terça-feira, 26 de janeiro de 2010

TENJHO TENGE - Bomb a head!

Olá.
Há mais ou menos um ano, publiquei aqui no blog uma resenha do anime de TENJHO TENGE. No entanto, eu mesmo não acho essa resenha boa o bastante. Por isso, vou fazer uma nova tentativa de escrever sobre essa série.
Mas desta vez vou tomar outro caminho. Vou começar falando do mangá.
Bem, do início.
TENJHO TENGE (a tradução do título é mais ou menos algo como "céu e terra") começou a ser publicado em 1998 no Japão, na revista Ultra Jump da editora Shueisha. Seu autor se chama Oogure Ito, que assina Oh! great. Esse autor, que também atuou como designer na série de videogames Tekken, também assina outra série famosa: Air Gear. Este mangá é considerado o renovador do gênero shounen de artes marciais. E ainda está em publicação no Japão.
Há um ano, o mangá começou a ser publicado no Brasil pela editora JBC, e numa excelente tradução, levada a cabo pelo ator-dublador Guilherme Briggs e sua esposa, a roteirista de HQ Fran Elles Briggs.
Este mangá prima pelos belíssimos desenhos de Oh! great, que cria, em grandes quadros, notáveis sequências de ação. Já a história é meio complicada e não traz grandes questões existenciais como nos gekigá, mas tem tudo o que um fã do gênero shounen pode gostar: violência, técnicas espetaculares de artes marciais (incluindo gente que pode soltar raios com as mãos, por exemplo), papos "cabeça" sobre artes marciais, lutadores musculosos e, é claro, garotas gostosas em poses "comprometedoras", com roupas curtíssimas ou mesmo nuas! Talvez por isso TENJHO TENGE seja classificado como "impróprio para menores de 18 anos". Não é leitura que eu recomendaria aos meus sobrinhos até eles completarem 18 anos, portanto.
Bem, para falar da história da série, aí é mais complicado, porque existe não um, mas dois fluxos narrativos. Mas comecemos do princípio.
A história gira em torno dos conflitos que ocorrem entre os estudantes do colégio Toudou Gakuen, uma grande escola de artes marciais que se assemelha a uma escola comum - apenas fisicamente. O conflito principal põe frente a frente duas grandes "facções". Vou explicar direito:
A história começa com a chegada de dois alunos arruaceiros ao Toudou Gakuen, Nagi Souichiro e Bob Makihara, também conhecidos como "Knucle Bombs". Os dois tinham por diversão arrasar as escolas por onde estudam e desafiar seus alunos mais fortes para brigar. Nagi é loiro de cabelo espetado e cabeça muito quente; Bob, afro-descendente, é capoeirista e talvez um dos personagens mais sensatos da série. Até chegarem na Toudou, Nagi e Bob se orgulhavam de nunca haverem perdido uma briga.
No entanto, quando se preparavam para detonar a centésima escola - a Toudou - logo no primeiro dia, Nagi e Bob enfrentam uma inesperada resistência: Maya Natsume. Trata-se da capitã do clube Juken, um clube de artes marciais interno. Maya, disfarça-se como uma garotinha de oito anos, porém, com um arranjo de seu poder, transforma-se em uma gostosona de 17 anos - sua verdadeira forma.
Nesse dia, Maya e seu discípulo, Masataka Takayanagi, estavam recebendo um novo membro dentro do clube: a bela Aya Natsume, irmã mais nova de Maya - mas não menos atraente. Masataka - o personagem mais azarado da série - se apaixona à primeira vista por Aya. No entanto, o amor de sua vida é roubado na frente de seus olhos: durante a briga no colégio, Maya acerta Nagi e, por um erro de cálculo, arremessa-o no banheiro de sua casa - onde Aya estava tomando banho. Aya, ao ver Nagi, se apaixona instantaneamente pelo briguento garoto, e decide que ele será seu noivo - contra a vontade dele. Pior: Aya despreza Masataka - mesmo sem querer.
Nagi não podia se sentir mais humilhado: além de ter perdido a briga, ainda tem de fugir de Aya. E, para completar, numa briga na cantina da escola, toma uma verdadeira surra de Masataka.
