segunda-feira, 30 de novembro de 2015

LOUCO - FUGA - Não quero saber do lirismo que não é libertação

Olá.
O mês de novembro – ao menos para mim, que escrevo – foi um tanto insípido. O mês inteiro, quase, sem disposição para escrever, ou mesmo para desenhar. Disposição que finalmente volta, aos poucos. Não queria terminar novembro sem ter dado alguma satisfação a meus 17 leitores, que podem ter notado meu sumiço...
E espero que esses 17 leitores sejam leitores e apreciadores de quadrinhos, e também de Graphic MSP, porque é disso que vou falar hoje: do mais recente lançamento do selo de narrativas maduras da Maurício de Sousa Produções.
Eis, então, LOUCO – FUGA. De projeto tido como duvidoso, para uma das maiores candidatas a obra-prima da série.

Seria meio dispendioso relembrar detalhes já conhecidos sobre a série Graphic MSP, mas pensando em um pretenso 18º leitor que esteja chegando agora...
Bem. A série Graphic MSP é uma série de álbuns, editados por Sidney Gusman (também editor do site Universo HQ), e publicados pela editora Panini Comics (atual casa publicadora da Maurício de Sousa Produções), cuja proposta é reinterpretar os clássicos personagens criados por Maurício de Sousa através do traço de novos talentos das HQ nacionais. Para o bem e para o mal, a série Graphic MSP está limpando a barra das HQ nacionais, tão malvistas, servindo de parâmetro para a atual produção nacional de HQs e aumentando a fama de autores que já tinham alguma consagração antes de serem convidados por Maurício e Gusman para interpretar um personagem à sua maneira.
Contando com o mais recente álbum, já foram dez álbuns publicados. Começou em outubro de 2012, com Astronauta – Magnetar, de Danilo Beyruth e Cris Peter, inaugurando a primeira leva de álbuns; depois, em maio de 2013, Turma da Mônica – Laços, dos irmãos Vítor e Lu Cafaggi; em agosto de 2013, Chico Bento – Pavor Espaciar, de Gustavo Duarte; e, encerrando a primeira leva, Piteco – Ingá, de Shiko, em novembro de 2013. A segunda leva de álbuns, estimulada pelo sucesso da primeira, começou com Bidu – Caminhos, de Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho, em agosto de 2014; depois, Beyruth e Peter repetiram a dose em Astronauta – Singularidade, em dezembro de 2014; em seguida, Penadinho – Vida, de Paulo Crumbim e Cristina Eiko, em maio de 2015; Turma da Mônica – Lições, de julho de 2015, é a nova dose dos irmãos Cafaggi; e, finalmente, Turma da Mata – Muralha, de Artur Fujita, Roger Cruz e Davi Calil, em setembro de 2015.
Agora, em novembro de 2015, saiu LOUCO – FUGA. O lançamento oficial foi no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, MG (FIQ), em novembro último.
E foi na FIQ que saíram novidades sobre os álbuns que virão. Foi anunciado: o álbum do Papa-Capim, por Marcela Godoy e Renato Guedes, que faria parte dessa segunda leva, inicialmente, e que agora fará parte da terceira leva, será lançado em março de 2016! Pelo menos, uma pergunta que fazíamos foi respondida! E tem mais: Bidu vai ganhar um segundo volume, pelos mesmos Damasceno e Garrocho; e Astronauta também vai ganhar um terceiro volume, pelos mesmos Beyruth e Peter! A novidade ficará por conta de um novo álbum da Mônica, por... Bianca Pinheiro, nacionalmente conhecida pela série Bear! E é bem provável que outros personagens de Maurício sejam incluídos de “penetra”, assim como foi com este álbum do Louco...

O POETA
O autor de LOUCO – FUGA é o ilustrador Rogério Coelho. E este álbum é sua primeira HQ longa. Quer dizer: HQ no sentido explícito, com balões, quadrinhos...
Fora algumas HQ curtas em antologias, como a história com que participou do álbum MSP Novos 50, e uma participação na coletânea de ilustrações Mônica(s), de 2014, Rogério Coelho limitou sua produção artística às ilustrações de revistas e livros, infantis e didáticos, pelos quais já ganhou muitos prêmios. Nascido em São Paulo, em 1975, mora em Curitiba desde 1980, é casado e tem três filhos. Trabalha como ilustrador desde 1997.
Ele também já escreveu e ilustrou títulos próprios, como O Gato e a Árvore, selecionado para o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), e O Barco dos Sonhos, ambos pela editora Positivo. Estes livros são praticamente HQs sem palavras, já que suas páginas ilustradas compõem narrativas sequenciais. LOUCO – FUGA pode ser considerado seu primeiro álbum de HQ propriamente dita.
Conheçam mais trabalhos de Rogério Coelho no blog pessoal dele: http://rogeriocoelhoilustrador.blogspot.com.br/.
Bem, isso é o básico por enquanto para saber sobre o autor. E esperamos que, depois desse, venham outros álbuns de HQ desse artista, cuja arte é uma das mais excepcionais já vistas.

