Olá.
Dia
4 de janeiro de 2017: esta é a primeira postagem do Estúdio Rafelipe no novo
ano que se inicia.
E,
aparentemente, nada de muito ruim aconteceu aqui, de onde escrevo. Houve
massacres na Turquia, em Manaus e em Campinas – sinto muito pelos leitores
desses locais. O Governo até agora não fez nada passível de críticas. Até o
momento, Donald Trump não fez nada de ruim. Até o momento.
E,
para começar 2017, como tem sido costume neste blog pecador, faço um balanço
pessoal da minha vida no ano anterior. Não sei se isso interessa aos meus 17
leitores, já que o que fiz ou deixei de fazer não afetou o resto do Brasil e do
mundo em nada... Mas é o que costumo fazer todo início de ano.
- Continuo trabalhando
no Museu Municipal de Vacaria, RS;
- Minha família e eu
trocamos de automóvel – agora dirijo um Ford Fiesta preto, em substituição aos
dois Fiat Palios vermelhos que dirigia anteriormente;
- Meus três sobrinhos
passaram de ano no colégio – o mais novo iniciou a pré-escola, e em 2017 já vai
para a primeira série; o do meio concluiu o 3º ano do Fundamental, e o mais
velho se formou no Ensino Médio;
- Não precisei trocar
nenhuma peça de hardware de meu computador este ano;
- Comprei muitos
livros, gibis e revistas – algumas resenhadas aqui no blog;
- Voltei a frequentar
a Biblioteca Pública de minha cidade – mais que isso, agora sou membro da
Associação dos Amigos da Biblioteca pública Theobaldo Paim Borges (ABT) de
Vacaria, RS, e estou colaborando no blog da entidade;
- Participei de
reuniões com gente ligada à área da Cultura em minha cidade;
- Voltei ao dentista,
e hoje tenho de usar uma placa nos dentes para dormir, a fim de conter uma
retração na gengiva (bem, não foi bem um ponto positivo, mas saúde bucal,
né?...);
- Finalmente resolvi
aderir ao Whatsapp, me engajando, principalmente, em grupos de meus interesses
e conhecendo novos amigos com interesses comuns;
- Fiz novos contatos
com gente importante dos quadrinhos nacionais;
- Minhas publicações
de 2016 em outros veículos foi modesta – só duas participações em gibis do
Benjamin Peppe;
- De mais importante
em 2016, houve apenas a continuidade de minha série folhetinesca “O
Açougueiro”, exclusivamente em formato online;
- Cumpri a meta: não
fiquei um único dia de 2016 sem fazer pelo menos um desenho.
O que teve mais em
2016, assim como para a maioria das pessoas, foram aspectos negativos:
- Outro ano em que
atravessei dificuldades financeiras, praticamente acompanhando o cenário
nacional. Para manter as contas em dia, tive de criar novas dívidas – e ainda
tive de emprestar dinheiro para gente que ainda não me pagou, não porque não
quer pagar, mas porque no momento não pode (por que eu tenho o coração assim
tão mole?!);
- Meu pai teve de
fazer bicos este ano para garantir o pagamento das contas e complementar sua
aposentadoria;
- Perdi dois parentes
este ano: minha avó, falecida em janeiro após uma lenta agonia por conta de
paralisia cerebral ocasionada por AVC; e um tio, que se foi em janeiro – a vida
de álcool e drogas cobrou o preço de mais um de minha família;
- Tenho outro tio
agonizante, por causa de câncer;
- Fui mais uma vez
atacado online por causa de coisas que escrevi neste blog;
- As redes sociais se
tornaram um local inseguro para pessoas sensíveis como eu. A maior parte de
meus amigos, a maior parte do tempo, só soube fazer críticas ao governo,
espalhar más notícias, derrubar o astral de todo mundo e tentar impor o “Fora,
Temer!” aos que não estão engajados. Por isso, acabei conhecendo o “lado mau”
de meus amigos de “esquerda” – e cortando contatos com muitos deles;
- Não participei da Quadrante
X (revista do Núcleo de Quadrinhistas de Santa Maria – Quadrinhos S.A.) deste
ano. Porque retirei minha participação. Por conta de divergências com os
membros ativos quanto ao tema da revista. Enquanto isso, devem ter se divertido
na Comic Con Experience (CCXP) ocorrida em dezembro, em São Paulo...;
- O sentimento
constante que meu trabalho, tanto com quadrinhos como com História no Museu não
está rendendo quanto gostaria;
- Por causa disso, e
por causa da troca da administração municipal, não sei que planos eles tem para
mim, se permaneço no cargo ou não;
- Não tive mais
notícias de trabalhos que fiz em anos anteriores – já estou ficando farto de
promessas não cumpridas de gente que achei que podia confiar;
- Fui obrigado – não
por superiores em minha profissão, mas por familiares – a fazer um tratamento
psicológico, do qual saí logo. Porque eu não precisava, nem do tratamento, nem
dos remédios que tive de tomar por três meses. É sério! Disseram para a pessoa
errada tomar Quetros;
- A vida parece estar
perdendo o gosto para mim. As notícias sobre política são acompanhadas com
apreensão, mais pelo risco de encontrar uma enxurrada de opiniões negativas ou
charges pessimistas nas redes sociais – e isso tem empurrado meu astral lá
embaixo. Sério, bem que estou tentando confiar no Temer e seus “amigos”, lhe
conceder o benefício da dúvida, mas parece que o povo não quer que nada do que
ele proponha dê certo – porque o que ele propõe, em tese, prejudica a
população. Ao que parece, querem que tudo fique como estava quando a Dilma
estava no poder – ainda que, comprovadamente, o Brasil quebre de vez (ou serei eu
que sou um imbecil em assuntos políticos, já que prefiro dar mais crédito ao que o Bonner fala no Jornal Nacional? Nem adianta comprovar, por diploma,
que sou pós-graduando em História, quando trolls de internet que não passaram
do ensino médio – aposto – é que são formadores de opinião...);
- Só fiz uma viagem em
2016, foi para Caxias do Sul, ver “Star Wars” no cinema. O filme foi bom, mas,
além desse passeio de um dia, não fiz mais nenhuma viagem este ano. Nem para
Santa Maria, nem para Porto Alegre, nem para o litoral.
