terça-feira, 6 de novembro de 2012

POPEYE - ele salvou o dia outra vez!

Olá.

Hoje, mais uma vez, vou falar de quadrinhos. E de um que ninguém estava esperando!
Esta semana, a Pixel Media, selo do grupo Ediouro que está trazendo de volta ao Brasil uma verdadeira baciada de quadrinhos clássicos, liberou o segundo número do gibi do POPEYE E SEUS AMIGOS!

No mês de outubro passado, não haviam chegado os gibis do Recruta Zero nem do Riquinho – só da Luluzinha, do Bolinha e do Gasparzinho, do agora variado cardápio de opções da editora. Praticamente ninguém esperava que fosse sair o segundo número do gibi do Popeye, que na verdade é um almanaque com personagens clássicos da King Features Syndicate, a maior corporação, produtora e distribuidora de tiras de quadrinhos do mundo.
E este mês tem estréia no gibi do Popeye! Na edição anterior, foram Krazy Kat e Pinduca. Este mês, é um personagem pouco lembrado aqui no Brasil, assim como foi outras tiras publicadas nesta coleção, como A Arca dos Bichos e Sam & Silo.
Bem, vamos por partes.
A primeira história do gibi, e a principal, é a da capa, Popeye e a Boneca do Juízo Final. Como todas as histórias do personagem no gibi, ela foi produzida por Bud Sagendorf, continuador do personagem após a morte do criador, Elsie Segar. Neste arco de tiras, estréia na coleção outra personagem importante na mitologia do marinheiro comedor de espinafre: a Bruxa do Mar, a maior inimiga do Popeye, depois do rival Brutus. A história começa quando, após receber uma premonição agourenta de seu pai, Popeye se vê às voltas com a boneca do título, uma linda garota artificial criada pela Bruxa do Mar no intuito de acabar com o marinheiro. A boneca, que possui bananas de dinamite dentro da bolsa, só sabe falar três frases, quando muito, e a principal é “Me beije, marinheiro”. Isso aí: Popeye se vê numa situação embaraçosa envolvendo garotas (similar à da edição anterior, em que uma sereia apareceu para tentar Popeye – e, convenhamos: a Boneca do Juízo Final é igualzinha à Sushi de Chuchu, a já citada sereia), ainda mais porque a namorada, Olívia, está por perto, com seu ciúme doentio. Não vai ser fácil, uma vez que Popeye é mais resistente do que ele próprio imaginava. E, para fazer seu plano dar certo, a Bruxa do Mar tenta de tudo para que Popeye beije a boneca: abordagem direta, hipnotizar o guloso Dudu para que apresente a boneca como sua prima, fazer a boneca chorar um rio de lágrimas e até subornar a Olívia! Divertida é o mínimo que se pode dizer que é a história. E o que é melhor: o caso envolve uso de espinafre. Nos quadrinhos, ao contrário dos desenhos animados, Popeye é um consumidor moderado de espinafre - ele não faz tanto uso da verdura para aumentar sua força e salvar o dia quanto nos desenhos. Ou pelo menos na fase de Elsie Segar nas HQ do personagem.
A partir daí, entre cada sequência de personagens, há uma história curta do Popeye produzida por Sagendorf. Exceto após esta primeira história, em que entre a próxima sequência e a anterior há uma história curta do Recruta Zero.
E a sequência seguinte é a estréia do mês: Touro Sentado (Redeye nos EUA). Criado em 1967 por Gordon Bess (que desenhou todas as tiras da presente edição), Touro Sentado é uma espécie de Hagar, o Horrível, situada em uma aldeia de índios norte-americanos semi-civilizados. O personagem principal é Touro Sentado, o incompreendido chefe da aldeia, e sua família, a mulher Pena-Gorda, a filha mais velha, Pena-Florida, o filho mais novo Meia-Pena, o índio Pena-Murcha, namorado de Pena-Florida, o Curandeiro da Aldeia, e o cavalo de Touro Sentado. Com traço pessoal e situações conhecidas dos leitores de family-strips (tiras de famílias), Touro Sentado é outra tira que estava fora do circuito editorial brasileiro, e cujo retorno foi bem-vindo. Este mês, apresentado em páginas dominicais.
Falando em Hagar, após a história curta do Popeye, o viking pai de família aparece no gibi com Vikings à Deriva!. Situações com o viking navegando em seu barco em busca de algum novo saque. Nada que dê muito certo.
Após a história curta com o Popeye, quem volta à coleção é Zé Fumaça, o caipirão indolente criado por Billy De Beck. As páginas dominicais da edição foram todas desenhadas por Fred Lasswell, continuador de De Beck. Humor caipira puro.
Após o curta de Popeye, retorna à coleção Blondie, atualmente desenhada por Dean Young, filho do criador, Chic Young, e seu assistente John Marshall (finalmente o nome do assistente de Young é creditado como deve ser!). Em Adalberto Dando um Duro no Escritório, são mostradas as situações envolvendo o marido de Blondie (ou Belinda) no trabalho, sempre acuado pelo chefe irascível, Júlio C. Dithers. Não que Adalberto seja mesmo um trabalhador exemplar – ele age como um Recruta Zero de escritório. O mais curioso: quando Adalberto (ou Dagwood) estreou na tira, ele era milionário, herdeiro de uma família de ferroviários; porém, acabou sendo deserdado pela família quando resolveu, após uma greve de fome, se casar com Belinda, causando a reviravolta que garantiu o sucesso da série até os dias atuais. Quando Dagwood foi forçado a trabalhar para sustentar a nova família, ele começou a se identificar com o cidadão americano pós-crise de 1929 (Blondie foi criada em 1930). Apesar da evidente atualizada na série (até o Facebook é citado na sequência presente), o público ainda pode se identificar com Adalberto, massacrado constantemente pelas cobranças do chefe – porém, ele sempre conta com a mulher para ajudar nas crises.
Após mais um curta de Popeye, é a vez de A Arca dos Bichos. As tiras desta edição foram totalmente produzidas por Addison (pseudônimo de Mort Walker). Podem reparar como o estilo das tiras desenhadas inteiramente por Addison/Walker é diferente da do atual desenhista, Frank Johnson.
Depois de outro curta de Popeye, quem vem é o Recruta Zero, em A Lenda Viva. O recruta preguiçoso, ainda desenhado por Mort Walker (com a ajuda do filho Greg), nesta sequência mostra mil maneiras de se esconder da fúria do Sargento Tainha.
E o gibi termina com o Popeye. E, frise-se: o personagem que mais deu o ar da graça nas histórias curtas do Popeye foi o rival Brutus. Ele fica esquisitão no traço de Sagendorf. Mas o que podemos fazer?
Vale a pena. Quem gosta de quadrinhos clássicos, não pode deixar de ter na estante. E o preço é módico: R$ 4,50.
E eu apostando que seria a próxima edição do gibi do Recruta Zero que teria a capa amarela...
Para encerrar, como também sou produtor de tiras, trago a vocês mais uma sequência dos Bitifrendis, meus personagens praianos. É a primeira parte da sequência inédita, que encerrou hoje no blog dos personagens. E a próxima postagem trará, afinal, a tira número 100! Continuem acompanhando!
É isso aí.
Até mais!

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