Depois de passar muito do tempo necessário, volto com mais um capítulo de meu folhetim ilustrado para adultos, MACÁRIO. Melhor que vocês não perguntem o que estive fazendo para eu estar sem publicar episódios há duas semanas...
ATENÇÃO: leitura não recomendada para menores de 18 anos. Contém utilização não autorizada de propriedade alheia, sexo, demonstração de inveja e de ira e mais sexo.
Que experiência inovadora aquela.
Voar, transportado por um vampiro.
Não era o melhor jeito de se voar, pois,
dentro de uma massa de sombras formado por uma capa mágica, manipulada por
Lúcifer, era congelante, ainda mais com o ar da madrugada passando pelos nossos
corpos.
Já ia me perguntar como Luce conseguia
suportar o frio, mas me lembrei que ele é um vampiro. Vampiros são imunes à
temperatura, já que são, praticamente, mortos-vivos, segundo as lendas. Não
sentem frio nem calor excessivos – aliás, a pele de Luce, ao toque, é fria como
a de um cadáver.
Voando, ele havia me levado para assistir ao
amanhecer, do alto do edifício mais alto da cidade.
E agora, voando, ele me levava para o nosso
apartamento.
Me assustei: será que ele ia entrar pela
janela?
Não, felizmente. Ele tomou a precaução de
pousarmos no chão, perto do andar térreo do prédio. Felizmente, não havia
testemunhas próximas, que poderiam alegar terem visto um corvo gigante pousando
perto do prédio. E subimos as escadas a pé. Entramos no apartamento como todo
mundo. De modo, vamos dizer assim, civilizado. Os vizinhos poderiam desconfiar
de vizinhos que não faziam o menor barulho para entrar no apartamento, sem
emitirem sequer o barulho de chaves sendo enfiadas na fechadura da porta de
acesso, sendo viradas, as linguetas das maçanetas roçando no metal em redor dos
buracos, nos mecanismos da fechadura, enfim. Mas poderiam estranhar esses
mesmos vizinhos chegando em casa às seis da manhã – “o que esses dois ficaram
fazendo a noite toda? A madrugada de uma segunda-feira não é madrugada para
andar na boemia!” Eles podem pensar.
Importante é que voltamos para o apartamento.
Só nós dois, Luce e eu.
E eu estava esgotado. Minhas pálpebras
pesavam tanto quanto minha cabeça.
- E aí, Macário, gostou desta madrugada? –
pergunta Luce, com entusiasmo.
- Estou acabado... – balbuciei.
- Acabado?! Como assim, Macário?
- Estou cansado. Que noite longa. – e
bocejei.
- Bem, realmente você teve uma tarde e uma
noite muito longas. Teve mulher para satisfazer, saia justa para tentar sair,
estudo, trabalho...
- Por favor, Luce, diga que não vai ser assim
todos os dias.
- Está bem, eu digo... não vai ser assim
todos os dias. Só não posso te garantir. E... Espere aí.
E, se movendo em grande velocidade, Luce
começou a vasculhar o apartamento, olhando em cada um dos quartos, olhando a
varanda, a cozinha, a sala, o banheiro... Olhou até embaixo dos móveis, atrás
da televisão, dentro dos armários, tudo em formidável velocidade. Um Flash. Por
fim, voltou.
- Não, Macário, ninguém escondido aqui.
- Ninguém...?
- Parece que as garotas vão realmente cumprir
a promessa, não vão te molestar.
Depois da orgia da tarde anterior, Âmbar,
Andrômeda e Morgiana haviam prometido me deixar em paz até o final da semana.
- Uau, que boa notícia. – sorri amarelo. –
Quem sabe uns dias de celibato não façam eu me sentir melhor.
- Vá sonhando, meu amor. – Luce deu outro
daqueles odiosos sorrisos cínicos.
- Hein?
- Como eu disse, Macário, a Andrômeda, a
Morgiana e a Âmbar podem até cumprir a promessa, mas ainda tem muitas outras no
círculo, doidinhas pelo seu corpo.
- E... e... você não vai deixa-las entrar
aqui, vai?! – arregalei o olho.
- Não seja bobo, Macário, claro que não. Só
se eu convidar. E claro que hoje não. Hum... A menos que usem o portal
mental.
Arregalei o olho. Aiai. Ele tinha que lembrar
disso?!
- Olhe, Macário, o melhor agora é que você
tome um banho e vá para a cama. A rotina recomeçará no momento do crepúsculo.
