero sim, fazer de novo. – E já fui chupando de novo aqueles pudins.
- Hummm, Macário... Vamos fazer de novo, sim. Aí, sim, você fica bem quente. Beeem quente. Bem...
- Morgiana!
Bem na hora que eu ia penetrar nela de novo, ouço outra voz feminina. Olho para cima: a cabeça de outra garota entrou na frente da lua. Levei um susto.
- Morgiana, o que você está fazendo?
Morgiana acabou falando um palavrão dos mais cabeludos. Não esperava, evidentemente, a outra.
Me levantei, assustado. Não havia apenas uma, mas duas outras garotas ali. Ambas de biquíni. Ambas tinham uma cabeleira comprida e farta, com mechas caindo sobre seus rostos, assim como Morgiana. Uma delas tinha cabelo loiro, bem brilhante à luz do luar; a outra tinha cabelos vermelhos e esvoaçantes, e corpo sarapintado – uma ruiva legítima. Praticamente todo o corpo da ruiva tinha manchas, como se tivessem respingado tinta sobre ele, ou se ela tivesse contraído sarampo. As duas tinham o mesmo biótipo de Morgiana, corpo atlético e sensual, e também ostentavam, em seus sorrisos, dentes serrilhados. Era uma moda, limar os dentes para afiá-los?!
- Oi. – falou a loira. – Você deve ser o Macário.
- Droga! – exclamou Morgiana. – Cliodna! Moira! O que estão fazendo aqui?!
- Ué! – foi a vez da ruiva se manifestar. – Queremos participar da festinha também! Convidando um homem para vir aqui e não avisa ninguém?!
- Não pode ficar com as coisas só para você, maninha. – retomou a loira. – Papai falou pra você dividir as coisas com suas irmãs, lembra? Isso também vale para os homens...
- Mas que mania vocês tem de se intrometer quando convido homens para casa! – exclamou Morgiana, indignada. – Já não se tem mais privacidade?!
- Ora, vamos, Morgiana. – a ruiva olhou lascivamente para mim. – Você já transou com ele. Já teve o que queria... Agora é nossa vez...
- Pelo menos nos apresente para o bonitão aí, maninha... – falou a loira.
Não me lembro daquelas duas no círculo dos “monstros”. Então, eram irmãs de Morgiana?
- Aff... – suspirou Morgiana, inconformada. – Macário, estas duas são minhas irmãs. Digo, meias-irmãs. Cliodna – apontou para a loira – e Moira – apontou para a ruiva.
- Me... me... meias-irmãs?! – perguntei.
- Temos o pai em comum, e é complicado. – Morgiana explicou e, depois, se voltando às outras duas: – Achei que estivessem viajando.
- Achamos que você estivesse viajando. – falou Cliodna. – Você ultimamente fica andando com aquele grupo do tal de Luce, e passa menos tempo em casa... Você não tinha dito que o Luce ia viajar com os outros? Parece que você não gosta mais de nós, maninha...
- E a gente dividia tantas coisas, Morgiana. – falou Moira. – Você mudou tanto desde que você passou a andar com os outros “monstros”... E só faz parte daquele grupo por causa dos dentes, aí sim você pode se misturar, que os outros humanos não vão estranhar...
- Puxa, irmãs! Não é que eu não goste mais de vocês, claro que eu gosto. Mas eu também quero coisas só para mim. Por exemplo, uma noite com um homem só meu, e... Macário!!!
Enquanto Morgiana reclamava com as irmãs, a loira Cliodna não perdeu tempo: puxou-me para perto de si e começou a me beijar.
- Cliodna! O que está fazendo?!
A loira descolou a sua boca da minha e, olhando Morgiana de soslaio, respondeu:
- Não vai ficar com esse gostosinho só para você, irmã. – e se voltando para mim: – Você deve ser o Macário, não é, bonitão? A Morgiana fala muito a seu respeito. Fica confabulando com as amigas dela a seu respeito. Que você é um excelente garçom, que é bonito... Ela até fica “descascando umazinha” pensando em você à noite, mas não sabe manter segredo, fica falando para todo mundo ouvir... até nóóósss... E, sabe? Você é bem melhor visto de perto...
- Ve... verdade?! – engoli em seco.
