Olá.
Hoje,
encerrando uma “trilogia” de heróis da editora Júpiter 2 – na primeira
postagem, falando sobre o Tormenta,
de Eduardo Manzano; na segunda, sobre o encontro do Tormenta com o Vulto de Wellington Santos – vou falar
do mais recente gibi do outro elo da corrente: o Vulto.
Em
dezembro de 2013, saiu um novo gibi com o defensor de Belo Horizonte, MG, terra
natal de Well. VULTO – O ESQUARTEJADOR é a mais nova aventura do alter-ego do
ex-agente Nelson Montenegro, num gibi de 32 páginas (contando capa).
Quem conhece o VULTO sabe mais ou menos como a publicação funciona. Começou com a edição independente, Vulto, o Vigilante, lançada em 2005. Depois, o personagem ganhou uma “série” pela editora Júpiter 2, começando com Vulto – Guerra Declarada, de 2007. Talvez por não prever que a série poderia fazer tanto sucesso e se expandir, os gibis do Vulto não tem números, todos são identificados por títulos. Assim, depois de Guerra Declarada, veio: Vulto – Um Estranho na Cidade (2008), Vulto – 20 Anos (2010), Vulto – Enchentes (2011) e Vulto e Tormenta – DSF, A Super Ameaça (2012). Agora, dando continuidade ao “Vultoverso”, chega em 2013 VULTO – O ESQUARTEJADOR.
No
total, já são nove aventuras completas publicadas com o Vulto – sendo sete
delas com arte de Well. Em Vulto – 20
Anos, a aventura Conflito no Morro,
com arte de Raimundo Gomes sobre o roteiro de Well, foi a primeira em que outro
artista desenhou uma HQ do personagem. Rai também desenharia um trecho de Vulto e Tormenta. E, em Vulto – Enchentes, a segunda história, A Grande Recompensa, só contou com a
aprovação de Well, pois tem roteiro de José Salles e arte de Zilson Costa.
Em
VULTO – O ESQUARTEJADOR, Well volta a dividir o trabalho com outro artista. O
prólogo da aventura – as quatro páginas iniciais – foram desenhadas por Dennis
Oliveira, que, com seu estilo realista, porém simpático, também desenhou
histórias do Tormenta. As páginas
restantes foram desenhadas por Well, que usa o estilo de sempre, realista e
carregando no preto, mas novamente sem aplicar os tons de cinza – o que ele vem
fazendo desde Vulto – Enchentes.
Curioso
é que, inicialmente, a aventura teria apenas quatro páginas, e a história seria
toda produzida por Oliveira, de acordo com a introdução do autor. Visto que o
autor apreciou o resultado, ela teve continuidade. Só que, infelizmente, a
aventura acabou se configurando na mais fraca em roteiro já produzida por Well.
Já explico.
Nem
é tanto pelo “vício” de Well em “picotar” os textos em diversas caixas de
texto, espalhadas ao longo dos quadrinhos, num sentido de leitura tortuoso. É
que a aventura optou por contar três histórias paralelas, sendo uma delas
soando bem supérflua.
Bão.
A história de VULTO – O ESQUARTEJADOR gira em torno de um serial killer de
mulheres. No prólogo de Dennis Oliveira, um policial, Felipe Vargas, está
contando, a uma analista, sua triste história: sua namorada havia sido morta
pelo tal serial killer, que era seu ex-namorado. Pior que o policial sabia que Alexandre
Lobo, um médico mau-caráter, afastado da profissão por ter cometido um erro
numa cirurgia, era o tal serial killer; mas ele está fora da cadeia por causa
da influência da família rica dele (isto é Brasil, pessoal). Descontente com a
ação da polícia, e porque mais mulheres estão sendo mortas pelo ex-médico,
Vargas lança um apelo no jornal, para que o Vulto pegue o assassino.
