Conforme havia dito na última postagem, iria trazer um novo capítulo de meu folhetim ilustrado para adultos, MACÁRIO, na semana seguinte à anterior. Desse modo, um novo capítulo entrará no ar depois da Semana Santa, daqui a 15 dias.
ATENÇÃO: leitura não recomendada para menores de 18 anos. Contém cenas de agressão verbal, intimidação, sequestro e risco de vida.
O que será que Luce queria falar comigo?
Parecia ser urgente. Ele não ia esperar chegar
ao apartamento para falar o que queria falar comigo.
Ou vai ver nem era assim tão urgente. Talvez
ele fosse me pedir outro favor.
Ou decerto destilar alguma bobagem
alcoolizada.
Mas o fato era que, esta madrugada, eu sou só
dele.
Como Âmbar, Morgiana e Andrômeda não vieram
ao bar, posso supor que elas estejam cumprindo a promessa que fizeram, de me
deixar em paz pelo resto da semana, depois de terem conseguido o que queriam:
sexo comigo. Pensando nisso, me sinto um objeto.
Tampouco é provável que os Animais de Rua
resolvam me raptar de novo para mais um rolê pela madrugada. Depois de algumas
horas no bar, eles saíram, todos os nove. Só voltaram a falar comigo na hora de
pagar a conta. Estavam eufóricos por conta do sucesso do show do final de
semana.
Geórgia e Breevort saíram cedo. Decerto devem
estar se divertindo por aí.
E os outros Monstros festejaram da maneira
como sempre festejaram desde que os conheci – apesar das ausências. Beberam
como sempre beberam, pagaram como sempre pagaram. E eu trabalhei... como
trabalhei desde que conheci aquela turma. Fazendo drinques automaticamente,
recebendo pedidos por telepatia, etc.
No fim das contas, eu era de Luce hoje.
E, quando eu já estava saindo do bar, mochila
a tiracolo... Ele estava à minha espera.
Hoje Luce foi um dos últimos a sair. Não
ficou para ajeitar o bar. Saiu cerca de meia hora antes.
E já estava à minha espera, na porta, na
posição malandra, apoiado na parede, um dos pés para cima, as mãos nos bolsos.
E estava com aquele casaco de gola alta, com
o qual eu o conheci.
Tenho a impressão de que ele estava usando
aquele casaco quando sugou meu sangue. E era o casaco que estava usando quando
me deu aquela surra dias atrás.
Algo me dizia que era com aquele casaco que
Luce conseguia se transformar naquela massa de sombras.
E ele não estava usando aquele casaco na
faculdade. Só se ele voltou ao apartamento só para pegar aquele casaco, antes
de ir para o bar.
O que está acontecendo comigo? Por que, de
repente, fiquei obcecado naquele casaco?!
- E aí, Macário, como está? – Luce
cumprimentou sorrindo, despreocupado.
Ainda não me acostumei com aquele sorriso
odioso.
- Cansado. – respondi.
- Cansado, Macário? Mesmo depois de cumprir o
dever que você obviamente ama?
- Lembre-se que tive uma madrugada atribulada
ontem. E você ainda me socou duas, não, três vezes.
- Ah, Macário, eu estava indignado.
Apontei-lhe o dedo em riste, mas procurei não
me irritar.
- Não me venha com aquela conversa que você
não queria transar com a Âmbar. Porque depois você f(...) ela com vontade.
Confessa que você não estava de ressaca de verdade, vai.
Luce não se alterou:
- Ah, naquela hora eu f(...) ela por raiva
mesmo. Por vingança.
Começamos a andar pela rua ainda iluminada
pelos postes, apesar de já ser o momento do dia clarear.
- E foi por vingança que você f(...) com a
própria irmã?!
- Isso na verdade é bem comum. Na hora da
frustração, ela mesma me tira como quebra-galho. Aquilo que você viu já é
bem... normal. E ela gosta.
- Mentira. – fiz uma careta.
- Ah, Macário. Se você conhecesse a Andrômeda
há mais de duzentos anos, como eu conheço!
- E a Morgiana? Também foi vingança?
- Não. Nada tenho contra a Morgiana. Só
f(...) ela porque ela estava ali.
- E quantas vezes...?
- Que há, Macário?! Está com peninha daquelas
três... súcubos?
