quinta-feira, 1 de setembro de 2011

DIDI E LILI 8 - Tiro entre os dedos do pé

Olá.
Faz algum, tempo que não vinha, mas voltou: estou falando do gibi DIDI E LILI GERAÇÃO MANGÁ!
Para quem ainda não se ligou, o gibi, publicado pela editora Escala e produzido pelo Estúdio Franco de Rosa – que atualmente reúne alguns dos velhos ídolos do quadrinho nacional dos anos 90 – transpõe para o estilo mangá o universo do comediante Renato Aragão e sua filha Lívian.
Já fazia cerca de quatro meses desde que o último número da revista, que se disse bimestral, foi lançado, mas eis aqui a oitava edição. E, infelizmente, esse retorno não foi triunfal.
Quem acompanha a coleção já deve estar ciente de um aspecto: as edições do gibi geralmente são montadas em cima dos sucessos do momento – uma estratégia para cativar o público adolescente, ávido por novidades pop. Aproveitando o ensejo do lançamento de filmes, livros e séries famosas, DIDI E LILI já viveram aventuras com vampiros, no País das Maravilhas de Alice, interagindo com cantores famosos, com dragões, no universo dos contos de fada...
Pois pela capa o leitor já pode saber: o gancho da vez é o mais recente filme da cinessérie Piratas do Caribe! Mas há um detalhe: embora o Didi apareça na capa vestido de pirata, ele não aparece em nenhuma das três histórias desta edição!!!
Quem domina o gibi no número 8 é Lili, vivendo mais aventuras mágicas ao mesmo tempo que tenta conquistar rapazes bonitos. E são três histórias – na verdade, duas, mas uma delas é dividida em duas.
A primeira e segunda histórias são do arco Piratas do Caribe. A história foi dividida em duas porque cada parte foi desenhada por um artista diferente. O roteiro é de Alexandra Mattos, que também desenha e artefinaliza a primeira parte; a segunda parte foi desenhada por Arthur Garcia (oba!) e artefinalizada por Sebastião Seabra (outro ídolo da velha guarda das HQB).
Nela, Lili, em um dia de chuva, resolve voltar a ler o livro mágico que ganhara de Didi (na edição número 6 – um livro de histórias cujas letras só aparecem em dias de chuva) e acaba entrando no universo do filme Piratas do Caribe. Lili tem a oportunidade de salvar o próprio capitão Jack Sparrow (nem o nome foi trocado) que estava prisioneiro em um navio pirata – depois de ter, naturalmente, se encantado com o pirata canalha e de cabelo rastafári. E ele também salva a vida da garota. E a aventura envolve lutas com piratas, um monstro marinho e a já conhecida fanfarronice do Capitão Sparrow. O roteiro beira ao tolinho; a primeira parte tem uma arte horrível (quem já leu as edições anteriores já conhece o traço feioso de Alexandra Mattos); já a situação melhora na segunda parte, pois Arthur Garcia tem uma arte mais equilibrada – e a arte-final de Sebastião Seabra deixa o segmento ainda mais elegante. Salva a historinha. Retículas de Daniel de Rosa, nas duas partes.
A segunda historinha, Confusão em Dobro, foi escrita por Gian Danton, desenhada por Garcia, artefializada por Antônio Lima e colorizada por Pedro Ghion da Rosa. Nela, Lili se encontra em dúvida sobre que garoto convidar para ir a um baile – essa indecisão se dá pelo fato dos rapazes serem gêmeos. Enquanto Lili divide suas dúvidas com uma amiga, que não para de derrubar sorvete na roupa, uma rival de Lili, visando um dos gêmeos, decide atrapalhar os planos da garota se passando por amiga. E a confusão sugerida pelo título continua quando os tais gêmeos presenciam Lili se fazendo de boba e... só lendo para saber como termina essa legítima comédia do engano. O roteiro é tolinho, mas a arte é o que tem de melhor. Só um detalhe esquisito: enquanto que o restante da historinha foi evidentemente colorizado por computador, a penúltima página foi colorida a giz pastel! Não combinou com o restante da narrativa, e ficou com efeito de pintura mal-feita a lápis de cor. Muito estranho mesmo. Teria sido proposital ou acidente?
A revista também sofre com os erros de ortografia em alguns balões e de diagramação na página do expediente, que traz algumas informações contraditórias.
A capa da edição é de Arthur Garcia e Carolina Mylius (que desenhou alguns arcos da série Alcateia, de Eddie Van Feu). Para quem quiser conferir, o preço de R$ 4,90 foi mantido! Recomendado para crianças – como tudo o que diz respeito ao Didi Mocó.
Para encerrar, eis aqui a tira de hoje do Teixeirão, publicada simultaneamente no blog do Cruzaltino, no Estúdio Rafelipe e no site Quadritiras. Desta vez, pensei em mexer com o universo dos homossexuais, mas não sei se vocês irão gostar... O Henrique Madeira, do blog do Cruzaltino, ao menos garantiu que gostou. Sabem como nós, gaúchos, somos com relação a esse assunto. Até mais!

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