Haiti

Olá.

Nos últimos dias, temos acompanhado a situação caótica do Haiti.

Como já se não bastasse o Haiti ser o país mais pobre da América Latina, estar enfrentando dificuldades econômicas e sociais, instabilidade política e outras coisas mais, de repente acontece um terremoto e complica ainda mais a vida do país. Uma desgraça nunca vem sozinha.

Como a notícia da crise política de Honduras, começou com uma pequena nota no final da edição do principal jornal; daí é que foi crescendo, crescendo, como uma bola de neve, e ganhou a devida repercussão mundial, ocupando a maior parte dos noticiários.

Não é o único lugar onde está acontecendo tragédias nesse exato momento. Mas é o que tem ganho mais destaque, por ser a situação mais grave do momento. Maior até do que as inundações e deslizamentos que acontecem aqui mesmo, no Brasil. Afinal, no Brasil não tem terremoto nem vulcão. Mas já temos furacão.

O Haiti foi o primeiro país da América Latina a proclamar sua independência política, em 1804. Por muitos anos, desde essa data, o Haiti despertou medo nos outros países, pois esse país era uma colônia francesa - até 1804, a mais rica colônia da França, grande produtora de cana-de-açúcar - , e a grande maioria de sua população era de negros, ex-escravos; as elites dos outros países temiam os movimentos populares, semelhantes aos que ocorreram no Haiti, já que até meados do fim do século XIX o trabalho escravo sustentava a economia de muitos países.

Desde então, o Haiti sofreu bastante. Como a maior parte dos países latino-americanos, amargou uma ditadura no século XX, por exemplo. Muita gente já deve ter ouvido falar de Papa Doc e sua terrível polícia secreta, os chamados tonton macoutes. Não?

Ah, mas já devem ter ouvido falar da intervenção brasileira no Haiti. Desde meados de 2003 (se não me engano), exércitos vindos do Brasil atuam nas forças de paz no Haiti. Por isso, o Brasil já foi acusado de imperialismo.

Bem... mas a pergunta que fica é a seguinte, expressa nesse desenho:

Será que realmente poderemos dormir em paz tendo em mente as dramáticas imagens da tragédia em Porto Príncipe? Como podemos pensar em outra coisa, viver nossas vidas como se nada estivesse acontecendo, enquanto os cadáveres se amontoam nas ruas, as pessoas brigam por comida e água, e já perderam a esperança que tinham?

Bem, creio que desta vez nós não conseguiremos ficar bitolados por muito tempo vendo aquelas pessoas naquela casinha vigiada por câmeras... vocês sabem do que estou falando. Ah, mas eu até o momento nem me interessei por assistir Big Brother. Não preciso disso. Tenho outras formas de me entreter à noite. A única coisa que me interessa assistir na TV Globo é o Jornal Nacional... com as imagens da tragédia no Haiti, onde alguns brasileiros morreram, entre eles a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns - que já havia sido indicada ao Prêmio Nobel.

Minha mãe disse: "Essa já tem um lugar garantido no céu".

Com certeza.

Quando o assunto é mesmo sério, meu desenho não tem esboço. Desenho direto no papel com a caneta. E as ideias para o texto vem assim, descoordenadas, caóticas como o hiperbombardeamento de informação que recebemos todos os dias.

Por hora, veremos o que vai acontecer no Haiti. Como se já não fosse o bastante o que o país vem sofrendo.

Enquanto isso, estamos sossegados em nossas casas. Alguns vendo Big Brother. Outros na internet. Alguns expressando sua opinião sobre o assunto em seus blogs. Outros...

Até mais.