O MALUCO
Quando um álbum do Louco foi anunciado, em setembro de 2014, houve algum ceticismo. Afinal, tratava-se de um autor que não tinha grandes referências no mundo das HQ – diferente de todos os outros autores, que tinham pelo menos dois gibis ou álbuns de HQ publicados antes de serem convidados para a série Graphic MSP. E tratava-se de um personagem, digamos assim, secundário do universo da Turma da Mônica.
A estreia do Louco nos quadrinhos foi em 1973. Dos protagonistas da série Graphic MSP até o momento, foi o único que não estreou nas tiras de jornal. Sua estreia foi na primeira edição da revista Cebolinha, da editora Abril, numa história, apropriadamente, chamada Uma História Muito Louca. E, logo na estreia, o Louco interage com sua vítima favorita, o Cebolinha.
Louco foi criado por Márcio Araújo, irmão de Maurício de Sousa e na época roteirista do Estúdio, e seu visual foi inspirado no do desenhista Sidney Lozano Salustre, que também trabalhava nos Estúdios Maurício de Sousa.
Bem, a aparência do Louco mudou pouco desde sua estreia: cabelos loiros e arrepiados, camiseta vermelha, calça rosa e sapatos marrons. Mas sua personalidade é praticamente a mesma: é um louco. Um personagem de ações imprevisíveis e ilógicas, sem sentido, que mudam a todo instante. De acordo com o autor das histórias onde aparece, o Louco pode agir tanto como um simples chato, que apenas enche a paciência de seu interlocutor com sua interpretação literal das palavras do interlocutor, como alguém que é capaz de distorcer a realidade ao seu redor, fazer expressões populares se comportarem ao pé da letra, etc. Os grandes sustentáculos das histórias do Louco são o nonsense e a metalinguagem dos quadrinhos. O Louco brinca com os elementos das HQ como poucos, pondo em dúvida, às vezes, se o personagem é humano, se ele existe na realidade dos personagens ou se ele é fruto da imaginação do Cebolinha.
Como já dito antes, a vítima favorita das loucuras do Louco é o Cebolinha. Em algumas das primeiras histórias, a impressão inicial é que apenas o Cebolinha conseguia ver o Louco, já que o cara aprontava só na presença dele, mas sumia quando algum outro personagem entrava em cena; mas, logo depois, o personagem passou a interagir com outros personagens da turminha. Desse modo, a Mônica é a segunda vítima preferencial do Louco – que, aliás, como um bom louco, nega a própria loucura (toda vez que alguém diz “É o Louco!”, ele começa falando: “Um louco?! Onde?!”, como se não fosse com ele).
Outro ponto polêmico é seu nome verdadeiro. Em algumas histórias, o Louco é chamado de Louco Doidivanas da Silva; foi em uma edição do gibi Parque da Mônica que foi revelado que seu verdadeiro nome é Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira – um acróstico (frase ou nome formada a partir das iniciais de uma palavra) da palavra “louco”.
Ao lado de Cebolinha e Mônica, o Louco viveu aventuras divertidas e desprovidas de sentido, bem ao seu estilo de vida. Uma das mais memoráveis só foi publicada em gibi muito depois de aparecer em outra mídia curiosa: a história Uma Loucura de Chicle foi lançada como uma série de figurinhas colecionáveis nos chicletes da companhia alimentícia Sonric’s, em 1994.
O Louco nunca ganhou gibi próprio, mas já ganhou almanaques com melhores histórias e algumas edições especiais pelas editoras Globo e Panini (que sucederam a Abril na publicação dos gibis da Turma da Mônica). Já apareceu nos desenhos animados da Turma da Mônica, naturalmente. Em Turma da Mônica Jovem, versão adolescente do universo da Turma da Mônica, o Louco se tornou um professor.
E isso é tudo. Porque o que vamos falar a seguir pode exigir da cabeça dos leitores.

