Olá.
Hoje,
vou falar de livro. Dos que são vendidos nas bancas de revista – mas que não
deixam de ser interessantes, já que se trata de um livro de curiosidades.
Várias editoras estão investindo no formato.
O
livro de hoje se chama MESTRES DO RISO, e foi publicado pela editora Agir.
Já
se tornou moda entre algumas editoras, como já dito, os livros populares sobre
assuntos variados. Desde história geral até a história das histórias em
quadrinhos, passando por cursos de desenho, filosofia, culinária... esses
livros tem por características: medida 24 x 17 cm, 96 páginas em média, capa
cartonada, ilustrações coloridas em profusão, preços populares (em média, de R$
19,90 a R$ 24,90). E, no geral, pecam na revisão ortográfica ou possuem algum
erro de diagramação. Aqui, no Estúdio Rafelipe, já falei de várias publicações
nesse formato – os livros das editoras Discovery Publicações e Geek. Da
Discovery, tivemos: 400 Imagens – Mangá do Começo ao Fim, de Sérgio Peixoto; 100 Super Heróis, de Guilherme Kroll (e sua segunda edição pela Geek); 300 Mangás, de Heitor Pitombo (que
também teve remake pela Geek); 120 Anos de História – Almanaque dos Quadrinhos, organizado por Franco de Rosa; Maciota – Fome de Bola, reunião dos
cartuns do personagem de Paulo Paiva; e 200 American Anime, reunião de artigos da revista Neo Tokyo sobre os animes
produzidos no ocidente.
Agora
quem entrou nesse filão foi a editora Agir, selo da editora Nova Fronteira,
cujo carro-chefe continua sendo a versão brasileira do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de
Saint-Exupéry. A Agir já lançou alguns livros de assuntos gerais no mesmo
formato das publicações da Discovery. Desses livros vou falando no decorrer do
tempo.
O de
hoje então é MESTRES DO RISO – HUMORISTAS CLÀSSICOS DA TV E DO CINEMA. Lançado
no primeiro semestre de 2015 pela Agir, em parceria com a editora Criativo
(coeditora, também, de Mangá do Início ao
Fim), não há indicação do autor. Tem menos páginas: 50, sem contar capa.
Mas possui as medidas 17 x 24 cm, capa cartonada... E, pela capa, é fácil
perceber que o livro aproveita a comoção gerada pelo falecimento do comediante
mexicano Roberto Gomez Bolaños, o Chespirito, ocorrida em novembro de 2014.
O
livro se propõe a tratar sobre os humoristas clássicos da TV e do cinema –
priorizando os comediantes que fazem uma comédia universal, que pode ser
compreendida por qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, em qualquer época.
Por mais questionáveis que sejam os atuais humoristas do cinema e da TV, e suas
piadas apelativas ou grosseiras (segundo o público), em algum momento da vida
eles precisam admitir a influência dos velhos mestres do humor. De alguma
forma, ainda precisamos rir, em um mundo cada dia mais neurótico. Ainda que
seja assistindo aos antigos filmes de comédia ou mesmo às reprises dos
programas televisivos de Chaves e Chapolin.
Bem.
MESTRES DO RISO não trata de todos os comediantes, só dos mais consagrados – e
com algumas ausências. O livro é cheio de ilustrações, mas quase todas estas
são fotos submetidas a um tratamento digital que as deixa com uma aparência de
pintura. Os textos contam a vida, curiosidades e algumas obras de humoristas
que se consagraram no século XX.
A
vida de Chespirito e suas criações, Chapolin Colorado e Chaves, ocupa a maior
parte do livro. Há citações aos parceiros de comédia de Bolaños, como Ruben
Aguirre (Professor Girafales) e Ramon Valdez (Seu Madruga), mas toda a atenção
é concentrada sobre o saudoso Bolaños, que ocupa 16 das 50 páginas do livro.
Já
os outros humoristas escolhidos ocupam cada um duas páginas, com sua vida e
obra. Começando com os Clássicos
Internacionais: os artistas dos tempos do cinema mudo, Harold Lloyd (o
primeiro a escorregar em uma casca de banana diante das câmeras), Buster Keaton
(o comediante que não ria), Charles Chaplin (só duas páginas para falar de
Chaplin e de Carlitos?!), Oliver Hardy e Stan Laurel (O Gordo e o Magro para os
mais íntimos) e Os Três Patetas (os maiores expoentes do humor de pancadas e
tortadas na cara). Ainda na parte dos clássicos internacionais, temos os ainda
vivos Jerry Lewis (o primeiro Professor Aloprado) e Rowan Atkinson, o Mr. Bean
(o maior expoente do estilo “na dúvida, improvise”).
O
Brasil conta com quatro representantes no trecho Clássicos Nacionais. Começando com Os Trapalhões: Mussum (forévis),
Zacarias (cadê minha peruca?), Didi (Mocó Sonrisal Colesterol Novalgina
Mufumbo) e Dedé (o maior escada do Brasil) tem suas vidas analisadas em
separado – Renato Aragão e Dedé Santana são os únicos ainda vivos deste
segmento. Depois vem Ronald Golias (o eterno “Ô Cride, Fala pra Mãe”, também
conhecido como Bronco), Chico Anysio (só duas páginas para falar do maior
criador de personagens do Brasil?!) e Amácio Mazzaropi (o eterno Jeca Tatu). A
última página é reservada para pequenas curiosidades sobre os homenageados.
Há
quem possa questionar os critérios de escolha dos homenageados, e o espaço que
lhes foi reservado. Reservar só duas páginas para falar de Charles Chaplin e
Chico Anysio pareceu muito pouco frente ao que eles fizeram para o humor
mundial; e faltou gente, ainda. Por que não falaram mais de Ramon Valdez e de
Carlos Vilagrán, o eterno Quico, e de outros membros do elenco de Chespirito, o
programa de TV? E onde estão nomes como Jacques Tati, os Irmãos Marx, Oscarito
e Grande Otelo, Tom Cavalcante, Steve Martin, Manuel da Nóbrega, seu filho
Carlos e seus comparsas da Praça, Dercy Gonçalves...? Teriam estes envelhecido
mal, sua linguagem humorística não alcança todas as épocas? E, bem, não é todo
mundo, das atuais gerações, que viu, ou pode ver, atuações de Harold Lloyd e
Buster Keaton para comprovar se eles são realmente grandes comediantes. Ainda
bem que não entraram na conta gente como Johnny Knoxville e seus comparsas do
violento Jackass, bem como seus
discípulos brasileiros, a turma tarada do Pânico.
Well.
De todo modo, com este guia parcial, já dá para o entusiasta procurar filmes
desses artistas. Ainda bem que temos YouTube, não é?
E
ainda é possível encontrar esse livro, nas bancas, ao preço promocional de R$
12,00.
Para
encerrar, um cartum baseado em fatos reais – mas, já que falamos de Chespirito,
fazendo referências a um dos mais famosos personagens desse programa. Conseguem
saber qual é?
Num
mundo cada vez mais neurótico, os humoristas cumprem seu papel. Mas,
infelizmente, é difícil não concordar com alguns críticos de internet, que
falam mal da baixa qualidade dos programas de “humor”. Mirem-se no exemplo de
um certo mexicano que, mesmo na casa dos 40 anos, interpretava um menino de
oito...
Até
mais!
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