Olá.
No domingo passado, resenhei para vocês a primeira série de animação da franquia QUEEN’S BLADE. Hoje, trago a segunda série, de um total de três produzidas até agora.
Para quem chegou agora, QUEEN’S BLADE surgiu no Japão em 2005, como uma série de RPG produzida pela empresa Hobby Japan. A partir de 2009, a série ganhou uma versão em animação, produzida pelo estúdio ARMS (a mesma da franquia Ikkitousen). Trata-se de uma série do gênero ecchi, ou quase-hentai, onde garotas gostosas e de vestimentas “sensuais” travam combates em um mundo fictício medieval.
A primeira série, lançada em 2009, foi Queen’s Blade: Rurou no Senshi (As guerreiras andarilhas). Já esta segunda série, Queen’s Blade: Gyokuza no Tsugu Mono (A sucessora do Trono), apareceu no mesmo ano, e continua os fatos apresentados em Rurou no Senshi.
Para entender: no mundo de QUEEN’S BLADE, um mundo medieval, ocorre de quatro em quatro anos (tal como uma olimpíada ou copa do mundo) um grande torneio para definir a próxima rainha do continente. Assim sendo, diversas garotas, de diversas raças, combatem entre si, com ou sem armas, e as lutas, julgadas por anjos e transmitidas a todo o mundo através de esferas flutuantes no céu, terminam apenas por nocaute ou desistência do adversário. Isso é o básico.
Na primeira série, acompanhamos as andanças de um grupo de guerreiras, humanas, elfas e demônias, em direção à capital do reino, Gainos, onde vive a rainha. Dentre as principais personagens da série, estão Leina, a Guerreira Vagante, Tomoe, a Sacerdotisa Guerreira, Claudette, a Generala da Tempestade, Nanael, o Anjo da Esperança, e muitas outras, que usavam como vestimentas armaduras que mal cobrem os próprios corpos (quanto mais protegê-los), vestidinhos muito suspeitos, biquínis sumários complementados por adereços, animais usados como vestimentas e até gente que não usa calcinha. E, inevitavelmente, as lutas são uma sucessão de seios nus saltando para fora, closes nas bundas das guerreiras, posições constrangedoras... enfim. É apenas confirmação de que nós, homens, adoramos ver briga de mulher. Se elas rasgarem toda a roupa durante o combate, melhor ainda.
Bem. Rurou no Senshi não foi, por assim dizer, um dos mais excelentes cartões de visita da série, pois o roteiro era irregular demais e bastante arrastado para a trama caber em apenas 12 episódios. Bem, mas para quem se interessa, é preciso ver Rurou no Senshi para entender Gyokuza no Tsugu Mono, que é a melhor série da franquia – e que também tem 12 episódios.
Por quê? Simples: porque é em Gyokuza no Tsugu Mono, ou como podemos chamar, Queen’s Blade – Parte 2, que o Queen’s Blade começa de verdade. A primeira série serviu mais para apresentar as guerreiras que irão combater no torneio na cidade de Gainos, na qual elas chegaram à custa de muito sangue e suor (e outros fluidos corporais).
Na parte dos personagens, temos velhas conhecidas da série e diversas personagens que só apareceram rapidamente na primeira série. E todas as personagens têm a sua quota de importância para o desenrolar da história. Mas iremos falando aos poucos.
Bem. Dá para se dizer que a personagem principal da série seja a jovem Leina, filha de um nobre feudal, que encontrou no Queen’s Blade uma forma de conseguir a liberdade que tanto almejava – anteriormente, ela fugiu de casa e corria para, entre outras razões, não ser capturada pelas pessoas que queriam levá-la para casa. Bem. A escultural Leina, cuja armadura mal protege a parte da frente de seu corpo, conseguiu chegar a Gainos. Suas duas irmãs também vão competir: a mimada e mutcholoca Elina, que sente uma paixão incestuosa pela irmãzinha (e por isso faz de tudo para enfiar a cara no meio de seus seios), e a sensata e violenta Claudette, a Generala da Tempestade, meia-irmã de Leina e fiel servidora da casa dos Vance - muito embora seus esforços não sejam de todo reconhecidos pelo pai, o conde Vance (cujo rosto finalmente aparece na série).