- Estamos em tempos perigosos, cara. Onde
tratar mulher daquela maneira pode complicar nossa vida. Pode dar cadeia.
- Pode dar cadeia para você. Para mim não. –
Luce deu uma risada sarcástica. Cínico, decerto é um desses riquinhos que
acredita estar acima da lei dos homens. – Ah, Macário, mas não pense que eu sou
sempre assim. Só quando estou frustrado.
- E quantas vezes você fica frustrado?
- Que está insinuando?!
- Eu que ainda não entendo você. Você parece
o caos em pessoa.
- Ah, cara. Só porque eu f(...) as suas
amantes favoritas?!
- Confesse que você f(...) a Âmbar, da
primeira vez, de propósito. Confesse que você faz isso sempre. Mas você quer a...
a outra.
- Que outra?!
- A Anfisbena.
O corpo de Luce estremeceu. Ele não sorria. E
estava se segurando para não me dar outro soco. Ele apertava o punho, o braço
tremia. Seu corpo todo tremia, seus olhos estavam ficando injetados, sempre
olhando para mim. E ele havia bebido há poucas horas. Será que ele ia...?
Mas, no fim, ele parou de tremer. No entanto,
o casaco estava me mexendo. Ele parecia estar se desfiando com a força de sua
raiva. Parecia estar saindo vapor do casaco. Por alguma razão, eu me sentia
feliz em ter, aparentemente, irritado Luce.
Ele engoliu em seco. E, por fim, começou a
falar.
- Pois... pois sim. Confesso.
- Confessa o quê?
- Macário, se eu contar um segredo para você,
você não espalha?
- Que segredo, cara? Se é o que estou
pensando que você vai falar, então não é segredo. A Âmbar sabe, a Andrômeda
sabe...
- É segredo, sim. Quer dizer, para a própria
Anfisbena e para o MC Claus.
- Tem certeza que ele não sabe?
Luce pareceu ficar confuso.
- Ele não sabe. Digo, não sei se ele já sabe.
Conto que a Âmbar não tenha contado para ele. Mas claro que a pinguça não
contou ainda. Conheço a Âmbar, ela não seria capaz de contar, aquela pinguça.
- Pensei que bêbados não mentissem.
- Não mentem, mas podem esquecer o que falam.
Ainda mais quando recebem sexo em seguida. Mas, enfim. Se você contar para a
Anfisbena, eu não hesitarei em matá-lo, traidor.
- Eu?! Contar como?! – dei um sorriso
irônico.
- Não duvido que a Anfisbena vai procurar
você, seu boa-pinta sortudo. Ela também há de tirar uma casquinha de você,
gostosão.
- Eeeu?! Um pobre coitado? – ironizei. – Ah,
Lúcifer. O que uma ninfa rica e sofisticada como a Anfisbena iria querer com um
simplório estudante universitário que só sabe servir drinques?! – falei, com
teatralidade.
- A Âmbar também é rica e sofisticada, meu
amor, e ela só tem olhos para você.
- Sofisticada... Bah. Eu achava isso também,
mas depois do que passei entre os seios dela...
- Não seja canalha, ou eu conto tudo para
ela, e ela vai passar aquelas pinças de louva-a-deus em você... Mas enfim: se
você contar para a Anfisbena que eu estou muito a fim de dormir com ela, nem
que seja uma noite...
Noto que Luce falava isso olhando para os
lados, com a plena certeza de que não havia nenhum conhecido próximo para ouvir
esse diálogo.
- Ué, Luce. – falei, sem hesitação. – Com
todo esse seu poder, você nunca...?
- Nunca. O Rei dos Duendes MC Claus protege
sua esposa “oficial” a sete chaves. Essa mulher é a menos acessível do nosso
grupo. Sabe, tenho uma série de acordos com o MC Claus, algumas negociatas, mas
nenhuma inclui aquela mulher. Digo mulher porque, antes de tudo, ela é uma...
mulher. Uma ninfa, uma criatura mitológica, mas é uma... mulher. Conquistar
essa... mulher... é o meu maior desafio. Foi e é meu desafio.
Arqueio a sobrancelha.
- Com tantas mulheres à disposição, Luce...
- Perto de Anfisbena, as outras são...
impostoras.
- E... por que ela?
- Sabe, Macário? A Anfisbena quase foi a
minha mulher. MINHA esposa.
