terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Anime: BLADE OF THE IMMORTAL

Olá.
Hoje, para complementar a postagem que fiz sobre o magnífico mangá BLADE - A LÂMINA DO IMORTAL, vou falar do anime baseado na série.
Algum tempo atrás, lá pelo ano de 2007, li em umsite a notícia de que BLADE iria ser adaptado para o anime. Na verdade, não achava que BLADE pudesse ser transformado em anime. A arte de seu autor, Hiroaki Samura, é muito diferenciada. Como transformar em anime os desenhos de Samura, que mistura lápis e nanquim?
Mas não se pode subestimar os japoneses, baby. Para o bem ou para o mal.
O anime de BLADE estreou em 2008. Foi produzido pelo estúdio Bee Train, com direção de Koichi Mashimo. Inicialmente, a série deveria ter 26 episódios. Mas, por motivos obscuros, só foram produzidos 13 capítulos. Um dos motivos apontados por alguns era que o estúdio Bee Train não era de confiança. Ou talvez tenha sido o próprio anime, que não causou tanto impacto quanto o mangá?
Em primeiro lugar, a violência da série foi "suavizada" para não chocar os espectadores. Nada, portanto, das mortes "espetaculares" mostradas no mangá. Além disso, o anime é muito escuro, sombrio. O visual dos personagens é bem clássico, não há nenhuma ousadia visual. É um anime como muitos que a gente é acostumado a ver, pura e simplesmente. E não vemos o Manji irreverente e desbocado do mangá - o herói está muito frio e meio apagado.
No entanto, com algumas pequenas diferenças, a essência da história do mangá é mantida - o anime é fiel, mas não muito, ao mangá. O discurso de Samura para abalar o código de ética dos samurais, o bushido, foi de certa forma mantido. Uma das preocupações foi justamente manter a essência da história - mas não espere reconhecer com facilidade sequências do mangá. Elas existem, mas não são fáceis de encontrar pelos episódios.
A história é a mesma: Manji é um samurai errante que possui em seu corpo um tipo especial de vermes do sangue que regeneram qualquer ferimento de seu portador. Assim, Manji não pode morrer. Após ter sua irmã louca assassinada, Manji resolve matar mil malfeitores para poder morrer. Aí, ele é "contratado" pela jovem Rin Asano para ser o guarda-costas dela; Rin viu seus pais serem assassinados na frente dela, pelos membros de uma escola chamada Itto-Ryu; e decide se vingar deles. Bem, até aí vocês sabem.
Bom, o anime adapta os quatro primeiros volumes japoneses do mangá - as edições correspondentes são as edições da 1 à 8 - e mais alguns trechos do volume 5 japonês - os números 9 e 10 brasileiros. Quer dizer, vai desde o início, com Manji executando o padre assassino Joni Oufutsu, até o diálogo entre Rin e Kagehisa Anotsu, o líder da Itto-Ryu e algoz dos pais da garota.
Muitos dos personagens do mangá aparecem; até mesmo os membros da gangue Mugai-Ryu - Gyiti, Shira, Hyakurin e Shinriji - aparecem, mas sua participação na trama do anime é inútil. Talvez, enquanto o anime era produzido, os produtores não soubessem o rumo que a série tomaria; portanto optaram por fazer a Mugai-Ryu aparecer desde o início da série. No entanto, eles não encontram com Manji e Rin por causa da paralisação do anime. As ações da Mugai-Ryu são como uma história paralela, mas independente do restante da trama - até certo ponto.
Mas os combates entre Manji e os membros da Itto-Ryu aparecem: contra Kuroi Sabato, contra os guerreiros no jardim do artista Souri, contra Taito Magatsu, contra Eiku Shizuma, contra Makie Tachibana e contra Araya. Ressalvas: o combate entre Manji e Kuroi Sabato foi estendido além do necessário; no mangá, Rin não posa para Souri; e o combate entre Manji e Taito ficou menos emocionante que no mangá. E a luta de Manji e Rin contra Araya se dá, no mangá, depois que Rin encontra Anotsu. E a carga dramática do anime é excessiva. Sem falar que a ação da série, de certa forma, é muito apressada.
Ressalva ainda para a abertura e o clipe de encerramento, que mostram um possível spoiller: visões de uma cidade moderna japonesa, possivelmente demonstrando que Manji poderá viver até o futuro em sua saga em busca da morte.
Tirando esses pequenos deslizes, o anime não é total perda de tempo. Não! A animação é boa, casa bem a ação; e a trilha sonora é belíssima. Mais: o anime não precinde, ainda que tenuamente, do tradicional erotismo japonês. As mulheres que aparecem no anime parecem mais sensuais que no mangá - além do quê, temos no anime uma oportunidade de ver, rapidamente, uma cena em que Rin aparece nua, tomando banho de rio - mas de costas! Além disso, o final da série fica em aberto, abrindo possibilidade para que, futuramente, uma segunda temporada venha a ser produzida. E talvez inicie o arco da Mugai-Ryu.
Para quem quiser conferir com seus olhos o resultado do esforço, o melhor site para baixar os 13 episódios é o Anime House (http://www.an-house.net/). A ressalva, no entanto, fica por conta da legendagem, feita pelo fansubber Psy-Fansub, que parece ter sido feita às pressas.
Para encerrar, mais uma arte baseada em BLADE. Desta vez colorida: Manji e Rin.
E com isso, cumpro um dever como mais novo membro da comunidade Blade of the Immortal - BR no Orkut.
Até mais!

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