terça-feira, 27 de outubro de 2015

SUPER-HERÓIS NO CINEMA - um filete da enxurrada

Olá.
Hoje, volto a falar de livro. E de cinema. E de quadrinhos. Na realidade, tudo junto. Os dois últimos, nos dias que correm, já estão intrinsecamente interligados – um sobrevive graças ao outro. E o mercado editorial também está tirando uma casquinha dos últimos acontecimentos ligados a quadrinhos e cinema. Afinal, trazendo informações sobre o que acontece no mundo dos quadrinhos e do cinema, também vende, tanto entre quem já viu os filmes quanto entre quem ainda não viu.
Eis aqui então SUPER-HERÓIS NO CINEMA, um dos guias mais recentes de filmes de super-heróis disponíveis nas bancas.

SUPER-HERÓIS NO CINEMA tem autoria de Júlio Oliveira, e foi publicado pela Agir, selo da editora Nova Fronteira, em parceria com a Criativo. O formato de publicação é o mesmo do também recente Mestres do Riso, já resenhado aqui, e dos livros da editora Discovery Publicações.
SUPER-HERÓIS NO CINEMA tem 48 páginas, sem contar a capa cartonada. Medida 17 x 24 cm. Uma diagramação gritante e agradável, com ilustrações coloridas, como um gibi. Mas quase nada de imagens dos quadrinhos: é tudo concentrado em fotos dos filmes. Apesar de o livro ser de 2015 – início de 2015, para ser exato – a abordagem é limitada.
O autor do guia cobre, em maior parte, as produções de filmes de super-heróis do século XXI, com passagens pelos anos 1990, 1980 e 1960. Sim, teve filmes de super-heróis das HQ (e que não surgiram nas HQ) nos anos anteriores aos anos 1990, quando o gênero explodiu nos cinemas. Mas foi só no século XXI, como todo mundo sabe, que filmes de super-heróis – e adaptações de HQs em geral – deixaram de ser um negócio arriscado e se tornaram investimento certo. Mas, como todo mundo sabe também, os estúdios aprenderam por tentativa e erro como se deve fazer um filme de super-herói que agrade os fãs antigos tanto quanto os fãs recentes. Embora ainda vejamos exemplos de como os estúdios não aprenderam a lição, no geral o século XXI está sendo a melhor era para os super-heróis... no cinema.
Nos anos 1990, era um negócio arriscado. Se você, leitor, é fã mais velho ou entusiasta no assunto, sabe do que estou falando. Se estamos cercados de super-heróis hoje, é graças principalmente ao cinema, que finalmente encontrou o caminho das pedras ao adaptar personagens de HQ do mundo dos quadros parados ao mundo dos quadros em movimento, com gente de carne e osso. Nos satisfez com o que apresentou até agora, e nos deixou em expectativa pelo que virá a seguir. O calendário de produções para até 2020 é extenso, e, dependendo do público, ainda vai ser.
Well. SUPER-HERÓIS NO CINEMA é um ótimo guia para entender o novo mundo dos super-heróis – mas não é um guia definitivo. Cobre apenas algumas produções, e só as que se tornaram mais importantes, para o bem ou para o mal.
Cada filme analisado acompanha: ficha técnica, pôster, um comentário, sobre o filme em si ou sobre um grupo de filmes que integram um mesmo momento, escrito de fã para fã, mas tentando não ser arbitrário. Nas laterais das páginas, ainda há pequenas curiosidades a respeito da produção – e, no final de cada capítulo (são quatro capítulos) ainda há um quiz, perguntas com respostas, com curiosidades adicionais.
Bem. O primeiro capítulo é dedicado a todos os filmes para cinema do Batman lançados até agora (Batman, o Homem-Morcego no Cinema). Todos sabem: da DC Comics, o Batman ainda é o Super mais exitoso – enquanto a Marvel Comics ainda domina o mundo da telona. Batman é o herói da resistência da DC no cinema – os outros heróis da editora não tiveram maior dose de acerto... ainda. Bem. É abordado, no capítulo: o filme de 1966, derivado da amalucada série de TV; os dois filmes de Tim Burton (1989 e 1992), que criaram uma nova “batmania”; os muito criticados (e com razão) filmes de Joel Schumacher (1995 e 1997) que por um triz não mataram a fé nos filmes de super-heróis em geral; e a redentora trilogia de Christopher Nolan (2005, 2008 e 2012), que cavou a trincheira de resistência do Batman no cinema.
