terça-feira, 21 de abril de 2009

Livro: DEDÉ DE DEUS

Olá.
Hoje, volto a falar de livro. O feriado de Tiradentes não me interessa, por dois motivos: primeiro, tive de trabalhar ontem e hoje; segundo, Tiradentes não é uma figura histórica tããão importante assim, e já está mais do que provado que a Inconfidência Mineira foi um movimento menor por nossa independência, que só ganhou importância por se encaixar nos planos do governo que instituiu o feriado e elevou Joaquim José da Silva Xavier, um simples alferes de cavalaria, a herói nacional. Há outros movimentos e personagens bem mais relevantes no processo que culminaria com o grito do Ipiranga de 1822, mas que não são levados em conta. Que bom pra vocês, que puderam curtir o feriadão.
Chega de divagar, historiador. Vamos falar de coisas alegres, agora.
Tem vezes na vida em que, quando alcançamos o sucesso, perdemos a humildade e o senso de controle. Não são rarosd os casos de personalidades que cometem excessos na vida por se acharem superiores. Desfrutam o merecido (?) alcance do ápice de forma reprovável. É triste. Mas, há vezes em que as personalidades reconhecem que o sucesso e o dinheiro não trazem felicidade. Precisam de lições de humildade. Nem que ela venha do céu, através de sinais aqui da Terra. Esse é o caso de Manfried Sant'Anna.
Para quem não sabe, esse é o nome verdadeiro de Dedé Santana, d'Os Trapalhões. Após a saída do grupo, ele já trabalhou no SBT, nos programas A Praça é Nossa e Dedé e o Comando Maluco. Atualmente, ele voltou a contracenar com Renato Aragão, o Didi, no programa dominical global A Turma do Didi. Bom pra nós, os saudosistas de uma época emque a TV ainda era inocente e podíamos apreciá-la sem nos preocupar.
Para quem vê um artista circense fazendo graça e provocando o riso nos palcos e na tela da TV, é difícil imaginá-lo triste e cheio de sofrimento. É o caso de Dedé Santana, antes de ele tornar-se evangélico. E ele conta muito de sua experiência de vida, antes e depois de descobrir a religião, na breve autobiografia DEDÉ DE DEUS - Num vôo perdido, um tesouro encontrado, publicada em 1995 pela editora Mei - Missão Evangélica Internacional.
Este livro me foi emprestado por uma amiga lá do meu serviço. Nem precisava dizer que apreciei, senão não estava falando dele no Estúdio Rafelipe.
Dedé Santana nos conta, em pouco menos de 100 páginas, sua experiência de vida. Ele era um Trapalhão, que havia alcançado o sucesso, o dinheiro, tinha muitos carros e mulheres ao alcance da mão, no entanto era o mais mal-humorado do grupo. Estava perdendo o sentido de viver. Tentou de tudo para alcançar a paz - macumba, kardecismo. Pensou até em se matar. A tristeza, segundo ele, devia-se ao fato de que ele estava esquecendo de Deus. Segundo suas palavras: "Uma frase solta no meio de seu testemunho mexeu comigo de verdade: - Jesus te ama muito, e você esqueceu dEle. Nada mais verdadeiro. Eu trabalhava muito, fazia dois filmes por ano, gravava programas e comerciais para a televisão e ainda tinha tempo para farrear. Só não tinha tempo para Jesus."
Foi aí que ele começou a receber sinais do Senhor: uma mulher desconhecida que lhe entregou uma Bíblia com dedicatória em um cruzamento; uma colega de trabalho que orava por ele - e só por ele durante os intervalos das gravações na TV; um pastor insistente, na distante África, que seguiu-o durante dias, falando de Jesus. Mas, apesar de todos esses sinais, Dedé mostrava-se cético. Ele demorou para se converter, mesmo após adoecer gravemente, e ter sido praticamente curado após seu filho e alguns pastores orarem por ele no hospital. Foi em uma reunião da ADHONEP (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno) que, finalmente, Dedé mostrou-se receptivo a Cristo e ao evangelho. Converteu-se, virou o Dedé de Deus. Ele mostra-se ter ficado feliz e satisfeito ao descobrir a religião. E vejam agora, aos domingos.
Durante o livro, Dedé também relembra os tempos em que atuava no circo com sua família; de como as mortes de Zacarias e Mussum afetaram-no (será que Mussum morreu salvo?); e relembra seu passado de fama, quando ainda era mulherengo e mal-humorado. E tudo, é claro, sem dispensar uma dose do bom-humor típico de artistas como ele. Durante o relato, Dedé não dispensa algumas anedotas.
Não se trata de uma obra que todos irão apreciar - falo, principalmente, dos que não acreditam em Deus de forma alguma. É um livro evangélico. Sou católico, mas não tenho nada contra os evangélicos - alguns de meus melhores amigos são evangélicos. Não creio muito no que eles dizem, mas não ignoro que, de certa forma, Deus influencia na minha vida. Na nossa vida.
DEDÉ DE DEUS pode ser apreciado mais como uma lição de humildade, que todo artista precisa. Encare como uma experiência de vida. Você pode não acreditar nas palavras de Dedé Santana de que foi Cristo o responsável. No entanto, em se tratando de um Trapalhão, por que não pelo menos ouvir o que ele tem a dizer? Se identificar com seu relato e, de repente, encontrar um novo rumo para a vida?
Quem puder encontrar esse livro, pode ler sem receio. DEDÉ DE DEUS vale a pena.
Para encerrar, mais uma da série O Sortudo, um cara que pode estar sendo guiado por Deus. Interpretem como quiserem. (Eu mesmo não estou muito certo se o que afirmo é verdade... coisas de humorista. Também nem tenho certeza se já postei este desenho, mas tudo bem...).
Até mais!

Um comentário:

refemdabd disse...

Foi bom saber do Dedé. Eu adorava os Trapalhões. O Dedé era o nivelador de tanta trapalhada. quando soube da morte dos grandes Mussum e Zacarias, na altura fiquei muito triste. É bom saber que o homem Dedé encontrou a sua Paz junto do Senhor.