quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Para o bem ou para o mal, é a imprensa!

Olá.
Em breve, eu vou continuar com minha História das HQ. Mas, hoje, vou falar de outra coisa.
É que, nesses últimos dias, sinto que devo falar, expressar minha opinião sobre esse caso da garota Eloá, enquanto o momento é propício para isso.
Vocês já devem saber: a garota Eloá, e mais uma amiga, foram mantidas reféns do ex-namorado da primeira, Lindbergh (os sobrenomes dos personagens me parecem desnecessários, pois como a cobertura da imprensa foi grande, todos já devem saber a quem me refiro, naturalmente), no apartamento dela, em um condomínio em Santo André, SP. O sequestro foi motivado por motivos passionais - Lindbergh não suportou o rompimento com Eloá, e acabou tomando medidas extremas. No fim, o desfecho de uma novela de mais de quatro dias foi trágico: Eloá acabou morrendo momentos depois de ter levado um tiro na cabeça, a amiga Nayara levou um tiro na boca, e Lindbergh acabou preso.
Será que a paixão justifica o que Lindbergh fez? Várias histórias de amor terminaram de maneira trágica, como bem sabemos. Mas o pior é que esta foi uma tragédia que o Brasil inteiro pôde acompanhar. Foi grande o envolvimento da polícia, mas se ela mais errou do que acertou, só o tempo e as investigações dirão.
Em um momento de crise econômica a nível mundial, parece que a imprensa encontrou um assunto bom para desviar a atenção do público. Muitas vezes tem sido assim. E não será isso mesmo o que acontece?
O caso da garota Eloá poderia ter sido apenas mais um entre tantos que vemos esparsamente pela imprensa. Poderia ter rendido, no máximo, duas páginas de jornal. Mas não.
Ao mesmo tempo que o caso serve de alerta quanto aos problemas gerados pelos crimes passionais - afinal, da esfera pessoal, acabou passando para a esfera pública, talvez sem essa intenção - , o assunto foi mais do que capitalizado. Acho que exageradamente, pois a qualquer hora que você ligue a tevê, não se fala em outra coisa além do sequestro de Santo André.
E nem bem passou a folia que a imprensa fez com a menina Isabela, a libertação da Ingrid Betancourt, as Olimpíadas, a crise econômica, as loucuras do Ronaldo Nazário...
Mas, como eu comentava dia desses com a minha família, para o bem ou para o mal, é a imprensa. Ela tem de fazer o seu trabalho. O de informar a população sobre o que acontece no mundo, no Brasil, enfim.
Mas não que se precise capitalizar os casos que cobre, desviando completamente a atenção da população dos outros assuntos. Quem deviam estarem contentes eram os políticos de Brasília, pois os fatos pequenos que ficam de repente grandes desviam a atenção da população das sem-vergonhices que eles realizam nos seus gabinetes. Isso, só para citar um exemplo.
Mas não que eu não tenha ficado sentido com o caso da garota Eloá. Ela não mereceu esse destino. Foi muito besta o que fizeram com ela, isso foi. O Lindbergh tem que estar arrependido do que fez. Pelo sequestro, e pelo assassinato. Só porque a Eloá rompeu com ele, não quer dizer que ela merecia.
Mas a vida continua, fazer o quê? Nós, que não estamos em Santo André, no Iraque, na África, na Ásia, nos Bálcãs ou nos Estados Unidos, nós que não estamos nos pontos em que ocorrem crises, crimes ou conflitos, dormimos o sono dos justos.
E tínhamos mais é que agradecer a Deus por ser assim, por termos o que temos e por nada de ruim ainda não haver acontecido com a gente.
Mas... para o bem, ou para o mal, é a imprensa!

E, para encerrar, eis uma dos primeiros cartuns, de uns personagens que batizei simplesmente de "Os dois".
O mundo anda cada vez mais complicado. Fica cada vez mais difícil entender o que está se passando...
Bom, mas eu precisava falar o que eu estava sentindo. Provar que eu estou, sim, ciente do que está acontecendo.

Nenhum comentário: