Olá.
Hoje,
voltamos a falar de super-heróis. Hoje, voltamos a falar de filmes de
super-heróis. Hoje, voltamos a falar de publicação especial sobre filmes de
super-heróis. Hoje, iremos fazer alguns questionamentos a respeito da presente
publicação.
Hoje,
a publicação escolhida sobre super-heróis no cinema se chama GUIA HERÓIS NO
CINEMA. E com muito a se tratar a respeito.
GUIA
HERÓIS NO CINEMA foi lançado no início de 2015. Mas seu lançamento original é
2014 – é a tradução de uma revista, Superhero
Movie Collection, lançada nos EUA pela Imagine Publishing. Por isso, está
ligeiramente desatualizada. A versão brasileira é da On Line editora. E é bem
proveitoso: são 180 páginas, contando capa; sem anúncios; textos extensos
graças às letras reduzidas; um projeto gráfico mezzo limpo, mezzo poluído,
que pode cansar os olhos e a paciência do leitor; e ilustrações, muitas
ilustrações. Praticamente tudo a respeito do universo dos super-heróis no
cinema, com referências adicionais aos quadrinhos. Talvez seja o guia mais
completo sobre o universo que atualmente faz o público nerd e geek (se é que
existem mesmo diferenças entre esses termos) o mais feliz da Terra. O guia mais
completo e mais facilmente disponível no
mercado, já que publicações melhores são mais caras e mais difíceis de
encontrar. Mas não quer dizer que GUIA HERÓIS NO CINEMA também seja barato:
custa R$ 39,90!
Mas
o investimento tem muito de questionável: apesar de ser um guia bem completo
sobre filmes de super-heróis, com muitas informações possíveis sobre os filmes
mais representativos, com a maior quantidade de informações possíveis, até
mesmo de produções que não são diretamente derivadas de HQs... enfim, apesar de
todo esforço para valer a pena, há um motivo para sentir medo, muito medo: a
publicação é da On Line Editora, que
é uma das maiores editoras menores do mercado brasileiro, e, como tal, não é
muito preocupada em fazer uma revisão cuidadosa em suas publicações: GUIA
HERÓIS NO CINEMA possui muitos e notáveis erros de revisão, como textos em
lugares errados, falhas de tradução e erros de ortografia. Publicações da On
Line também não são do tipo que mereceriam resenha ou notas em veículos de
comunicação importantes como o site Universo HQ, referência primeira (ao menos
para gente como eu) em quadrinhos e cultura pop. Isso já comprometeria a
qualidade do material, mas é preciso ser um leitor muito atento, e estar muito
bem informado, para encontrar todos esses erros. Fora isso, tudo bem: o leitor
tem em mãos material de boa qualidade, para ler e se informar por várias horas.
É mais completo que o também recente Super-heróis no cinema, da Editora Agir, recentemente resenhado.
Well.
A revista é dividida em cinco partes. Todas elas abrem com um miniguia de
filmes: fichas técnicas e pequenas resenhas críticas (por isso, muito parciais)
de filmes de super-heróis, entre conhecidos e desconhecidos, entre adaptações
diretas das HQ e filmes que foram apenas influenciados por elas. Entre filmes
que ainda não foram lançados até os que estão praticamente perdidos no tempo,
já que foram lançados entre os anos 1940 e 1970. Entre filmes que você nunca
ouviu falar ainda e aqueles que você já cansou de ouvir falar. Entre os que são
da Marvel e da DC Comics, e os que nem ligados a essas editoras são. Muitos são
os chamados, mas poucos são os escolhidos para ganhar uma matéria mais extensa,
em cada uma das partes.
A
primeira parte se chama O futuro dos
filmes de super-herói, e trata de filmes que ainda vão ser lançados, no
momento em que escrevo... e que já foram lançados. Lembrem-se: a revista foi
lançada nos EUA em 2014, antes de a Marvel concluir a fase 2 de seu universo
cinematográfico. Assim, uma das matérias trata de filmes como Guardiões da Galáxia e Vingadores 2 como produções que ainda
estariam por vir. Bem como as expectativas por X-Men – Dias de um Futuro Esquecido, mais recente filme da franquia
mutante pela Fox. Ah, mas Batman vs.
