sexta-feira, 8 de abril de 2016

GUIA MUNDO EM FOCO - SUPER-HERÓIS - Tem, sim, o que compensar teus erros de redação...

Olá.
Hoje, vamos fazer uma tentativa de me afastar da política, das crises econômicas e outros espectros que rondam o país. A cultura pop tem sido o nosso refúgio e proteção nesses tempos de instabilidades humanas. O mundinho colorido dos super-heróis não está afetado por políticos mal-intencionados, então é um porto seguro. Quer dizer, se a política for mesmo pior que ameaças cósmicas, roteiristas insanos, desenhistas atrozes, mortes, ressurreições, decisões editoriais desumanas...
Well. Por esses dias, nas bancas brasileiras, chegou mais uma publicação de referência sobre o mundo dos super-heróis. Já resenhei algumas aqui no blog, então esta também não poderia ficar de fora: o Guia Mundo em Foco – Super-Heróis.

Esta revista é um especial da série Guia Mundo em Foco, da editora On Line. E, particularmente, não traz nada que já não tenhamos lido antes sobre super-heróis, por publicações de outras editoras, como a Abril, a Astral Comics, a Discovery Publicações, a Geek Editora, a Editora Europa... Ou melhor, até traz. Traz, sim, algo diferenciado.
Dentre tantas publicações que inundam o mercado, das muitas que tratam da atual cultura pop – leia-se: filmes e séries de TV estrelando super-heróis clássicos dos quadrinhos – o Guia Mundo em Foco, em princípio, seria mais uma para tentar abocanhar um naco do mercado crescente de informação pop. Ainda mais vindo da editora On Line, uma das editoras de revistas mais “fundo de quintal” do Brasil. Sério: essa editora parece não conseguir investir sequer em um revisor de textos, pois a presente publicação. A título de exemplo, é cheia de erros de redação grosseiros, caracteres trocados e informações contraditórias e/ou errôneas.
Mas é bem-intencionada em trazer informações atualizadas sobre o mundo dos heróis, incluindo coisas que nós, certamente, não sabíamos ainda. Ainda tem gente por aí que pensa que o Homem-Aranha é colega do Super-Homem, por desconhecer que ambos fazem parte de universos heroicos diferentes... OK, eles já chegaram a se encontrar algumas vezes nos quadrinhos, mas são eventos diferenciados... E deixamos para explicar em outra hora.
Bão. Para auxiliar o leitor que está chegando agora, a revista começa com um breve histórico dos super-heróis, desde os primórdios dos quadrinhos (com o Yellow Kid como marco inicial) até a fundação da Image Comics, com a divisão das eras dos quadrinhos de super-heróis em eras: de Ouro (1938 – 1955), de Prata (1956 – 1971), de Bronze (1971 – 1986) e de Ferro (1986 – dias atuais). Até os historiadores amadores de HQ, como eu, ficam confusos: depois de 1986, é a Era Moderna, ou a Era de Ferro? E a Era de Concreto, não existe mesmo?
Depois, uma matéria sobre as HQs nas telas, do cinema, da televisão e do computador. Desde os seriados para cinema nos anos 1940 até as atuais produções cinematográficas e as séries televisivas de maior sucesso da atualidade. Inclui calendário com os próximos lançamentos e prognósticos de adaptações para cinemas. Recentemente, foram divulgadas mudanças nos calendários de lançamentos dos universos da Marvel e da DC nos cinemas, mas pelo menos temos um guia.
A seguir, um breve histórico das duas maiores editoras de super-heróis do mundo – a DC e a Marvel, claro.
E, em seguida, a atração principal: as fichas de 125 personagens das HQ de super-heróis. Todas individuais. De uma a três fichas por página, onde inclui: box com informações resumidas (Nome, Afiliações [superequipes que integra, se integra alguma superequipe], Ano de Criação, Editora, Criador, Poder [se tiver] e Inimigos), seu histórico mais detalhado (como ganhou seus poderes, quais foram suas motivações para lutar contra o mal), curiosidades e, eventualmente, suas versões para cinema e TV, intérpretes e etc. Ah: também inclui fichas de alguns supervilões.
