quinta-feira, 5 de junho de 2014

Recruta Zero - Tesoura, cola e Corel

Olá.
Os gibis clássicos mais recentes da Pixel Media, selo do grupo Ediouro, já chegaram às bancas esta semana. Além dos gibis da Luluzinha e do Bolinha, já está disponível o gibi do Recruta Zero! Ainda resiste nas bancas este pequeno almanaque com tiras e histórias mais longas dos personagens da megacorporação King features Syndicate - já que o gibi do Popeye foi descontinuado pela editora.

Recentemente, a Pixel também disponibilizou um álbum do Recruta Zero. Mas ele ainda não chegou a todas as localidades. Portanto, vamos nos ater ao gibi.
Este mês, algumas das histórias longas do Zero seguem o modelo do "recorte e cole": tratam-se de páginas dominicais do personagem rearranjadas no formato gibi, formando uma sequência de situações interligadas. Algumas dominicais tem seus quadrinhos mantidos no tamanho normal, outras tiveram seus quadrinhos aumentados e adaptados ao padrão do gibi. Mas é interessante ver como ficou, ainda mais a primeira história.
E a primeira história do gibi é justamente uma "recorte e cole": Os Sonhos do Sargento Tainha. São várias dominicais trazendo o Sargento Tainha encarnando diversos personagens de quadrinhos e filmes! Tudo possível graças à combinação bombástica de pizza com revistinhas antes de dormir, criando situações inusitadas, fruto da combinação da truculência com a ingenuidade e a falta de jeito com as mulheres do Sargento. Mas, antes de tudo, é uma homenagem de Mort Walker, o criador do Recruta Zero, aos quadrinhos. Desse modo, em seus sonhos, Tainha encarna: o Super-Sargento (breve paródia do Superman); Fat Man (paródia do Batman, com Zero fazendo papel de Robin); Agente Secreto James Banha (paródia de James Bond, o 007); Pequena Sargenta Órfã (parodiando Aninha, a Pequena Órfã - se não sabe quem é, joga o nome do Google, oras!); Esses Maravilhosos Sargentos e Suas Máquinas Voadoras (que, além de parodiar as HQ de aviação, traz uma referência descarada ao Snoopy de Charles Schulz - não, Charlie Brown e Snoopy saía por outro syndicate, não pela King Features); Sargo Carlos (onde o Sargento encarna Roberto Carlos); e, terminando, O Melhor Sonho de Todos, onde os soldados resolvem fazer uma "trollagem" com o Sargento, e ele pensa que é sonho...
Agora sim começamos o gibi como já conhecemos. Depois de uma HQ curta do Hagar, o Horrível (por Dik Browne), o obtuso Dentinho, recruta colega de Zero, mostra o quanto pode ser chato em Siga o Líder!.
A seguir, Zero de novo, e no meio de um fogo-cruzado entre o Sargento Tainha e o Tenente Escovinha em Pingue-Pongue.
Em seguida, Popeye, por Bud Sagendorf. Em Algo Estranho no Ar, a casa silenciosa assusta o marinheiro. Até que Gugu resolve achar o que fazer.
Continuando, Zero, com Dando o Troco. Tainha descontando no pobre Zero sua raiva contra Escovinha.
Depois de outro curta com o Hagar, Sargento Tainha Vai à Cidade!. O velho sargento, que fez do exército sua razão de viver, vê a movimentação dos civis a seu modo. E isso já o deixa com cara de bicho do mato - mas não que os citadinos não estejam precisando...
Zero, a seguir, com Pau Pra Toda Obra. Em uma página dupla central, Zero prestando todo tipo de serviço para Cuca, o cozinheiro. Até o que não é de cozinha.
Depois de um curta de Zé Fumaça, por Fred Lasswell (e com a participação do primeiro personagem criado por Billy de Beck, criador do caipirão, Barney Google - não sabem quem é? Joguem o nome dele no Google, oras! E desculpem o trocadilho), Zero em Hora de Acordar!. Três páginas só com o preguiçoso recruta se espreguiçando de manhã cedo.
Em seguida, mais Zero. Em Faxina Perfeita, Zero decide mostrar ao Sargento que é capaz de fazer uma boa limpeza. Mas querem apostar que ele estraga tudo no último quadrinho?
Depois de uma história curta de A Arca dos Bichos (por Addison / Mort Walker), em O Campeão, Tainha mostra sua "técnica" no boliche, levando três páginas também.
Após outro curta com o Tainha, é a vez de Zezé & Cia. Em A Torta, a família fica toda contente quando Zazá, a mãe, resolve fazer uma torta. Mas ela terá outro uso, com o que a família não vai se conformar...
Duas seguidas de Zero na sequência: O Candidato, Zero concorrendo a um cargo de oficial, e O Grande Salto, Zero saltando, sem perceber, de paraquedas. Dominical adaptada.
Após outro curta de Hagar, Zero com mais uma sequência "recorte e cole": Jogos de Guerra. Cinco situações com os soldados do Quartel Swampy no campo de treinamento. E independentes entre si, como o leitor vai notar.
E, encerrando, outro curta com o Dentinho.
Este foi o melhor número da coleção até agora, apesar da edição criminosa das tiras, desde a mudança no formato de publicação de coletânea de tiras para reunião de HQs longas; com tantas referências a HQs clássicas. Estimula as novas gerações de entusiastas das HQ a pesquisar essas referências. É isso, ou vocês não entenderão as piadas. Quem sabe a Pixel não se sinta estimulada a lançar outros personagens clássicos da King Features - já está na hora de Krazy Kat, Pinduca, Touro Sentado, Sam e Silo e outros retornarem. E, de preferência, no formato tira. E tudo continua ao preço convidativo de R$ 4,50.
Para encerrar, eu sempre coloco aqui uma sequência de tiras com personagens meus quando resenho este gibi. Hoje, escolhi colocar uma nova sequência do mais novo arco de tiras do meu gauchão, o Teixeirão. Faz dias que só tenho acompanhado meus textos com tiras de Letícia, Bitifrendis e Teixeirão, mas é o que eu tenho.
De todo modo, o arco mais recente discute um hábito hoje praticamente exclusivo do campeiro rude: o hábito de comer carne com a mão, mordendo o naco de carne e cortando-a com a faca a centímetros do nariz - não sei dizer se há um nome específico para o hábito, então aqui é chamado de "modo argentino", já que foi retratado na sequência do filme Alô, Amigos (1943), dos Estúdios Disney, em que o Pateta é retratado como um gaucho dos pampas argentinos.
Vejam as mais recentes tiras do personagem em http://naestanciadoteixeirao.blogspot.com.br/.
E, no mais, é isso. Aguardem novidades.
Até mais!

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