Superman ainda não foi lançado, e nem o filme-solo da Mulher Maravilha; as matérias referentes a essas produções
discutem, logo, especulações sobre o que o público vai ver em 2016 e adiante.
Segunda
parte: A Era de Ouro dos Filmes dos
Filmes de Super-Herói, cobrindo o período de 1938 a 1988. Acredite ou não, já havia filmes de
super-heróis (muitos na forma de seriados para cinema) antes do lançamento do
“padrão ouro” do gênero – Superman, de
1978. Surpreenda-se com o guia inicial do capítulo (a partir daqui, os filmes
resenhados já vem com uma avaliação, de uma a cinco estrelas – quanto mais
estrelas, melhor o filme), e depois leia a respeito dos seguintes filmes: o
primeiro do Batman, derivado da
infame série de TV – aquele, do “bat-repelente de tubarões”; o primeiro filme
de Superman através de uma entrevista com a atriz Margot Kidder, a primeira
Lois Lane (a então namorada do homem da capa vermelha) do cinema; e uma matéria
completa sobre Superman II (“Ajoelhe-se
perante Zod!”).
Chegamos
à terceira parte, A Era Negra dos Filmes
de Super-Herói, cobrindo o período de 1989 a 2000 – desde quando o gênero
heroico passou por um período sombrio até que o gênero quase morreu por conta
dos erros de produtores, diretores e outras gentes que não entendiam nada de
HQ. Filmes contemplados com matérias extensas: Batman de Tim Burton, o primeiro (o do Batman que não consegue
mexer o pescoço); Darkman, que,
apesar de não ser derivado de HQ, foi a primeira experiência do diretor Sam
Raimi – antes da primeira trilogia do Homem-Aranha – no gênero heroico; Batman – O Retorno, também de Burton (em
ambos os filmes do morcegão, os vilões brilharam muito mais que o herói – e que
bom que a revista não contemplou os filmes do herói por Joel Schumacher); O Corvo, o lendário filme onde o ator
principal, Brandon Lee, morreu durante as filmagens, e que, ironicamente, é
sobre um homem que volta do mundo dos mortos (e que é, sim, baseado em uma HQ,
antes que perguntem); e uma matéria sobre um possível filme – ou melhor,
possíveis filmes que o Superman ia ganhar ainda nos anos 1990, antes do reboot nos anos 2000. Tema de um
documentário lançado recentemente (e que na época da publicação ainda estava em
produção e captação de recursos), pela primeira vez em revista são mostradas
imagens de projetos de um novo filme do Homem da Capa Vermelha, envolvendo:
Nicholas Cage, o herói lutando contra aranhas gigantes, usando armaduras,
morrendo em combate numa tentativa de adaptar sua fase mais vendida das HQ...
Ganha pelo verdadeiro furo de reportagem.
Chegamos
à quarta parte da revista, A Era de Prata
dos Filmes de Super-Heróis, cobrindo o período 2000 a 2007, quando o gênero
super-heróico não apenas se renovou como estourou. Após o guia, são
contempladas com matérias extensas as seguintes produções: a primeira trilogia
dos X-Men; o primeiro filme do Homem-Aranha de Sam Raimi; Hellboy, através de uma entrevista com o
criador da HQ, Mike Mignola; Batman
Begins, inaugurando um novo tempo para a DC no cinema; Superman, o Retorno, um fracasso em renovar o Homem da Capa
Vermelha para as novas gerações, através de entrevista com o ator principal,
Brandon Routh; Homem-Aranha 3, a
queda da franquia, através de entrevista com o ator principal, o “boneco de
cera” Tobey Maguire (ei, cadê o segundo filme?!); e os filmes do Quarteto Fantástico, com destaque para o
segundo, com o Surfista Prateado – alguém levou a sério algum dos três filmes
lançados até hoje? (Ei: cadê os filmes solo do Wolverine?)