No segundo capítulo, A Marvel Antes do Marvel Studios, são abordados os filmes de heróis dessa editora antes do fenomenal sucesso alcançado após a compra da editora pela Disney. Parece que a Disney é que soube como tratar os super-heróis da Marvel como merecem: nas mãos da Fox e da Sony, bem... no início, todos sabem que ajudou a criar uma nova onda de super-heróis nas telas, mas depois, o tempo passou, as continuações dos filmes de maior sucesso foram sendo feitas para lucrar, e o gênero começou a decair por conta do desgaste e do excesso de personagens. E ainda estamos falando de século XXI, primeira década! Primeiro, Júlio Oliveira traça considerações sobre todos os filmes de X-Men já lançados, incluindo os recentes (a primeira trilogia – 2000, 2003 e 2006, que pecou pelo excesso; os dois filmes solo do Wolverine, 2009 e 2011, que pecaram mais ainda; e os redentores filmes de 2011 e 2014). Depois, sobre todos os filmes do Homem-Aranha (a trilogia de Sam Raimi, 2002, 2004 e 2007, que saiu dos trilhos no terceiro episódio; e os filmes de Marc Webb, 2012 e 2014, que já começaram a sair já no segundo). E, para concluir, os dois filmes do Quarteto Fantástico, de 2005 e 2007, com uma referência à lendária produção de 1994. Todos desandaram. Há muito o que conversar a respeito dessas produções, turma...
Terceiro capítulo: Quanto Maiores, Maior o Tombo. Dedicado aos filmes de super-herói e outras HQ em geral que deram errado – e são cults por causa disso. O capítulo centra-se em três produções: Howard, o Super-Herói, de 1986, que tentou adaptar um cultuado (nos EUA) personagem da Marvel Comics; Mulher-Gato, de 2004, fracasso t-o-t-a-l; e Lanterna Verde, de 2011. Lembram que eu falei que os heróis da DC não tiveram dose de acerto no século XXI? Ainda é tempo da Warner, proprietária da DC, abrir o olho!
Quarto e último capítulo: Por Fim, o Marvel Studios. Agora sim entramos na Era que ainda não era: os filmes de heróis da Marvel após a compra pela Disney. Foi acerto ainda maior fazer filmes separados dos super-heróis, com “ganchos de anunciação” entre eles para catequizar o público (mesmo que nem todos os filmes sejam lá a esperada maravilha) e, depois, fazer tudo convergir em um grande espetáculo: um filme juntando todos eles. A fase 1 da Marvel nos Cinemas compreendeu: Homem de Ferro e O Incrível Hulk, de 2008; Homem de Ferro 2, de 2010; Thor e Capitão América, de 2011; e, finalmente, Os Vingadores, de 2012. Depois, vem a fase 2, compreendendo Homem de Ferro 3 e Thor, o Mundo Sombrio, de 2013; e Capitão América 2 e Guardiões da Galáxia, de 2014. Como o livro foi publicado no início de 2015, ele não contempla o último filme da fase 2, Vingadores – a Era de Ultron.
O guia, a melhor das hipóteses, é bem enxuto. Principalmente porque ficaram faltando filmes. Por que Júlio Oliveira não abordou os filmes de Superman (visto que o filme de 1978 é o “padrão ouro” da indústria)? E os de Hellboy? E os do Blade, caçador de vampiros? E os do Conan? Nem aos filmes do Demolidor, da Elektra e aos do Motoqueiro Fantasma, há uma menção? (Eles são tããão ruins a ponto de serem irrelevantes?) Teria sido pela limitação de espaço? Também, só 48 páginas!!! Claro, tem o fator econômico – para poder oferecer este guia a um preço camarada (R$ 12,90), a Agir teve de limitar espaço, estou certo? É uma boa explicação, mas soa estranho, dada a abordagem do autor ao que conseguiu fazer caber no livro.
Pode não ser o guia mais completo, mas já oferece o panorama. E o preço é camarada, não esqueçam!
Para encerrar, ilustração.
Hoje, resolvi mais uma vez chamar a atenção do público para o Benjamin Peppe, criação do amigo Paulo Miguel dos Anjos – e em cujo projeto de licenciamento, o Projeto Benjamin Peppe, eu colaboro.
Bem, então, hoje resolvi colocar o Benjamin e seus amigos em uma nova possibilidade para o projeto: fazendo cosplay de super-heróis. No caso, certamente, os Vingadores. Quem sabe assim não captamos a atenção do público para o personagem, desta vez, fazendo uso de imagens que o público mais reconhece e aclama?
Assim, Benjamin Peppe encarna o Thor; Luiz é o Homem de Ferro; Herman é o Capitão América; Diana é a Viúva Negra e Miguel é o Hulk. Para completar o quadro – e só para que ela não reclamar que ficou de fora – Lysa como a Feiticeira Escarlate. OK, a personagem aparece no segundo filme dos Vingadores, e vocês, em mente ainda devem ter o primeiro. Mas e daí? Só espero que Anjos, como quadrinhista brasileiro, não se ofenda.
E não esqueçam: ainda está à venda o segundo gibi do Benjamin Peppe pela Universo Editora! Saibam mais em www.universoeditora.com. Encomendem o seu exemplar, a módicos R$ 4,90, pelos e-mails universoeditoraindependente@gmail.com, anjospaulo@zipmail.com ou benjaminpeppe@gmail.com. Apoiem um herói brasileiro!
Em breve, voltamos ao assunto.

Até mais!

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