Tanto para você quanto para mim.
- Você vai dormir?!
- Por que não? Não posso cansar também? – e,
dizendo isso, Luce se espreguiçou.
- Achei que você estivesse imune a isso
também.
- Mas você viu ontem, Macário. A Âmbar me
cansou. Aquela tarada, aquela Rê Bordosa.
- Confesse que você gostou. – sorri.
- Não comece com essa história de novo. – o
vampiro fez muxoxo.
- E ainda por cima você é um fornicador de
irmã. – fiz questão de continuar relembrando da orgia de horas atrás.
- A Andrômeda precisava de uma lição. – Luce
continuou com o muxoxo.
- Não tinha uma forma melhor?
- Pelo menos uma dúzia, mas nenhuma delas
poderia ser feita na sua frente, ou você iria vomitar.
Arregalei o olho de novo. O que será que ele
queria dizer com isso?!
- De todo modo, Macário, descanse. Você
merece. – Luce finalizou com a mão em meu ombro. E se dirigiu ao seu quarto.
Dei outro sorriso amarelo, passei no meu
quarto para deixar a mochila sobre a cadeira da escrivaninha, meu casaco
também, e me dirigi ao banheiro.
A banheira ainda estava ali, no box do
chuveiro. Pelo jeito, ninguém mexeu nela desde a hora da orgia com Andrômeda,
Morgiana e Âmbar. Ainda estava cheia de água suja.
A banheira de madeira pertencia a Luce, mas,
mesmo assim, resolvi tomar meu banho nela. Pensar que a já citada orgia da
tarde anterior teve como ápice eu e mais três gostosas dividindo aquela
banheira...
Com esforço, virei a banheira para esvaziá-la.
Depois, lembrando de como Andrômeda havia feito naquela hora, ajustei o tamanho
da banheira – aquela tina de madeira tinha tamanho ajustável, era mágica, podia
ser esticada ou encolhida. Bastou apenas empurrá-la contra a parede que eu a
deixei redonda, como um ofurô. Até eu me surpreendi comigo.
Fiz outro teste: empurrei mais a banheira, e
ela, gradativamente, começou a encolher, não apenas em largura como também em
altura, até ficar do tamanho de um balde, e, depois, de uma tigela. Oh, então
foi assim que Morgiana conseguiu levar a banheira do depósito de Luce até o
banheiro. Depois, com os dois braços, fiz a banheira esticar novamente.
Ajustei-a para que ficasse oval, mas não muito grande, só o suficiente para eu
poder deitar nela. Até que não foi tão difícil.
A seguir, liguei o chuveiro, na temperatura
quente, para encher a banheira. Esperei um pouco, até que a água chegasse à
metade da banheira. Depois, tirei a roupa e entrei. A imersão na água quente,
amornando, me acalmou. Tive uma tarde e uma noite atribulados.
Só tinha o sabonete e o xampu para fazer
alguma espuma. Fica para outra oportunidade.
Já estava me sentindo bem melhor. Mais calmo,
sonolento até. Me dava vontade de dormir ali mesmo, sob a água. Mas não podia
dormir ali, eu sei. Eu já estive gelado por causa do passeio com Luce. Não ia
deixar aquela água esfriar comigo dentro, ou ficaria resfriado.
Mas era tranquilizante ficar ali, sozinho.
Ultimamente, era o que estava me faltando: um tempo sozinho, para pensar. Desde
que mudei para este apartamento, eu tenho ficado pouco tempo sozinho. Tinha
sempre gente ao meu redor. Como se estivesse sendo sempre vigiado.
A apreensão era maior porque alguns dos meus
“perseguidores” podiam entrar por espaços pequenos nas janelas, mesmo as mais
apertadas. Ou podiam invadir os meus sonhos. E a maior parte desses
“perseguidores” são mulheres, não exatamente humanas. Criaturas lendárias,
ninfas, sereias, vampiras, meio-dragoas, bruxas, mutantes, garotas-pantera...
As não-humanas me procuravam para sexo (nem sempre); as humanas, para me cobrar
explicações.
Que vida, essa.
Mas ninguém veio me incomodar durante o tempo
que fiquei imerso na água – quanto tempo? Meia hora? Uma? Duas? Perdi a
noção... Nem Luce tentou invadir o banheiro. Só sei que saí da banheira apenas
quando senti que a água já havia ficado fria. Esvaziei a banheira de novo, e a
encolhi até o tamanho de balde. Se o Luce quiser tomar banho, ele que ajuste a
banheira, era dele. Me sequei, e, com a toalha enrolada na cintura, fui para o
meu quarto.