A outra heroína da série é Tomoe, a Sacerdotisa Guerreira de Hinomoto (um tipo de Japão Feudal), que combate no Queen’s Blade para salvar a sua nação – e que está acompanhada da ninja mal-vestida Shizuka.
E não podia faltar Nanael, a anjinha trapalhona e arrogante, que desta vez é enviada pelos anjos superiores para lutar do torneio – o objetivo é espionar a Rainha e as atividades da misteriosa entidade maligna conhecida apenas como a Bruxa do Pântano – que ainda não dá as caras na série.
As outras personagens que apareceram na série são: a Bandida do Deserto, Risty, obstinada a vencer o torneio e tornar a corrupta sociedade desse mundo mais justa; as elfas Alleyne, a instrutora de Combate, e sua alegre e deslumbrada discípula, Nowa (a que não usa roupa de baixo); a elfa safada Echidna, que gosta de molestar suas adversárias e que usa uma cobra como biquíni; a monstruosa mas bondosa Cattleya, a forjadora de armas e mãe de família que, acompanhada de seu filhinho, o adorável Rana, entra no torneio para procurar o marido desaparecido; a gananciosa Ymir, a Princesa do Aço, uma anã com jeito de boneca que usa o Queen’s Blade para vender as suas armas (é, ela sabe o que é marketing); a insensível Irma, a Presa Assassina, uma assassina profissional de passado sofrido e muito angustiada; e o trio de demônias asseclas da Bruxa do Pântano: Melona, a Assassina de Mil Faces, a malucona demônia cor-de-rosa que pode mudar de forma; a alienada Menace, a Rainha dos Tempos Antigos, cujo único interesse é reconstruir seu antigo reino e arregimentar escravos; e a fiel Airi, a Sedutora do Submundo, a vampira psíquica (se alimenta de energia vital de seres vivos) - as três menininhas que aparecem no cartaz acima.
Já as personagens novas são: a submissa Nyx, uma mulher sem vontade própria, que carrega como arma o monstruoso Funikura, a Arma Viva, um demônio que molesta a sua portadora quando ela hesita (os monstros de tentáculos que molestam sexualmente mulheres humanas também são muito comuns nos animes hentai; embora a moléstia não seja explícita aqui, é muito sugestiva); a sacerdotisa Melpha, uma freira peituda (ela compete com Cattleya pelo título de maiores seios do torneio) e em permanente estado de conflito sexual que ataca as suas oponentes fazendo uso de poses eróticas que liberam poderes excepcionais (aquela estampa na calça dela é muito, muito suspeito); e a rainha do continente, a sádica Aldra, uma jovem que usa uma roupa muito esquisita (o que é aquele enfeite no meio de suas pernas?!), e que possui, além de um tenebroso segredo dentro de si, um olho demoníaco com o qual trasforma seus inimigos em pedras – ou melhor, aprisiona-os dentro de âmbares (lembram âmbar onde se encontram insetos fossilizados).
Bem. Os combates que se desenrolam no Queen’s Blade são imprevisíveis – apenas, claro, para quem assiste a série da primeira vez. Isso porque os combates são aleatórios, ou seja, as guerreiras nunca sabem com quem vão lutar, e quando, e onde. Porém, como os adversários são escolhidos por Aldra, esta se revela uma estrategista, procurando tirar do caminho quem possa representar-lhe algum perigo.
Ah: desta vez, os combates não são julgados por anjos. Estranhas criaturas altivas, um híbrido de anjo e demônio, aparecem de repente no recinto e chamam as guerreiras para a luta. E os combates são no mata-mata: quem perder está fora, mesmo que saia viva do combate. Simples assim.