- Ela ultimamente tem passado muito mais tempo fora de casa do que conosco, acredita, Macário? – falou Moira, já avançando para cima de mim também. – Ela é a mais nova e a mais rebelde da família. E a gente bem que poderia andar naquele grupo com que ela anda, mas temos muitas coisas a fazer, Macário. Se não fosse nossos compromissos, a gente ia até o bar onde você trabalha te conhecer, bebericar os seus drinques...
- Mas quem diria, ela conseguiu trazer você até aqui! E estava tentando se aproveitar de nossa ausência para “te comer” antes da gente chegar... isso não se faz...
- C... calma, garotas... – eu tentei falar. Mas Morgiana me puxou para junto dela.
- Não! – ela gritou. – Desta vez não vai ter divisão! Este aqui é só meu! E já foi duro conseguir tirá-lo dos braços das peitudas que também queriam “comê-lo”! E vocês... vocês não vão influenciar a cabeça dele! Depois ele vai preferir transar com vocês, e eu fico chupando o dedo!...
- Morgiana! Não seja egoísta e nem invejosa! – exclamou Cliodna. – Que culpa temos se somos as mais velhas?!
- E as mais gostosas?! – exclama Moira.
E já foram tirando os biquínis.
Oh, não! Aquelas duas, totalmente nuas, são tão gostosas quanto Morgiana! E havia uma razão para que a morena sentisse inveja das irmãs: os seios de ambas eram ligeiramente maiores que os da irmã mais nova. Mas Moira preferia não depilar a virilha, para mostrar, provavelmente, que era ruiva legítima – seus pelos pubianos também eram vermelhos. Mesmo com o corpo cheinho de manchas, Moira era gostosa demais... Contrastava com Cliodna, que, com a virilha muito lisa, sem um pelinho sequer, era uma legítima estátua grega. Mas era tão gostosa quanto.
- Não, Macário! – exclamou Morgiana, provavelmente já reparando no brilho de meus olhos. – Resista! Elas vão te comer... E eu, como fico?! Por favor, Macário, diz que eu que sou a mais gostosa!...
- Não, Macário! – exclamou Cliodna. – Diz que sou eu a mais gostosa! Os homens preferem as loiras...
- Não, Macário! – exclamou Moira. – Eu que sou a mais gostosa! Sei que homens não resistem ao encanto das garotas de cabelo cor de fogo...
- Não, Macário! – retomou Morgiana. – Os homens se casam é com as morenas...
As três já estavam prestes a avançar uma sobre a outra, talvez usarem seus dentes afiados para se despedaçarem. Mas eu exclamei:
- Calma, meninas... Calma! Por que não podem ser as três? Tem pra todas!
Elas pararam de discutir.
- Macário! – exclamou Morgiana. – Você... Você vai mesmo tentar “pegar” nós três?!
- Ahá, sabia! – exclamou Cliodna, sorrindo. – Sabia que ele preferiria uma orgia! Sabia que ele não ficaria contente só com uma...
Bem, não é sempre que um cara tem a sorte de ter três garotas gostosas e nuas disputando sua atenção. E não é sempre que se consegue uma orgia com três garotas dispostas a isso... Se ia ter orgia, eu seria pirado se deixasse essa oportunidade passar. Aah, eu sou um mulherengo asqueroso, mesmo.
- Já participou de uma suruba, Macário? – perguntou Moira.
- Não... confesso que não. – respondi. – Pegar mais de uma garota vai ser uma experiência inédita para mim. Mas acho que eu dou conta.
- Será mesmo? Será meeeesssssmo?! – exclama Cliodna, já avançando para cima de mim.
- Macário, seu tarado... – falou Morgiana, em tom de decepção.
- Ai, meninas... é que só olhando eu não consigo decidir quem é a “mais mais”.
- Macário! Diga que sou eu a mais gostosa!!! – gritou Morgiana.
- Você é gostosa, Morgiana, mas... comparando com suas irmãs...
Morgiana já esboçava um grande beiço, enquanto Cliodna e Moira sorriam. Sim, Cliodna e Moira eram gostosas, mas Morgiana não ficava atrás. Aliás, ela se esforçava bastante para não ficar atrás – fazia exercício, etc. E não ia ficar contente se soubesse, porventura, que seus esforços eram inúteis...
- Não, Morgiana, não me entenda mal. As três tem os corpos mais perfeitos que eu já vi. E, olhando as três assim, de perto, de diferente, vocês tem... hã... praticamente só o cabelo. E a Moira ter esse corpo todo manchado, mas vocês três... praticamente não tem diferença entre si...
