domingo, 24 de novembro de 2013

RAIO NEGRO 16 - Afinal, o resto da patrulha!

Olá.

Curto e grosso: hoje, volto a falar de quadrinhos da Editora Júpiter 2, do polêmico e persistente José Salles. Recentemente, adquiri um novo lote de gibis da editora, e começo, hoje, a falar deles, aos poucos. Entre clássicos e modernos, vou começar hoje, com o mais recente gibi do Raio Negro, do saudoso Gedeone Malagola (cujo falecimento completou cinco anos em setembro).


RAIO NEGRO no. 16
Lançado em abril de 2013.
A mais recente revista com o herói do anel de luz negra foi o terceiro crossover entre ele e a Velta de Emir Ribeiro, lançado recentemente. Do gibi solo com o personagem, até agora o mais longevo da editora, este é o mais recente, e trazendo, desta vez, mais aventuras clássicas com Raio Negro, Homem Lua e Patrulha do Espaço (o no. 15 trouxe aventuras produzidas recentemente a partir de roteiros inéditos deixados por Malagola antes de seu falecimento). Começando com o Raio Negro, e a aventura Piratas do Ar!, descoberta pelo colaborador Márcio Baraldi, o cartunista criador do Roko-Loko. Na trama, um avião de passageiros, carregando documentos secretos, é desviado por bandidos, e está prestes a cair no mar. Cabe ao Raio Negro impedir a queda do avião e dar uma lição aos mandantes do crime, os mercenários da Estrela de Prata (não confundir com o Bando da Estrela Amarela, que o Homem Lua já enfrentou uma vez). Uma trama bem simplezinha. A segunda aventura é do Homem Lua, Os Diamantes Fatais. Nela, dois exploradores das selvas da África roubam um carregamento de diamantes que uma tribo pretendia revender, e o Homem Lua, que sai em auxílio dos nativos, a princípio acaba por ser ludibriado por um deles, que ainda usa seu símbolo como salvo-conduto, mas depois o herói sai em seu encalço para matá-lo a sangue-frio (na ética heróica, uma atitude questionável - o normal é deixar que o vilão dê o primeiro golpe para que a morte configure legítima defesa). E, no fim, uma aventura da Patrulha do Espaço produzida nos tempos da Editora Júpiter original, ou seja, os anos 50, publicada no terceiro número do gibi do Capitão Wings (que teve uma aventura apresentada no #14 da coleção). Na trama de Guerra Intergalática, escrita por Malagola e desenhada por Daramór Dias (este era um dos pseudônimos de Malagola - ou seja, ele escreveu e desenhou tudo), a Patrulha do Espaço (que ganhou em tempos recentes um gibi solo com histórias desenhadas por Emir Ribeiro) precisa impedir que Nilats, o imperador de Vênus, estenda seu império para a Terra. Comandada pelo Capitão Astral (usando um uniforme igual ao do Capitão Júpiter, com o capacete de penacho e tudo!), a Patrulha encontra sua primeira dificuldade em transpor a barreira de força que cerca o planeta. Para transpô-la, eles contam com a genialidade de Eletra e a ajuda de Steve Kirby e o venusiano Radite, que, depois de ser incorporado ao efetivo, aparentemente trai o Patrulha. Chegar ao planeta é o de menos. A aventura só está começando a partir daí... A aventura, em quadros pequenos e estreitos, é emocionante, e evidentemente guiada pela imaginação da ficção científica da época (hoje, todo mundo sabe que Vênus é o planeta do sistema solar menos propício para comportar vida, com sua atmosfera repleta de metano e sua temperatura elevadíssima). E é cheia dos elementos clássicos e aventurescos os quadrinos de aventura da época: o maniqueísmo, representado na luta entre a democracia (a Patrulha do Espaço) contra a tirania (o exército de Nilats), num reflexo da época (o pós Segunda Guerra Mundial e o embate entre capitalismo e comunismo da época da Guerra Fria); os vários perigos dos heróis, incluindo a mocinha que cai nas garras do vilão, que planeja "torná-la sua rainha"; e a reviravolta inesperada da história que garante o final feliz da trama (ou nem tanto). O vilão, que até mesmo bate em Eletra, foi inspirado no vilão Slits, da série Terry e os Piratas de Milton Caniff, e cujos óculos inspiraram também o visor do Raio Negro. E esta é a primeira aventura da coleção em que aparecem Steve Kirby, uma espécie de Flash Gordon jovem (o sobrenome será uma homenagem a Jack Kirby, na época conhecido apenas como o co-criador do Capitão América?), e o venusiano Radite, que foram apenas citados até agora. E esta, também, é a última aventura onde aparece Radite, porque no fim da história ele se sacrifica para ajudar a derrotar Nilats. Completam o gibi ilustrações de Adauto Silva (que também fez a capa).

Para adquirir mais este gibi fantástico, ao preço de R$ 3,00, escrevam para José Salles, no endereço smeditora@yahoo.com.br. Confiram estas e outras publicações da editora em http://jupiter2hq.blogspot.com.br/.

Para encerrar, o já tradicional pin-up dos personagens de Malagola by Rafael Grasel. Hoje, mais um com os membros da Patrulha do Espaço, destacando os até então desconhecidos das novas gerações, Steve Kirby e Radite. Estará nos planos de Salles e dos herdeiros de Gedeone que, no próximo gibi do Raio Negro, saia uma das aventuras solo de Steve Kirby? Será que houve outras aventuras onde Radite aparece? Tudo dependerá, também, do que se pode encontrar nos arquivos malagolianos. Aguardemos novos números do gibi.
Até mais!

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