Olá.
Hoje,
vou falar de livro. Hoje, vou falar de cinema.
Mas
hoje não vou falar de filmes de super-heróis, como fiz nas postagens
anteriores. O livro de hoje é sobre filmes, mas não de filmes de super-heróis:
hoje nossa experiência literato-cinematográfica vai ser mais... “cabeça”.
Porque este livro fala do melhor entre os melhores – ao menos, segundo o
critério de medição mais popular que temos: a quantidade de premiações no
Oscar.
O
livro de hoje se chama 101 FILMES QUE REVOLUCIONARAM O OSCAR. O título já diz
muita coisa.
101
FILMES é outra publicação em formato popular da editora Agir – selo da editora
Nova Fronteira – em parceria com a editora Criativo. Assim como outro livro já
resenhado aqui – Super-Heróis no Cinema – 101 FILMES tem 48 páginas, sem contar
capa cartonada; medida 17 x 24 cm; é colorido e tem muitas fotos. Foi lançado
no segundo semestre de 2015. Sua autora é Carol Pimentel.
Para
os cinéfilos, 101 FILMES é basicamente um prato cheio. A autora fez uma seleção
de 101 produções, todas ganhadoras do “carequinha de ouro” em alguma categoria.
Entre filmes que estão entre os melhores de todos os tempos até filmes, na
melhor das hipóteses, medianos. Filmes que ainda permanecem na memória do
público até grandes produções das quais o público hoje nem se dá ao trabalho de
lembrar. Carol Pimentel nos faz lembrar, mas não explica direito porque esses
filmes “revolucionaram” o Oscar.
Embora
hoje a quantidade de premiações, ou mesmo de indicações, ao Oscar hoje seja um
critério questionável, visto que há muitos filmes que a crítica considerou
excelentes, mas que não foram sequer indicados, e quando o foram não ganharam,
o Oscar ainda é um critério popular para avaliar tanto a popularidade de um
filme quanto o quão bom ele é. Afinal, ente tantas produções cinematográficas
que são lançadas anualmente, somente cerca de trinta por ano tem a honra de ser
indicados, ou mesmo selecionados pela Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas dos Estados Unidos, que distribui os prêmios desde 1929. Houve
muitos casos de filmes que ganharam mais bilheteria do que na estreia quando
foram indicados ao Oscar. A bilheteria aumentou ainda mais quando os filmes
ganharam. Atores e atrizes, principais e coadjuvantes, tiveram as carreiras
“turbinadas” depois de uma indicação ou vitória no Oscar – ficaram mais
populares, tiveram aumento em seus cachês, etc. Bem, quem vivencia o mundo do
cinema sabe do que falo.
Em
tempos recentes, infelizmente, eu não ando vivenciando o mundo do cinema, tanto
quanto antes, quando até fazia parte das equipes que promoviam os Ciclos de
Cinema Histórico, na Universidade Federal de Santa Maria, RS. Já devo ter
contado histórias a respeito dos Ciclos de Cinema várias vezes aqui no blog:
desde 2006, meu amigo e ex-colega Alexandre Maccari Ferreira promovia uma série
de sessões temáticas de cinema, cujos filmes escolhidos depois eram comentados
por convidados. Eu mesmo já comentei dois filmes, em dois desses ciclos – e os
resultados desses comentários já foram publicados em dois dos quatro volumes impressos sobre os Ciclos de Cinema – um de 2007, o outro de 2010. Da
experiência nos Ciclos de Cinema, tenho os dois livros, vários certificados,
uma camiseta com estampas desenhadas por mim e cultura cinematográfica, hoje
ofuscada por outras atividades assumidas, enfurnado que estou na pouca
interessante Vacaria, e cujo único contato com cinema feito através de DVDs e o
que passa na televisão – mas, nos dias de hoje, nada que desperte meu interesse
de fato. E hoje, enquanto escrevo, Alexandre Maccari anda sumido dos holofotes,
apesar de o quarto volume da série de livros sobre os Ciclos de Cinema ter
saído este ano.
Bem,
chega de lamúrias. Temos de falar do livro 101 FILMES QUE REVOLUCIONARAM O
OSCAR.
Cada
um dos filmes referenciados pela autora tem sua ficha técnica (ano, diretor,
elenco, breve resumo, se é adaptação de livro...), curiosidades e a quantidade
de Oscars aos quais foi indicado e os quais ganhou. Todos são separados por
“categorias”, seguindo o critério adotado pela autora e a partir de listagens
populares, e tudo escrito numa linguagem bem-humorada e fácil de entender.
Algumas informações, os mais informados já estão mais carecas que a estatueta
de saber. E, como os filmes escolhidos podem ser encaixados em mais de uma das
categorias, se já apareceu em uma lista, ele ganha referência na outra lista em
que aparecem. Entenderam? Se não, continuem a leitura que eu explico.
