segunda-feira, 24 de setembro de 2018

MACÁRIO - Capítulo 44: "O Novo Lar"

Olá.
Hoje, já se passaram 15 dias desde a publicação do último capítulo de meu folhetim ilustrado para adultos, MACÁRIO. Mas não dá para fugir desse compromisso quinzenal: apesar dos problemas que atualmente estou enfrentando, tenho de escrever. E, agora sim, com a numeração correta dos capítulos. Este é o 44o. capítulo.
ATENÇÃO: leitura não recomendada para menores de 18 anos. Contém cenas de uso de magia e intimidação.



Praticamente tomei um susto ao ver Luce, ali, estacionado com seu carro.
Um de seus carros aparentemente customizados, pois não era de nenhum modelo reconhecível. Aquele carro tinha a aparência de um conversível, com teto retrátil. E, de fato, o teto do carro estava aberto. E Luce, no volante, sozinho, desta vez estava com o cabelo penteado para trás, como no dia da exposição do Marto Galvoni, mas sem o terno.
Ele chamava minha atenção ali, estacionado, como se ele e o automóvel tivessem se materializado do nada.
Geórgia, a meu lado, também se voltou. Ambos havíamos saído do esconderijo dos Animais de Rua, e eu recém havia me aliviado em saber que eles estavam bem. Geórgia havia ido junto comigo, sem saber por quê.
- Oh, Macário! Macário, aqui! – Luce gritava, e buzinava.
- Ma... Macário, quem é esse?! – Geórgia perguntou, assustada.
- Hã... bem, é um de meus amigos. Meus... novos amigos. – respondi, meio sem jeito.
Nos aproximamos do carro.
- Oi, Luce. – procurei demonstrar naturalidade.
- E aí, Macário. – ele abriu um enorme sorriso. – Me apresente sua amiga.
Eu podia ver, em seu olhar sacana, que Luce se lembrava de Geórgia – afinal, ele sugou sangue dela, diante de mim. Mas Geórgia não se lembrava dele, é claro. Então, não havia outro jeito senão manter o teatro – fingir, diante de Geórgia, que aquela noite não aconteceu.
- Esta é a Geórgia. – respondi, entre dentes. Depois, me voltando a ela – Geórgia, este é o Luce.
- Hã... prazer, Lúcio. – Geórgia responde, apreensiva.
- Hã... o prazer é todo meu, Geórgia. – disse Luce. – E é Luce. Lu-ce. Não Lúcio.
- L-Luce? – Geórgia abriu um sorriso amarelo. – Hã... nome original, o seu.
- Você achou? – Luce sorriu. – Venha, entra no carro com a gente.
- Hum?!
- Macário, entra no carro. Precisamos tratar de um assunto. – falou Luce para mim. – Geórgia, aceita uma carona até onde você quer ir? Aproveito e levo você.
- Vo... você também vai em direção da faculdade? – pergunta Geórgia.
- S... sim, eu vou. – Luce desviou levemente o olhar. – O Macário sem dúvida vai para a faculdade, então, vamos todos juntos. Hum... foi sorte eu estar passando por aqui. Subam, vamos. Macário, você vai na frente.
O carro só tinha duas portas, e bancos dianteiros retráteis para passar o passageiro do banco traseiro. Geórgia, sem titubear, passou para o banco de trás, depois, eu me sentei no da frente. E Luce começou a rodar, a baixa velocidade, na direção da faculdade.
- E aí, Macário, como você está? – pergunta Luce.
- Nã... não muito bem. – respondi. – Tive uma série de aventuras inesperadas.
- É, sei. Fiquei sabendo.
- Ficou...?
- Estive conversando com o Flávio Dragão. Ele contou de como encontrou você na madrugada de ontem para hoje. Que você disse que os Animais de Rua convidaram você para sair, e você foi... E meio que adivinhei que você iria procurar os Animais de Rua para ver como eles estavam, depois do que aconteceu na mesma madrugada. E... e o que você parece estar arregalando o olho, Geórgia.
Luce olhou de soslaio para Geórgia, no banco de trás, tentando entender a conversa que involuntariamente estava escutando.
- Hã... é que eu tenho a impressão de que conheço você de algum lugar, Luce. – Geórgia respondeu com um acento de timidez. – Não sei como, mas eu lembro de você, digo... Ah, acho que lembro, sim! – engoli em seco ao ouvir isso. – Você era aquele carinha que ficava o tempo todo ao lado do Marto Galvoni, né? O “groupie” dele.
Fiquei aliviado. Então era dessa forma que Geórgia lembrava de Luce.
- Groupie?! – pergunta Luce.
- É, que você quase não saía do lado do Galvoni.
A atenção de Luce agora estava ora na estrada, ora em Geórgia.
- Pois eu também lembro de você, sabia?! – Luce sorriu. – A garota lá da exposição que começou a flertar com o Breevort.