A POESIA
LOUCO – FUGA é, digamos assim, o álbum mais “difícil” da série Graphic MSP. Porque trata, de forma complexa, de temas complexos. Já explico. Ou tentarei, pelo menos.
O álbum começou de forma descompromissada: foi o próprio Coelho quem, na lata, propôs o projeto a Sidney Gusman, que, após ser contatado pelo ilustrador, submeteu alguns desenhos iniciais do autor a Maurício de Sousa, que prontamente aprovou o projeto. Isso foi ainda em 2013. Isso quem conta é o próprio Maurício, na introdução do presente álbum.
E Rogério Coelho não trabalhou sozinho: ele teve a assistência, nas cores, de Francis Ortolan, que fez as cores de base; o roteiro, desenhos iniciais e acabamento nas cores são de Coelho. Bem, é mais ou menos o caso de Cris Peter nos álbuns do Astronauta de Danilo Beyruth, e de Priscila Tramontano e Paula Markiewicz nos álbuns da Turma da Mônica dos irmãos Cafaggi: Ortolan não recebe, ao menos agora, créditos oficiais (seu nome aparece nos créditos internos, não na capa).
Na parte dos desenhos, Coelho e Ortolan criam um universo impactante, fortemente estilizado e muito detalhado, onde o claro e o escuro, as linhas retas e as linhas curvas, a luz e as sombras, convivem em um mesmo universo. Os personagens possuem um forte estilizado, traços finos e retos, como se tivessem sido montados e fotografados a partir de colagens de origami, metal e papel metalizado picado ao invés de desenhados e pintados; e os cenários são fortemente influenciados pelo estilo art-nouveau e rococó, uma variação do barroco. Na parte das cores, chega a ser difícil acreditar que a pintura é digital; sim, parece que as páginas foram pintadas a mão. Em alguns momentos, dá para notar a presença de manchas, como respingos de água em cima de uma aquarela. No mais, as cores garantem o efeito tridimensional aos desenhos, apresentados quase todos em páginas duplas.
O roteiro é que é a parte mais difícil de explicar. Isso porque Coelho cria uma verdadeira história de sonho, de nonsense total, praticamente captando o pensamento caótico do personagem, retratado como alguém que, á sua maneira, é capaz de distorcer a realidade. A metalinguagem das HQ se faz mais forte em LOUCO – FUGA que em outros álbuns, mais até que em Bidu – Caminhos. A proposta de Coelho foi criar, com LOUCO – FUGA, uma ode à liberdade de criação e ao universo infantil traduzido em imagens e palavras, enfim, à tradução do velho adágio “de poeta e louco todo mundo tem um pouco”. Por isso, o álbum não é para iniciantes: é para iniciados em quadrinhos poéticos e ao universo das ilustrações de livros infantis. A liberdade de criação é uma necessidade humana que não pode ser tolhida – principalmente nos quadrinhos. E é isso que, infelizmente, até eu estou constatando: existe gente, na internet mesmo, querendo inibir a liberdade de criação dos quadrinhos, em nome de uma suposta ideia de bom gosto baseada nas HQ produzidas até os anos 1970 – onde as limitações de criação eram maiores, até a ascensão do ideário trazido pelas HQ underground nos anos 1960.
O enredo básico de LOUCO – FUGA é o seguinte: a constante corrida do personagem título através das histórias para escapar dos Guardiões do Silêncio e libertar um pássaro.
Ao contrário dos outros álbuns da série Graphic MSP, LOUCO – FUGA não se preocupa em ao menos tentar dizer de onde o personagem veio, nem para onde vai: o Louco simplesmente existe, vive sua existência, com sua capacidade de distorcer a realidade como desejar – a sua realidade, a que se descortina diante de seus olhos, e nos convidando a enxergar essa mesma realidade pelos olhos dele. Detalhe: a história é narrada em primeira pessoa pelo próprio Louco, que, no álbum de Coelho, parece muito mais lúcido que nos gibis de linha. Mais um poeta sonhador do que um louco careteiro, que estamos acostumados a ver nos gibis.
Talvez o grande diferencial com relação às HQ de linha onde ele participa seja a tentativa de imaginar a sua infância: por conta do recurso do flashback, ora podemos vislumbrar o Louco como adulto, ora como um menino. E é tanto como um menino, que descobre os poderes do pássaro, como o adulto que os redescobre, que o Louco se envolve em aventuras através dos sonhos e das histórias, com o intuito de libertar esse pássaro.
Não se trata de um pássaro qualquer: é um pássaro muito especial, com um canto poderoso. Esse pássaro é mais que um pássaro: é o símbolo da liberdade de criação. O pássaro cujo canto, o mais belo do mundo, inspira as histórias, a criatividade, a poesia, as invenções. O pássaro que foi criado por um escritor, que também criou os vilões da narrativa.
E, insistindo em aprisionar esse pássaro, estão os tais vilões, os Guardiões do Silêncio, o grande símbolo das limitações para a criatividade: os obstáculos impostos por outros, as críticas negativas, a apatia dos autores de histórias, que, desestimulados, não conseguem mais contar as histórias que criaram. Os Guardiões do Silêncio tem a aparência de robôs, de olhos luminosos, com uma grande fechadura no peito, e cujas armas assemelham-se a chaves. E eles são acompanhados, em suas aparições, de bandos de corvos metálicos. Para eles, é importante que o pássaro fique preso, pois seu canto pode destruí-los.
Tudo em LOUCO – FUGA é metáfora, que confunde-se com a realidade, para tentar explicar as ideias de Coelho.
Ainda menino, Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira viu o pássaro capturado, pedindo ajuda com o olhar; e o Louco assumiu, portanto, a missão de libertar o pássaro. Invadir o lúgubre e metálico esconderijo dos Guardiões do Silêncio. Produzir cópias de si mesmo para distrair os guardas e seus corvos, e assim chegar até onde o pássaro está aprisionado, guiado por seu canto. Escalar uma montanha de gaiolas para libertar o pássaro. Segui-lo, e vislumbrar todas as possibilidades trazidas pelas histórias. A partir das histórias, ser o que quiser. E, com esse poder, voltar ao resgate do pássaro, tão logo os Guardiões do Silêncio o aprisionem de novo. Mas será que tudo o que ele foi capaz de fazer da primeira vez, dará certo na segunda vez? Ou será que a vitória desta vez será dos Guardiões do Silêncio? A menos que o pássaro resolva ajudar, como ajudou uma vez...
Nessa aventura, o Louco, atravessando as histórias em busca do pássaro, interage com Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali, ora como um mágico em um circo, ora como um contador de histórias, ora como ele mesmo, convidando as crianças a ver a realidade através de seu olhar. Em outro momento, ele age como um herói, e aqui ele interage com o cachorrinho Bidu, salvando-o de cães ferozes, distorcendo a realidade e fazendo a pintura de um muro grafitado ganhar vida e levar o cãozinho de volta para casa. Nessa aventura, o Louco ensina, mas também aprende: para salvar o pássaro, ele precisa entender o sentido da existência dos vilões, qual a importância dos mesmos para a existência dos heróis.

