Hoje, domingo, pé de cachimbo (desculpem...), duas semanas depois, entra no ar um novo capítulo do meu romance de folhetim ilustrado, MACÁRIO, prometendo aos leitores mais suspense, erotismo e terror. Até aqui: o que estão achando? Se puderem ler este capítulo até o final, tenho algumas coisas a dizer ainda...
ATENÇÃO: leitura não recomendada para menores de 18 anos. Contém cenas de maus tratos a animais e de sexo.
Achei que a noite não ia terminar nunca.
Uma estranha tribo urbana promoveu uma festa
no meio da semana, no bar onde trabalho, e não fomos avisados. Um pessoal
esquisito, uma tribo urbana nova no “pedaço”, de gente que eu poderia chamar de
“monstros”, apareceu de repente, e festejou. E eu trabalhei mais do que o
costumeiro. E, ao que parece, este trabalho foi muito bem recebido por aquele
público, pois todo mundo saiu satisfeito, cheio de álcool. Eu só havia feito o
meu dever, mas, de uma hora para outra, fui visto como o melhor garçom do
mundo. Será que vai ser assim nas próximas noites?
Depois que fui liberado, após ajudar na
limpeza e organização do lugar, fui para casa. Sentia um esgotamento, mas acho
que consigo voltar para casa andando. Ao meu lado, estava Viridiana, a garota encrenqueira.
Ela, enquanto bebericava seu refrigerante, esperou eu terminar e saiu do bar
junto comigo. Disse que queria conversar. E, enquanto andava ao meu lado, olho
no olho comigo, aparentava uma estranha calma. Uma calma que ela não aparentava
no Hospital Universitário, enquanto esteve gritando comigo, à tarde.
Viridiana estava bonita naquela madrugada.
Estava de calça justa, de cor clara, casaco fino escuro e camiseta, mas longa
para esconder a barriga – e o piercing, que ela colocou recentemente. Me fez
lembrar de quando eu a encontrei pela primeira vez, naquela boate enfumaçada:
ela usava a mesma combinação de roupas. O mesmo cabelo castanho e comprido,
ondulado. Os mesmos óculos, que lhe conferiam um ar severo, de moça séria, de
aspirante a professora (ela cursa Psicologia, se bem me lembro).
Depois de alguns minutos, dois quarteirões
depois de nos afastarmos do bar, puxei a conversa:
- E aí... vai poder explicar o que
aconteceu... sem gritar comigo?
- Creio que sim, Macário. Mas antes... lembra
de quando você me abordou aquela vez? Na boate?
Aquela pergunta me soou como desvio de
assunto. Mas resolvi entrar na dela, conhecedor que era de suas alterações de
humor:
- A noite em que saímos pela primeira vez? Lembro.
Você estava assim, com essa mesma roupa, inclusive, calma, e, depois... Você
começou a se “soltar”. Quando percebi, estava lidando com uma fera...
- Não, Macário. Eu que estava lidando com uma
fera.
- Eu? Tem certeza?
- Acho que sei o que você está pensando,
Macário. Que a fera sou eu. Mas é mais autodefesa. Tive experiências ruins com
homens, anteriormente. Digo, antes de te conhecer.
- E você pensou que eu não era diferente?
- Você não é diferente. E ao mesmo tempo, é
diferente.
- Hein? – franzi a testa. Ela estava bancando
a enigmática novamente, hein? Calma, Macário, espere até saber onde ela quer
chegar.
- O seu tipo, Macário, é diferente. Eu
enxergo um vampiro dentro de você, sabe? Um Drácula. – disse, me olhando de
soslaio.
- Você não disse que eu era um lobo?
- Tanto faz, vampiro ou lobisomem, a ideia é
a mesma. Um monstro sedutor assustador, sempre fazendo gato e sapato das
mulheres.
- Ei, mas lobisomens não são sedutores, que
eu saiba...