- O que você quer dizer com isso, Macário? – foi a vez de Cliodna se mostrar indignada.
- Eu não consigo decidir quem é a “mais mais” dentre as três... Só olhando, não. Sério... Vocês três tem corpos maravilhosos, seios lindos, e ótimas bundas, e dentes tão brancos e brilhantes... Nenhuma fica atrás de nenhuma. Mas... Preciso avaliar... hum... outros quesitos. Entendem?
Agora, sim, as três sorriram umas para as outras. Parecem já ter entrado em acordo.
- Hmm... – Moira lambe o beiço. – Então testa eu primeiro, gostosão...
E já ia avançando para pegar meu pinto ereto, mas Morgiana afastou-a para o lado:
- Não! O pinto dele é meu!
E já começou a cavalgar em cima do meu pinto. E já começava a me apertar, a me estimular...
- Hmmm... O pinto dele é meu, só meu... aahhh...
- Ooh, Morgiana, não, assim não, aahhh... – gemi.
- Então eu fico com a cabeça dele! – gritou Cliodna, já sentando sobre minha cabeça, e me fazendo lamber a sua b(...).
Enquanto isso, Moira se jogou para cima da parte de meu corpo que permanecia livre. Sentou sobre minha barriga. E ali, começou a beijar Morgiana, e a tocar em seus seios, suas costelas... enquanto esfregava a “parte proibida” no meu tronco, se estimulando.
- Aah, irmã... Deixa ou pouco pra mim...
- Não... o pinto é meu, hmmm... eu...
Morgiana parecia sentir prazer em ser beijada e bolinada pela irmã, enquanto era penetrada por um homem. Não demorou muito para que acabasse gozando, antes que eu gozasse. E, caindo para trás, respirando forte, deixou o “bernardão” livre. Moira aproveitou a deixa e penetrou. Aah, que sensação boa! Moira fazia sua b(...) mastigar o meu p(...). Que truque sujo, fazer Morgiana gozar antes para depois tomar o seu lugar... Mas que importa?
Enquanto isso, Cliodna não demorou para gozar, só com meus movimentos de língua. Era tão sensível quanto a irmã morena, não precisava de muito para sentir prazer. E também caiu para trás, liberando minha cabeça. Mas eu não tinha tempo de recuperar o fôlego, Moira estava me cavalgando. Enquanto a loira se recuperava, eu sentei e agarrei os seios da ruiva, por trás. E começou a uivar, a gemer... Seus seios eram bem sensíveis, pelo jeito... Aí, segundos depois de recuperar o fôlego, Cliodna rastejou em direção a Morgiana, que já se preparava para avançar sobre Moira e recuperar o que era “seu”, e começou a beijá-la e boliná-la, metendo a mão em suas “partes censuradas” e estimulando-a com os dedos, enquanto sussurrava melifluamente “deixa a Moira em paz, irmã, você já teve a sua quota, sou eu que vou te comer agora...”, de modo que a morena teve outro orgasmo, mesmo implorando “não, não faz isso, com a sua mão não, irmã, nããããooo...”. E Morgiana também aproveitou para bolinar a irmã, ainda que por um curto período. Uau, as três também eram bissexuais?!
Não demorou muito para que Moira gozasse (eu estava aguentando ao máximo para não gozar junto), e liberasse o pinto para que Cliodna, que se recuperou rápido, se apressasse e também penetrasse. Aah... Cliodna era tão boa quanto as irmãs! Enquanto isso, foi a vez de Moira (como elas se recuperavam rápido do orgasmo!) impedir que Morgiana avançasse para cima da irmã loira, bolinando-a e levando-a a mais um orgasmo, prostrando-a no chão. E Cliodna não parava com a cavalgada, e ela apertava muito mais... mais... Oh não, aguenta, Macário, não goza, dentro dela não, não, nãããooooo... Não demorou muito: acabei gozando dentro dela!!! Cliodna gozou depois de apenas dois minutos, e caiu para a frente, liberando o “bernardão” e esparramando fluidos para cima. Eu chegara ao meu limite. Mas foi tão bom...
- Aah, Macário... – Cliodna recuperava o fôlego. – Que delícia... E você ainda gozou em mim...
- Aahn... Aai, desculpa, Cliodna... Eu não queria gozar dentro... – respondi, com o corpo todo trêmulo.
- Ah, está tudo bem, meu amor... Eu gostei...