No entanto, existem outras forças dentro da Toudou que querem ver Nagi e Bob longe do colégio. Trata-se do temível Comitê Executivo, a força que manda e desmanda dentro do colégio - e que, teoricamente, deveria manter a ordem lá dentro. Pois um dos membros do Comitê, o insano Ryuzaki, "apenas" para dar umaviso aos dois, queima a motocicleta de Bob, estupra a namorada dele, a bela Chiaki, e dá uma surra em ambos quando eles reagem. Com isso, os dois acabam percebendo que não são tão fortes quanto pensavam que eram.
Na verdade, uma das grandes questões da série é: o que é ser forte? E como conseguir sê-lo? É a pergunta que os personagens da série procuram responder.
Essa ameaça recebida pelos dois amigos dá a eles uma decisão: procurar ser fortes para enfrentar o Comitê Executivo. Por isso, Nagi e Bob pedem para entrar no Clube Juken. Assim, eles começam a aprimorar suas técnicas sob os auspícios de Maya e sob os olhos de Masataka e Aya.
O Comitê Executivo vê na entrada dos dois arruaceiros a oportunidade que faltava para dar um fim ao clube Juken, que fazia oposição a esse poder. E o ponto culminante do conflito se dá em uma pista de boliche, onde os cinco membros do Juken enfrentam mais de cem membros do Comitê.
As lutas mais importantes são: a de Maya contra Eimi Isuzu, a arrogante e terrível usuária das "lâminas ocultas" (ela esconde várias armas cortantes dentro do corpo; além disso, Isuzu tem o cabelo mais esquisito dentre todos os personagens de mangá - tirando apenas o Yugi, de Yu-Gi-Oh!); a de Nagi contra Sagara ou Saga Mask, o enorme lutador de luta livre mascarada, de princípios morais tão sólidos quanto seus músculos; a de Aya contra Tagami, o esquelético usuário do bastão; e a de Masataka e Bob contra os outros membros menores. Até a entrada dele, do líder máximo do comitê de execução: Mitsuomi Takayanagi (irmão de Masataka, mas que o renega, ainda por cima), "bombado" e frio.
Ah, ia me esquecendo: Aya possui um "poder" extra, os chamados "olhos de dragão", que permitem tanto que ela adquira uma força extraordinária durante o combate, como analisar os movimentos do inimigo, ler a mente das pessoas e enxergar o passado e o futuro. Com esses olhos, Aya "lê" a mente de seu amado Nagi, e, tomando por base apenas o que vê, se deixa levar por maus-entendidos e entra em conflito coma irmã mais velha - por causa de Nagi, óbvio.
Apesar da vitória obtida pelo clube Juken, quando Mitsuomi entra em cena, a máscara de Maya cai. Fica evidente que ela e Mitsuomi tinham um passado de violência - e muitos esqueletos no armário. E os outros membro do Juken acabam entrando em conflito, em busca da verdade. Sobretudo Chiaki, que detesta a idéia de ver Bob tomar uma surra atrás da outra, e ela cobra a verdade de Maya. Por causa do conflito na pista de boliche, os membros do Clube Juken ganham muita fama, no entanto, Maya pode ser expulsa da escola dentro de um mês por conta do que aconteceu.
A coisa fica complicada quando Aya rouba a Ryugan - uma espada longa, mas dotada de grandes poderes. A Ryugan amplifica o poder de Aya, e através dela ela fica sabendo de algo que é um grande golpe em seu coração: Nagi está apaixonado por Maya.
Justamente a Ryugan é um dos pontos do conflito entre Maya e Mitsuomi: a espada pertenceu a Shin Natsume, o irmão mais velho de Maya e Aya.
Bem, é aí que começa o segundo fluxo narrativo da série: a chamada "fase do flashback". Nela, ficamos sabendo do passado de Maya e Mitsuomi. E, claro, de Shin Natsume, que também possuía os "olhos do dragão" e foi o fundador do Clube Juken. Um passado de violência e morte. É que, até aqui, fica-se sabendo -e o público é levado a pensar isso até o fim - que Mitsuomi havia matado Shin, que era seu grande amigo.