- Quantas antes de mim, quantas depois de
mim, caíram na sua lábia? – ela me interrompeu.
- Sinceramente? – suspirei. – Nunca contei.
- Quantas perderam a inocência com você?
- Bem, calculo que só três ou quatro perderam
a virgindade comigo. Elas que tomaram a iniciativa. Mas eu sempre tomei
precauções, usei preservativo. Quando as encontrei novamente, nenhuma estava
grávida, e...
- Não, não a questão de paternidade ou de
virgindade, Macário. Mas do que se passa dentro de suas mentes. O quanto as
meninas mudaram depois que cruzaram seu caminho, enxergam o amor e o sexo de
forma diferente de antes. Digo, tem ideia de que uma garota pode ter realmente
se apaixonado por você, e você não liga? Quando ela vai procurar você, descobre
que você está em outra, que não quer saber de...
- Vi... – interrompi, forçando-a a olhar nos
meus olhos. – Você está falando da Valtéria, ou de você?
- Eu?!
- Você esteve me culpando pela desgraça que
aconteceu com a sua amiga. Gritou comigo. Você deve saber que ela já saiu com
outros homens. Por que você dirigiu sua raiva para mim? Digo, daquele jeito? E
a Valtéria, bem, estava dizendo que você ainda gosta de mim...
- A Valtéria não bate bem da cabeça, e... –
Viridiana ficou vermelha, deu para ver sob a luz do poste. – Você viu que ela
não bate bem da... eu estou preocupada com a Valtéria, Macário. Nós somos
amigas desde a infância. Sempre fizemos tudo juntas. Eu meio que sou o anjo da
guarda da Valtéria, que desde a entrada na adolescência era tida a tomar
atitudes anormais. Ela perdeu a virgindade aos 14 anos, sabe? Não engravidou
por um triz, e tive de fazer o possível para que o pai dela não fizesse sua
caveira. Eu também lutei para que ela não caísse nas drogas, ela teve
experiências de vida ruins e... – Nesse ponto, ela começou a lacrimejar e
soluçar, puxou um lenço do bolso da calça e foi enxugando as lágrimas à medida
que falava. – Eu até cheguei a adiar a minha entrada para a faculdade até que
ela passasse no vestibular, pudéssemos entrar juntas na faculdade, para que eu
pudesse ficar de olho nela, e foram três tentativas até que ela conseguisse... (soluço)
Eu tive de fingir que não havia passado também... (soluço) Podia estar fazendo
carreira mais cedo, mas resolvi eleger a saúde e a integridade da Valtéria como
uma prioridade... (soluço) Se ela está aqui, andando por este mundo, hoje, em
boa parte, foi graças a mim... (soluço) eu me mataria se a minha melhor amiga
se desencaminhasse, se transformasse em mendiga, bêbada, prostituta, ou...
(soluço) Eu tento levar uma vida o mais normal e regrada possível, aí, você
cruzou meu caminho... (soluço) e depois, você cruzou o caminho da Valtéria,
e...
Por que ela começou a fazer esse desabafo, de
repente? Queria me sensibilizar, é? Resolvi fazer um desvio de assunto, antes
que ela se desmanchasse diante de mim – e conseguisse mesmo me sensibilizar.
- Bem, falando na Valtéria, como ela está?
- Ela... – Viridiana enxugou as lágrimas. – ela
ainda está no hospital. Ela seguiu a sua recomendação. Tomou os calmantes e
agora está lá no hospital, dormindo feito uma pedra. Fiz questão de só sair do
hospital quando ela “capotou”. Ficamos todos de olho para que ela não cuspisse
os remédios ou trapaceasse, eu a conheço... Bem, ela está calma, agora. Amansou
(soluço).
- É mesmo? Que bom.
- Amanhã os pais dela virão para cá. Cogitam
a possibilidade de ela ficar fora da cidade por uns dias, descansando depois de
tudo o que aconteceu.
