Hoje, vamos falar de anime.
Li, no site do Henshin (http://www.henshin.com.br/), que o primeiro mangá a ser lançado pela editora JBC em 2009 é justamente o que ajudou a redefinir o gênero shounen: TENJOU TENGE, de Oh Great!. O nome do autor se escreve assim mesmo, o pseudônimo é uma corruptela da pronúncia em inglês de seu nome em japonês, Oogure Ito. Este mangá (cujo nome verdadeiro é TENJHO TENGE - TENJOU é invenção ocidental) começou a ser publicado no Japão em 1998, e vai chegar às bancas das principais capitais em 30 de janeiro, ironicamente o "Dia do Quadrinho Brasileiro".
A oportunidade da notícia não teria sido melhor, pois há tempos estou para falar do anime que foi gerado do mangá, produzido em 2004 pelo estúdio japonês Madhouse, com direção de Toshifumi Kawase. Sim, eu já assisti aos 24 episódios desse anime graças a um primo que me presenteou com o DVD dessa série, que por sua vez ele conseguiu graças a essa louca desvairada que é a internet.
TENJOU TENGE - ou TenTen, como é carinhosamente conhecida entre os fãs (essa mania que os japoneses tem de abreviar os nomes dos animes e mangás, como em Hagaren - Hagane no Renkinjutsushi, ou Fullmetal Alchemist, e em Mugenin - Mugen no Juunin, ou Blade - A Lâmina do Imortal, só para ficar em dois exemplos) - trata da história de um grupo de amigos lutadores de artes marciais. Basicamente, é um anime de luta, mas essa simples descrição tiraria todo o charme desta historinha.
O anime conta duas histórias. A primeira começa com a chegada da dupla de delinquentes Nagi Souichirou (Souichirou-Sama) e Bob Makihara (um raro exemplo de personagem negro em animes e mangás) ao colégio Toudou Gakuen. Eles chegam mesmo quebrando tudo, dispostos a fechar sua centésima escola. Mas encontram uma resistência que impede seu intento - e que resistência! Eles são derrotados pelos lutadores Masataka Takayanagi (o maleta da série, apesar de no segundo episódio ele ter dado uma bela demonstração de poder na luta contra Nagi) e Maya Natsume (a personagem mais interessante: pois a moça, que pode diminuir seu tamanho para o de uma criança de dez anos, é a gostosona da série por excelência!). Mais: na vida do esquentadinho Souichirou-Sama entra ainda Aya Natsume (a personagem mais irritante da série, porém uma moça bonita como a irmã, Maya), quando Maya, calculando mal, atira o moço no banheiro, justo no momento em que Aya tomava banho! Aya se apaixona por Nagi, e desde então o moço fica fugindo de suas investidas - e não sem razão. Oh, sim, quase esqueci: Masataka se apaixona por Aya, mas ela quer mesmo é Nagi.
Mas Nagi e Bob descobrem - e da pior maneira - que nem Maya nem Masataka são os maiorais do colégio Toudou: ali, quem manda mesmo é o chamado Grupo de Execução, comandado por Mitsuomi Takayanagi, que decide, junto com seus comparsas (entre estes está incluída Isuzu, a "Lâmina Oculta", uma das personagens com o cabelo mais ridículo dos animes!), dar cabo da dupla, que nesse momento começa a treinar no Clube Jyuuken, ao qual pertence Masataka e as irmãs Natsume - Maya é a líder do clube.
As surpresas da série não se resumem só a isso: além de que Nagi possui uma espécie de dragão interno, que lhe confere grande poder de luta, Maya foi o grande amor de Mitsuomi no passado. Bom, depois do cruento combate entre os mais de cem homens do Grupo de Execução contra os cinco lutadores do Clube Jyuuken na pista de boliche, começa a segunda história do anime.