- A...
- Eis o segredo dentro do segredo. Eu quase
conquistei Anfisbena para mim uma vez. Sabe, Macário... Você já assistiu
Casablanca?
- Casa... Ah. Já. Meu pai tem em DVD.
- Então já conhece a história. O romance
entre Rick Blaine e Ilsa Lund.
- Você e a Anfisbena?!
- Sim, nós dois tivemos um breve romance. Em
Paris, ainda por cima. Mas não teve sexo. Nunca.
- Sério?! – arqueei a sobrancelha
ironicamente.
- Não acredita em mim, seu...?! – Luce fechou
o punho de novo.
- Calma, Luce, não se altere. Ainda tem muita
coisa sobre vocês que ainda não sei. É a primeira vez que ouço sua história...
- Mas você não acredita em mim, acredita?
Diante do olhar maligno de Luce, tive de
concordar:
- Eu vou tentar acreditar. Palavra. Não vou
te contrariar.
Luce pareceu se satisfazer:
- Bem. Para você ter uma ideia. Imagine o
filme Casablanca. As cenas passadas em Paris antes da ocupação nazista. Imagine
Anfisbena e eu no lugar do Rick e da Ilsa. Nós dois naquele carro, daquela
cena.
Sei qual era a cena. A partir do momento em
que o personagem Rick, depois de reencontrar Ilsa, começa a rememorar o romance
do passado, entre os dois.
- Com o cigarro também?
- Você sabe ser saidinho.
- Desculpe. Hã, bem, eu estou imaginando,
sim. Casablanca. You must
remember this... Meu pai gosta dessa música-tema.
- Aham.
- Isso também foi na época da Segunda Guerra?
- Hã, não. Foi nos anos 1980. Ou 1970... por
aí, não estou muito certo. Sei que foi depois do maio de 1968. Sabe, a época
dos protestos estudantis. É, isso aí.
Ah, bom. Eu não estava conseguindo imaginar
Luce usando o chapéu e o terno do personagem.
Estava mais ocupado tentando lembrar dos
protestos do maio de 1968, acho que ouvi falar disso nas aulas de História, ou
foi numa palestra, ou numa reportagem de jornal, ou...
Mas, enquanto eu tentava visualizar a cena,
eu me perguntava: por que Luce estava me contando essas suas histórias?
Ele me tirou dos seus devaneios:
- Enfim, Macário. Anfisbena e eu tivemos uma
história juntos, mas que acabou sendo interrompida no momento em que estávamos
chegando aos finalmentes, quando eu estive prestes a levar aquela bela ninfa
para a cama – algo que ela queria muito...
- E ela já sabia que você é um vampiro?
- Sabia. Foi quando soube disso que tudo
acabou.
Luce estava, agora, macambúzio, como naquele
dia no restaurante. Aquela expressão de quem estava rememorando sua pior
tragédia particular. Naquela vez, ele se lembrou da morte do irmão.
- Macário... Ela soube que eu sou um
vampiro... e se afastou de mim. Correu para os braços do MC Claus. Mas eu sei
que ela ainda me ama. Quando nos encontramos, ela me evita, mas eu sei reparar
nos olhares: ela ainda me ama.
Com o canto do olho, lhe dirigi um olhar de
“oh, sim, claro”.
- Tinha tudo para dar certo, Macário. Ela
poderia ter sido minha esposa. Ela era perfeita. Era linda, inteligente, sabia
cozinhar e entendia de magia... E de sexo. Mas por que ela se afastou de mim
depois que descobriu que eu sou um vampiro, Macário?! Ela me amava! Por que ela
não abriu mão de seus preconceitos?! O que ela tem contra vampiros?! Nós íamos
nos dar tão bem!...
Reparo que Luce estava tentando chorar. Mas
acho que é só teatro. Eu até podia supor que o que Luce sentia por Anfisbena
não era amor de verdade. Bem, para ser sincero, eu também não entendia disso.
Mas sei quando as intenções de uma paquera são ruins. Com minha própria
experiência, eu sabia que o que Luce queria de Anfisbena não era desposá-la,
casar com ela. Espero que ele não seja capaz de ler minha mente...
Porém, Luce voltou seu olhar para mim, e não
estava feliz.
- Você não acredita em mim, Macário?!
