sexta-feira, 20 de agosto de 2010

METEORO COMICS - Guedes, Agora e Sempre!

Olá.
Hoje, tem início uma nova série de postagens interligadas aqui no blog. A bola da vez agora é um dos heróis mais conhecidos da geração independente de quadrinhos do Brasil: o Meteoro.

QUEM?
Para quem não conhece, Meteoro é um super-herói criado pelo quadrinhista e pesquisador de HQs Roberto Guedes, em plena atividade nos dias que correm.
O Meteoro foi concebido por Guedes em 1987. O conceito do herói remete às antigas HQs de heróis como o Homem-Aranha dos anos 60 - afinal, trata-se de um herói jovem e cheio de problemas pessoais. E a trajetória do herói é tão interessante quanto o herói em si - pois foi um dos personagens brasileiros mais reformulados até hoje.
Bem. Guedes, que nas décadas seguintes se tornaria respeitado editor e pesquisador - além de ser editor das revistas publicadas pela finada editora Ópera Graphica, sempre se despedindo dos leitores de seus artigos com o clássico bordão "Tá falado!"; e ter escrito os importantes livros teóricos A Era de Bronze dos Super-Heróis (publicado pela editora HQM), Quando Surgem os Super-Heróis e A Saga dos Super-Heróis Brasileiros (ambos pela Ópera Graphica) - , concebeu Meteoro em 1987, mas só em 1992 é que o herói ganha versão impressa. Antes, o herói quase saiu pela editora Phenix, dirigida pelo mestre Tony Fernandes, que gostou do conceito do herói, mas alterou a aparência anteriormente imaginada por Guedes. No entanto, a editora Phenix saiu antes que Meteoro chegasse a ser impresso, e Guedes teve de lançar o personagem por conta própria, em 1992, pelo selo independente Status Comics, criado pelo próprio Guedes, figura mais que atuante no mundo das HQ brasileiras. Na sua fase inicial, foram 7 edições até 1994. Mais tarde, as aparições do herói se dariam de forma esporádica, em várias revistas independentes - na época, os quadrinhos brasileiros passavam por uma crise. Meteoro só se tornaria amplamente conhecido, mesmo, no início dos anos 2000. Porém, Guedes sempre se manteve à frente dos roteiros do personagem, que foi desenhado por muitos artistas, jovens talentos nacionais.
Ah: também são três as aparências conhecidas do herói. A primeira, sugerida (e imposta) por Tony Fernandes, imita o estilão Superman - o herói era loiro e usava a capa e o uniforme básico, com a tradicional "cueca por cima da calça"; em 1997, Guedes lança uma nova versão do herói, com um uniforme diferente: negro, e com uma máscara cobrindo todo seu rosto, dando ao herói a aparência de um inseto. O cabelo dele passou a ser preto. A aparência definitiva de Meteoro apareceu em 1999: o espalhafatoso uniforme azul, com máscara e um logotipo bastante estilizado no peito. Em comum em todos os uniformes, apenas o cabelo fora da máscara. (confiram o desfile de moda nas minhas ilustrações ao longo deste post - só para vocês terem uma ideia).
Mas o conceito é o mesmo para seu alter-ego. Só mudou alguns pontos de uma versão para outra, mas o clima é o mesmo: o herói jovem, cheio de problemas pessoais, enfrentando inimigos caricatos e superpoderosos, sempre soltando piadinhas e comentários espirituosos a cada quadrinho. Em suma, imitando o estilo das HQ Marvel dos anos 60, com muita vibração e com todos os elementos para agradar o público jovem.
Em anos recentes, Meteoro ganhou revistas próprias: duas edições de Meteoro Comics, pela editora Júpiter II de José Salles (em 2007 e 2010); e, em 2010, pelo selo independente Guedes Manifesto, criado pelo próprio Roberto, dois números de Almanaque Meteoro.