- Você também conhece o Breevort?! – pergunta Geórgia.
- É meu amigo. Somos todos amigos, todos os que estavam naquela exposição. Também soube que você esteve flertando com o Galvoni.
- Como sabe?!
- Sou íntimo do Galvoni, pensei que você já tivesse deduzido. Eu ajudei a organizar a exposição.
- Estou tentando deduzir uma série de coisas, na verdade. Inclusive as amizades do Macário aí. – Geórgia voltou o olhar para mim. – E esse automóvel diferentão.
- Diferentão?!
- Sim, não reconheço este modelo, sabe. Você também faz... como que chama mesmo... ah. Tunagem de automóveis? Hã... Customização?
- Sim, sim. É um de meus passatempos. E, bem, você vai para a faculdade?
- Não, eu já vou para minha casa. É perto da faculdade. Digo... pode me deixar aqui, na esquina.
- Ah, certo.
Luce estacionou o automóvel a cerca de um quarteirão da entrada da faculdade. Tive de descer para Geórgia também descer. Mas ela me olhou fazendo uma careta.
- Um dia você vai ter de explicar tudo isso, viu, Macário?!
- Você terá essa explicação, Geórgia. – respondi. – Prometo.
- Espero que possa cumprir. – Geórgia olhava ora para mim, ora para Luce. – Só não cobro agora porque posso ver que o moço aí quer muito mesmo falar com você... A gente se vê. E... obrigada pela carona, Luce.
- Não tem de quê, Geórgia. – Luce sorriu mais uma vez. – Vamos sair todos juntos dia desses, o Galvoni, você e eu.
Mas Geórgia dirigiu a Luce um carão similar ao que eu levei. E se afastou, em direção às casas simples que ali haviam. A mim, só restou entrar novamente no automóvel.
- O que houve com ela? – pergunta Luce. – Acho que ela não gostou de mim.
- Acho que ela lembra mais ou menos do dia em que você sugou sangue dela. Não é só do dia da exposição.
- Impossível. Ela não conseguiria resistir à hipnose que aplicamos.
- Ah, é que ela também estava nervosa, irritada... comigo.
- Com você?! Mas por quê, Macário?
- A Andrômeda já contou para você, não contou?
- Contou do quê?
- Ah, Luce, não se faça de desentendido. De alguma forma você deve saber que a Andrômeda...
Mas não pude completar a fala: fazendo “shhh”, Luce colocou dois dedos na minha boca, fazendo-me calar.
- Depois você diz o que a Andrômeda fez... tá? – Luce substituiu o sorriso simpático pelo olhar terrível.
Tentei falar alguma coisa, mas não consegui. Senti meus lábios colados, incapazes de abrir e fechar. Me assustei. O que o Luce fez comigo?! Por que eu não conseguia mais falar?!
- Temos assuntos mais importantes para tratar, agora. Eu te levarei para a faculdade, não se preocupe. Mas antes... eu quero mostrar uma coisa para você, enquanto temos um tempinho sobrando.
E Luce ganhou a rua, acelerando o automóvel. Eu comecei a ficar receoso do que estava por vir. E por que ele colou meus lábios?! O que ele fez, aliás, para colar meus lábios?! Algum tipo de magia?! Nem minha língua eu conseguia passar pelos meus lábios. Era como se minha boca tivesse sumido da minha face.
Não levou nem cinco minutos para chegarmos ao local onde Luce queria me levar: um prédio de cinco andares. À exceção do térreo, que comportava duas lojas, os apartamentos apresentavam sacadas, sendo dois pares de sacadas e janelas frontais por andar, em arranjo simétrico. De fato, o prédio parecia perfeitamente espelhado, exceto pelas duas lojas diferentes no térreo. Pelo jeito, quase todos os apartamentos já estavam ocupados.
- Aqui, Macário. – disse Luce. – Lembra que eu falei que eu aluguei um apartamento para nós dois morarmos juntos? Vai ser aqui. E lá no último andar.
Engoli em seco.
- Venha comigo. Vou mostrar a você o espaço. Deixe sua mochila aí no carro.
Obedeci. Seguindo Luce, e eu fazia cara de entediado. Enquanto subíamos as escadas, Luce, com um acento de excitação, começou a despentear o cabelo. Desfez a armação penteada para trás, e logo ele recuperou a aparência tradicional, o cabelo arrepiado no topo.
- Ei, Macário. Ficou melhor assim, ou do outro jeito? – ele pergunta.
Não sabia o que responder, nem se minha boca estivesse livre. Limitei-me a levantar o polegar afirmativamente.
- Assim? Muito gentil de sua parte, amigão.
Chegamos ao último andar. Luce saca do bolso de trás da calça a chave do apartamento, e rapidamente abre a porta.