E
chegamos ao capítulo final: A Era de
Bronze dos Filmes de Super-Heróis, contemplando de 2008 a 2014, com a
verdadeira explosão da Marvel nos cinemas (agora sim com acertos!) e outras
produções que consolidaram o gênero entre nós. Os contemplados com matérias
extensas neste tópico são: Homem de Ferro,
o primeiro filme, de quando o herói ainda não era o atual bonzão pop, nem
constava entre os personagens mais ricos da ficção da revista Forbes; Hellboy 2, firmando o diretor Guillermo Del Toro como o mais novo
criador de criaturas do cinema; O
Incrível Hulk, o filme da Marvel Studios (não aquele dirigido por Ang Lee);
Batman – O Cavaleiro das Trevas (“Why
so serious?”); Watchmen, que até hoje
divide opiniões – na época em que foi lançado, foi considerado ruim, hoje
consideram-no bom, mas em qualquer tempo, Alan Moore, o autor da HQ, não gosta
desse filme; Kick-Ass, a violência da
era da internet; X-Men Primeira Classe, a
renovação da franquia mutante; Lanterna
Verde, através de entrevista com o ator principal, Ryan Reynolds; Os Vingadores (precisa falar algo a
respeito?); O Espetacular Homem-Aranha, o
reboot da cinessérie; O Homem de Aço, Superman sem cueca por
cima da calça, mas com mais gás; e um minicalendário com as futuras produções
de super-heróis. Alguns filmes dessa lista já tiveram as datas alteradas depois
da publicação, mas o público já tem ideia do que esperar até 2020...
As
matérias trazem ainda boxes com informações adicionais, citando outras
produções que não entraram na lista; referências a sagas de quadrinhos, séries
de TV e ao Teste de Bechdel, que avalia a presença de personagens femininas nos
blockbusters; e a sensação de que poderiam ter falado mais a respeito de outros
filmes que não entraram nem na lista, nem nos critérios de escolha... Bem, os
redatores da Imagine Publishing já tiveram muito trabalho, e os tradutores da
On Line Editora também. Só falta investir em revisores de ortografia e de
diagramação.
Depois
de tudo, os leitores vão cansar de ouvir falar de filmes de super-herói; na
melhor das hipóteses, vão começar a procurar outras coisas para ver, até
comédias românticas ou filmes antigos – ao menos, para desintoxicar antes de
voltar aos filmes de super-herói. Enquanto renderem dinheiro, os super-heróis
continuarão a ser explorados. Não temos como escapar, amigos.
E,
pelo jeito, nem mesmo o nosso amigo Benjamin Peppe, criação do meu amigo Paulo
Miguel dos Anjos. Pelo menos, nas ideias insanas que o colaborador do Projeto
Benjamin Peppe, Rafael Grasel, teve para as ilustrações que encerram a matéria
de hoje – com a torcida para que Anjos não reprove o que foi feito.
Na
primeira ideia, o surfista riponga tirando onda (desculpem o trocadilho infame)
de Surfista Prateado, com corpo cromado e tudo. Tenho de reconhecer que não
ficou tão bom quando deveria, ainda mais com as cores a lápis de cor.
E,
na segunda, os amigos do Benjamin Peppe continuam na onda do cosplay: a
namorada, Diana, se veste como Mulher Maravilha!
Ao
menos, estamos chamando atenção para o Projeto Benjamin Peppe e para o segundo
gibi do personagem, lançado recentemente pela Universo Editora. Adquiram o seu,
ao preço de R$ 4,90, pelo e-mail universoeditoraindependente@gmail.com, ou
pelos endereços anjospaulo@zipmail.com.br e benjaminpeppe@gmail.com.
Vamos investir em personagens de HQ brasileiros: aí, quem sabe, podemos
competir com os super-heróis estadunidenses no cinema!
Até
mais!
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