UM POUCO MAIS SOBRE METEORO...
O alter-ego do Meteoro, originalmente, se chama Ric (Ricardo) Marinetti. Um adolescente normal, que tem problemas na escola - meio delinquente, ele costuma sr castigado pelos professores mesmo sendo inocente, pois Ric tem um talento especial para atrair encrencas. Ele mora com os avós - seu avô sempre defende o neto, ao contrário da avó, que educa o neto com pulso firme. Como todo adolescente, Ric sente atração pela garota mais popular da escola - a estonteante Laura Lopes. Laura gosta também de Ric, mas nenhum dos dois sabe desse sentimento recíproco. O problema é que, entre os dois, existe o mauricinho da escola, Ronei Moraes, que nunca perde a oportunidade de humilhar Ric na frente de Laura.
E, como se não bastasse, Ric é desprezado pelo pai, César Marinetti, o editor-chefe do jornal Arauto Paulistano. Tudo porque a mulher de César, a quem amou demais, morreu ao dar à luz o jovem Ric.
Na concepção original, Ric Marinetti ganha seus poderes ao tocar em um estranho meteoro que cai no jardim de sua casa. Contaminado, Ric ganha superforça, supervelocidade e capacidade de voar. Assim, ele resolve utilizar seus superpoderes, inicialmente, para se aparecer aos colegas; no entanto, eventos traumáticos fazem Marinetti usar seus poderes em favor do bem e da justiça. Nasce assim o Meteoro.
Em sua trajetória, Meteoro enfrentou os mais diversos tipos de vilões, com poderes ou não. Só não cito todos eles pelo risco de errar alguma informação. O mais importante mesmo é que o herói também possui um palavreado típico dos adolescentes, cheio de gírias e piadinhas, o que cria uma identificação imediata com o público. Cai fora, ô meu! é só um exemplo.
Numa nova concepção, o poder do meteoro foi dado a Marinetti graças a uma estranha entidade, misteriosa e aparentemente nada amistosa. E o nome do herói também mudou: agora, Ric Marinetti se chama Roger Mandari.
METEORO COMICS
Para começar um certame sobre os gibis do Meteoro que adquiri recentemente, vou começar com METEORO COMICS.
Estes dois gibis foram lançados pela editora Júpiter II, de José Salles, e mostram a miscelânea de estilos nas histórias do herói. Nesta série, vou citando aos poucos alguns dos artistas que colaboraram para dar forma às ideias de Roberto Guedes, sempre à frente dos roteiros (e não só de Meteoro, Guedes escreveu roteiros para outros personagens, concebidos por ele ou não).
METEORO COMICS no. 1
(Lançado em julho de 2007)
Esta primeira edição apresenta duas histórias, ambas escritas por Guedes. Na primeira, Quando os Heróis se Encontram, é apresentada uma história do Meteoro com a segunda versão do uniforme. Ric Marinetti, ao sair com Laura Lopes do cinema, vê sua musa sendo raptada por um homem voador; tentando reagir, Meteoro vê-se frente a frente nos domínios do capitão Op-Art, o pior inimigo do herói Raio Negro, que, aliado a Estrela Maldita, um antigo inimigo do Meteoro que foi reduzido a uma criatura elétrica, chantageia Meteoro para destruir o Raio Negro. Só a ressalva é que essa história acaba muito rápido - mas os desenhos de Horácio Jordan e a arte-final de André Valle e Carlos Eduardo é o melhor de tudo - muito bem feita. Participação especial, é claro, do Raio Negro de Gedeone Malagola.
A segunda história, Quem foi Meteoro?, se passa no futuro. Um velho amigo de Meteoro - que na época desapareceu durante uma guerra de heróis - é convidado por um grupo de agentes para dar informações sobre o herói. O aparecimento de um terrível inimigo faz com que o velho dê um jeito para trazer o próprio Meteoro do passado para o futuro, para deter a ameaça. Arte de Marcelo Borba. Capa de André Valle e ilustração pin-up de JJ Marreiro.


METEORO COMICS no. 2
(Lançado em março de 2010)
Nessa revista, um clássico: a primeira história do Meteoro, lançada em 1992! Com arte de Cláudio Vieira e letras de Wanderley Felipe (atual Vanderfel), é mostrado como Ric Marinetti ganhou seus poderes, e por que o garoto decidiu lutar pela justiça. Clássico dos quadrinhos brasileiros, apesar da arte meio irregular. Capa de Marcelo Borba.
Para adquirir as duas edições, ao preço de R$ 3,00 cada edição (mais barato que um gibi do Homem-Aranha!), contatem: smeditora@yahoo.com.br, ou acessem: http://jupiter2hq.blogspot.com/. Ou ainda, acessem o blog do Guedes: http://guedes-manifesto.blogspot.com/. Além de conhecer o trabalho do Roberto Guedes, saibam mais sobre o herói neste site!
Na próxima postagem: as resenhas das duas edições de Almanaque Meteoro.
Pelo menos, para começar, acho que está bom. Mas sinto que poderia ser melhor. Buá!
Como diria o Guedes... Tá falado!
(Brincadeirinha!)
Até mais!

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