COMO UM GUARDIÃO DO SILÊNCIO...
A presença da Turma da Mônica acaba ressaltando a importância do lúdico e do olhar infantil, tanto no universo do Louco quanto nas ilustrações de Coelho, ora o enxergando como um simples homem excêntrico (só ele consegue enxergar a ameaça dos Guardiões do Silêncio), até conseguir compreender o seu ponto de vista do mundo. As crianças são as que mais se equiparam ao Louco, por isso, fora o Louco e os Guardiões do Silêncio, não há mais nenhum adulto na narrativa do álbum. Por isso, a Turma da Mônica acaba ganhando um traço fortemente estilizado, lembrando personagens feitos para um desenho animado em stop motion (bonecos de “massinha”) estilo Tim Burton. Pensando bem, LOUCO – FUGA não seria bem um álbum de quadrinhos, mas um grande storyboard (roteiro desenhado) para uma animação em stop motion. Dá até para imaginar uma trilha sonora, com caixinhas de música, realejos, órgãos emitindo marchas circenses e, naturalmente, cantos de pássaros e sons metálicos.
Coelho não se limita, também, ao próprio traço: em alguns momentos, ele emula os traços de Maurício de Sousa, em todas as fases de criação do universo da Turma da Mônica, e também dos colegas do selo Graphic MSP. Afinal, todas essas possibilidades presentes no universo de Maurício de Sousa fazem parte das visões de mundo do Louco. São universos que há décadas encantam os brasileiros. O pássaro trouxe mais possibilidades para a expansão do universo legitimamente brasileiro de Maurício de Sousa.
A metalinguagem das HQ também é uma constante. Coelho brinca com os saltos do Louco entre quadros; os faz com diferentes formas, redondos, quadrados, enormes, pequenos, páginas pôster, vários quadros e movimentações sequenciais sob um mesmo “eixo” de cenário (no caso, uma árvore)...
Por isso que eu disse que LOUCO – FUGA não é para iniciantes. A falta de sentido e de um roteiro “explicadinho” pode não fazer bem a leitores desacostumados a quadrinhos “artísticos” e mais “cerebrais”. A quem, por exemplo, nunca ouviu falar do Little Nemo de Winsor McCay nem a quem, só de birra, passa longe do Sandman de Neil Gaiman.
Apesar que LOUCO – FUGA é uma leitura bem rápida: os textos são bem econômicos, espremidos em grandes espaços de ilustrações. O álbum pode ser lido todo em menos de 30 minutos – e ainda sobra tempo para admirar os belos desenhos de Rogério Coelho e Francis Ortolan.
E, claro, tem os extras! As indispensáveis: introdução de Maurício de Sousa; as páginas com os bastidores da criação do álbum; biografia do autor; e o posfácio da quarta capa, por Alexandre Inagaki, jornalista e autor do blog Pensar Enlouquece, Pense Nisso. Oh: falando em capa, LOUCO – FUGA traz outra inovação ao selo Graphic MSP, assim como fizeram os irmãos Cafaggi, ao incluir ilustrações de “cenas pós-créditos” nas páginas de bastidores de Turma da Mônica – Lições. Desta vez, Rogério Coelho fez questão de fazer uma capa dupla, cuja ilustração ocupa a primeira e a quarta capas.
Well. Com tudo isso, podemos dizer: LOUCO – FUGA já é uma obra-prima. Já foi capaz de dar uma “mexidinha” no ranking pessoal do Estúdio Rafelipe de álbuns do selo Graphic MSP. Podem discordar deste ranking baseado em colocações pessoais, mas, na colocação dos dez álbuns lançados até agora, ficou o seguinte:
1º - Turma da Mônica – Lições
2º - Louco – Fuga
3º - Turma da Mônica – Laços
4º - Bidu – Caminhos
5º - Piteco – Ingá
6º - Penadinho – Vida
7º - Chico Bento – Pavor Espaciar
8º - Astronauta – Magnetar
9º - Astronauta – Singularidade
10º - Turma da Mata – Muralha.
Sim, isso mesmo: LOUCO – FUGA foi capaz de superar Turma da Mônica – Laços, mas ainda não teve o suficiente para superar Lições. Talvez por ser muito complexo?
De todo modo, o álbum já está nas bancas: a R$ 21,90 a versão em capa cartonada e a R$ 31,90 a versão em capa dura. Vale o investimento. Vale um assalto à poupança.

