Sexta-feira Santa, o dia de lembrar do sofrimento de Jesus até a crucificação. Para alguns, só mais um feriado. Digo, para os não-cristãos. Para alguns, dia de trabalho. Para muitos, principalmente aos pequeninos, a véspera da festa do chocolate, dia de ganhar e se entupir de doces.
Francamente, não estou muito disposto a ganhar doces na Páscoa. Hoje, tenho mais é de refletir sobre minha fé cristã.
Fui batizado e criado sob preceitos católicos. Confesso, não sou um cristão muito praticante. Talvez porque o mundo tenha me mudado muito.
Quando eu fazia a catequese para a Primeira Eucaristia e a Crisma, eu era um entusiasta da religião cristã. Ia à missa sempre alegre e disposto. Porém, quando entrei para a faculdade, comecei a conviver com gente que não era chegada à Igreja Católica. De certa forma, nem a Deus algum. Eram gente mais de ação que de reza, no desejo de mudar o mundo. Não podiam, perder tempo com o que o padre fala. E comecei, inclusive, a estudar sobre uma Igreja Católica Apostólica Romana nada santa. Uma Igreja que sempre exerceu poder sobre as nações, que catequizou os índios na base da cruz e dos castiugos corporais, que os tornou mansos aoponto de não poderem se defender dos invasores que roubaram suas terras e delas fizeram o que bem entenderam. Uma igreja que se vingou espetacularmente dos Judeus que condenaram Cristo à cruz. Uma Igreja que foi avessa a mudanças científicas e culturais, uma instituição que demorou séculos para admitir que a Terra é que gira em torno do sol, e não o contrário. Uma instituição mais política que religiosa. Mas Deus não tem nada a ver com isso: a culpa é dos seus representantes na Terra, os Papas.
Com isso, comecei a relaxar na minha fé cristã. Mais ainda, quando as coisas começaram a desandar para mim, quando a vida não foi generosa para mim após a faculdade.
Embora eu mantenha o ritual de rezar toda noite antes de dormir, sinto que o entusiasmo cristão de outrora arrefeceu. Hoje, não sinto mais tanta vontade de professar minha fé cristã, de acreditar em Deus. Acredito em Deus, sim, mas ainda estou cheio de dúvidas.
No Pai nosso consta as seguintes palavras: "seja feita a Tua vontade". A vontade de Deus. Por que será que sinto que não seja vontade de Deus que a nossa vida não melhore? Será que é por causa do abalo em minha fé?
Hoje, resta-me uma melancolia miserável.
Para onde foi aquele menino alegre e cheio de fé e esperança de outrora?
Feliz Páscoa a todos.
Até mais!
Um comentário:
Emocionante!
Tu expressares as coisas do espírto e que muita gente também sente, com teu texto sincero e bem feito.
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