Infelizmente,
o guia também sofre com erros de edição e de redação, que produzem informações
erradas e/ou contraditórias que podem confundir os leitores iniciantes. Então,
é bom ter um outro guia de filmes oscarizados junto; há tantos no mercado ao
lado de 101 FILMES...
O
guia é atualizado, e disso sabemos porque ele abre com uma breve matéria (só
quatro páginas!) sobre o Oscar 2015 – todos os filmes indicados e a lista dos
vencedores, em todas as categorias.
Em
seguida, um breve texto sobre a primeira cerimônia do Oscar, em 16 de maio de
1929 – um jantar privado, com apenas 270 convidados, e onde o primeiro filme vencedor
do prêmio principal foi Asas, de 1927
– e, por 83 anos, o único filme mudo a ganhar o título de Melhor Filme, até a
vitória de O Artista, em 2012.
A
primeira lista é a d’As 5 produções mais
caras que levaram o Oscar – os filmes que custaram mais caro, mas que, em
alguns casos, mesmo com as premiações, não conseguiram se pagar. São elas: Cleópatra (1963 – cinco indicações,
quatro Oscars); Titanic (1997 – 14 Ind.,
11 Os.); King Kong (versão de 2005, 3
Oscars); Piratas do Caribe – O Baú da
Morte (2006, 4 Ind., 1 Os.); e Avatar
(2009, 11 Ind., 3 Os.).
A
seguir, Os 10 filmes mais premiados pela
Academia (houve um erro de edição: nesta lista, na verdade, são listados 11
filmes!!!). Todo mundo sabe que os
filmes mais premiados de todos os tempos, com 11 Oscars cada um, foram: Titanic, Ben-Hur (1959, 12 Ind.) e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003,
11 Ind.). Titanic ainda vence pelo
número de indicações, mas como já foi referenciada, não entra nessa lista, que,
além de Ben-Hur e Senhor dos Anéis, inclui: ...E o Vento Levou (1939, 13 Ind., 8 Os.
mais 2 especiais); A Um Passo da
Eternidade (1953, 8 Os.); Gigi (1958,
9 Ind., 9 Os.); Sindicato de Ladrões (1954,
8 Os.); Amor, Sublime Amor (1961, 10
Os.); O Último Imperador (9 Ind., 9
Os.); Minha Bela Dama (1964, 8 Os.); O Paciente Inglês (1996, 9 Os.); e Gravidade (2013, 10 Ind. 7 Os.).
A
seguir, Astros de Hollywood que mais
venceram o Oscar, relação dos atores e atrizes que mais venceram Oscars.
Começando pelas atrizes: Katherine Hepburn, quatro Oscars de Melhor Atriz, por Manhã de Glória (1933), Adivinhe Quem Vem para Jantar (1967, 2
Os.), O Leão no Inverno (1968, 7
Ind., 3 Os.), e Num Lago Dourado (1981,
7 Ind., 3 Os.); Ingrid Bergman, 3 Oscars de Melhor Atriz, por Anastácia, a Princesa Esquecida (1956, 2
Ind., 1 Os.), À Meia Luz (1944, 7
Ind., 2 Os.), e Assassinato no Expresso
do Oriente (1974, 7 Ind., 1 Os.); Meryl Streep, 18 vezes indicada (e ainda
recordista), e ganhadora de 3 Oscars, dois de Melhor Atriz (A Escolha de Sofia, 1982, 5 Ind., 1 Os.;
e A Dama de Ferro, 2011, 2 Ind., 2
Os.) e um de Melhor Atriz Coadjuvante (Kramer
versus Kramer, 1979, 9 Ind., 5 Os.). Agora, vem os atores, todos com três
Oscars cada um: Walter Brennan, três prêmios de Melhor Ator Coadjuvante, por Meu Filho é Meu Rival (1936, 2 Ind., 1
Os.), Romance do Sul (1938, 1 Os.), e
O Galante Aventureiro (1940, 1 Os.);
Jack Nicholson, recordista de indicações (12 vezes) e dois prêmios de Melhor
Ator (por Um Estranho no Ninho, 1975,
9 Ind., 5 Os.; e Melhor é Impossível, 1997,
7 Ind., 2 Os.) e um de Melhor Ator Coadjuvante (Laços de Ternura, 1983, 11 Ind., 5 Os.). E Daniel Day-Lewis, todos
três de Melhor Ator, por Meu Pé Esquerdo (1989,
5 Ind. 2 Os.), Sangue Negro (2007, 8
Ind., 2 Os.), e Lincoln (2012, 12
Ind. 2 Os.).
