domingo, 25 de setembro de 2016

Filme: NÃO APERTA, APARÍCIO!

Olá.
Hoje, continuo falando de filmes das antigas, indo na contramão de outros críticos amadores de cinema da internet, que preferem priorizar as produções mais recentes. E, quando falo filme das antigas, é filme dos anos 1960 – 1970. Brasileiro, ainda por cima. Produzido no Rio Grande do Sul. E que, atualmente, só se consegue assistir graças à internet, e à boa vontade de alguns entusiastas em disponibilizá-lo na mesma.
“Ah! Filme brasileiro?! E ainda por cima velho?!”, vocês podem dizer. Mas antes de julgarem, leiam o que tenho a dizer a respeito desse filme. O segundo dos três filmes estrelados pelo cantor sul-riograndense José Mendes (1939 – 1974).
Hoje, então, vou falar de NÃO APERTA, APARÍCIO!, o filme.

A CANÇÃO
Na última postagem, falei a respeito do primeiro filme de José Mendes, Pára, Pedro!, que se tornou um grande sucesso de público, e bateu recordes de bilheteria só no Rio Grande do Sul, no ano em que foi lançado, 1969. O filme foi baseado no maior sucesso musical de José Mendes, Pára, Pedro!, responsável por fazer o cantor conhecido no Brasil Inteiro. A canção fazia parte do disco homônimo, o segundo lançado pelo cantor, de 1967.
No ano seguinte, 1968, José Mendes lança seu terceiro LP, Não Aperta, Aparício, puxado pela bem-humorada música homônima. O disco inclui ainda, entre as onze canções, os também sucessos Vai Embora, Tristeza, Pedras no Caminho e Esmeralda, homenagem à sua terra adotiva.
O tema da letra de Não Aperta, Aparício é parecido com o de Pára, Pedro!: a história de um indivíduo que causa confusão em um baile. A vaneira, totalmente de autoria de José Mendes, tem as mesmas características do sucesso anterior: ritmo acelerado, letra bem-humorada e refrão fácil e grudento, interpretado por uma voz forte e levemente esganiçada. Eis a letra...


Aparício era um índio largado,
Morador lá da costa da serra
Malandrão, muito namorador
Nos fandangos lá da sua terra
Quando ia dançar vaneirão
Só dançava bem agarradinho
Era só na base do apertão
E a mulher reclamava baixinho

Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Que esta história vai ser descoberta
Se o velho meu pai está espiando
Dá peleia e dá morte na certa

Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício não aperta
Não aperta Aparício não aperta
Que esta história vai ser descoberta

(falado): Não aperta, Aparício, larga a menina, rapaz

Certas horas o tal de Aparício
Foi dançar uma vaneira marcada
Convidou uma morena gorducha
Que por ele estava apaixonada
E o salão tava muito apertado
Era só naquele pega e puxa
Aparício dançava e pulava
E apertava a morena gorducha

Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Dava gosto de ver esta cena
A morena empurrava o Aparício
E o Aparício puxava a morena

Não aperta, Aparício, não aperta
Não aperta, Aparício, não aperta
Não aperta, Aparício, não aperta
Que esta história vai ser descoberta

(falado) Não aperta, Aparício, larga a menina que agora a coisa vai esquentar

De repente o velhão da gorducha
Era um tal de Maneca Porpício
Sapateava e gritava na sala,
“Hoje é eu que aperto o Aparício!”
E traçou-lhe o tatu no candeeiro
E o baile ficou no escuro
Só se ouvia cochichos de velhas
E mulher que gritava em apuro

Aperta Aparício, aperta
Aperta Aparício Aperta
Aperta Aparício aperta
Só se ouvia gritar “ala pucha”!
O Porpício apertava o Aparício
E o Aparício apertava a gorducha

Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Não aperta Aparício, não aperta
Que esta história vai ser descoberta

Se o velho meu pai está espiando
Dá peleia e dá morte na certa

(falado) Não aperta Aparício
Já parei!