PARA ENCERRAR...
Ilustrações minhas. Desta vez, fiz uso de fotografias para trazer a vocês dois exemplares de um período surrealista que tive quando ainda estudava artes na ASVAAL – Associação Vacariense de Atelier Livre, escola de artes da minha cidade, Vacaria, RS. Já que falamos de loucura, de sonhos e de fantasia nonsense, estes são meus exemplares... Ambos foram feitos entre 2001 e 2002.
O primeiro é um quadro. Pintado a giz de cera e nanquim sobre papelão, esta ilustração é baseada numa explicação de uma professora sobre o cubismo: “peque um homem, desmonte-o e o remonte à sua maneira”. OK, não ficou cubista, mas foi como entendi a explicação da professora. O quadro é importante porque, graças a ele, ganhei menção honrosa em uma exposição de artes daqui de Vacaria, RS. Graças a essa menção honrosa, fiz um curso de espanhol! Mas eu conto essa história com mais detalhes depois...
O segundo exemplar é uma figura, a lápis 6B. Uma espécie de viagem surreal – nem eu mesmo sei explicar o que eu quis dizer com esse desenho. A qualidade da foto deixa um pouco a desejar, bem como a do desenho em si: feito sobre uma folha de cartolina tamanho A3, foi pescado do fundo de um armário, onde estava dobrado e enrolado.
Bem, agora é aguardar 2016, uma possível melhora dos ventos sociais e econômicos; se não, para compensar, pelos próximos lançamentos do selo Graphic MSP. À espera do álbum do Papa-Capim!
Enquanto isso, aguardemos pelas novidades aqui no Estúdio Rafelipe – se a apatia não me afetar novamente!

Até mais!

2 comentários:

Amapá, minha amada terra! disse...

Muito legal! Também tenho expectativas para o álbum do Papa-Capim. E a Tina e o Horácio, será que vão entrar nessa série futuramente?

Fabrício disse...

Carái, Rafael!
Essa é uma das melhores postagens!
Lúcido teus comentários sobre a loucura do Louco, cheio de informações. Também curto pacas a liberdade de criação e histórias e modos de contar histórias assim!
Parabéns pela tela premiada!... muy loca!