A
seguir, Os Maiores Colecionadores de
Estatuetas da História do Oscar, lista de diretores, produtores e gente
ligada à indústria que mais foram premiados: o diretor John Ford, quatro Oscars
de Melhor Diretor, por O Delator (1935,
6 Ind., 4 Os.), As Vinhas da Ira (1940,
7 Ind., 2 Os.), Como Era Verde o Meu Vale
(1941, 10 Ind., 5 Os.), e Depois do
Vendaval (1952, 7 Ind., 2 Os.); a figurinista Edith Head, 35 indicações e 8
estatuetas, pelos figurinos de Tarde
Demais (1949, 8 Ind., 4 Os.), Sansão
e Dalila (1949, 5 Ind., 2 Os.), Um
Lugar ao Sol (1951, 9 Ind., 6 Os.), A
Princesa e o Plebeu (1953, 9 Ind., 3 Os.), Sabrina (1954, 6 Ind., 1 Os.), O
Jogo Proibido do Amor (1960, 5 Ind., 1 Os.), Um Golpe de Mestre (1973, 10 Ind., 7 Os.), e A Malvada (1950, 14 Ind., 6 Os.); e Walt Disney, 59 indicações e 22
vezes premiado e três Oscars Honorários em vida, mas na lista aparecem apenas
dois de seus filmes: Branca de Neve e os
Sete Anões (1937, uma indicação em 1938 e um Oscar Honorário em 1939) e Fantasia (1940, dois Oscars Honorários).
Em
seguida, Os Filmes que mais receberam
indicações ao Oscar. Só dois filmes receberam mais indicações, 14 cada uma:
Titanic e A Malvada, o qual é dado mais detalhes neste capítulo.
A
seguir, Ganhadores do Big Five, os
filmes que ganharam os cinco principais prêmios do Oscar: Melhor Filme,
Diretor, Roteiro, Ator Principal e Atriz Principal. Somente três filmes
conseguiram ganhar esses prêmios de uma só vez: Um Estranho no Ninho, do qual já foi falado; Aconteceu Naquela Noite (1934, 5 Ind., 5 Os.); e O Silêncio dos Inocentes (1991, 7 Ind. 5
Os.).
Capítulo
seguinte: Ator e Atriz de Mais Idade a
vencer um Oscar. Aqui só fala de um filme: Toda Forma de Amor (2010), pelo qual Christopher Plummer ganhou o
Oscar de Melhor Ator Coadjuvante aos 82 anos. A mais velha seria Gloria Stuart,
por Titanic, aos 87 anos. Mas está
errado, já que Stuart não ganhou, só foi indicada. A atriz mais velha a ganhar
o Oscar foi Jessica Tandy, aos 80 anos, por Conduzindo
Miss Daisy (1989).
A
seguir, A mais jovem vencedora do Oscar. Duas
atrizes premiadas com menos idade: Shirley Temple, premiada aos 6 anos com o
Juvenile Oscar (categoria já extinta) por A
Queridinha da Família (1934); e Tatum O’Neal, Melhor Atriz Coadjuvante, aos
10 anos, por Lua de Papel (1973, 4
Ind., 1 Os.).
Em
seguida, Os maiores vilões que “roubaram”
o Oscar, os filmes onde brilharam os personagens maus – quase todos
ganharam o prêmio de Ator Coadjuvante. Os filmes referenciados são: Os Suspeitos (1995, 2 Ind., 2 Os.,
prêmio de Melhor Coadjuvante para Kevin Spacey como Verbal Kint); Dia de Treinamento (2001, 2 Ind. 1 Os.,
Melhor Coadjuvante para Denzel Washington como o policial corrupto Alonzo
Harris); Louca Obsessão (1990, 1
Oscar, de Melhor Atriz, para Kathy Bates como a enfermeira Annie Wilkes); Amadeus (1984, 11 Ind., 8 Os., prêmio de
Melhor Ator para F. Murray Abraham como o “rival” de Mozart, Antonio Salieri); O Bebê de Rosemary (1968, 2 Ind. 1 Os.,
prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para Ruth Gordon como Minnie Castevet); Wall Street: Poder e Cobiça (1987, Oscar
de Melhor Ator para Michael Douglas como o especulador Gordon Gekko); O Último Rei da Escócia (2006, Oscar de
Melhor Ator para Forest Whitaker como o ditador Idi Amin Dada); Onde os Fracos Não tem Vez (2007, 8
Ind., 4 Os., prêmio de Melhor Coadjuvante para Javier Bardem como o psicopata
Anton Chigurgh); Bastardos Inglórios (2009,
Oscar de Melhor Coadjuvante para Christoph Waltz como o Coronel Hans Landa); Os Bons Companheiros (1990, 6 Ind., 1
Os., Melhor Coadjuvante para Joe Pesci como o mafioso Tommy DeVito); e Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008,
Oscar Póstumo de Melhor Coadjuvante para Heath Ledger como o Coringa).