As fichas dos heróis estão organizadas em módulos de acordo com as eras que surgiram (Ouro, Prata, Bronze, Ferro), e todos em ordem alfabética. Mesmo membros de superequipes, que dependem delas e, por isso, nunca apareceram em HQs solo, tem suas fichas, como alguns X-Men e membros dos Vingadores e da Liga da Justiça. Superequipes, mesmo, só duas são relacionadas em ficha – e não são a Liga da Justiça nem os Vingadores, que já se explicam por sua simples menção. Heróis de outras editoras também tem sua vez (a maioria surgiu mesmo em outras editoras nos anos 1940 e 1950, e depois foram comprados pelas “majors” Marvel e DC), e até mesmo personagens que fogem das características clássicas. Todos com as respectivas fotos ilustrativas, embora algumas estejam erradas. Todos da América do Norte – Estados Unidos e Canadá. Nenhum japonês “de nascença” (ou melhor, dos mangás), só os criados na América. Nenhum europeu, continente mais preocupado em personagens sérios e bem-humorados que em superseres. E, mais ainda, nenhum brasileiro (claro, nós aqui ainda só sabemos fazer filmes de favela, de nordeste e comédias com “globais”, e nossos super-heróis ainda não ultrapassaram a barreira do “udigrudi”, interessando só a alguns “gatos pingados”...).
Bem. A maioria das fichas é de figuras carimbadas da cultura pop. Mas tem fichas de heróis menos conhecidos, e outros que a maioria certamente nunca ouviu falar.
Da Era de Ouro, temos: Abelha Vermelha, Alan Scott (O primeiro Lanterna Verde), Aquaman, Átomo (o primeiro, sem poderes), Batman, Besouro Azul, Besouro Verde, Black Terror, Bomba Humana, Bradley Slam (devia ser o contrário, Slam Bradley), Bucky Barnes (antes e depois de ser o Soldado Invernal), Capitão América, Capitão Marvel, Canário Negro (mãe e filha), Cavaleiro Brilhante, Cavaleiro Fantasma, Doll Man, Doutor Meia-Noite, Doutor Oculto, Escudo, Espectro, F.A.I.X.A., Flama (não o brasileiro), Gavião Negro, Homem-Bala e Mulher-Bala, Homem Borracha, Homem-Hora, Íbis, o Invencível, Jay Garrick (o primeiro Flash), Johnny Quick, Johnny Trovoada, Ka-Zar, Lacy Fantasma, Minute-Man, Miss América, Mulher Maravilha, Mulher Gato (oscila tanto entre o bem e o mal que talvez o veredito final é que ela é mais heroína que vilã...), Namor, O Vingador, Pantera (o pugilista da DC, o da Marvel veio bem depois), Ray, Robin, Sandman (Wesley Dodds), Soldado Desconhecido, Starman, Superman, Sylvester Pemberton, Tio Sam, Tocha Humana (Jim Hammond, o androide), Tornado Vermelho, Vingador Escarlate, Whip, Wonder Man e Zatara.
Da Era de Prata: Adam Strange, Anjo (dos X-Men), Arqueiro Verde (realocado para a Era de Prata porque é aqui que estão suas aventuras mais relevantes), Banshee (dos X-Men), Caçador de Marte, Comet, Ciclope, Demolidor, Donna Troy (dos Novos Titãs), Elektron (o segundo Átomo, agora sim com poderes), Falcão, Fera (dos X-Men), Fly e Flygirl, Gavião Arqueiro, Homem-Aranha, Homem de Ferro, Homem de Gelo (dos X-Men), Homem Formiga (ambos, Hank Pym e Scott Lang), Hulk, Jaguar, Jean Grey (dos X-Men), Lanterna Verde (de Hal Jordan em diante), Luke Cage, Mulher Invisível (do Quarteto Fantástico), Nick Fury, O Coisa (do Quarteto Fantástico), Pantera Negra, Raio Negro (dos Inumanos da Marvel, não o brasileiro), Sargento Rock, Senhor Fantástico (do Quarteto Fantástico), Solaris (dos X-Men), Supergirl, Surfista Prateado, Thor, Vespa e Viúva-Negra.
Da Era de Bronze: Tartarugas Ninja (a primeira superequipe relacionada das duas mencionadas – uia!), Blade (o caçador de ampiros), Capitão Britânia, Cavaleiro da Lua, Colossus, Conan o Bárbaro (surgiu na literatura pulp nos anos 1920 e ganhou os quadrinhos nos anos 1970, sabiam?), Jonah Hex, John Constantine, Lince Negra (dos X-Men), Motoqueiro Fantasma, Mulher Hulk, Noturno (dos X-Men), Nova, Justiceiro, Pássaro Trovejante (dos X-Men), Punho de Ferro, Rocketeer, Tempestade e Wolverine.