- L... Luce... espere, eu estou tentando
acreditar...
- Mas você não está conseguindo, certo?
Porque simplesmente não quer!
- Luce, eu...
- Eu sabia, Macário, que você não ia
acreditar em mim...
E, nesse momento, seu casaco, até então
fechado, se abriu sozinho. E, gradualmente, foi se transformando. O casaco logo
se transformou naquela capa negra que fazia Luce assumir a assustadora forma de
uma massa de sombras, com a qual ele invadia meus sonhos.
E a sua figura era ainda mais assustadora com
aqueles olhos malignos, injetados.
- Macário... você não acredita em mim!!
- Luce... – balbuciei.
O que ele ia fazer comigo?!
- Você não acredita!...
- Eu... Luce, eu não vou contar para ninguém!
Juro! Fica entre nós dois!!
- Não vai contar?!
- Eu não conto!! Não conto sobre você e
Anfisbena... Eu não contarei! Mas... Mas por que você está me contando isso?!
- Não somos amigos, Macário? Entre nós não deve
haver segredos...
- Mas... mas...
- Venha comigo, Macário... – Luce me dirigiu
um sorriso maligno.
- Hein?
- Vamos dar uma voltinha pela cidade... Antes
de voltarmos para o apartamento, venha comigo...
- Vir?! Para onde?! – eu já estava com medo
dos rumos daquela conversa.
- Só venha comigo, Macário...
E a capa o envolveu completamente,
transformando-o na massa de sombras. A única coisa que era visível naquela
forma que lembrava a de uma árvore seca e retorcida, presa ainda à Terra, era a
cabeça branca de Luce, que sorria, malignamente, para mim.
Aí, da massa de sombras, saiu um tentáculo
negro, que me agarrou e envolveu como uma grande mão, e me puxou para aquela
escuridão. Sensação que eu conheci uma vez.
Era muito frio ali dentro da sombra. Escuro,
frio, e eu senti me afogar ali dentro. Me sentia me debatendo, tentando nadar
em água suja, numa piscina de nanquim – mas não me sentia molhado.
Porém, afinal, consegui tirar pelo menos a
cabeça para fora da sombra. Abri o olho, a rua ainda iluminada. Mas não
conseguia tirar o restante do corpo para fora. Consegui tirar as mãos, mas nada
mais que isso. A cabeça e as mãos.
E, acima de mim, a cabeça de Luce.
- Confortável aí, Macário? Segure-se...
Da massa de sombras, se estenderam duas
pontas que lembravam grandes asas negras. E, no instante seguinte, saímos do
chão.
Como um enorme corvo, Luce saiu voando por
entre os prédios.
E me levava junto, seguro naquela massa de
sombras, como um filhote de canguru na bolsa da mãe.
Tentei gritar, mas não consegui.
Que loucura!
Luce estava me levando para voar pela cidade!
No início, fiquei incrivelmente assustado.
Sem poder gritar, os olhos arregalados de susto, prestes a mijar na calça.
Mas Luce parecia preocupado com minha
segurança. Eu estava firme dentro das sombras, só a cabeça e as mãos de fora.
De modo que consegui encontrar um pouco de tranquilidade naquela situação.
Enquanto isso, o corvo gigante planava acima
dos edifícios altos. Ele se misturava com a escuridão do restante da noite, que
já estava começando a se tornar dia. Podíamos ver agora o sol surgindo na parte
leste.
Ainda havia luzes na cidade. E até que a
cidade, vista do alto, era bonita. Não era todo dia que se podia apreciar a
cidade assim, vista do alto. Ainda mais de forma tão inusitada.
- E aí, Macário, está gostando?! – Luce me
perguntou.
Eu não conseguia responder. Combinado ao
susto, ainda havia o frio. Ficava ainda mais frio com o ar passando por nós. Eu
estava prestes a congelar.
- Se segure! – gritou Luce.
E ele começou a planar com velocidade entre
os prédios, como uma grande águia. Subia, descia, recuperava altura, passava
rasante entre dois prédios, inclinando o corpo. De vez em quando, soltava um
grito de energia:
- Uhuuu!
Eu estava assustado. Vai que Luce de repente
resolvesse me soltar do alto?! Será que esse seria meu castigo, ser morto
derrubado dos céus da cidade?!