O FILME – ASPECTOS TÉCNICOS
Bem. Aparentemente, a canção também fez grande sucesso. E a produtora Leopoldis-Som, capitaneada pelo produtor Derly Martinez e pelo diretor Pereira Dias, e responsável por Pára, Pedro!, o filme, mal deixou passar o sucesso do primeiro filme, já iniciou as tratativas do segundo filme estrelado por Zé Mendes, chamado, justamente, NÃO APERTA, APARÍCIO!.
As negociações e as filmagens de NÃO APERTA, APARÍCIO! iniciaram cerca de dois meses depois do lançamento de Pára, Pedro! nos cinemas de todo Brasil. Rodado na cidade de Dom Pedrito, RS, na fronteira com o Uruguai, NÃO APERTA, APARÍCIO! foi rodado de 13 de outubro até final de novembro de 1969, totalizando 33 dias de gravação, um recorde. Depois, foram mais alguns meses de laboratório, incluindo dublagem (sim, assim como Pára, Pedro!, as falas dos personagens precisaram ser dubladas em um estúdio do Rio de Janeiro por conta das limitações da sonoplastia do cinema em tomadas externas da época), e o filme estreou nos cinemas de Porto Alegre em 20 de abril de 1970.
A equipe técnica, e parte do elenco, são os mesmos de Pára, Pedro!: o filme foi dirigido por Pereira Dias, responsável também pela co-autoria da história (com Derly Martinez) e do roteiro e dos diálogos (com Érico Kramer); a câmera ficou a cargo de Ivo Czamanski, e a trilha sonora, composição e regência, a cargo de Alfred Hülsberg; e a produção de Derly Martinez. A atriz Alexandra Maria, além de atuar no filme, também ficou responsável pelos figurinos, assim como Leonora Corte Real em Pára, Pedro!.
No elenco, foram reaproveitados os atores Dimas Costa, Edison Acri e Adolar Costa, do filme anterior; com o acréscimo de Alexandra Maria, Angelito Melo, Roque Araújo Viana, Álvaro de Souza, Ana Amélia Lemos, Mano Bastos e Gelsy de Lemos – só entre os nomes menos conhecidos; mas, desta vez, no elenco, houve reforço de dois nomes bastante conhecidos nos papeis principais – além do próprio José Mendes, é claro: Grande Otelo, o eterno parceiro de Oscarito nas comédias da Atlântida, e José Lewgoy.
O filme também apresenta uma cômica sequência de animação em sua abertura – com uma breve interrupção com uma cena cômica protagonizada por Grande Otelo e uma vaca.
NÃO APERTA, APARÍCIO!, o filme, no entanto, fez menos bilheteria que o filme anterior, porém possibilitou que os próximos filmes da Leopoldis-Som fossem autofinanciáveis. Ah: NÃO APERTA, APARÍCIO! também foi financiado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), assim como Pára, Pedro!; o banco despendeu uma verba de NCr$ 272 mil para rodar o filme. Não sei dizer quanto dá, mais ou menos, em valores de hoje; nem as fontes que consultei informaram a bilheteria bruta do presente filme.
A queda na bilheteria de NÃO APERTA, APARÍCIO! se deveu justamente à inevitável comparação com o filme anterior. Enquanto Pára, Pedro! era mais divertido, NÃO APERTA, APARÍCIO!, em seus 102 minutos, tem mais movimento, mais violência, cenas de ação que se aproximavam do gênero bangue-bangue (incluindo cenas de luta e tiroteio mais realistas), e menos humor que o antecessor. A técnica ficou mais aprimorada, e havia maior preocupação por parte dos produtores em retratar os costumes tradicionais do Rio Grande do Sul, principalmente a lida campeira, e oferecer ao público uma história simples, compreensível e menos subjetiva, ainda que execrável pela intelectualidade que tinha veneração pelas produções do Cinema Novo, o cinema “engajado” contra os ditames do Regime Militar.
Mas o filme causou boa impressão no público: houve, inclusive, pedidos de cópias de NÃO APERTA, APARÍCIO! para exibição em universidades dos Estados Unidos, como forma de estudo dos costumes dos povos do sul da América Latina. Pára, Pedro! também teria sido exportado para exibição no México.
No entanto, o roteiro, desta vez, estava menos alinhado com a canção original. O personagem principal tem pouco a ver com o retratado na canção – José Mendes construiu outro mocinho de cinema, com poucos vícios. E o roteiro acaba se perdendo um pouco no próprio gênero: começa como comédia estilo Mazzaropi, e, no transcorrer do enredo, que também se relaciona com o contrabando na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, se “transforma” em um bangue-bangue à gaúcha, perdendo humor – que só se sustém graças à atuação de Grande Otelo, engraçado apenas com sua presença. No entanto, o filme contém insinuações leves de racismo e cenas de tortura – a vítima, claro, é o personagem de Grande Otelo. Para sua época, até compreensível.

