Ontem, foi um dos dias mais deprimentes da minha vida. Durante a aula de cidadania e meio ambiente na auto-escola, diante das palavras da instrutora sobre como o homem praticamente arruinou o planeta, senti-me péssimo em ser humano; à noite, assistindo ao horário eleitoral gratuito do PSDB, senti-me ludibriado este tempo todo pelo governo Lula e seu PAC, como todos os brasileiros; e, para coroar, noticiaram a morte de Michael Jackson.
Pois é sobre ele que vou falar, já que é este o caso que mais repercussão está tendo no momento - e que eclipsou a morte de outra personalidade, a Pantera Farrah Fawcett, que também morreu ontem, vítima de um câncer.
Michael Jackson. Cantor, compositor, bailarino, ator de videoclipes, popstar completo. Digo completo, porque não faltaram inclusive os escândalos. Hoje em dia, popstar não pode ser popstar se não estiver envolvido em escândalos - videm Paris Hilton, Britney Spears, Amy Winehouse, Madonna...
Michael Jackson foi o mais emblemático. Sucesso estrondoso nos anos 70 (ao lado dos irmãos, no grupo Jackson 5) e 80 (sozinho), atravessou as décadas de 90 e 2000 coberto de escândalos. Mesmo assim, nunca deixou de arregimentar fãs graças ao seu jeito peculiar de dançar. Jackson ajudou a popularizar o break, o estilo de dança em que os dançarinos movimentam-se feito bonecos, em poses impossíveis e cuidadosamente imitáveis.
Foi o autor do álbum mais vendido de todos os tempos - Thriller. Conheceu o sucesso - e acumulou sucessos: Billie Jean, Thriller, Bad, Black & White, We Are The World (o megaevento beneficente para ajudar a África), TheyDon't Care About Us... Todos, em pouco tempo, queriam imitar suas roupas supermodernosas e seus passos, incluindo o moonwalk, o famoso passo para trás (e, sem ofensa, todos também queriam imitar o jeito como ele pegava o pinto com a mão...). Ele inovou o conceito do videoclipe, que passou a contar histórias junto com a música - curtas metragens promocionais.
Bem, de artista idolatrado (Dizem que o céu é o limite / e talvez isso seja verdade, cantou ele em uma de suas canções), do céu ele mergulhou ao inferno - tudo, em parte, culpa dele mesmo. Pois ele se submeteu a mais cirurgias plásticas que qualquer miss - mas não admitiu todas (ou como, com apenas duas plásticas, ele ficou com aquele narizinho?); de negro, ficou branco (dá pra acreditar na hipótese do vitiligo? Se bem que eu nunca soube que existia um tratamento para clarear a pele); casou com a filha de Elvis Presley (e levou, no pacote, todo o catálogo dos Beatles e do pai da moça); teve três filhos, e só os levava a passear mascarados (lembram do terceiro, o bebê que ele pendurou na sacada do hospital?); construiu o rancho Neverland (ele sempre viveu seguindo Peter Pan, seu personagem infantil favorito); foi acusado de abuso sexual de crianças, foi julgado em um deles, mas foi absolvido; admitiu ter feito vodu para Steven Spielberg e mais alguns desafetos; quis comprar os ossos do Homem-Elefante; entre outros escândalos. E ele sempre foi ironizado, atacado, achincalhado pela mídia. (Confesso que eu também não resisti de ironizá-lo um pouquinho; já publiquei no blog um cartum supostamente sobre ele, eis aqui, para quem ainda não viu:)
Foi morrer justo no momento em que ele iria se reeguer, dar a volta por cima, pagar as dívidas com seus shows em Londres. Ele sempre teve saúde frágil, e suas excentricidades terminaram de acabar com ela. Mas não precisava chegar a tanto!
Bem, mas não se pode negar que, mesmo tendo perdido a majestade, ele nunca perdeu o trono do pop. Os fãs continuam admirando-o, e apesar de tudo o que ele fez, nós não deixamos de ouvir suas músicas, admirar suas coreografias espetaculares.
Tudo o que podemos dizer, nesse momento, é: descanse em paz, Jacko. Você já fez sua parte pelo mundo da música. Agora, não podem mais te atacar, de onde você estiver...
Para homenageá-lo, temos de colocar um clipe dele. No YouTube, clipe de Michael Jackson é o que não falta. Que tal... não. Billie Jean está muito manjado. Muito óbvio, e todos já estão usando. Então, eu escolhi a mais bonita e significativa para um momento desses: You Are Not Alone. Com legendas em português.
Descanse em paz, rei do pop.
Até mais!
Um comentário:
Tchê Rafael, quanto tempo! Gostaria de dizer que gostei muito das tuas postagens sobre o Michael Jackson e especialmente do teu desenho. Como escrevi uma postagem sobre o cantor, resolvi homenageá-lo com o teu desenho. Um grande abraço do amigo e colega!
O link do post é esse: http://interpretacoesdeumsujeito.blogspot.com/2009/06/uma-singela-homenagem-michael.html
Até!
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