- Não, isso não está certo... – manifestou-se Moira. – Por que você gozou dentro dela e não de mim?!
- Você que gozou antes. – falei. – Eu estou tentando...
- Ah, não, quero que goze dentro de mim, agora... – indignou-se Moira.
- Não, ele vai gozar dentro de mim agora... – manifestou-se Morgiana. – Ele devia ter gozado dentro de mim, se você não fosse tão trapaceira, irmã... Quero tomar o leite dele de novo... Eu disse que o pinto dele era só meu...
- Meninas... – tentei argumentar. – Por favor, deixem eu me recuperar um pouco... Estou fatigado...
De fato, eu me sentia muito fraco. Seria o “bernardão” capaz de se reerguer para uma outra sessão?
- Peraí, Macário. – falou Moira. – Está fatigado? Precisa de um reforço...
E ela sacou, não consegui ver de onde, uma taça de metal, cheia de um líquido verde meio viscoso.
- Beba, amor. Foi bom eu ter trazido o satyricon para cá... Achei que seria útil.
- Vocês vão dar o satyricon para ele?! – pergunta Morgiana, assustada.
- Só assim para ele aguentar o tranco, maninha.
- Mas e se não funcionar com ele?!
- Funciona, sim, maninha. Sempre funcionou, por que não com ele?
E me fizeram beber daquela taça. Tinha um gosto meio doce, meio amargo, aquela beberagem. Que tipo de remédio era aquele?! Era um tipo de veneno ou...?
Mas, mal bebi aquele líquido, senti as forças voltando. Senti o fluxo sanguíneo correndo pelas minhas veias, acompanhado de uma sensação de queimação, e indo em direção ao “bernardão”, fazendo-o se reerguer vigorosamente.
- Uau!!! – gritou Cliodna. – Funcionou!
- Aaarrhhhhh... – não contive o grito. – O que é isso que vocês me deram?!
- Satyricon, Macário... – falou Moira. – Afrodisíaco.
- E, pelo jeito, deu muito certo... Olhem só o tamanho que a “lança” ficou!!! – exclamou Morgiana.
Senti meu corpo todo em fogo. E parece que o “bernardão” havia dobrado de tamanho!!
- Afro... di... síaco... Aarrhhh, eu devia ter desconfiado... – gritei, me levantando. – Só três taradas seriam capazes de me dar afrodisíaco para... Uurrhhh... Ora... Venham cá!!!
- Aah, Macáriooohhhhh...
E me joguei em cima daquelas gostosas.
E, nesse passo, se desenvolveu a orgia. As três gostosas, combinadas com o tal afrodisíaco (eu já tinha ouvido aquele nome antes, onde mesmo?), não deixavam meu pinto amolecer... tampouco descansar. As três irmãs se revezavam em ser penetradas. E, quando uma saía, outra entrava... e quando eu me aproveitava de uma, as outras duas se agarravam, se bolinavam. Teve uma hora em que, enquanto eu penetrava uma, eu bolinava as outras duas com as mãos. Isso era tão estimulante. Tão bom... tão!...
Ao fim, perdi a conta de quantas vezes nós quatro fizemos, quantas vezes gozei sem perder o vigor. Eu “disparava”, e a “pistola” não murchava, mantinha-se “armada”. Aquela bebida era eficiente mesmo. Fazia meu aparelho reprodutor e meu sistema nervoso, principalmente as partes encarregadas pelo prazer sexual, trabalharem adoidados. Só sei dizer, no entanto, que as três eram insaciáveis, e cada uma recebeu sua cota de “leite”. Eu é que já não estava mais aguentando. Já estava vazio. Meu p(...) até doía. O efeito do tal satyricon já estava passando... Não sei se aguento mais três... porque aquelas taradas não davam sinais de que iam parar.
Por fim, quando as três desmaiaram mais uma vez, dando, afinal, algum sinal de esgotamento, eu, que mal conseguia me sustentar ajoelhado (quanto mais de pé), muito fraco mesmo, me sentindo um tubo de pasta de dente espremido, só pensava em uma maneira de sair dali...
Se isso for sonho, para eu poder voltar ao meu apartamento, eu preciso arranjar uma forma de ser morto...
Aí, olhei para a piscina, e me ocorreu uma ideia meio fraca: me jogar nela, e me afogar. E já ia me arrastando para a piscina, feito um jacaré, quando ouvi a voz de uma das garotas atrás de mim...