Luce não estava na sala, nem na cozinha. Dei
uma espiada no seu quarto: ele estava deitado na sua cama, ah, desta vez estava
sob cobertores, só a cabeça de fora, o olho fechado. Parecia morto, ali,
estendido como um cadáver na mesa de autópsia. Menos mal... Ou quase: sob a
coberta, era visível que ele estava tendo uma ereção. Não bastasse ele ter um
p(...) grande, ele ainda estava tendo uma ereção, que fazia um morro no
cobertor. Ele devia estar sonhando com Anfisbena. Esse tarado.
Deixei a toalha úmida na cadeira da
escrivaninha. Pus apenas uma cueca para me deitar. Me deu uma repentina vontade
de me deitar na cama, peladão, “descabelar o palhaço”, mas me contive. Devia
ser pelo toque do “bernardão” no colchão – deitei de bruços. Bem, não tinha
motivo para masturbação, sexo eu já tive até demais.
Procurei esvaziar minha cabeça. E dormir,
apenas. Enquanto que para a maior parte da humanidade o dia começava, o meu
terminava.
Sinto que as coisas estão começando a voltar
ao normal...
Agora tudo vai voltar ao normal...
Algo me despertou de repente, depois do que
pareceram ser algumas horas.
Eu ouvia gemidos. Gemidos altos.
Eram gemidos, evidentemente, de sexo.
O quarto estava escuro, na penumbra.
Distingui o que havia ao redor e... bem, não reconheci esse como sendo meu
quarto.
Eu estava de cueca, mas onde eu estava
deitado não era minha cama. Parecia ser uma lona de caminhão enrolada.
Ei, onde eu estou?!
Ainda escutava os gemidos de sexo, que eram
familiares.
Na penumbra daquele local, eu fui
distinguindo: aquilo não era bem um quarto, mas um depósito.
Eu estava deitado realmente sobre uma lona
enrolada. E, ao redor da lona, numerosas latas de tinta e de solvente, pincéis de
vários tamanhos dentro de potes com água, telas em branco, aventais e trapos
sujos pendurados, cavaletes... e tudo emanando um forte cheiro de tinta.
Diante de tudo isso, naquele cubículo
estreito, havia uma cortina.
Ué, eu estava no depósito de um pintor?! Ei,
será que isso era um portal mental?
Deve ser... me ocorreu um pensamento
terrível.
O único dos Monstros que eu sabia ser pintor
era o italiano Marto Galvoni, ídolo de Luce. Então, este é o estúdio dele?
Ei, por que o Marto me trouxe aqui, se ele
foi quem ativou o portal mental? Não vai me dizer que ele...?
Parece que a resposta a essas perguntas
estava atrás daquela cortina, de onde vinham aqueles sons.
Os gemidos, os resfôlegos, os gritos,
indicavam que, naquele momento, Galvoni estava transando com alguém.
E era com uma mulher, e... e eu acho que
estou reconhecendo os gemidos femininos.
Levantei-me e, com cuidado para não tropeçar
nas latas, fui para a cortina. Devagar, afastei um pouco a cortina. Estou com
um mau pressentimento.
Afastei só uma frestinha da cortina, só para
espiar o que estava acontecendo.
E... era realmente o que eu estava pensando.
Iluminado por um pequeno abajur, ali estava,
o quarto de Galvoni. Era quase vazio, além de minúsculo. Cercada por três
paredes mal caiadas, com a pintura descascando, uma simples cama, coberta
apenas por um lençol branco, além de uma mesinha e do abajur. E pensar que esse
cara ganha muito dinheiro...
E, sobre o lençol, ali estava Marto Galvoni
transando com... Geórgia!!
A cena era similar à transa, que presenciei,
entre Âmbar e Luce.
Geórgia, totalmente nua, salivando
vigorosamente de prazer.
Enquanto isso, o italiano, nu, a penetrava
por trás, e a abraçava contra si, como se fosse um travesseiro.
Que horror: Galvoni parecia um homem muito
velho molestando uma garotinha. O corpo do italiano apresentava numerosas rugas
e marcas do tempo, conjunto que ficava mais grotesco com as tatuagens que
cobriam seu corpo.
E, o mais assustador: as tatuagens dele se
mexiam. Pareciam grandes manchas de tinta que subiam e desciam e se retorciam
no corpo do italiano, como bolhas de um abajur de lava.