- Talvez seja o melhor parta ela, não é
mesmo? Uns dias e ela esquecerá essa obsessão por mim.
- Nunca aconteceu algo semelhante com você?
- Bem... já, mas... não com essa magnitude. É
a primeira vez que uma delas quase é devorada por cães e gatos e... e... hã...
vem cá, é verdade essa história de que foi ela quem...
- ...trucidou cinco cães e três gatos? – Ela
apertou os punhos, demonstrando indignação por eu ainda estar duvidando de sua
palavra. – Claro que é verdade! (soluço) Digo, eu cheguei depois, mas posso
jurar que foi assim que aconteceu, se você visse que ela estava ali, naquele
beco, nua, coberta de sangue, e... (soluço) com uma expressão de triunfo!...
(soluço)
Dizendo isso, ela apontou para um beco, entre
dois prédios baixos, o qual não tinha reparado que estávamos passando.
- É... ali?
- Ah... Sim. Naquele lugar mesmo.
Curioso, resolvi me aproximar para ver.
Viridiana me seguiu. Talvez, com isso, consigamos resultados mais promissores
que um diálogo cheio de desvios e soluços, em banho-maria, sem sabermos aonde
ir.
O local estava iluminado por uma lâmpada
suspensa em uma porta – alguém esqueceu essa lâmpada acesa. Em um dos edifícios
ao lado, havia um restaurante, então era natural que atraísse cães e gatos de
rua, por conta do lixo que deviam deixar ali. E havia sacos de lixo jogados por
ali, alguns abertos pelos cães, e fora o que estava espalhado. Fora a porta,
não havia saída – três paredes fechavam o local. Não havia vivalma, mendigo ou
assaltante, sentado ali, à espera de algum inocente curioso. Mas fiquei
impressionado.
O local ainda estava manchado de sangue por
todos os lados. Os restos dos cães e gatos já deviam ter sido recolhidos, mas
ainda não lavaram o sangue, que já estava seco. A polícia não interditou o
local, acho que ela ainda não procedeu alguma investigação – que estranho. Havia
ainda pedacinhos de carne e vísceras em um ou outro ponto. Pude distinguir
pedaços de tecido, trapos rasgados e ensanguentados, seriam as roupas da
Valtéria? Ei, é impressão minha ou aquilo é mesmo o resto de uma calcinha
ensanguentada? E haviam moscas, muitas moscas, além do cheiro forte de
podridão. Precisei levantar a gola da camiseta sobre o nariz para diminuir o
impacto daquele cheiro. O local lembrava bem um abatedouro recém usado.
E eu ainda achava estranho. Parecia que tudo
ali estava preparado para minha chegada, para que eu visse tudo com os meus
próprios olhos: a luz acesa, a falta de barreiras policiais, o sangue não
lavado... Tive um mau pressentimento.
- Está vendo, Macário? – pergunta Viridiana,
cobrindo o nariz com o lenço. – Foi aqui.
- Não acredito. Tem certeza que...
De repente, uma sensação de apreensão passou
por minha espinha. Ouvi um rosnado.
- O que é isso? – assustou-se Viridiana, indo
de encontro a mim.
Olhei para trás. De repente, na saída para a
rua, apareceram cães.
Cães rosnantes.
Não. Não pareciam cães. Aqueles cães eram
estranhos, e só era possível distinguir, no escuro da madrugada, suas silhuetas
esguias. Pareciam coiotes, tão magros, tão ferozes. Possivelmente, famintos.
Suando frio, fui recuando, acompanhado de
Viridiana. Sempre olhando nos olhos intimidadores dos cães. Até que acabamos chegando
à parede. Fomos encurralados. Eram sete ou oito cães.
Eles entraram embaixo da lâmpada. Não tinha
certeza se eram coiotes, lobos, cães vira-latas... só tinha certeza de que
estavam rosnando, perigosos, a fim de nos atacar. Meu coração batia forte. Viridiana,
abraçada a mim, repartia comigo os seus batimentos cardíacos e seu suor frio.