- Aonde vai, gostosão? O efeito do satyricon não pode ter passado já...
- Macário, vai entrar na piscina?!
- Quer fazer dentro d’água agora, Macário?!
Levei um grande susto. E me joguei na piscina, sem olhar para trás.
Abri o olho dentro da água, e enxerguei algo flutuando. Instintivamente, alcancei: era meu apanhador de sonhos, que ainda boiava na água.
Mas, mal alcancei o objeto, tive uma surpresa desagradável.
Ouvi sons de mergulho. Aquelas três taradas entraram na água atrás de mim?! Eu tenho de sair daqui, antes que... eu acabe sendo morto... que meu corpo seja o próximo a ser usado nas aulas de anatomia do curso de Medicina da faculdade... e com o pênis ereto!!!
Mas aí... Algo mordeu minha perna, com força, para arrancar, mesmo. Sentindo a dor lancinante, e vendo a nuvem vermelha de sangue se erguer na água, acabei vendo, com apreensão: havia um TUBARÃO na piscina.
E não era só isso: de repente, me vi cercado de tubarões. Não pude ver que espécie era, mas era dos menores, mais ou menos do meu tamanho. Tubarões, em uma piscina! E famintos!
Famintos, sim: mal tive tempo de pensar em alguma coisa, os tubarões começaram a me devorar vivo, arrancando pedaços de meu corpo, antes que eu esboçasse alguma reação... A água da piscina começou a ficar turva de sangue... As minhas vísceras já começavam a flutuar na água, sendo pegas pelos outros tubarões... Eu não conseguia gritar sob a água... Eu estava sendo devorado vivooo...
E a dor mais lancinante: um dos tubarões arrancou a dentadas o meu pêêêêênisss...
A última coisa que ouvi, antes que um dos tubarões avançasse em direção ao meu rosto, foi uma voz feminina falando:
- Nos perdoe, Macário...
Não... não era um tubarão... era uma mulher... era a Morgiana que nadava e, com aqueles dentes, avançou com tudo para cima de minha cabeçaaaahhh...

E, novamente, acordei.
Estava inteiro! Todas as partes de meu corpo estavam no lugar!
E eu estava... onde estou?!
Ao meu redor, havia uma trama de azulejos. Eu ainda estava na...
Olhando em volta... não, não era a piscina. Havia ar na minha volta, não água. Era...
Era o box do meu banheiro!
Eu acordei jogado no box do chuveiro. Estava com o corpo molhado. De apanhador de sonhos no pescoço e peladão, naturalmente.
E o box estava sujo de... sêmen!
Levantei, com dificuldade. Estava com as pernas bambas. Me sentia vazio.
O que aconteceu, de fato: será que eu havia caído e batido a cabeça enquanto eu estava limpando o banheiro? Mas eu lembro que havia ido para o meu quarto... ou será que...
Isso tudo estava muito perturbador. Eu devo estar enlouquecendo! Deve ser isso!!!
Ligo o chuveiro, e deixo água quente cair sobre mim. Jogo água sobre os fluidos corporais, que escorrem pelo ralo.
E, depois, desligo o chuveiro, e me seco com a toalha ali pendurada.
Ainda com as pernas bambas, e peladão, com a toalha enrolada na cintura, vou comer alguma coisa na cozinha. Como havia feito compras no dia anterior, eu tinha o que comer...
Aliás, que dia é hoje? Que horas são?!
Para saber as horas, havia o meu despertador. Corri para o meu quarto, que ainda estava inteiro, para ver: quatro da tarde. Para saber o dia, ligo a televisão: estava passando a programação dominical, então, é domingo.
Eu havia dormido no box do banheiro?! Foi isso?! Escorreguei, bati a cabeça e fiquei horas desacordado no box?! Confiro minha cabeça: não, nenhum galo, corte ou quaisquer sinais de acidente.
Mas aí eu corro para o tanque da área de serviço: confirmado. Estavam ali. Não um, mas três biquínis (as partes de baixo). Mais três calcinhas para a “coleção”.
Procurei minha cueca e minha calça, encontrei-as jogadas em cima do vaso sanitário tampado (onde costumo apoiar minhas roupas quando vou para o banho) e vesti. E... deitei no sofá da sala, em posição fetal.