O apartamento estava totalmente vazio. Mas parecia bem espaçoso. Maior até que o meu apartamento. E recebia a iluminação do final da tarde, vinda da grande porta envidraçada que dava para a sacada, no cômodo que deve comportar a sala.
- Está vendo só que beleza, Macário? Foi ou não foi uma boa escolha? E é nosso!
Realmente, até que gostei do espaço.
Luce, a seguir, foi me mostrando os outros cômodos. Me conduziu à cozinha, que, ao contrário do meu apartamento, era separada da sala por uma parede; depois, mostrou um corredor, e, nele, quatro portas. Numa das portas, estava o banheiro, mais espaçoso que o meu; depois, Luce mostrou o cômodo que seria o seu quarto. E, depois, mostrou o cômodo que seria o meu quarto. Será maior que o meu quarto atual, nada mal!
- Este aqui deveria ser um terceiro quarto – falou Luce, apontando para a última porta – mas vou pensar em um uso para este cômodo.
O cômodo que sobrou era menor que os outros. Estava com um mau pressentimento a respeito.
- E aí, gostou, Macário?
Acenei afirmativamente com a cabeça. Realmente, é um belo local para dois rapazes morarem. Eu estava tentando imaginar de que forma Luce decoraria o apartamento. Não sabia que tipo de gosto ele tinha. Se for como a mansão dele, cheia de móveis antigos...
Luce me conduziu à sacada que dava para a rua. Do quinto andar, dava para vislumbrar boa parte da cidade. E o sol já se punha, o céu com poucas nuvens. Que bela visão.
- Vejo que gostou da sua nova moradia, Macário, meu querido.
Acenei afirmativamente com a cabeça.
Com a mão em meu ombro, Luce me conduziu de volta para a sala.
- Bem, agora...
Senti a tensão. Mas não pude evitar o susto.
Luce me fez encostar na parede. Bateu com força com uma das mãos na parede, me encurralando. E olhava para mim com uma expressão terrível no rosto, como se estivesse querendo me morder. Queria gritar, mas não conseguia. O máximo que conseguia fazer era arregalar os olhos, olhando nos de Luce.
- Agora, Macário, me diga... o que você ia falar a respeito da Andrômeda?!
Ele passou de novo os dedos em meus lábios. E, desta vez, senti a minha boca descolar.
- Luce! – foi o que consegui soltar.
- Fale, Macário. Fale a respeito da Andrômeda.
Eu me sentia intimidado. Mas precisava não aparentar.
- Luce... não se faça de desentendido. – comecei a falar. – Você soube, não? Que a Andrômeda e a Âmbar vieram passar a noite comigo.
- A Andrômeda e a... a Âmbar?! – Luce arqueou a sobrancelha. – Como assim?!
Agora fiquei confuso.
- Você não soube?!
- Confesso que não. Vá contando, Macário. O que exatamente aconteceu esta madrugada, que eu só fiquei sabendo de algumas coisas a partir de terceiros?!
- Você não soube o que acon... digo, o que você sabe do que me aconteceu desde a hora em que você saiu do bar?!
Luce ainda se apoiava em cima de mim, me pressionando contra a parede.
- Bem, o que eu soube foi o seguinte: primeiro, os Animais de Rua te puxam para dar um passeio com eles. E você vai. Daí depois os Carniceiros atacam vocês, e você entra na briga. Essa parte eu fiquei sabendo junto à Philomene. Ela e seus amigos se materializaram na casa deles... onde eu estava esperando.
- Você estava na... na casa dos...
- Do bar, eu resolvi ir direto para o cafofo dos Animais de Rua, para tratar das músicas que eles estão gravando sob meus auspícios. Eles apareceram de repente, sabe? Vindos não se sabe de onde. Numa nuvem de fumaça. Provavelmente, sortilégio da garota Eliane que, eu sei, é uma bruxa. Claro que é. Alguns deles estavam meio transformados em animais. E eles me contaram que você estava com eles, mas quando viram, você não estava ali. Eles ficaram muito preocupados. E, sabe, depois disso eu fui procurar você no suposto local onde você estava. Vim correndo. Mas você não estava lá. Entrei em contato com vários de meus contatos, até confirmar que foi o Flávio Dragão e os Dinossauros que Sorriem quem lhe encontrou, semimergulhado em um esgoto. Lhe deram banho, e você preparou drinques para eles. Aí disseram que você foi embora. Até aí que eu sei.
- O Flávio Dragão não contou a você que a Andrômeda veio me buscar?!
- Não. Se isso é verdade, Macário, então a Andrômeda simplesmente... ah, aquela vaca! Ela deve ter dado um jeito de você ficar indetectável. Para onde ela levou você?
- Para o meu apartamento. E... a Âmbar estava esperando.
- A Âmbar? A secretária do MC Claus?!
- Sim. E a Andrômeda e a Âmbar estavam bêbadas, sabe.