- Acho... Macário... Acho que foi assim que
aconteceu com a Valtéria... – ela começou a falar, baixinho. – Vamos ser
devorados...
- Não... não vamos... – Foi minha vez de
balbuciar.
Olhando para aqueles cães que saíram não sei
de onde, de repente, me deu uma vontade de também avançar neles, lutar contra
eles, estraçalha-los, arrancar suas tripas com os dentes, lamber seu sangue.
Ora, onde já se viu? Cães demoníacos, querem me devorar? Venham, estou
preparado...
De repente, recuperei a consciência. No que
estou pensando?!
Os cães continuavam me olhando ameaçadores.
Olhando a mim e a Viridiana. Estavam mesmo dispostos a devorar nós dois, se
deixássemos. Teríamos condições de enfrenta-los?
Eu tenho, pensei, cerrando os dentes. E vou
devorar vocês, seus cães do inferno... vou devorar vocês primeiro! Cachorro
quente à moda coreana, ah, ah...
Agh! No que estou pensando? Um espírito
raivoso estava tomando conta de mim? É isso? Por que estava pensando que
poderia enfrentar os cães?! E ainda por cima fazia uma piadinha mental ruim a
respeito do exotismo da culinária asiática?! Eu posso sair dessa, se vivo,
ferido! Ia ficar como a Valtéria, com o corpo todo enrolado em faixas, como uma
múmia... Mas eu acabei de tirar licença médica, e...
Eles não vão te dar chance, dizia a voz
dentro de mim. Vão devorar você. Não deixe. Não deixe sequer a garota se machucar!
Ela está contando comigo... A Viridiana está esperando que você a proteja,
devorando os cães na frente dela, e...
Procurei a todo custo me controlar. Eu já
sentia, no rosto, um esboço de sorriso lascivo. Não, não ia ser dominado por
essa raiva! E agora, como vou sair dessa situação?
- Macário, socorro... – chorava Viridiana,
baixinho. – Faz alguma coisa... por favor...
Era visível que Viridiana estava com muito
medo. Ela devia ter alguma fobia a cães. E se abraçava forte a mim.
- Faz alguma coisa, Macário...
Olhei para os cães de novo. Vocês não tem
vergonha?! Assustar assim, uma pobre garota, a ponto de fazer ela se mijar?!
Podia sentir que Viridiana já estava começando a evacuar de tanto medo. Isso me
deu ainda mais raiva dos cães demoníacos, que rosnavam e já se punham em
posição de saltar sobre mim. Meu corpo estremecia. Meus dentes rangiam.
Internamente, eu também estava rosnando.
Então...
Meu primeiro impulso deveria ser saltar em
cima do primeiro cão, antes que ele saltasse sobre nós. Mas procurei me
controlar. O mais que fiz foi...
...bater um pé na frente dos cães, um passo
para a frente, e gritar:
- PASSA!! XÔ!!!
Surpreendentemente, os cães pararam de
rosnar. Eles se desarmaram, baixaram orelhas e cauda...
...desfizeram os olhares assustadores...
...deram meia-volta...
...e saíram correndo do beco.
Fiquei surpreso, muito surpreso.
Como fiz isso com apenas um grito?! Eu fiz
uma cara tão feia?
Fiquei paralisado, só olhando os cães
debandando. A calma foi voltando.
- Macário...
Voltei meu olhar para Viridiana. Ela ainda
estava muito trêmula, os óculos estavam prestes a cair de seu nariz. E era
notável, apesar da pouca luz, que sua calça estava úmida, a mancha começava na
virilha e descia pelas pernas. Ela acudia, com as mãos na virilha. Será que ela
estava assustada com os cães, ou com o meu grito?
- Como... como... como você fez isso?!
