domingo, 25 de julho de 2010

RAIO NEGRO - parte 3

Olá.
Hoje, para encerrar (por enquanto) a série especial sobre RAIO NEGRO, resenharemos os gibis números 9 e 10 publicados pela editora Júpiter II.
Nos oito primeiros números da revista editada pela editora do perseverante José Salles, foram republicados até agora materiais do herói produzidos pelo próprio Malagola e publicados pela primeira vez pela editora GEP - Gráfica Editora Penteado, a partir de 1964.
Pois, em 15 de setembro de 2008, Malagola faleceu, vítima de complicações dos males provocados por um acidente doméstico. Ele ficou imobilizado na cama de sua casa, impossibilitado de desenhar; porém, ele continuou a escrever e colaborar com diversas publicações alternativas e de grandes tiragens, inclusive escrevendo roteiros que eram confiados a outros artistas.
Pois é justamente isso que os números 9 e 10 da coleção oferecem: histórias inéditas, escritas pelo próprio Malagola e desenhadas por outros jovens talentos do quadrinho nacional. Antes da morte de Malagola, os roteiros foram confiados a José Salles, e o autor chegou a ver alguns esboços das histórias; no entanto, o criador do Raio Negro morreu antes de ver as histórias publicadas - até mesmo para ver o crossover promovido por Emir Ribeiro de seu herói com a musa Velta, também publicado pela Júpiter II.
Então, esses dois números, mais que aventuras inéditas, representam uma grande homenagem a um dos maiores nomes dos quadrinhos brasileiros. Vejamos:



RAIO NEGRO no. 9
Publicado em abril de 2009.
Este número traz uma história única, A Fórmula Mágica, escrita por Malagola e desenhada por Valmar Oliveira, que já colaborara anteriormente na revista de quadrinhos de terror Boca do Inferno.com no. 2, também da editora Júpiter II. Nessa história, o Raio Negro (vivendo feliz como Roberto Sales ao lado da esposa Marajoara Campos) é convocado por um cientista, Afonso Pereira, para conter um de seus experimentos que saiu do controle: o assistente do cientista, ao tomar uma fórmula que lhes confere superpoderes, enlouquece e começa a cometer crimes. Uma luta épica, sem dúvida, com uma quadrinização muito eficiente. Uma das batalhas mais difíceis já enfrentadas pelo herói! A arte-final de Valmar Oliveira parece querer escorrer por entre os contornos dos desenhos (a menos que seja defeito da impressão, mas não é nada que prejudique a qualidade). A capa pintada também é de Valmar Oliveira.

RAIO NEGRO no. 10
Publicado em outubro de 2009.
Duas histórias. Na primeira, Raio Negro Vivo ou Morto, vemos novamente um tabu das histórias do personagem: Raio Negro enfrentando um sósia. No caso, Raio Negro é acusado de assaltar um banco. Obviamente, um bandido disfarçado, que vai demandar mais que os poderes do anel de Lid para que Raio Negro consiga provar sua inocência. Texto de Malagola (baseado em argumento de Rodolfo Zalla), com desenhos (espetaculares!) de Douglas Félix e arte-final de Luiz Meira. Na segunda hisstória, o Homem Lua retorna para investigar estranhos acontecimentos na selva amazônica em A Tribo dos Esqueletos. A tribo do título é de índios acometidos por uma estranha doença que faz sua carne desaparecer e os transforma em esqueletos, causando terror a todos a quem eles pedem ajuda. E, obviamente, o único que se arrisca a ajudar a estranha tribo é o Homem Lua, mais uma vez desmantelando uma superstição. Argumento de Gedeone, com desenhos de Renato Rei e arte final de Luiz Meira (não estranhem, entretanto, Meira ter feito um Homem Lua "bombadão", uma montanha de músculos mesmo.) Talvez o maior defeito da edição seja a impressão, que ficou meio defeituosa e não capta direito o preto - pelo qual o próprio Salles já se desculpou. No entanto, não prejudica a leitura, uma vez que não afetou as linhas, apenas os grandes espaços escuros. Capa de Luiz Meira com cores de Renato Rei, e ilustração pin-up de Chagas Lima.

Uma grande homenagem, sem dúvida, a um dos maiores expoentes do quadrinho nacional. Aqueles que vivem criticando Emir Ribeiro e seus desenhos certamente não criticam duramente Malagola e seus heróis. Oras, este é, apesar dos defeitos, um quadrinho nacional a ser valorizado! Um dos maiores exemplos de que aqui no Brasil temos qualidade, e muita! E estas duas edições tem uma arte de muita qualidade.
Então, dêem um incentivo a mais para o quadrinho nacional: para adquirir essas e as outras revistas do RAIO NEGRO, escrevam para José Salles, pelo e-mail smeditora@yahoo.com.br, ou acessem o blog da Júpiter II: http://jupiter2hq.blogspot.com/.
O preço das duas edições é R$ 3,00 cada. Um preço módico!
Para encerrar, um novo desenho do Raio Negro by Rafael Grasel: desta vez, um pin-up com o Capitão Roberto Sales e sua esposa Marajoara. Só falta eu não ter acertado a cor do uniforme de capitão da Aeronáutica do Sr. Sales... Buá!!
E aguardem: já está à venda RAIO NEGRO no. 11! Acessem o blog da Júpiter II para mais detalhes. Em breve, esta edição estará aqui, no Estúdio Rafelipe!
Até mais!

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