Hoje, me sinto no dever de, como escritor (ou aspirante a), comentar a tão falada Reforma Ortográfica, que começou a vigorar agora em janeiro. Talvez eu tenha mais dificuldade em me adaptar a esse novo modo de se escrever palavras, já que passei muitos anos (tenho 24) escrevendo da maneira antiga.
Não, nada contra a inclusão do K, do W e do Y, que é até conveniente. Nada contra a queda do trema. Com o trema, eu não me incomodo. A queda do trema foi um assunto tão comentado... mas a razão de meu incômodo é outra: a questão dos acentos diferenciais e dos acentos agudos.
Seguinte: não sei se seria uma boa idéia abolir os acentos diferenciais. Afinal, como faremos para diferenciar para (preposição) de pára (verbo)? E pela (preposição) de péla (verbo/substantivo)?Eu acho que seria mais cômodo manter os acentos diferenciais, para não confundir um e outro. Por exemplo: ela para o carro. Como poderíamos interpretar essa frase: que ela tira o movimento do carro, ou que ela foi feita para o carro? Hum... acho que estou enlouquecendo. Quem, em sã consciência, iria interpretar assim a frase? Ah, mas de qualquer modo, eu não concordo com a queda dos acentos diferenciais...
Quanto aos acentos agudos, por que eles seriam tirados dos ditongos abertos EI e OI? Afinal, ele serviria para ressaltar as sílabas tônicas de palavras como alcateia, androide, boia. Alguém poderia ler: al-ca-TÊ-ia, an-DRÔI-de, BÔ-ia, com "e" e "o" fechado. Ou devo estar enlouquecendo outra vez.
Bem... mas, de qualquer modo... eu teci comentários irônicos, e nem eu estou me achando feliz de divulgar essas idéias. Ou ideias, já que cai o acento agudo. Mas uma coisa é certa: para quem já escreve assim há tempos, vai ser difícil se acostumar à Nova Ortografia. Sem falar que todos os livros que tenho na estante ainda estão na Ortografia velha!
De qualquer modo... eu tinha de fazer meu comentário, nem que fosse para ser execrado por isso.
Fiquem agora com O Sortudo. Antes que eu seja execrado.
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