Oh, céus. Estava tudo indo longe demais. Mais uma noite que eu tive uma transa no reino dos sonhos, mas que parecia bem real. E, desta vez, essa transa foi com três garotas. Tão lindas, gostosas, taradas – e só uma eu já conhecia, as outras... Tão bom para ser verdade.
Eu estava perdendo a razão... Só podia ser.
Estava chovendo mulher na minha vida, mas isso não significava, necessariamente, uma coisa boa. Será que, de alguma maneira, eu desejava as garotas do grupo dos “monstros”? Talvez seja essa a resposta, eu estava sendo afetado, de alguma forma, pelo meu subconsciente. O pior é que eu não tinha ninguém para poder conversar a respeito... o que meus conhecidos iriam dizer se eu contasse que estava transando com garotas nos sonhos, não estava acordando na hora do clímax, e que essas garotas estavam depois me matando?! Iriam dizer que eu estava ficando louco... Minha vida sexual era muito ativa, mas, ultimamente, eu estava exagerando. Talvez seja o excesso de garotas reais da última semana que começou a afetar minha mente. Antes, era uma garota por semana, e eu me sentia tão são, de mente. Na última semana, o índice aumentou para uma garota por dia. Contando as imaginárias...
Quanto tempo será que fiquei ali, encolhido, naquele sofá, olhando para o vazio, ignorando a televisão ligada, cuja programação passava alheia ao sofrimento de quem lhe assistia?!
Aí, meu olho bateu no celular largado ali, ao lado da TV. O celular novo que ganhei de presente de Âmbar. Alguma coisa me dizia que eu devia pegar aquele celular e ligar para Âmbar.
E... é o que vou fazer! Ligar para Âmbar! Sentia que, de alguma forma, ela ia entender pelo que eu estava passando! Afinal, ela havia até enchido a cara e pedido perdão para mim...
Com alguma hesitação, ativei o celular e liguei para aquele número do bilhete: 846163648. Pus o telefone no ouvido e, meio apreensivo, ouvi os toques de chamada – a linha estava desocupada. Mas houve demora: um toque... dois toques... três toques... quatro toques... cinco toques... seis... sete... oito...
Ela não ia atender ao décimo toque...
Mas, quando deu o nono toque, houve uma série de estalos. Os estalos de quem atendeu o telefone. E ouvi uma voz feminina grave:
- Alô.
Fiquei nervoso. Não respondi imediatamente.
- Alô?! – repetiu a voz. – Quem?
Hesitei em perguntar:
- Âmbar?
- Quem fala?
- É... é a Âmbar?
- Sim. Quem fala?
Sua voz estava grave e um pouco mal humorada.
- Âmbar... sou... sou eu, o Macário.
Houve dois segundos de silêncio. E, de repente, sua voz explodiu em euforia:
- Macário!!! Mas que bom!!!
Levo um susto.
- Desculpe, Macário. – sua voz deu uma acalmada. – Desculpe, eu não reconheci sua voz. Ooh, finalmente você ligou para mim, estou tão feliz...
- Hum... sim, Âmbar. Você... você estava esperando tanto assim que eu ligasse?
- Eu estive... Mas por que você não me ligou antes?! Mesmo depois de ter recebido o celular novo?!
- Eu... eu estive... hum... ocupado. E não tenho me sentido muito bem...
- Acho que te entendo, Macário. Deve estar sendo dureza para você aguentar a barra desses últimos dias.
- Pois é... trabalho, estudo, mais trabalho... E não estou conseguindo mais distinguir a realidade do sonho, sabe...
- Eu sinto muito, Macário... eu sei, tenho culpa nisso tudo também.
- N-não, Âmbar, você não tem culpa...
- Tenho sim, Macário. Sabe... eu usei os portais mentais para te trazer ao meu quarto e transar com você.
- Como?!
- Sabe, Macário, é uma espécie de encantamento que nós sabemos manipular... Você pode não acreditar... Podemos usar os portais mentais para fazer uma ligação mental com você, e manipular a realidade, e... Olha, Macário, é mais fácil eu mostrar do que lhe explicar pelo telefone. Mas o que eu posso te dizer, por enquanto, é que há um efeito colateral nisso tudo... as pessoas envolvidas ficam muito confusas mais tarde, delirantes, paranoicas, não conseguindo distinguir a realidade do delírio... E eu... eu sinto muito... eu... (soluço)
Ouvi Âmbar começando a chorar. Portais mentais? Eu ouvi a Morgiana falando algo assim. Então... As garotas sabiam lidar com... magias?! Eu estava ficando cada vez mais assustado.