- Eu... eu... nem eu mesmo sei! – exclamei.
De repente, Viridiana começa a chorar.
Começou a se desmanchar diante de mim. Minha primeira reação foi abraça-la. Mas
foi ela que se atirou em meus braços.
- MACÁRIO!!! – ela exclama. E se desmancha em
meu peito.
- Viridiana...
- Oh, Macário... eu... (soluço) eu fiquei com
tanto medo... (soluço) tanto medo que você... (soluço) ooohhh...
- Passou, Viridiana. – respondi, com toda
calma que consegui reunir. – Os cães não vão nos devorar. Não mais.
- Não! Estive com medo que você... (soluço) que
você matasse os cães assim como... (soluço)
Fiquei surpreso.
- Não, Vi... eu não ia matá-los. Digo... eu
até pensei em matá-los, mas... não... não sei o que me deu, juro... mas não
pense que eu seria capaz de... eu...
- Macário!!! (soluço)
E Viridiana cala minha boca com um beijo.
Fiquei surpreso, mas retribuí. Era a
recompensa do herói, não é? E, naquele abatedouro, estávamos nos enroscando,
nos beijando, primeiro candidamente, depois ferozmente. Durou um longo minuto,
no fim do qual Viridiana, finalmente, se desvencilhou. E ela olhava para mim de
uma maneira totalmente diferente.
- Macário...
- Viridiana...
Estranhamente, uma estranha sensação começou
a subir em meu corpo, ao me ver enlaçado com aquela garota. A expressão de medo
que ela demonstrava diante de mim a deixava, estranhamente, muito bonita. E
aquele corpo tão bem torneado por ginástica, se apertando contra mim... Podia
sentir que seus mamilos estavam duros, testando a resistência do sutiã e da
camiseta, para se apertar contra os meus. Um perfume diferente chegava em
minhas narinas. Seria isso o tal de feromônio? Viridiana se enlaçou ainda mais
em mim, me dando um estímulo esquisito.
- Vi...
- Macário... a... a Valtéria tem razão...
eu... – e ela começou a chorar de novo. – A Valtéria estava certa... (soluço) Eu
estive me fazendo de durona, estive gritando com você, mas na verdade... (soluço)
eu... (soluço) eu quero dar para você
de novo, Macário... (soluço)
- Vi?...
- Quero ir para a cama com você de novo,
Macário... (soluço)
Será que Viridiana estava no controle de suas
faculdades mentais? Será que era a sensação de querer ser protegida, motivada
pelo medo? De repente, ela ia querer transar comigo ali mesmo, naquele beco
sujo de sangue...
Só de pensar que, uma vez, eu não tive uma
noite muito legal com aquela garota... eu nem gosto de lembrar daquela noite,
há mais de um mês, onde... Não. Quem sou eu para negar uma noite de prazer a
uma garota que passou por uma situação de perigo?! Dentro de mim, eu também
comecei a desejar ardentemente Viridiana. Os feromônios dela começavam a me
afetar, se é que ela conseguia exalar feromônios.
No fim, falei:
- Está bem, vamos para minha casa.
- Sério? – ela sorriu.
- Você tem de pelo menos tirar essa calça
suja...
Aí, Viridiana reparou nas suas calças.
Estavam molhadas. Felizmente, era apenas isso. Só cheirava urina.
- Macário! – ela exclamou, se encolhendo. –
Eu... (soluço) eu estava com muito medo, e... (soluço) diante de cães ferozes
eu tenho... (soluço) incontinência, e... (soluço)
- Não diga mais nada. Apenas... venha comigo.
Eu creio que tenha um “remédio” para a sua... incontinência.
E saímos daquele abatedouro.
Cerca de trinta minutos depois que cheguei no
meu apartamento, acompanhado de Viridiana, eu perdi o controle sobre mim.
Tirei os sapatos e o casaco, e fui tomar uma
água.