Até aqui, pudemos entender que Mitsuomi teve algo a ver com a morte de Natsume Shin, irmão de Maya e fundador do Jyuuken. Apesar de ser a parte mais chata e complicada do anime, ela é essencial para entender certos pontos obscuros na trama: o porquê da morte de Shin, que estava aos poucos sendo consumido pelos demônios internos; o que Maya, o "aborto" da poderosa família Natsume, tem a ver com isso; de como o franzino adolescente Mitsuomi se transformou no brutamontes adversário de Nagi; e os objetivos de Takayanagi sênior (o líder de uma espécie de máfia), que está orquestrando desde o treinamento de Mitsuomi até a falta de controle de Shin sobre seu próprio poder.
Existem muitos outros personagens de destaque na narrativa, mas da maioria me escapa o nome agora. Entre eles está o magérrimo lutador de bastão, seguidor do bushido (o código de honra samurai) e que, durante uma batalha cruenta, se apaixona por Aya; há também o lutador de lucha libre que só colabora com o Grupo de Execução para manter seu clube de luta; e a namorada de Bob, que mora com ele e que, apesar de não lutar nada, mostra interesse pelo que está acontecendo; isso, na primeira narrativa. No flashback temos: Kuzunoha, a adorável médica acumpunturista (apesar de ter um belo corpo, é a personagem que mais anda coberta em todo o anime) que se envolve com Shin (para espioná-lo) e com Mitsuomi (os motivos são obscuros); o amigo mais velho de Shin e Mitsuomi, que também possui um demônio interno; e o perverso chinês que colabora com Takayanagi Sênior nas provocações a Shin.
E mais surpresas ocorrem durante a série. Por exemplo, no decorrer da trama, o mesmo mal que causou a ruína de Shin ameaça vitimar Aya: o poder chamada Ryu-Gan. E a moça mal pode se controlar, pois adivinha, através do Ryu-Gan, que seu sentimento por Nagi não é correspondido. E isso pode trazer problemas tanto a Maya quanto a Mitsuomi. E Nagi cada vez mais vê seu poder crescendo e aparecendo.
No mais, o anime é muito bem-feito, tem um bom desenho, e principalmente tudo o que um fã de anime do gênero shounen gosta: sangue, lutas e garotas gostosas (uou). Mas o que nos deixa encucados nesta série é a realidade estudantil mostrada, capaz de deixar os educadores brasileiros de cabelos em pé. Mas lembrem-se, é só um anime japonês. E vocês sabem, nos mangás e animes, a imaginação japonesa não conhece limitações para nada - nada mesmo. E a grande discussão do anime é sobre: como ser forte? E de que modo? Fisicamente ou espiritualmente?
Os interessados em conferir este anime podem procurá-lo para download em diversos sites. No caso, a versão que assisti foi colhida no Anime Shade (http://www.animeshade.com/). As legendas são do fansubber Shakaw.
Hum: ah, sim estava esquecendo. TENJOU TENGE também ganhou dois episódios em OVA (Original Video Animation), que servem de epílogo para a série principal. E um filme. Dos OVAs, o que se pode dizer é que servem como um desfecho coerente para a série, mas com muitas partes que poderiam ser mais bem aproveitadas, como a forma alternativa de Nagi. Ah: e ambos, a série e o OVA, terminam sem vencedores ou perdedores, já que o maior charme do anime são os personagens de moral dúbia - todos eles -, que não podem ser classificados como "heróis" ou "vilões" pura e simplesmente; Todos eles agem hora com atitudes louváveis, hora com atitudes reprováveis. Dependendo de suas motivações e os meios usados para alcançar seus objetivos. E é tudo o que posso adiantar da finaleira. E encerro por aqui.
De ilustração minha, hoje deixo mais um herói que criei, o Magani. Dia desses penso em aproveitá-lo.
Um comentário:
Bom gostei da sua descrição é bem vedadeira e n defama o anime como em outro blog q lfalando q a maia era criança e uma atriz pornografica,odiei o outro site só pode tersido um retardado q escreveu aquilo ja vc espressou bem.
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