sábado, 10 de janeiro de 2009

Livro: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS

Olá.
Que começo de ano está sendo! Estamos diante de uma nova guerra - entre Israelenses e Palestinos. E mais uma vez, a Ceifadora de Almas ou A Indesejável das Gentes - conhecida também como a Morte - tem trabalho dobrado. De vez em quando, porém, ela dá uma parada - para contar histórias. E, quando ela conta uma história, devemos parar para ouvir.
Essa advertência parafraseia a de Markus Zusak, o autor do melhor presente de Natal que ganhei, de minhas irmãs: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS.
Li o livro entre 26 e 31 de dezembro de 2008, da data não esqueço. E, confesso, é impossível não se entregar à densidade da narrativa da morte, que fala através de Zusak.
O livro conta o cotidiano de uma menina alemã, Liesel Meminger, de mais ou menos 10 anos de idade (no início da narrativa), a ladra de livros do título. Mas, por que a morte se interessaria em contar a história de uma menina como tantas outras? Resposta: porque Liesel não é uma menina como tantas outras. Ela escapou três vezes da morte, entre 1939 e 1943, e a Própria, de tão admirada, resolve contar sua história.
Saquem só: Liesel cresceu na Alemanha Nazista. Viu o irmãozinho morrer no trem. E, após o enterro, acaba roubando seu primeiro livro - mesmo sendo ela semi-analfabeta. Ela é entregue pela mãe a um casal - um pintor desempregado e uma dona-de-casa rabugenta.
Conforme a história se desenrola, Liesel vai descobrindo mais sobre a vida - que contrabalança com a narradora da história - e sobre um sentido para sua existência em uma Alemanha cada vez mais tomada pela ideologia totalitária e pelo anti-semitismo - as características da Alemanha hitlerista. E esse sentido para a existência ela encontra nas palavras. Nos livros que, ao longo da história, ela rouba ou ganha.
Além de Liesel, existem muitos outros personagens interessantes: Hans Hubermann, o simpático pai adotivo da roubadora de livros, acordeonista e otimista; Rosa Hubermann, a dona-de-casa rabugenta, mas que apesar disso não dá para não simpatizar-se com ela; Max Vanderburg, o judeu no porão, acolhido pelo casal Hubermann, que, assim como Liesel, também procura um sentido para sua existência; Rudy Steiner, o melhor amigo e companheiro de travessuras de Liesel; e Ilsa Hermann, a melancólica mulher do prefeito da cidade, dona da vasta biblioteca onde Liesel processa boa parte de seus crimes - e com o consentimento dela!
Mais não posso contar sobre a história. Melhor ouvir sua narradora falando através de Zusak. Bom, para quem tem uma visão menos melancólica da Morte (estava pensando agora na personagem das histórias do Sandman de Neil Gaiman), é uma boa dica. Por que a Morte não seria tão terrível quanto pintam - ainda mais na nossa realidade, onde estamos vivendo mais - mas muitos ainda tentam driblar a Própria. E, para quem gosta de livros, também - o livro também é uma espécie de declaração de amor aos livros, já que nos referimos a uma época em que livros também eram incinerados - sobretudo os que tinham a ideologia judaica embutidos...
Enfim. A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS. Não é à toa que esse livro se tornou best-seller mundial.
Fiquem agora com Letícia.

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