A TRAMA
O personagem principal do filme, chamado Aparício (José Mendes), pouco tem a ver com o “índio maleva e mal-acostumado a fazer confusão em bailes e festas” da canção (até porque o filme não tem nenhuma cena passada em baile de galpão, no máximo uma celebração de peões no campo, em uma carreira de cavalos): o mocinho mantém apenas por defeito ser mulherengo. Fora isso, Aparício é até um rapaz respeitável: filho de um estancieiro da região de Dom Pedrito, o Coronel Leonardo (Angelito Melo), Aparício é um rapaz de cultura, que estudou na Capital (Porto Alegre), porém gosta da vida campeira – administra a fazenda, no lugar do pai acometido de reumatismo, trabalhando junto com os peões, lidando com bois e ovelhas, e cantando de vez em quando (o filme apresenta três canções de Mendes). Seu grande amigo é Tonico (Grande Otelo), negrinho atrapalhado, xereta, palpiteiro e intrometido, que vive sempre caindo durante a lida no campo, e cuja dificuldade em montar a cavalo (ele necessita sempre de um banquinho para alcançar o estribo da sela) é uma das grandes desvantagens em seu trabalho. Aparício e Tonico são irmãos de leite – a mãe do negrinho amamentara Aparício, órfão de mãe, quando era pequeno. E, além de confidente, Tonico é parceiro de confusões de Aparício.
O filme começa em um circo: Aparício e Tonico estão assistindo um espetáculo, o circo lotado, até que o estancieiro resolve sair da plateia e cortejar, por assim dizer, atrás da lona, uma equilibrista (atriz não identificada), que há pouco se apresentara na corda-bamba. O dono do circo (ator não identificado), pai da moça, e que anteriormente fizera uma demonstração de atirar facas, ao ver os dois se beijando, espanta Aparício a tiros, provocando uma grande correria no público, que derruba o circo. Na delegacia de polícia, o dono do circo pede satisfações ao pouco competente delegado (ator não identificado), que também começa a cortejar a equilibrista.
Aparício, com sua fama de encrenqueiro e mulherengo, e apesar de ser, na verdade, respeitável, sempre leva a culpa em todas as confusões ocorridas em Dom Pedrito, o que preocupa seu pai. No entanto, uma mudança acaba ocorrendo na vida do rapaz...
E essa mudança se apresenta na figura de Aurora (Alexandra Maria). A moça, nascida no Rio de Janeiro, é filha de um gaúcho (ator não identificado), que morara muito tempo no Rio, mas que resolveu voltar a “ser gaúcho”, e compra a Fazenda da Estrela, estância de criação de gado vizinha à do Coronel Leonardo. Aurora, já acostumada à vida campeira (apesar das roupas “modernas” e do excesso de maquiagem), conhece Aparício em um açude do Rincão do Inferno, próximo à estância. Ele vai buscar uma ovelha perdida no campo, e encontra – e se encanta – com a morena. A partir daí, Aparício decide deixar a vida de mulherengo de lado.
Aurora, apesar de precavida – sua criada, Genoveva, é quem informa a ela a respeito de Aparício e sua índole – também se deixa encantar pelo rapaz. O sentimento entre os dois é sincero, porém, há dois “atrapalhos”...
O primeiro é a intromissão de Tonico, que, curioso em saber quem é a moça que “enfeitiçara” o patrão, acaba se intrometendo. A moça insinua um leve interesse pelo negrinho – mas só insinua.
Mas o maior “atrapalho” à relação entre Aparício e Aurora vem da parte do vilão da história, Canhoto (José Lewgoy). Ex-peão demitido da fazenda do Coronel Leonardo, Canhoto e seus comparsas atuam como contrabandistas – na primeira cena em que aparecem, contrabandeiam fumo e garrafas de cachaça para o Uruguai dentro de um caixão de defunto. Canhoto foi recém-contratado pelo novo dono da Fazenda da Estrela como capataz, e tem planos de aproveitar da confiança depositada pelo novo patrão para contrabandear gado através da fronteira. Entre os comparsas, Canhoto leva Gringo (Edison Acri, com falas em “portunhol”), o preguiçoso e reclamão filho de um comerciante uruguaio. Em uma cena cômica do filme, Gringo sofre para pregar um simples cartaz em uma parede, demonstrando imbecilidade. Porém, no entanto, Gringo deixa a preguiça de lado e vai assumindo atitudes de vilania.
Bueno: Canhoto acaba criando um desentendimento entre os donos das duas estâncias, ao derrubar uma cerca da fazenda da Estrela, roubar cabeças de gado – que ficam pastando no Rincão do Inferno até o momento de atravessar a fronteira – e conseguir fazer a culpa pelo roubo, ou sua simples suspeita, cair sobre o jovem Aparício, já que o gado passou pelas terras do Coronel Leonardo. Os donos de ambas as estâncias acabam discutindo violentamente – e Tonico, pintando uma parede, ouve o diálogo. Como consequência, Aparício e Aurora ficam proibidos de se verem.