Oh, sim: durante os combates, as guerreira que possuem alguma relação entre si também tem a chance de lavar um pouco de roupa suja – no sentido de acertar contas entre si. E todas as guerreiras que desenvolveram entre si, em algum momento, relações de amizade, precisam abandoná-las - afinal, todas estão ali lutando pelo título, e, sabem, amigos, amigos, tronos à parte.
Bem. Logo no primeiro episódio, Melona invade a sala do trono e tenta matar Aldra – seguindo ordens da Bruxa do Pântano. Não consegue, e ainda por cima é aprisionada no âmbar.
A seguir, Aldra manipula Risty. Através de uma falsa carta, que faz a bandida pensar que o orfanato que defendia fora destruído, Aldra induz Risty a invadir o castelo para roubá-lo, e passa a manipular a sua mente. Assim, Risty, com uma roupa novinha e tudo, passa a ser o braço-direito de Aldra.
Enquanto isso, as outras guerreiras passeiam tranquilamente por Gainos, procurando estalagens e curtindo o local. Nem tudo são flores: em um dos entrechos, Nowa, deslumbrada com a cidade humana – já que ela nunca havia entrado em uma – quase é estuprada por bandidos, mas é salva por Echidna, muito mais experiente.
Os primeiros combates são entre Tomoe e Melpha, em um estádio, e entre Nyx e Elina, em um vulcão. Este último é o mais interessante, porque Nyx, que fora empregada na casa dos Vance – e era maltratada pela arrogante Elina – tem agora a chance de se vingar dela. Mas não que isso dê muito certo, por Nyx é praticamente dependente do depravado Funikura... E há de se sentir pena da coitada, que nunca tem vez, e a seguir odiar Elina, tão esnobe que chega a ser repelente.
A seguir, um combate duplo, numa floresta: entre Alleyne e Nowa contra Echidna e Irma. Mas não que uma realmente ajude a outra, uma vez que Alleyne e Echidna têm uma rixa antiga, e Irma, que tem um passado sofrido – e ligado a Echidna, que a treinou – tem grande rancor pela elfa safada.
A seguir, os combates são: entre Menace e Claudette, no deserto – onde ambas procuram arranjar uma vantagem na luta através da natureza; e o trágico combate entre Cattleya e Airi, no qual a peituda forjadora finalmente descobre o motivo do desaparecimento do marido. E, no final, Airi e Rana conseguem salvar um ao outro.
E aí, começa uma das tramas mais interessantes da série: o pequeno Rana se afeiçoa à egoísta Airi, mesmo ela tentando afastá-lo de perto dele – e a Sedutora do Submundo, aos poucos, vai despertando um lado “bom”, tanto que deixa se sugar energia vital dos humanos, e acaba enfraquecendo por conta da fome.
Enquanto isso, desenrola-se o combate entre Leina e Ymir, em uma caverna, onde a anã faz do combate um grande jogo de marketing para as suas armas. E, por isso, não se dá bem. Mais tarde, Ymir se oferece para consertar a espada de Leina no lugar de Cattleya – mas só consegue com a ajuda do pequeno Rana. A espada a Guerreira Vagante não ficou apenas mais bonita, como também mais forte.
Nesse meio tempo, Nanael, que caíra do céu direto na Igreja que Melpha cuida, praticamente explora a ingênua freira, convencendo-a de que é um arcanjo. Porém, para não ser desmascarada, Nanael é obrigada a treinar as poses “sagradas” com a peituda. Constrangedor? Para nós, sim.
A hora de Nanael lutar tardou, mas chegou: e seu combate é com Airi, no mesmo local onde esta lutou contra Cattleya. E, nesse combate, uma descoberta incrível é feita. Seguinte: Nanael portava, quando caiu na Terra, uma garrafinha de leite sagrado – que na série anterior, lhes trouxe muitos problemas. Pois, por alguma razão, Aldra teme o leite sagrado. E mais: o leite pode quebrar as pedras de âmbar que aprisionam as vítimas da rainha – e é por um descuido de Nanael que Melona consegue se libertar. Melona, que sacou tudo antes de todo mundo, tenta agora roubar o leite que está em poder de Nanael.