Porém, Luce não me soltou em nenhum momento.
Ele fazia diabruras nos ares, mas eu me sentia muito firme dentro da sombra.
Até que, no fim, Luce resolveu pousar,
afinal. Escolheu o alto de um prédio – justo o mais alto da cidade. Esse prédio
ficava ainda maior com a enorme antena de transmissão no topo.
Pousamos no terraço. Assim que pousou, a
sombra me soltou, e me regurgitou para fora. Caí de joelhos.
E as sombras foram diminuindo, até que a capa
de Luce voltou a assumir a forma de um simples casaco de gola alta. E o casaco
se fechou sozinho, ainda por cima.
- E aí, Macário, que tal o passeio?
Eu estava trêmulo. Ou era o frio, ou era a
emoção.
- Macário, o que você tem?
Finalmente consegui soltar a voz.
- L... Lu... Lu... Luce...
- Isso tudo foi medo de altura?!
Agitei a cabeça. Abracei-me para conseguir um
pouco de calor de mim mesmo. Por fim, falei:
- Isso tudo é frio...
- O que achou, Macário?
- L... Luce... F-f-f-foi... tão... tão... tão
frio. E... e... e...
- Foi seu primeiro voo?
- F... foi...
- É, deu pra ver. – ele sorriu.
- L... Lu... Luce... P-p-p-pra que tudo
isso?!
- Ah, Macário. Agora somos colegas de quarto.
Somos amigos. Somos primos. Então, eu quis te levar para conhecer um de meus
lugares favoritos.
- Lu... Lugar?!
- Sim, Macário. Eu sempre venho assistir ao
amanhecer aqui.
De fato, o sol já começava a surgir. Nós, do
alto daquele enorme edifício, começávamos a receber os primeiros raios solares.
Ah, aqueles primeiros raios de sol estavam quentes e acolhedores. O frio
diminuiu, mas não muito.
E, realmente. O amanhecer era bonito. Não que
fosse a primeira vez que eu assistir o nascer do sol, mas daquele modo, foi uma
experiência totalmente nova. Do alto do maior edifício da cidade, onde o acesso
era difícil para a maioria das pessoas.
- Viu, Macário? Dentro do pacto que firmamos,
você conta com privilégios que a maioria não tem. Como, por exemplo... assistir
aos espetáculos da natureza de ângulo privilegiado. Muito privilegiado. Ângulo
que poucos tem acesso... Viu que lindo?
Ainda não estava entendendo onde Luce queria
chegar. Primeiro, me fala sobre Anfisbena e seu passado, depois me leva a voar
pela cidade.
Mas não podia perguntar nada agora. Luce estava
tão envolvido quanto eu assistindo o amanhecer. E o sol nem lhe afetava.
Ele era um vampiro diferente mesmo.
Restava saber o que viria a seguir. O que ele
estava aprontando para mim nos próximos minutos...
- E aí, Macário. – Luce me dirigiu a palavra,
depois que o disco solar ultrapassou a linha do horizonte. – Vamos para casa
agora.
- Como vamos descer daqui? – pergunto.
- Venha. – e me puxou pela mão.
Fomos até uma parte do local que ainda estava
coberta de sombra. E, dali, Luce fez o casaco se transformar novamente na massa
de sombras.
- Só posso ativar os poderes do casaco nas
áreas de sombra, viu? – ele me esclareceu.
Ele me fez entrar novamente na massa de
sombras.
E fomos voando de novo, pelas áreas que ainda
estavam sombreadas ao amanhecer.
Fomos em silêncio. De toda forma, com todas
aquelas emoções, e mais o frio que fazia, eu não conseguia falar nada.
Próximo capítulo, como dito, daqui a 15 dias. É certo.
Até aqui, como está ficando? Está bom? Ruim? Devo alterar os rumos? Parar na metade? Manifestem-se nos comentários!
Até mais!
Um comentário:
Olá meu amigo Rafael!
Muito legal estes post. Tudo que diz respeito a quadrinhos me fascinam e a história dos quadrinhos de ano a ano é muito bom de especial.
Parabéns meu amigo.
Ah, estou quadrinizando um novo herói: O AUDAZ. Logo, logo estarei postando as histórias e, se tudo der certo, começarei publicando tipo fanzine. Vamos ver, né?
Abraços!
Postar um comentário