Torturado pelo castigo, Aparício resolve mandar uma carta para Aurora, através de Tonico, que atravessa o Rincão do Inferno. E, lá, acaba descobrindo o paradeiro das cabeças de gado roubadas. Apesar do cuidado para não ser visto, Tonico acaba capturado pelos comparsas de Canhoto – e chega até a ser torturado, com chicotadas nas costas e brasa de lenha no calcanhar.
Notando a demora pelo retorno de Tonico, e a pedida da mãe do peão, Aparício vai atrás do amigo, criando, nesse momento, o clímax e as cenas de bangue-bangue do filme (com a participação de Grande Otelo), e conduzindo ao final típico desse tipo de produção...
Bueno. NÃO APERTA, APARÍCIO! cumpre o papel que lhe coube: oferece uma história simples, com diálogos que explicam bastante os personagens e suas ações; mas, como eu disse, o filme se perde um pouco no gênero – da comédia, descamba para a ação e o suspense, perdendo comicidade. Demanda que o público preste atenção para não perder nenhum detalhe – principalmente por conta da presença de mulheres bonitas, em roupas “provocantes”, como trajes circenses, vestidos curtos e/ou rodados e calças compridas, mas coladas ao quadril. O suprassumo da moda feminina de sua época, quando a revista O Cruzeiro ditava as tendências. E, bem, Alexandra Maria estava longe de ser uma “morena gorducha”, como a da música.
As falas, dubladas, acabam dando artificialidade nas interpretações, principalmente nas de Zé Mendes e Alexandra Mara. Quem se sai melhor são Grande Otelo e José Lewgoy. Mas isso é culpa da técnica da época, que dificultava a captação de vozes nas tomadas externas – e demandava, ainda, que os sons externos das cenas também fossem substituídos por foley (sons gravados em estúdio).
Outro defeito do filme acaba ficando por conta dos personagens: uns, como a equilibrista e a criada Genoveva, tem suas cenas, sua atuação, mas depois desaparecem do filme, e é uma pena a defenestração da equilibrista, que poderia acrescentar um elemento a mais de comédia e mal-entendido à história; outros não são perfeitamente bem construídos, como o protagonista Aparício e o Gringo, que no decorrer do filme, iniciam com uma personalidade, e terminam com outra. Pereira, Kramer e Martinez, em seu roteiro, sequer conseguiram ressaltar direito o lado “Don Juan” de Aparício, se levarmos em conta as cenas em que ele contracena com Aurora; realmente, não quiseram comprometer a imagem do seu astro...
Se prestarem atenção, os espectadores podem também encontrar defeitos de continuidade nas cenas – como objetos que mudam de posição repentinamente, com relação à tomada anterior.
O forte da produção acaba sendo, por consequência, o retrato da vida campeira do Rio Grande do Sul da época: gaúchos pilchados cavalgando, laçando e marcando gado, campeando e tosquiando ovelhas... Há uma cena passada nas carreiras de cavalos, atividade esportiva campeira típica, e demonstrações de raras danças gaúchas. Retratos de uma época que já se foi. E três canções de Zé Mendes: além da música-tema, Não Aperta, Aparício, que toca na abertura animada – e no fim pouco tem a ver com o filme – temos Zé Mendes interpretando, em cena, Canto da Seriema (que, curiosamente, fazia parte do disco Pára, Pedro!) e Vai Embora, Tristeza.
Ainda assim, NÃO APERTA, APARÍCIO! vale uma assistida. Desconto só para as longas sequências, como as das danças, que paralisam um pouco a história. E os defeitos já enumerados, mas que por si não comprometem o conjunto.
O filme, não sei se está disponível em DVD, mas ele pode ser assistido no YouTube. Já serve como um consolo.

(FONTES: COSTA, Ajadil. Pára, Pedro! - José Mendes, Vida e Obra. Porto Alegre: Alcance, 2002; MB Artes Gráficas, 2013 [Edição Publicitária]. P. 91 - 94. Imagens: internet.)

PARA ENCERRAR...
Não tendo outra coisa, deixo, de novo, alguns esboços, alguns desenhos sem muito sentido, apenas como exercício do desenho. Ou melhor, alguns feitos como distração durante períodos de espera: estes desenhos, como podem ver, foram feitos em guardanapos de papel, com caneta esferográfica, alguns mostrando meus personagens. Tudo para manter o plano de não ficar nem um dia, deste ano, sem desenhar, nem que seja um desenho em um guardanapo de papel...
Na próxima postagem, o último filme de Zé Mendes, A Morte Não Marca Tempo. E daremos o assunto por encerrado, por enquanto.

Até mais!

Um comentário:

Lana Porto disse...

Olá! Muito interessante sua análise desse filme. Assisti essa produção quando era criança. Por causa de sua postagem resolvi assistir novamente. Concordo inteiramente com suas colocações. Quanto a atriz que interpetrou a equilibrista é a jornalista e ex-senadora Ana Amélia Lemos.