sábado, 2 de abril de 2011

Livro: DIÁRIO DO CHAVES - tinha de ser ele mesmo!!!

Olá.

Praticamente, hoje, é difícil encontrar no Brasil um brasileiro que nunca, em algum momento de sua existência, tenha ouvido falar de uma série mexicana chamada El Chavo del Ocho.

Não sabe de qual série se trata? Que burro, dá zero pra ele!

É claro que estou falando do Chaves!



A série humorística criada pelo mexicano Roberto Gómez Bolaños encanta gerações desde que foi lançada, em 1972. Aqui no Brasil, seus episódios são reprisados até hoje pelo SBT. E não foram poucos os momentos em que a audiência de CHAVES superou a dos programas da Globo. Afinal, qual é o segredo do sucesso de um programa onde um ator adulto encarna um garoto de oito anos quase à perfeição?

E é claro que o garoto pobre, de boné com orelhas, sardento e que "o que tem de burro, tem de burro", segundo diz a Chiquinha, não está só: Bolaños também deu vida ao Chapolin Colorado, o super-herói latino-americano (uma das causas do nosso subdesenvolvimento) e dos outros quadros de seu programa, Chespirito, como o Dr. Chapatin.

Bem. Os programas de Chaves e cia. deixaram de ser produzidos nos anos 80, pois boa parte de seu elenco se dispersou, e outros faleceram. Porém, o programa diverte até hoje. Mesmo reprisado até a saturação, Chaves continua divertindo: várias esquetes do programa tiram sorrisos dos nostálgicos e das novas gerações.

É claro que Bolaños ainda não largou seu programa. Só que Chaves tem batido em outras frentes. Atualmente, existe uma versão em desenho animado do personagem, que também é exibida pelo SBT (mas que eu, sinceramente, não gosto muito, entre outras razões, porque a Chiquinha não está nessa versão); e há também um segundo material para saciar a sede dos fãs: o diário do personagem.

Isso, isso, isso: o DIÁRIO DO CHAVES!

DIÁRIO DO CHAVES, o livro, é um material inédito do personagem, criado por Bolaños em 2005. No Brasil, foi publicado pela primeira vez em 2006, pela editora Suma de Letras. Esta edição que vocês estão vendo foi publicada, em versão de bolso, pela Ponto de Leitura, selo da Editora Objetiva. Tradução para o português de Fabiana Camargo.

Nesse livro, Bolaños - que também tem em seu currículo um livro de poesias best-seller, Y También Poemas - faz revelações inéditas sobre a vida do personagem. Quer dizer, ele parte do supositório, ops, suposição de que se trata do diário do personagem, que teria deixado o caderno com Bolaños, sem querer querendo, depois de ter engraxado seus sapatos.

Através desse livro, entendemos os motivos da série fazer sucesso até hoje: através da ternura. Isso porque Chaves explica, no seu "diário", o mundo na sua maneira peculiar. Percebemos que na vila onde mora convivem a ironia, as diferenças sociais e certos preconceitos, porém tudo é levado no bom humor. Mesmo as rusgas cotidianas entre os personagens costumam ser superadas, e a raiva não dura muito tempo - embora Chaves sinta vontade, a todo instante, de quebrar aquilo que seus desafetos chamam de cara.

Os personagens aparecem todos: o próprio Chaves, o mimado Quico, a esperta Chiquinha, a tapada Pópis, o gordo Nhonho, o sem-graça Godines, o malandro Seu Madruga, a irritadiça Dona Florinda, o culto Professor Girafales, a solteirona Dona Clotilde (A Bruxa do 71), o dono da vila Senhor Barriga e o despreocupado Jaiminho, o carteiro. Também são citados a bela Paty e Dona Neves, a "biscavó" da Chiquinha.

Através do diário, ficamos sabendo: os tempos anteriores à chegada de Chaves à vila, quando ele morou em um orfanato, quando ele conheceu outros meninos de rua e quando ele foi acolhido pela moradora da casa oito (daí seu nome original, El Chavo del Ocho, "O menino da casa Oito"). A partir daí, com muito humor e ingenuidade (para não dizer burrice), Chaves vai contando seu cotidiano na vila e a convivência com os outros moradores da vila. Para isso, Bolaños reaproveita piadas já usadas no programa e inclui algumas inéditas. Ele conta sobre momentos em que briga com Quico, Chiquinha, Nhonho e Godines; como ele vê os relacionamentos entre Dona Florinda e Professor Girafales, Seu Madruga e Seu Barriga, Dona Florinda e Seu Madruga (coitado dele, além de ficar devendo 14 meses de aluguel para o Seu Barriga, ainda apanha da Dona Florinda, mesmo sendo inocente), Dona Clotilde e Seu Madruga e assim "substantivamente"; relata o que aprendeu na escola de um modo atrapalhado (o modo como ele reconta episódios da história, como a Revolução Mexicana, a Arca de Noé, o Descobrimento da América e a vida de Adão e Eva são hilários); fala um pouco de sua paixão por Paty e do ciúme de Chiquinha; a fome que passa constantemente; e como ele interpreta esportes como o futebol e as touradas. Ah: e, definitivamente, não, o Chaves NÃO mora dentro do barril, onde ele se esconde toda vez que leva um cascudo do Seu Madruga.

Tudo marcado pela ternura, pela ingenuidade, pela ironia e por uma dose de melancolia. DIÁRIO DO CHAVES faz rir e se emocionar. E, como atração adicional, a obra é enriquecida com desenhos dos personagens, feitas pelo próprio Bolaños. Bem, os desenhos dele não são uma coisa assim que se diga "Puxa vida, como o seu Bolaños desenha bem", mas ele faz caricaturas de seus colegas, encarnando os personagens, com bastante competência.

É difícil não ficar insensível à visão de mundo do Chaves.

Ah, sim: no apêndice do Livro, também há um capítulo, escrito por Florinda Meca, que relata o impacto do sucesso do Chaves pelos países latino-americanos. Aqui, sabemos o quanto o personagem é querido em países como Venezuela, Argentina, Porto Rico, Peru, Honduras e até Estados Unidos (o Brasil, infelizmente, passa por alto).

Bem, mas tinha de ser o Chaves mesmo! E não há outro modo de explicar porque todos nós amamos esse moleque comedor de sanduíches de presunto, e seus amigos.

Para encerrar, eu fiz dois desenhos: um do Chaves, visto acima, e um do herói latino-americano, Chapolin Colorado. Também não são coisa assim que se diga "meu Deus, como esse guri sabe desenhar", mas eu fiz o melhor que pude. Buá!
E os bordões da turma do Chaves continuarão reverberando nos ouvidos de gerações e mais gerações. Pois é, pois é, pois é!
Até mais!

Um comentário:

Bruna disse...

OLÁ
TD BEM..??
GOSTARIA DE SABER AONDE VC COMPROU ESSE LIVRO..?? O DIARIO DO CHAVEZ.. GOSTARIA MUITO DE LER. E SE TEM COMO BAIXAR DA NET???