Mas Geórgia não estava vendo isso. Ela mal
conseguia reparar alguma coisa ao seu redor, entregue como estava a um visível
orgasmo. O olhar vago e distante, a língua de fora, tão suada quanto o velho.
Que p(...).
E a p(...) ainda gritava:
- Aai, não para, Marto... não para...
- Ma
che amore...
- Me f(...) com força, ooohhh...
- Più
buono... Aah, bella...
- Me faz gozar de novo, aahhh... Só consigo
sentir prazer com você...
E Galvoni alcançava os seios de Geórgia, e os
apertava, e torcia seus bicos como se fossem botões giratórios de um rádio...
Enquanto isso, penetrava nela com um p(...)
volumoso.
- Não para, meu italiano...
E eu me lembrei do sonho que tive dias atrás:
também presenciei Geórgia transando, mas com Eliane, dos Animais de Rua. No
sonho, Eliane gerou um p(...) com seus poderes – ou melhor, gerou dois (...),
com os quais sodomizava Geórgia.
E mais uma vez eu via aquela p(...) entregue
ao prazer com outra pessoa, enquanto brigava comigo no plano real. E quanto ao
Breevort?! Ainda se fosse o Breevort, essa cena seria realmente excitante. Eu
estava vendo um daqueles filmes pornôs grotescos...
P(...), é isso que você é, sua poetisa de...
Aí, os dois mudaram de posição: Galvoni
deitou de costas na cama, e Geórgia ficou por cima, requebrando em cima do
p(...) daquele velho...
Ah, agora ela ia ver as tatuagens se
mexendo...
Que nada. Ela parecia hipnotizada de luxúria.
Não conseguia distinguir nada a seu redor, seu único sentido que parecia ativo
era o tato. Galvoni outra vez brincava com os seios dela.
Era com um misto de excitação e inveja que eu
assistia aquelas cenas.
Então aquele velho é melhor do que eu, sua
p(...)?!
Vagabunda... então você prefere velhinhos
decrépitos, ao invés de um rapaz na flor da juventude, em plena forma?!
Grrr... Eu que devia estar ali para mostrar
como se faz, sua... sua...
Desgraçada... vou acabar com isso agora...
Meu ímpeto era o de afastar aquela cortina e
ralhar com os dois amantes. Chegar gritando, como se fosse um marido traído.
Mas não tive tempo de fazer alguma coisa a
respeito. Nesse momento, Geórgia teve um escandaloso orgasmo.
Deu um grito bem alto, enquanto, por entre
suas pernas, explodia um vulcão de p(...) – Galvoni também gozara. E gozara
exageradamente.
E, nesse momento, acabei de desequilibrando,
caindo para a frente, e, ao tentar me segurar à cortina, esta arrebentou, e
caiu por cima de mim. Fiquem enrolado naquele pano.
Achei que isso atrairia, afinal, a atenção de
Geórgia e Galvoni. Mas os sons ao redor sumiram, enquanto eu lutava para me
livrar daquela cortina. Parecia que a cortina ganhara vida, e estava tentando
me fagocitar.
Mais ainda: a cortina ficou pesada de
repente, parecia que jogaram mais roupas em cima de mim. Ficou mais difícil me
desenrolar agora. Eu já estava sentindo o ar acabando...
O que estava acontecendo, afinal?!
Aí, comecei a ouvir gemidos de novo.
Hein? Geórgia e Galvoni começaram a f(...) de
novo?!
Espere: não. Esses gemidos agora eram
diferentes.
As vozes eram diferentes.
Tentando me guiar pelo som, fui abrindo
caminho através daquele monte de pano. E, afinal, sem precisar rasgar o pano,
abri uma fresta. Ar, afinal...
E, assustado, vi que o ambiente mudou.
Não era mais o quarto do Galvoni. Era...
Primeiro, procurei distinguir o ambiente ao
redor. Eu estava sobre um monte de pano. E, de fato, o quarto, só um pouco mais
espaçoso que o de Galvoni, estava coberto de pano. Mais precisamente, de roupas
espalhadas. O chão estava lotado de trapos, roupas sujas e usadas. Até
cheiravam mal. E eu estava preso debaixo de um formidável monte de roupa.
Só conseguia pensar em um ambiente similar
assim: a casa dos Animais de Rua, onde sempre haviam roupas espalhadas nos
quartos.