Viridiana tirou os sapatos, as meias, a calça
úmida de urina, e deixou em cima do tanque de lavar roupa, na área de serviço,
que ficava no corredor que dava para meu quarto. A calcinha também. E o casaco,
a camiseta, o sutiã... foram para o chão, enquanto ela entrava na cozinha, olhava
para mim e me fazia recuar. Rapidamente, ficou nua diante de mim, deixando
apenas os óculos.
- Então... vamos? – ela disse, sorrindo, me
olhando lânguida.
Que corpo! Ela não parou de fazer ginástica!
E aquele piercing no umbigo era sexy...
- Seu corpo melhorou muito, Vi...
- Para de perder tempo, Macário...
Ela me empurrou em cima da cama. Foi tirando
minha roupa toda, enquanto me beijava. Eu que deveria ter tirado sua roupa, mas
essa inversão de papeis não deixava de ser legal. Tirou o apanhador de sonhos
de meu pescoço e jogou em um canto. Eu a enlacei em meus braços. Eu não
conseguia resistir àquele encanto natural de uma mulher nua.
- Quero você, Macário.
- Venha cá...
Deitei-a na cama. Coloquei uma camisinha.
Lembrei de comprar camisinhas durante o período de convalescência que passei.
Sabia que seriam úteis.
Estávamos em uma lua de mel. Sem ter havido
casamento.
Ela fez de tudo comigo. Tudo! Se eu contasse
tudo agora, os deixaria ruborizados, então, deixo para a imaginação de vocês. Ela
se entregou completamente. Eu também, à tarefa de dar o máximo de prazer a
Viridiana.
Eu havia trabalhado quase a noite toda. Havia
quase sido atacado por cães demoníacos. E agora, estava transando com a garota
que, horas antes, havia gritado comigo, me chamava de assassino, de vampiro, de
lobisomem. Afinal, eu a salvei dos cães demoníacos, era a retribuição do herói.
E ela se entregava.
- Aaah, Macário... Não para...
Ela parecia enfeitiçada. Teria sido eu? Seria
eu o vampiro, mesmo? Aah, que me importa? Só sei que foi muito mais agradável
que aquela vez. Teria Viridiana realmente voltado a se apaixonar por mim? Ou
será que era eu que, depois de tudo, depois de trabalhar a noite toda, estava
louco por um pouco de sexo, com a primeira garota que aparecesse? Só sei que
fui me entregando. Não questionei nada.
E ela quis mais depois da primeira. Me fez
deitar, ela mesma colocou a camisinha seguinte, e ficou por cima. Não falou
mais nada, apenas gemia, eroticamente. Só depois de meia hora falou novamente:
- Macário, não para não... Vou sugar você
todinho...
- Vi, tenha piedade de mim...
Até que, no final, cinco vezes seguidas
depois, acabei adormecendo. Apaguei. E nem pude ver se Viridiana também apagou.
A última visão que tive antes de apagar foi a
do despertador ao lado de minha cama: marcava quatro e meia da madrugada.
O próximo capítulo será daqui a duas semanas - até segunda ordem, até que eu consigo organizar projetos pessoais que tomam muito de minha atenção.
Ah: quem acessar agora os episódios anteriores de MACÁRIO, perceberá que houve updates: os episódios 1, 4, 5 e 7 ganharam ilustrações inéditas; e o capítulo 7 teve incluído um novo trecho de texto. Quem acompanha esta "novela" é que vai perceber essas mudanças, que houve uma alteração de rumo de planejamento - a quantidade de ilustrações, anteriormente limitada a quatro por capítulo, aumentou. Um dos capítulos já chegou a 13 ilustrações. Para quem chegou agora... bem, não vai mudar nada...
De todo modo, como estou indo até agora? Continuo? Suspendo? Devo alterar alguma coisa na trama? Se puderem, deixem sua opinião!
E até o próximo episódio, daqui a 15 dias!
Até mais!
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