- E vai me dizer que vocês três...
- É isso aí. Elas não quiseram esperar. Me fizeram transar com elas.
- Aquelas taradas! – Luce apertou o punho. – Só pensam em sexo!! E, onde houver uma rica fonte de sexo... Fiquei preocupado, Macário. Eu de alguma forma sabia que você voltou para o seu apartamento, como sempre, mas não que a Âmbar e a Andrômeda...
Interrompi:
- E a Andrômeda disse que sabe da nossa mudança.
Luce pareceu surpreso.
- Soube como?!
- Não sei, Luce, não sei. Ela só disse que deu um jeito de descobrir. Eu juro que não contei a ninguém. Não foi por mim que ela ficou sabendo.
Só aí Luce me soltou.
Luce foi para o meio da sala, e ficou de cara amarrada, em silêncio por um longo e torturante minuto. O que ele ia fazer em seguida?!
Por fim, Luce só deu uma bufada. E disse, ainda de cenho franzido:
- Vou ter uma conversa com minha cara irmã ainda hoje.
Suspirei. Por um instante achei que ele fosse descontar em mim. Mas não...
Ao se voltar para mim, Luce não sorria. Mas não parecia nervoso.
- Bem, Macário... de toda forma, eis o nosso apartamento novo. A mudança será amanhã à tarde.
- Amanhã?! – exclamei.
- Amanhã será sábado. Ao final da tarde, Macário, estarei indo buscar as suas coisas.
Fiquei assustado. E comecei, rapidamente, a fazer um cálculo mental: o tempo era curto para eu empacotar as minhas coisas. E ainda tinha o meu trabalho, e o meu tempo de sono, e a desorganização que Âmbar e Andrômeda deixaram...
- Mas... mas Luce! Eu não tive tempo de empacotar nada, nem de avisar lá no outro prédio que...
- Calma, Macário, para tudo se dá um jeito. – Luce voltou a sorrir. – O importante é que amanhã à tarde, ao fim da tarde, estarei vindo buscar você e suas coisas, e passaremos o domingo organizando tudo dentro do apartamento. Com toda calma. Que me diz?!
Tentei argumentar novamente, mas não consegui.
- A... eu... ainda tenho minhas dúvidas, Luce, mas... se você quer assim... aliás, quem sou eu para contrariar um vampiro?
- Beleza. – Luce sorriu. – Então, agora vamos conduzi-lo à faculdade. E, depois, você ainda precisa ir para o bar, não é mesmo? Chega de perder tempo.
Suspirei.
Apreensivo, deixei o apartamento junto com Luce.
E, em silêncio, entrei no carro, e deixamos o local. Durante o trajeto até a faculdade, não trocamos mais nenhuma palavra.
Mas estava inquieto por dentro. Não apenas por causa do prazo curto para fazermos a mudança – o que eu ia falar para os meus pais? Como eu ia comunicar a eles a respeito da mudança precipitada? Entre outras coisas – mas também por causa das atitudes suspeitas de Luce – será que ele realmente não sabia sobre a madrugada de hoje? – e também dos outros Monstros.
De alguma forma, eu não achava as atitudes deles convincentes. Eles agiam estranho. Não todos, aliás – tem vários Monstros os quais não conversei ainda.
Mas Luce, Âmbar, MC Claus, Andrômeda, Flávio Dragão e os Dinossauros que Sorriem, Morgiana e suas irmãs, Fifi e os Animais de Rua... Todos demonstraram, em algum momento, atitudes bastante irracionais. Em algum momento, eles acabariam se traindo, e revelando sua verdadeira condição, mesmo sem querer. Como se estivessem doidos para isso.
E eu ainda me perguntava: por que eu?! Dentre tantas pessoas no mundo, por que eu, um simples estudante universitário, bartender e cuja única excentricidade é dormir de dia e trabalhar e estudar à noite?! Por que os Monstros tinham todo esse interesse particularmente em mim?!
Estaria o Universo planejando alguma coisa para mim, e enrolando para me falar?! O tradicional “tudo a seu tempo”?
Não demorou muito para chegarmos na faculdade.
Luce avisou que iria a uma palestra na faculdade. E que depois conversaríamos, no bar. Já eu... só desci do automóvel e, sem olhar para trás, só dando um aceno para Luce, fui correndo para o meu curso, sem nem passar no Restaurante Universitário. Estava atrasado. E sem apetite, mesmo. Passei por tanta coisa hoje, que mal pensava em comer.

E havia mais por vir. Sem dúvida alguma.

Próximo capítulo daqui a 15 dias.
Até aqui, como está ficando? Está bom? Ruim? Preciso alterar alguma coisa? Paro? Continuo neste mesmo ritmo?
Deixem um comentário - pode ajudar bastante nos rumos da trama!
Até mais!

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