E, enquanto isso, seguem as lutas: entre a ciumenta Elina e Tomoe; entre Irma e Risty (antes, Echidna e Irma são perseguidas por Risty, mas já se revela que, quando é atiçada por uma lembrança, a bandida hipnotizada consegue momentaneamente sair do controle de Aldra); o trágico combate entre Tomoe e Shizuka, onde a ninja revela os verdadeiros motivos porque acompanha Tomoe em sua missão; o combate meio chinfrim entre Leina e Nanael; e um combate emocionante entre Risty e Claudette no palácio dos Vance.
Mais importante: finalmente vemos um combate decente entre Leina e Tomoe, que era apenas sugerido nos clipes de abertura e encerramento da primeira série. Mas a aí: quem vai ter o direito de disputar o título de rainha com Aldra? Todas têm chances de serem as sucessoras do trono. Mas quem será? E será que ela conseguirá vencer Aldra?
E esse não é o único mistério da série. Tem mais: Aldra, que possui um passado sofrido, possui uma única obsessão: encontrar a irmã desaparecida, o que justifica o fato de ela estar por trás do ataque devastador a Hinomoto – que vitimou a ordem das sacerdotisas guerreiras, do qual apenas Tomoe sobreviveu. Mas... quem é a sombra que vez por outra conversa com Aldra? E por que há humanos entre os prisioneiros da rainha – já que se supõe que todos sejam demônios?
Ah, e também vemos algo interessante: Leina tira sua força para lutar dos sentimentos das guerreiras com quem luta – e, assim, também pode incorporar suas técnicas. Como cada uma tem uma motivação específica para participar do Queen’s Blade, Leina tira daí uma motivação não apenas para lutar, mas também para viver.
Na parte técnica, a animação continua excelente, a trilha sonora é o que há de melhor, o visual é ainda mais aprimorado. O roteiro é bem-amarrado e se desenvolve com calma, com momentos trágicos, emocionantes, risíveis – o problema é o último episódio, que traz a luta final do torneio, que é bastante arrastado. Mas, no fim, a série melhorou bastante. Há grandes momentos de tensão, de onde só respiraremos aliviados quando virmos que tudo acabou bem - como as personagens que aparentemente morrem durante os combates, mas retornam antes do fim da série. Só adianto que no fim tudo acaba bem para todos, e que apenas um personagem morre em toda a série. Só o que não mudou são os closes nas partes interessantes das garotas – seios, bundas, virilhas – as cenas de nudez, as sugestões de sexo, as insinuações de pedofilia e zoofilia. Logo, QUEEN’S BLADE continua machista e safado. Não recomendável a mulheres, cardíacos, homossexuais e menores de 18 anos.
Só uma coisa que envergonha depois de assistir QUEEN’S BLADE: nós nunca imaginamos que os japoneses poderiam descer tão baixo em termos de decência. É certo que a produção cultural japonesa é caracterizada pela diversidade – há séries para todos os gostos. Mas para tudo precisa ter um limite. Por causa da visão japonesa diferenciada do sexo, diferente da ocidental, é muito certo que QUEEN’S BLADE nunca vai ser licenciado no Brasil, tal como foi nos Estados Unidos. Felizmente, temos a internet.
Para quem quiser conferir esse festival de baixarias para “nerds gordos e virgens”, como alguns pejorativamente chamam, a série pode ser baixada no Anime House (http://www.an-house.net/) ou no Sakura Animes (http://www.sakuraanimes.com/). É por sua própria conta e risco, vou logo avisando.
Para encerrar, eu fiz duas ilustrações de duas heroínas da série, a sacerdotisa guerreira Tomoe (vista acima) e da anjinha maluquinha Nanael. Bem, não ficaram lá essas coisas, mas eu achei que ficaram bem melhores que a ilustração da Leina, que fiz para a postagem anterior. Buá!
Na próxima postagem da série, em breve: a série de OVAs Queen’s Blade – Utsukushiki Toushi-tachi. Para mandar a trilogia de postagens para o espaço de vez!
Até mais!
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