A
seguir: 10 filmes de ficção científica
que ganharam o Oscar. São eles, e todos premiados só nas categorias
técnicas: 2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968,
4 Ind., 1 Os.); Contatos Imediatos de
Terceiro Grau (1977, 9 Ind., 2 Os.); E.T.
– O Extraterrestre (1982, 9 Ind., 4 Os.); Alien, o Oitavo Passageiro (1979, 1 Os.); Matrix (1999, 4 Ind., 4 Os.); De
Volta para o Futuro (1985, 4 Ind., 1 Os.); A Origem (2010, 8 Ind., 4 Os.); Guerra
nas Estrelas IV: Uma Nova Esperança (1977, 10 Ind., 6 Os.); Ela (2013, 4 Ind., 1 Os.); e Viagem Fantástica (1966, 4 Ind., 1 Os.).
O
último capítulo do livro é dedicado aos 25
filmes que desfilaram pelo hall da fama da Academia. Quase todos filmes
aclamados e badalados pela crítica. Os poucos escolhidos dentre os muitos
chamados: O Franco Atirador (1978, 5
Os.); Perdidos na Noite (1969, 3
Os.); Hamlet (1948, 1 Os.); Aurora (1927, 3 Os.); A Ponte do Rio Kwai (1957, 2 Oscars
póstumos em 1984); Os Melhores Anos de
Nossas Vidas (1946, 7 Ind., 6 Os.); A
Lista de Schindler (1993, 7 Os.); O
Poderoso Chefão (1972); O Poderoso
Chefão – Parte II (1974, 11 Ind., 6 Os.); Lawrence da Arábia (1962, 10 Ind., 7 Os.); Se Meu Apartamento Falasse (1960, 10 Ind., 5 Os.); Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977, 5
Ind. 4 Os.); A Volta ao Mundo em 80 Dias (1956,
8 Ind., 5 Os.); Casablanca (1942, 8
Ind., 3 Os.); O Homem que Não Vendeu Sua
Alma (1966, 8 Ind., 6 Os.); Oliver! (1968,
11 Ind., 5 Os.); Gente como a Gente (1980,
6 Ind., 4 Os.); Carruagens de Fogo (1981,
7 Ind., 4 Os.); Gandhi (1982, 11
Ind., 6 Os.); Entre Dois Amores (1985,
11 Ind., 7 Os.); Dança com Lobos (1990,
11 Ind., 7 Os.); Forrest Gump: o Contador
de Histórias (1994, 13 Ind., 6 Os.); Shakespeare
Apaixonado (1998, 13 Ind., 7 Os.); Crash
– No Limite (2004, 6 Ind., 3 Os.); e O
Discurso do Rei (2010, 12 Ind., 4 Os.).
O
livro termina com uma página com pequenas curiosidades.
Bem,
quem espera um guia completo pode se decepcionar um pouco. Fica a sensação:
faltaram filmes. O Segredo de Brokeback
Mountain, por exemplo, não recebeu referências? E Quem Quer Ser um Milionário? E Conduzindo
Miss Daisy? E Encontros e
Desencontros? E Guerra ao Terror? E
Patton – Rebelde ou Herói? Talvez
seja compreensível pelo livro ter apenas 48 páginas...
E
porque não referenciaram o ator mais jovem a receber o Oscar? Talvez porque
Timothy Hutton, que recebeu o Oscar aos 20 anos, esteja no elenco de Gente como a Gente, referenciado no
último capítulo.
Bem,
já serve para pesquisas sobre cinema.
O
livro pode ser encontrado nas bancas, a módicos R$ 12,90, em média. A área
editorial não está sofrendo com a crise econômica, pelo que podemos ver...
Para
encerrar, eu só estava esperando o momento propício para divulgar algumas
ilustrações inéditas, dentre os favores que prestei a Alexandre Maccari durante
os Ciclos de Cinema. No caso, divulgo uma ilustração e uma tira – nenhuma delas
aproveitada, como era o plano.
A
ilustração referencia Cantando na Chuva, evidentemente.
Não tem a ver com o livro, mas é clássico do cinema, bôrra!
A
tira, sim, tem sua referência no livro. A ideia foi recriar, com todo aspecto
de propaganda dos Ciclos de Cinema, uma das icônicas cenas de ...E o Vento Levou. “Juro que nunca mais
passarei fome!”.
Em
breve, tratamos de outros assuntos aqui no blog. Enquanto eu puder pagar pela
internet, pela eletricidade e por materiais de desenho, o blog continua ativo!
Até
mais!
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