- Eu... eu sinto muito, meu amor... (soluço) Macário... eu não queria que você passasse por isso... (soluço) Eu gosto demais de você. Aliás, todas gostamos. A Andrômeda, a Morgiana, a Fifi... (soluço) Mas há um preço alto para pagar: depois que conseguimos o que queremos, o outro deve sofrer uma morte ritual para que ele volte à realidade... Eu sei que... que... (soluço)
- Hã... eu não estou entendendo direito, Âmbar, mas...
- Eu estou muito preocupada com você, Macário... Com os planos que o Luce tem para você... (soluço) Você é legal demais para sofrer por nossa causa... (soluço)
- Âmbar...
- Você está em casa agora?!
- Eu... eu estou... eu estou no meu apartamento, vendo tevê...
- Ah. Então... (soluço) a Morgiana te trouxe para casa direitinho, não é?!
- Mor...
- Sim, Macário... esta noite, você esteve com a Morgiana, não foi? E na anterior foi a Andrômeda, não foi?!
- Co... como você sabe?
- Os portais mentais, Macário. A nossa forma de acessar tua mente... E você acessar a nossa. Mas (soluço) ainda que à custa de seu sofrimento... (soluço) não podemos negar que é muito gostoso fazer sexo com você... (soluço) mesmo que seja necessário matar você depois... (soluço) para você poder voltar à realidade... (soluço) é cruel demais, dar um pesadelo como compensação pelo prazer do sonho, meu amor... (soluço) estamos todas sofrendo por isso, Macário, é sério... (soluço) Aaah, Macário...
Quanto mais ouvia Âmbar chorar ao telefone, menos entendia toda aquela história.
- Â... Âmbar... Onde... onde você está?
- Eu... eu estou no meu quarto de hotel, Macário. Estou na excursão promovida pelo Luce... Ele... Ele pediu para não contar onde fomos, e... Macário... Oh, Macário... (soluço) Por favor, me perdoe, eu... (soluço) Eu... Eu vou ter de desligar... Eu... Outro dia a gente se fala... (soluço) Mas a gente ama você, Macário... De verdade... (soluço) Eu te amo... e... Macário... (soluço) eu não sou gorda. Não tenho culpa dos meus seios grandes... (soluço)
- Hein?!
- Aí, Âmbar – ouço, no fundo, uma voz grossa, masculina. Reconheci a voz de MC Claus. – Com quem você tá conversando aí?
- Claus! – ela exclamou. – Não é nada disso que você está...
Ouvi o clique, e depois o sinal indicando o fim da ligação. Ela desligou.
Agora sim, é que eu me sentia mais abandonado. Certamente, Âmbar esperava um momento melhor para poder conversar. Ela ia falar mais alguma coisa, mas talvez não pudesse falar na frente dos outros... Pude constatar que a chegada do MC Claus foi súbita e inesperada.
Portais mentais?! Então... não era sonho, e ao mesmo tempo era?! Parece ser um convite para que eu comece a fazer estudos de misticismo, combinados aos de medicina. Acho que não era com monstros que eu estava lidando... era com... bruxos. Feiticeiros, místicos... E havia, no fundo, uma conspiração para que eu não soubesse de nada... Estava ficando assustado.
Um momento de hesitação depois, resolvi ligar... para os meus pais. Decerto, eles estariam querendo notícias minhas, tanto tempo faz que eu não ligo. E estava certo: eles expressaram estarem com saudade, preocupados com o que eu andava fazendo. Lá na outra cidade, eles não tinham como saber a quantas andava minha vida, principalmente a sexual – se soubessem, iriam se escandalizar. Ainda bem que eles confiavam na minha palavra. Bem, mas depois de conversar com eles, eu já me sentia um pouco melhor. Muitas vezes, conversar com os pais é realmente reconfortante. Disseram que, em breve, poderiam aparecer para uma visita, quando eu menos esperasse. Mas surpresos ficaram em saber que eu havia, afinal, comprado um celular novo. Foi uma mentira, mas necessária – que tipo de reação eles teriam em saber que ganhei um celular novo, de uma desconhecida? Tive de dizer que comprei. Mas não falei muito sobre os meus problemas. Falei que estava triste, que estava encarando uns pepinos no trabalho, na faculdade, mas que não era nada grave, que ia passar... E, não, hoje não tinha garota no meu apartamento, mãe, estou tendo mais juízo. Vai passar. Espero que passe.
