sábado, 4 de março de 2017

BENJAMIN PEPPE # 6 - o gato veio de brinde - mas para ficar!

Olá.
Estava demorando a chegar, mas chegou. O verão está chegando ao fim, e estávamos estranhando que o surfista favorito das HQB independentes, o Benjamin Peppe, ainda não tinha dado as caras – seja pelo traço de qual desenhista for, se no de seu criador, Paulo Miguel dos Anjos, ou de outro dos participantes do Projeto Benjamin Peppe.
Eu, daqui do blog Estúdio Rafelipe, não apenas participo ocasionalmente com desenhos e ilustrações para o Projeto que visa o licenciamento do personagem criado em 1973; também sou um dos principais propagandistas do principal produto do Projeto Benjamin Peppe, os gibis.
E, pela Universo Editora Independente, casa do personagem há quase dois anos, sai agora um novo gibi do Benjamin Peppe!

É o sexto número da série que sai pela Universo Editora, capitaneada pelo editor Gil Mendes – que, no presente número, entra como colaborador. Com isso, a série da Universo Editora, em números lançados, ultrapassa a série da finada Júpiter 2, que teve cinco números; e se iguala à série independente, editada e publicada pelo próprio Anjos, que teve seis números (iniciando com um “número zero” e indo até o número cinco). Isso fora gibis especiais publicados antes de 2009, quando se deu o lançamento “oficial” do Projeto Benjamin Peppe, e as participações do personagem em outras publicações, como a revista Patacoada da Júpiter 2.
O catálogo da Universo Editora está cada dia maior, com revistas de gêneros variados, incluindo de clássicos dos quadrinhos independentes brasileiros, como o Crânio de Francinildo Sena. E já existe uma forma eficiente de ficar atualizado com os lançamentos da editora: o blog novo. O site principal (www.universoeditora.com.br/) não tem atualizações constantes, tornando difícil para o colecionador entusiasta ficar por dentro dos lançamentos; mas, pelo novo blog, que, aí sim, tem atualizações constantes, já há como saber dos lançamentos mais recentes, de quem está aproveitando das vantagens oferecidas pelo Gil Mendes para quem quiser publicar seu gibi de forma independente. Confiram: https://universoeditorablog.blogspot.com.br/.
Bem, voltando ao gibi do Benjamin Peppe.
Dentre as vantagens oferecidas por Gil Mendes, mediante as taxas da tabela constante no website, o quadrinhista pode apenas enviar o roteiro de uma HQ do personagem de sua criação, e o editor se encarregará de escalar um desenhista para fazer os desenhos. Foi o que aconteceu na presente edição – ou melhor, mais ou menos isso: com a autorização de Anjos, o próprio Gil Mendes escreveu o roteiro da história principal da edição, e, para desenhar, escalou o desenhista Luciano Oliveira, o Luke Oliver – que, ao que parece, está se firmando como o favorito dos fãs do surfista-skatista-ecologista Benjamin Peppe, com seu estilo realista pendendo para o caricato. Oliver já havia desenhado a HQ longa da edição número 4 da Universo Editora, onde não mostrou apenas dinamismo e pendor para as boas sequências de ação, mas também deixou as garotas da série bastante sensuais. Ah: é de Luke Oliver, também, a ilustração da capa, acima.
A edição número 6, de 28 páginas, contando capa, tem 21 delas ocupadas pela história de Mendes e Oliver; mas também há a participação de outros colaboradores do Projeto, que, antes de tudo, dá a liberdade para que o colaborador interprete o personagem, visualmente, da forma como desejar – mas sempre respeitando as características psicológicas e a proposta de divulgar a prática dos esportes saudáveis e a defesa do meio ambiente. No presente gibi, também colaboraram Eduardo Santana, Carlos Alberto “Kenai” e Dennis Rodrigo Oliveira. Além do próprio Anjos, é claro. Desta vez não teve participação de Rafael Grasel (eu)... só para deixar avisado.
Bão: começando com a história principal, Se Hawaí é Rauai... Piauí é Piauai!, de Mendes e Oliver. Nela, não apenas vemos uma HQ com bastante aventura e ação, como também uma rara oportunidade de vermos o Benjamin Peppe com a cabeça descoberta, sem o tradicional gorro vermelho no topo da cabeça – mas em estilo anatômico, meio super-herói. Para lhe fazer “companhia” na aventura, estão a namorada, Diana, a garota de ação, e Lysa, a aspirante a modelo. E ainda tem a estreia de um novo personagem!
Bem: na trama, Benjamin se encontra no Havaí (não pergunte como ele conseguiu ir para lá), o território norte-americano, paraíso do surfe – e, claro, no seu elemento, o surfe. Mais precisamente, disputando um campeonato de surfe em Honolulu, capital do Havaí. Diana e Lysa estão em sua companhia, assistindo. Já classificado para a final do campeonato, Benjamin, no entanto, corre um grande risco de perder.