Bem,
como podem ver, cheguei a 2017 meio jururu, sem muitas perspectivas. Quero
acreditar que 2017 vai ser um ano menos preocupante, mas o pessoal engajado das
redes sociais, os jornalistas e o Estado Islâmico, esse bando de vampiros
psíquicos que só sabem sugar nossas energias positivas e nossa disposição, não
deixam. Permaneço pouco receptivo a mensagens de otimismo – se é que o pessoal
quer mesmo me ver bem, feliz, sorrindo. Vindo de algumas pessoas, mensagens de
otimismo carregam uma carga de hipocrisia. Não tem mensagens, dessas
compartilhadas diariamente via Facebook, Whatsapp, Twitter e outras redes que
adiante.
Chego
a 2017 ainda como um blogueiro e cartunista desconhecido. Uma base de fãs eu
tenho, mas será suficiente? Afinal, nunca lancei um livro ou uma revista
custeada com meus próprios recursos, nunca lancei um fanzine... Não sei nem
editar um fanzine sem ajuda... E, ao que parece, nem adianta pedir ajuda. Boa
parte do material que já publiquei em revistas de outrem, de alguma forma, foi
editada, às vezes sem meu conhecimento, descaracterizando meu trabalho, e dando
a entender que faço tudo errado... Continuo sendo criticado na surdina, eu sei
que estou sendo. Não depositam confiança em mim. Continuo submetido a promessas
não cumpridas.
O
pior: por causa desta postagem, vou ser novamente criticado. Os que não
deixarão um comentário explícito certamente vão me criticar na surdina, por
ficar colocando na rede inquietações que nada interessam às suas vidas...
Mas
é essa pequena base de fãs que continua me movendo a desenhar, escrever e
produzir material. Tiras, quadrinhos, resenhas, pensamentos. Para abastecer os
quatro blogs da Rede Rafelipe – Estúdio Rafelipe, Blog da Letícia, Blog dos
Bitifrendis e Blog do Teixeirão – e mais os complementares, onde colaboro
esporadicamente – o Educar é Viver, o Blog da Biblioteca Pública Theobaldo Paim
Borges e o Quadrinhos S.A.
Não
posso dizer que, embora sendo um cartunista desconhecido, eu nem tentei sair do
anonimato. Posso dizer que pelo menos eu tentei, e tento ficar mais conhecido.
Ser um otimista em um meio social que deseja a distopia – prova disso é que a
literatura e as mídias envolvendo governos totalitários, apocalipse zumbi e
dominação das máquinas continua vendendo.
E,
como prova de que ainda não desisti, já renovei o compromisso: haverei de não
ficar um dia de 2017 sem fazer pelo menos um desenho. Nem que seja uma folha
com esboços aleatórios.
Como
esta aqui, embaixo: o primeiro desenho de 2017. Uma folha com esboços, com caneta e lápis.
Contendo, inclusive, prévias de material anunciado para 2017.
E,
mais abaixo, algumas amostras de desenhos aleatórios produzidos em 2016, e que
ainda não mostrei aqui.
Este
ano, inclusive, já anunciei que vou manter um diário de desenhos. No final de
2017, ele há de ser revelado. Tudo o que desenhei em 2017. Tudo no que
trabalhei, de forma independente ou a serviço, em 2017.
Tenho
uma pequena base de fãs – e eu não vou decepcioná-los. Não sou como boa parte
dos blogueiros que ficam meses ou anos sem dar notícias: o Estúdio Rafelipe
haverá de continuar no ar enquanto Rafael Grasel estiver respirando, enquanto
Rafael Grasel ainda puder pagar pela internet, enquanto o Blogger não alterar
sua política – e continuar oferecendo serviço gratuito – e enquanto ele estiver
a salvo de hackers e malwares.
Acreditem
no que foi escrito aqui. E, por obséquio, leiam atentamente antes de criticar.
Vários dos ataques que sofri vieram de gente que leu apenas parcialmente as
coisas que escrevo.
E
ficamos por aqui...
Em
2017, fiquem conosco.
Até
mais.
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