Na "fase do flashback", sabemos que Shin, na verdade, era um rapaz perigoso: um verdadeiro demônio assassino quando pegava a Ryugan. A família Natsume era constituída de gente com grandes poderes - a exceção à regra é Maya, que nunca despertara poderes especiais. E Shin fica violento toda vez que Maya está envolvida. Por que seria? Incesto? Simples afeto?
Na "fase do flashback", outros personagens importantes que aparecem são: Kuzunoha, a médica acumpunturista que namora Shin (para espioná-lo) e se envolve com Mitsuomi; Eimi Isuzu, atuando como uma espécie de agente da família Takayanagi; Dogen Takayanagi, o milionário pai de Masataka e Mitsuomi, que se aproveita da loucura de Shin para seu plano de construir um "guerreiro perfeito" - Mitsuomi; Bunshichi Tawara, o amigo mais velho de Shin e Mitsuomi, aparentemente um tarado e preguiçoso, mas dotado de uma enorme força; e Fu Chien, um lutador vindo de Taiwan, que participa nas provocações a Shin.
Nessa fase, são respondidas aos poucos as seguintes perguntas: o que levou Mitsuomi e Shin a lutarem um contra o outro? Por que Maya agia como o "caçador de Katanas", atacando os membro do Katana, o antigo clube de Shin? E por que o Katana foi encerrado? O que levou Shin a fundar o Clube Juken? Por que Mitsuomi tinha medo de Shin? Por que a vida de Mitsuomi ficou mais curta? E por que o jovem franzino e bem-humorado transformou-se em um cara musculoso, frio, insensível a ponto de renegar o próprio pai e o irmão?
E a série continua, trazendo muitas surpresas...
Os desenhos são muito bem-feitos, mas fica evidente que, com o correr da série, o traço de Oh! great vai evoluindo, já que a aparência dos personagens vai passando por leves mudanças; e a tradução é excelente, pois através das falas dos personagens estão alguns traços de personalidade: enquanto que Maya usa uma fala preciosista, cheia de "tus" e segundas pessoas verbais, os outros personagens (inclusive Nagi e Bob) usam e abusam das gírias e expressões linguísticas. Os personagens falam como se estivessem nas ruas! Isso garante o tom de irreverência da série. Ah: os personagens tem todos moral ambigua. Não há (até onde sabemos) heróis ou vilões definidos, pois todos agem tanto aprovadoramente quando reprovadoramente. Se fazem as coisas reprováveis, são mais como vítimas das circuntâncias do que levados pelas tradicionais "forças do mal". Todos eles têm seus motivos para fazerem o que fazem.
Para atrair os meninos, ainda há muitas cenas de nudez das garotas. E sexo, pois sim, mas em cenas não totalmente explícitas, mais "discretas", eu diria. Principalmente porque TODAS as personagens femininas são peitudas. Mas quem se sobressai em toda a série é, claro, Maya Natsume, a "musa" da série por excelência.
E foi dela que fiz a ilustração abaixo.
Tudo o que foi exposto só pode ter saído de uma mente muito insana. Ou pelo menos é o que Oh! great quer demonstrar sobre si mesmo. E ele ainda brinda seus leitores, ao final de cada volume, com as tirinhas malucas de seu alter-ego, o pequeno Gurekichi, onde ele conta os bastidores da sua atividade de mangaká. A parte mais engraçada dos volumes!
Para quem tiver oportunidade, ainda é possível acompanhar a série em mangá. As capas dos oito primeiros números - que li até agora - estão retratadas acima. Mas a série continua, e promete muitas surpresas. Nesse momento, o mangá no Brasil está no volume 13 - mas aqui, em Vacaria, por causa da distribuição setorizada, o volume 9 é o próximo a ir às bancas.
Na próxima postagem: TENJHO TENGE, o anime. Again! Mas desta vez, uma análise melhor do que a feita no ano passado. Isso eu garanto!
Até mais!

2 comentários:

Mateus Fróes disse...

calcinha! =D

Anônimo disse...

Ficaria mais interessante se o Mitsuomi fizesse sexo com a Maya. Eu estava torcendo para que isso acontecesse!