Ah... minha mãe, uma senhora carinhosa, mas muito exigente, ela cobrava bastante juízo e educação... e meu pai, homem de muita cultura, apreciador de arte, histórias em quadrinhos e literatura, sempre se esforçou em passar para mim um pouco do seu cabedal cultural. Em parte, eles conseguiram me tornar um jovem diferente dos meus ex-colegas de colégio, mais alienados e que pensavam mais em diversão que nos estudos e nas responsabilidades... minha única rebeldia é ser muito mulherengo e essa mania de trocar o dia pela noite, mas sempre fui um bom filho, um homem com a qual as meninas poderiam casar sem medo. Outra coisa que meu pai sempre procurou me orientar, ele contava que teve muito trabalho para conquistar minha mãe para que eu pudesse vir ao mundo, que eu não devia me deixar iludir pelas ideias que o mundo atual tem de amor, sexo, relacionamentos, etc... Mas casar, sempre foi o último de meus planos. Pensar em uma mulher para o resto da vida, não era a minha preocupação mais imediata – primeiro, vou me formar médico e começar a clinicar. Mas precisava, pelo menos, demonstrar que sou responsável, que não haveria o que temer por parte deste mulherengo... que elas poderiam ter uma ilusão...
Bem. Chega de devaneios. Desliguei o celular, passei no banheiro, fiz uma jantinha. Segundo a televisão, já eram sete horas na noite. Acho que vou deitar cedo e dormir. Dormir até o fim da tarde de segunda, quando tudo começará de novo.
Não... hoje não vai acontecer nada... Procurei sugestionar a mim mesmo que nada aconteceria hoje. Você não vai encontrar ninguém pelos tais portais mentais, Macário... as garotas já acabaram... Nenhuma das outras mulheres da patota do Luce tem um interesse imediato em você...
Apreensivo, fiz questão de olhar bem o meu quarto antes de deitar. Não havia nada de anormal quando abri a porta. Meus móveis estavam todos no lugar, estavam sim. Cama, roupeiro, escrivaninha... estava tudo normal. Por via das dúvidas, olhei embaixo da cama, também. Nada anormal...
De cuecas e apanhador de sonhos, deitei na cama, joguei as cobertas em cima de mim... e passei um tempo de olhos abertos, sem dormir imediatamente, deixando o sono vir aos poucos. Para ajudar, liguei o rádio, fiquei ouvindo música... E, afinal, fui adormecendo, fechando os olhos... dormi. Com uma única sensação, a de meu colchão e de meu travesseiro, e minha colcha sobre este corpo... E nenhuma mulher. Hmmm...
Que se danem todas as mulheres... Reais e imaginárias... Elas só querem saber dos meus drinques e do meu pinto, não da minha pessoa...

Mas quanto tempo será que passei assim?
Não me lembro se cheguei a sonhar com alguma coisa. Diante de minhas pálpebras cerradas, só a escuridão da inconsciência trazida pelo hálito de Morfeu. Quanto tempo durou? Até o momento que abri os olhos, ouvindo uma voz me chamando...
- Ei, Macário... Macárioooh? Acorde, seu preguiçoso... Agora é a minha vez... nyah...

E a primeira coisa que enxerguei foram dois olhos de gato me observando de volta.

Próximo capítulo em 15 dias. E a história promete esquentar: dentro de mais algumas semanas, os primeiros mistérios serão resolvidos.
Até aqui, o que estão achando? Continuo? Paro? Modifico? Como ninguém está dando feedback, nem positivo e nem negativo, estou com plena liberdade de colocar o que eu quiser nesta história. Só vocês podem impedir... Ou continuar lendo do jeito como está.
Aguardem novidades. A atividade plena do blog deverá ser retomada, se o Grande Desenhista do Universo permitir.
Até mais!

Um comentário:

Lucas Cristovam disse...

Me perguntando seriamente porque ainda não tinha lido Macário antes. Eu acho que já havia me prometido, mas nunca o tinha feito. Pois vou é começar agora!!

Eu acho que meu único conselho seria mudar a cor da fonte, Rafa. Não sei quanto aos outros leitores, mas eu acabei me perdendo um pouco por causa da cor.

De resto, eu nem preciso comentar o quanto você é O Cara!