Sob
o pretexto de fazer “experiências” com mulheres, Alexandre Lobo mata e
esquarteja suas vítimas – mas calma, nada é mostrado de forma explícita na HQ,
só sabemos disso por meio dos diálogos entre os personagens. Nelson Montenegro,
agora sócio de uma academia de ginástica, decide ir atrás do assassino, e logo
vai pedir informações com seu maior aliado, o delegado Anderson Costa. No
ensejo, o Vulto acaba conhecendo o filho de Anderson – o garoto aparecera
rapidamente em Vulto – Um Estranho na
Cidade.
Enquanto
o Vulto começa a caçada ao assassino, vai se desenvolvendo as outras histórias
paralelas. A que tem mais importância é a que traz de volta um dos inimigos do
herói: o Capitão Lúcio. Ex-membro do Grupamento Especial (GE), exército do qual
Nelson Montenegro fazia parte, e um dos líderes da ligação entre a GE e o
tráfico de drogas, Lúcio havia sido preso pelo Vulto em Vulto – O Vigilante. Agora, ele está na prisão, desenvolvendo o
físico e planejando sua vingança contra o Vulto. Ele aceita participar de um
plano de fuga de alguns detentos da prisão. Mas esta história paralela não é
desenvolvida até o fim, e não fica claro se Lúcio realmente fugiu da prisão.
Ficou pro futuro capítulo.
A
segunda história paralela, e a supérflua que eu falei: Well introduz no
“Vultoverso” uma nova heroína, a Agente Nacional, uma vigilante “fabricada”
pelo governo brasileiro para defender a pátria e passar sensação de segurança
ao povo, atendendo ao apelo popular de que precisamos mesmo é de super-heróis.
Tanto que sua primeira ação foi prender um político corrupto (isto é Brasil,
pessoal). A gostosona de roupa colante com as cores da bandeira tem suas ações
inspiradas na do Vulto, sugerindo um futuro encontro entre os dois. E é bom
mesmo que isso ocorra na próxima aventura, pois em VULTO – O ESQUARTEJADOR,
ficou entendido que a presença da heroína foi só para “encher linguiça”, ou
melhor, só para ocupar espaço sobrando no gibi. Não fosse a citação que a
personagem faz ao Vulto, o gibi poderia ter passado bem sem ela.
Mas
talvez a presença da Agente Nacional sirva também para colocar um pouco de
feminilidade ao “Vultoverso”, formado até agora só de confrontos entre machões
musculosos, enquanto as curvilíneas mulheres só serviram, até agora, na
figuração.
Mas
mesmo o confronto entre Vulto e o Esquartejador deixou um pouco a desejar. Não
é mostrado o que o herói faz com o serial killer, mas fica subentendido que o
Vulto pode ter “atropelado” as próprias convicções pessoais para por fim à
ameaça do ex-médico.
Assim,
a aventura acabou ficando fraca e deixando a desejar. Mas deixou uma porção de
pontas soltas para uma futura nova aventura. Só nos resta aguardar a chegada
dessa futura aventura – aí o ranço provocado por VULTO – O ESQUARTEJADOR
passara, certamente.
Completam
o gibi ilustrações pin-up de Dennis Oliveira, Raimundo Gomes, Elton Carlos e
Wellington Santos.
E
sai por R$ 3,00. Peçam o seu pelo e-mail smeditora@yahoo.com.br.
Completem suas coleções! E conheçam outros gibis da Júpiter 2, e seu catálogo
de heróis brasileiros (quem disse que eles não existem?) em http://jupiter2hq.blogspot.com.br/.
Para
encerrar, é a vez da minha pin-up. Com o Vulto e a tal Agente Nacional.
Insisto: os dois precisam se encontrar na próxima aventura. Isso já terá valido
a pena. Fica a dica aí, Well.
Por
enquanto é isso aí. Agora, aguardemos o retorno às aulas, o Carnaval, a folia
da Copa e a ressaca das Eleições (isto é Brasil, pessoal). Enquanto isso, confiram
as futuras novidades dos blogs da Rede Rafelipe!
Até
mais!
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