Tudo porque, em um momento de distração de Lysa, que saíra para comprar sorvetes, Diana desaparece. Lysa e Benjamin saem à procura da garota. E, através de outra garota, Kayla, que por acaso os aborda, eles vem a saber que Diana foi sequestrada. O responsável foi um rival de Peppe no campeonato de surfe, que faz uma exigência: para a soltura de Diana, Peppe deve desistir da final do campeonato. Kayla é irmã e cumplice do sequestrador, mas está envolvida na questão contra a sua vontade: só auxiliando o irmão, garante uma solução para uma complicada questão imobiliária e ambiental envolvendo a ilha onde a família vive. Desse modo, a garota havaiana ascaba, indiretamente, traindo o irmão e dá uma ajuda a Peppe, fornecendo pistas do paradeiro de Diana.
É claro que, juntando as pistas, Peppe e Lysa vão até o local processar o resgate de Diana. A operação é arriscada, mas também acaba envolvendo esporte radical – tirolesa na chegada e esqui aquático na fuga. E o sequestrador ainda entra em cena para barrar a fuga. Tudo antes da final do campeonato. Mas tudo termina bem para todo mundo (alguém duvida?), e os heróis ainda recebem um bônus: uma mascote.
A história introduz, como novo integrante da turma, um gato de estimação para o Benjamin, Hawaii. Detalhe: o gato foi criado pelo cartunista Eduardo Santana, com a aprovação de Anjos. Santana já havia “estreado” o personagem em uma das ilustrações que fez para a edição número 5 – e, com toda certeza, Hawaii veio para ficar.
Bem, o que dizer da HQ principal? Gil Mendes e Luke Oliver se preocuparam em entregar ao leitor uma história com mais aventura e ação. Gil Mendes se saiu melhor que Waine Beraldo, roteirista da HQ do gibi 4, desenhado por Oliver. A HQ segue a estrutura básica de ação e desenvolvimento, ideal para despertar o interesse no leitor. Possui boas sequências de ação. No entanto, Gil Mendes, a partir da segunda metade da história, acaba se “embananando”. O vilão não é introduzido direito no contexto, e nem se torna uma grande ameaça, já que a sorte está do lado dos heróis; nem a personagem Kayla é melhor apresentada. Essa tinha um bom potencial, mas não foi bem trabalhada dentro da história. E o que dizer do gato Hawaii, que não possui maior importância no desenvolvimento do enredo? O gato, infelizmente, acabou soando como elemento supérfluo na história. A história acaba se concentrando no trio Peppe – Diana – Lysa; afinal, um personagem secundário, dos 19 criados por Anjos, é utilizado direito. Lysa se mostra uma personagem útil dentro da turma do Benjamin Peppe; logo, o Projeto deixa de ficar concentrado apenas em Peppe e Diana, como vários colaboradores do projeto estiveram fazendo até agora.
O final, com a solução para o caso, acabou ficando forçado, e pode não agradar a todos.
Problema também nos desenhos de Oliver: fica meio difícil diferenciar alguns dos personagens, a não ser pelas suas falas e ações – a linha-clara e do abuso de closes no rosto dos personagens se tornaram um problema, sem falar que o cabelo do Peppe, de dreadlocks grossos, ficou muito parecido, por exemplo, com o penteado de Kayla.
Mas que pena, bicho. Desculpem, tentei fazer uma boa crítica do material, mas acho que cheguei a ofender os autores, sem más intenções... Mas, se não levarmos essas coisas em conta, até que dá para apreciar a história. Mas a edição não ficou de todo perdida.
Depois da história principal, vem a colaboração de Eduardo Santana: a HQ curta, de uma página, que realmente introduz Hawaii ao distinto público. O argumento é de Paulo Anjos; e é aqui que o gatinho vem mostrar a que veio, todo seu potencial como mascote e toda sua personalidade.
Para concluir o gibi, uma ilustração de Kenai e duas de Dennis Oliveira – sendo uma de quarta capa.
Bem, aí está BENJAMIN PEPPE # 6. E mantendo o aumento presente desde o número anterior: o gibi custa R$ 6,90. É a crise...
Nossa torcida agora é para que as próximas histórias a serem desenhadas por Luke Oliver sejam melhores - em termos de roteiro. Em termos de arte, já está melhor no estágio em que já se encontra. Ele já se firma como um dos favoritos dos fãs do Projeto Benjamin Peppe. Só as escolhas dos roteiristas para resolver as tramas onde ele se envolve que impedem que tudo possa ser perfeito, tudo possa ser bacana.
Ainda assim, o presente gibi não pode ficar de fora da coleção! Adquiram o seu através dos seguintes contatos: pelos e-mails anjospaulo@zipmail.com.br ou benjaminpeppe@gmail.com, com o próprio Anjos, ou universoeditoraindependente@gmail.com, com Gil Mendes. Apoiem o quadrinhista brasileiro! Não é por causa da crise que devemos deixar de apoiar nossos artistas!
Para encerrar, ilustração inédita do Peppe by Rafael Grasel! O skatista aparece junto com a amada Diana e o mascote Hawaii. Tentei deixar o gato da forma como Eduardo Santana concebeu...
Em breve, novidades. Vocês ainda terão notícias a respeito do próximo gibi do Benjamin Peppe... e de quando sairá a versão “restaurada” e “remasterizada” de Letícia e Benjamin Peppe Contra o Lixo, o pequeno clássico de Benjamin Peppe e de minha personagem Letícia. Quem viver verá...

Até mais!

Um comentário:

Paulo Anjos disse...

Oi, Rafael Grasel! Meu muito obrigado, pela ótima resenha do gibi Benjamin Peppe n° 6. Ficou muito legal, show!!! Este seu desenho/ilustração com o Benjamin Peppe, Diana e o gato Hawaii, ficou lindo e maravilhoso! Abraços de Paz e luz com tudo HQBs para Todos! de Paulo Anjos