Mas não reconheci aquele quarto. Na verdade,
parecia ser um armário. Iluminado por uma única lâmpada incandescente. E tão
coberto de roupas sujas estava que eu nem sentia o chão abaixo de mim – se é
que realmente havia um chão.
Mas o mais importante agora era o que estava
diante de mim. Era um casal transando.
Distingui: eram... Boland e Gil!
Os dois, completamente nus, transavam
vigorosamente. E só estavam eles dois em cima daqueles trapos.
Boland estava em sua forma humana, não na de
porco; mas Gil estava fortemente agarrada a ele, os braços e as pernas
esticados como borracha. E o gorducho estava por cima.
Gil estava entregue ao prazer.
- Aaah, meu amor... Vai mais fundo... Mais...
Mais...
- Aah, aperta mais, minha garota de
borracha...
- Me come feito um louco, meu javali...
- Hmmm... Só eu que te dou prazer, admita...
- Me perdoa, Boland... Oohhh... Eu fiz coisa
errada... Meu macho...
- Sim, eu sou o seu macho... Hmmm... Nenhum
magrelo vai ser melhor do que eu...
- Me castiga, Boland... Eu mereço... Eu te
traí...
- Espero que você nunca mais faça isso...
Engoli em seco. Será que eles estavam falando
de mim?!
Em um acesso ao portal mental, eu havia
transado com Gil. Eu não queria, mas Fifi e as outras me obrigaram. Pior que
acabei gostando. Para depois me sentir muito mal.
Gil era magrinha, era praticamente uma
menina. Mas dava prazer.
E agora lá estava ela, agarrada com aquele
gordão quase careca, apenas um rabo de cavalo sobre a cabeça redonda. Boland
deu um jeito de descobrir sobre o que fiz com sua namorada pelo portal mental!
Oh, não: o que ele ia fazer comigo se descobrisse que eu estava aqui, sob
aquele monte de trapos?!
Aí, os dois gozaram ao mesmo tempo. Gil quase
estrangulou Boland com seu abraço. Depois, seus braços e pernas se desenrolaram
de volta do corpo do gordo. E os dois se jogaram, um do lado do outro, sobre os
panos, exaustos. Gil sorria, enquanto salivava.
- Hmmm, Boland... Foi bom como sempre...
- Eu te disse, Gil... ninguém sabe fazer
melhor que eu. – Boland recuperava o fôlego.
- Me perdoe, Boland, ainda que tenha sido no
plano dos sonhos... eu não quis...
- Está tudo bem, meu amor... Mas você tem que
saber, tem que lembrar que você é minha, só minha.
- E você é só meu.
- O Macário pode tirar bom proveito das
outras, mas você...
- Eu sei, Boland. Eu sei... Mas juro que não
queria. Nem ele queria.
- Vai, continua com as desculpas...
Agora fiquei chateado. Era de mim mesmo que
eles estavam falando.
- Aah, meu javali, o que posso fazer para que
você me perdoe?
- Vamos dar mais uma...
- Ainda não cansou?
- Cansar, eu?! E você?
- Eu posso aguentar mais uma... Posso, sim...
- Então vem... Vem para... hum?
Tomo um susto. Boland, de repente, voltou seu
olhar para minha direção.
Ele me viu!! Ele viu meu rosto sob os
trapos!! Estou f(...)!!
- Quem está aí?! – quase grita Boland.
E ele já ia avançando com sua mão em minha
direção... ele ia me revelar sob as cobertas... E depois, o que ele ia fazer
com...
Mas, bem no instante em que ele ia tirar os
trapos de cima de mim, eu afundo.
Foi como se algo tivesse me puxado para
baixo: de repente, comecei a cair em um abismo. Saí debaixo daquela montanha de
pano, e me vi caindo em um abismo.
Não caindo, exatamente: estava flutuando. A
velocidade da queda estava diminuindo gradativamente e, de repente, me vejo
flutuando.
Onde eu estava, afinal? Será que era mesmo
portal mental?!
Diante de mim, de repente, apareceu uma
luzinha, que foi aumentando, aumentando, até revelar ser uma porta.
Não pude resistir de entrar por ela. Para
onde eu iria agora?
Próximo capítulo daqui a uma semana - para corrigir o cronograma.
Até aqui, como está ficando? Está bom? Ruim? Devo continuar desse jeito? Modificar? Parar? Manifestem-se nos comentários!
E até mais!
Um comentário:
Muito bom!
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