E, da Era de Ferro, temos: Deadpool, Gambit (dos X-Men), Gladiador Dourado, Marv (do Sin City de Frank Miller), Hellboy, Kick Ass, Mitchell Hundred (de Ex-Machina), Renee Montoya (do universo do Batman), O Corvo (Brandon Lee deixou um recado – entenderam?), Savage Dragon, Scott Pilgrim (uia!), Spawn, Superboy, The Tick (lembram do desenho animado da Rede Globo nos anos 1990? Cacilda!!! Entenderam?), Usagi Yojimbo (seu criador nasceu no Japão, mas o personagem foi criado em solo estadunidense) e Watchmen (a outra das duas únicas superequipes mencionadas).
Os supervilões a ganharem ficha: Adão Negro (Capitão Marvel/Shazam), Apocalypse (X-Men), Caveira Vermelha (Capitão América), Duas Caras (Batman), Coringa (Batman também), Duende Verde (Homem-Aranha), Galactus (Quarteto Fantástico, mas há controvérsias), Lex Luthor (Superman), Magneto (X-Men), Mística (X-Men também – desculpem o eco, foi inevitável), Ozymandias (tanto o da Marvel quanto o do Watchmen), Mercenário (Demolidor), R’as Al Ghul (Batman) e Ultron (Vingadores).
Certamente, há falta de alguns personagens (como os outros membros dos Novos Titãs – por que só a Donna Troy e o Robin, e não o Mutano, o Cyborg, a Ravena e os outros? E por que não teve ficha dos Flashes – Barry Allen e Wally West – da Era de Prata?! E o Tocha Humana do Quarteto Fantástico?! E outros X-Men, como Vampira e Cable?!), mas o espaço foi limitado a 100 páginas (contando capa). E tinha de sobrar uma página para os créditos e alguns sites recomendados.
E o preço é até honesto para algo do gênero: R$ 19,99. Nos dias que correm, as revistas e livros de melhor qualidade custam muito mais, então, lambam os dedos. Melhor que nada. Qualquer dúvida, também tem internet para pesquisar mais a respeito – isto é, se você ainda puder pagar pela sua linha. Sei, não está fácil, crise econômica e biririm.
Para encerrar, bem, nada de muito especial, além de uma ilustração especial.
Nos dias que correm, enquanto escrevo, chegou ao Brasil, pelo canal Cartoon Network, o mais novo desenho animado das Meninas Super Poderosas! O clássico do citado Cartoon Network chega repaginado para uma nova geração!
Tenho de confessar: Meninas Super Poderosas foi, durante uma parte de minha infância, meu desenho animado favorito. Ou pelo menos um de meus desenhos animados favoritos. Sabe-se lá por que as defensoras de Townsville me tomaram de assalto logo no primeiro episódio que assisti, no fim dos anos 1990. Mas as aventuras de Florzinha, Lindinha e Docinho são puro girl power, ainda que apoiados em humor nonsense e roteiros meio sem sentido. Mostrando que não só os homens que salvam o dia. “E mais uma vez o dia foi salvo graças às Meninas Super-Poderosas”! Lembram da narração ao fim da maioria dos episódios?
Ao longo do tempo, as Meninas Super-Poderosas tiveram suas formas repaginadas, sutilmente, como ocorreu com o Pica-Pau. Ganharam uma versão em anime que fugiu um pouco do conceito original, mas também valeu. Houve uma tentativa de revitalizar a série num especial de visual horrível. E, agora, elas estão de volta, mais ou menos do jeito como as deixamos na década de 2000.
E, pensando nisso, fiz uma ilustração especial: as minhas meninas, Letícia, Aristeia e Simoninha, fazendo um cosplay de Florzinha, Docinho e Lindinha, respectivamente. Tem a ver com o tema tratado até aqui! OK, é meio óbvio a Simoninha encarnando a Lindinha, já que ambas tem o mesmo penteado. Mas é a primeira vez que vemos a Letícia de cabelo preso!
Vejam as peripécias mais recentes da Letícia em seu blog próprio: http://leticiaquadrinhos.blogspot.com.br/. E relembre as peripécias antigas em sua página no Facebook: www.facebook.com/leticiatirinhas
E vamos ver o que acontecerá no Brasil nos próximos dias, se estaremos em condições de continuar consumindo cultura pop ou não.

Até mais!

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