Passaram-se já quinze dias desde a segunda-feira da semana retrasada. De duas em duas semanas, vocês já sabem: é dia de meu folhetim ilustrado para adultos, MACÁRIO. Hoje, um capítulo mais enxuto em ilustrações. Algo que estou aprendendo a fazer.
ATENÇÃO: leitura não recomendada para menores de 18 anos. Contém cenas de insinuação, assédio, piadas de má qualidade e fraqueza masculina.
Era só o que me faltava.
Luce na faculdade!
Ele me encontrou ali, no campus. Vestindo
roupa casual. Com uma bolsa a tiracolo. Sorridente. Custei a acreditar quando
ele disse que ia cursar a faculdade.
- Você... vai cursar a faculdade também?!
- Vou sim, Macário. Aliás, já estou cursando.
- E... qual curso?!
- Estou no curso de Letras.
- Letras?!
- Sim, Macário, Letras. O de Medicina eu já
fiz há anos.
Suspirei aliviado. Ah, pelo menos ele não ia
estudar comigo!
- Você já fez o curso de...
- É a oitava faculdade que eu curso, na
verdade.
- Oitava?!
- Sim, Macário. Um vampiro com tantos séculos
de vida precisa se entreter de algum modo. No meu caso... ocupo parte do meu
tempo cursando faculdades. Bem, mais por farra do que por necessidade. – e deu
de ombros.
- Por farra?!
- Digamos assim, Macário. Sem falar que
diplomas universitários são úteis na hora de fechar negócios. Provam que você é
expert na área em que você vai atuar. E não me olhe com essa cara, Macário, na
verdade é pouco perto de tantos outros vampiros que também fazem assim, se
atualizam com a moderna ciência. A Andrômeda, por exemplo... já cursou dez
faculdades diferentes.
- Dez?! – a cada vez eu me espantava mais.
- Bem, digamos que foi ela quem começou com a
ideia. Diz que o estudo é importante, e tenho de concordar. E você, não
concorda?
- Concordo sim, mas... acho estranho no caso
dos vampiros.
- Vampiros não podem cursar faculdade, por
acaso?!
- Não, não estou dizendo que não possam, que
isso é errado. É que... é a primeira vez que vejo um vampiro na faculdade,
amigo. – respondo com um sorriso meio sem jeito.
- Daqui para a frente, amigo – e Luce
enfatizou o amigo – você vai
descobrir que tem muita coisa a respeito dos vampiros que você não sabia. Vai
saber que o Bram Stoker, a Anne Rice, a Stephenie Meyer e tantos outros que já
nos descreveram na literatura, e deram as bases para o nosso retrato no cinema...
vai descobrir que esse pessoal aí sempre empulhou você. – e, após uma pausa,
onde ele só ficou sorrindo e olhando para mim: – Aonde você vai agora, para o
teu curso?
- Nã... não, eu vou jantar antes. – respondi,
ainda intimidado. – No... no Restaurante Universitário.
- Ah, então vamos juntos. Temos de conversar!
E ele foi andando ao meu lado.
Com tanta informação que entrava assim, por
que eu não desmaiava ali mesmo? Mas algo me dizia que eu tinha de resistir. Andar
até o Restaurante Universitário era, momentaneamente, a maneira de resistir ao
excesso de informação, manter o sangue em circulação. Além do mais, eu ainda
tinha muito a perguntar para aquele maluco... E perguntei:
- E... desde quando você está na faculdade?
Entrou agora?
- Entrei com a última turma que entrou. Faz
uns seis meses. Mas acho que você nunca reparou... Claro, os estudantes de
Medicina e os de Letras não se cruzam muito.
- Você...
- Eu te disse, Macário, eu tenho vigiado
você. Desde que você entrou na faculdade de Medicina, você despertou algum tipo
de interesse em mim. – essa parte me causou arrepios. – E, bem, como eu uso
tantos visuais diferentes, eu consigo me passar por um cara comum. Ninguém
desconfiou até agora da minha verdadeira natureza.
- Puxa. – consegui soltar.
- E, é claro, como só faz alguns dias que nós
nos conhecemos, que nos demos as caras... você com certeza nunca reparou. E...
ah, nem tinha como reparar, mesmo, pois meu curso é pela manhã, que cabeça a
minha, ah, ah...
- Pela... manhã?!
- É, Macário, pela manhã. Mas é que vai haver
uma aula extra agora à noite, uma palestra obrigatória aos alunos. Vou
assistir, é claro.
- Ah, bom. – ah, agora as coisas encontravam
sentido. – E, hã... não tem problema de você passar a madrugada acordado, no
bar, e ir para o curso pela manhã? E você não tem seus negócios à tarde, e...?
- Não, não tem problema. Não para um vampiro.
Eu tiro apenas um cochilo à tarde e vou cuidar de meus negócios. Só com um
cochilo de uma horinha suporto um dia inteiro. Só uma vez por semana que eu
necessito passar um dia inteiro dormindo em meu... caixão. – ele soltou uma
risadinha. – A Andrômeda e eu. Um dia na semana, a cada sete dias... Entende?
- Entendo... – engoli em seco. – Bem... e
como faz para que ninguém perceba que você é... milionário?
- Eu sei ser discreto, Macário. Dois ou três
séculos são suficientes para aprender a nobre arte da dissimulação. Esconder
minha verdadeira condição social. Quem me vê assim não pensaria que sou rico.
Você só sabe que eu sou rico porque eu já lhe mostrei, mas, se nos
encontrássemos pela primeira vez, e eu estivesse vestido assim, você diria que
eu sou rico?
- Não, não diria...
- O hábito não faz o monge, é o que sempre
digo.
Tive de dar uma risada. Quanto entusiasmo, e
quanta ânsia de revelar os segredos dos vampiros a um humano. Por que ele quer
tanto revelar os segredos dos vampiros para mim?
Aí, com horror, me lembrei de um detalhe:
Geórgia também cursava Letras, e também entrou na faculdade recentemente.
Portanto, Luce é seu colega!!! Um arrepio de mau pressentimento passou pela
minha espinha.
- Ué, que cara é essa, Macário?
- Que cara?
- Você fez uma cara de susto, de repente!
- Fiz? Não reparei... – me fiz de
desentendido.
- Que foi, Macário? Algo errado?
- Não, só que você faz o mesmo curso que...
- ...a garota do Breevort? Bem, estamos na
mesma turma, sim. Mas não fique preocupado, Macário, a gente não conversa, se é
isso que te causa receio.
- Não?!
Será que ele estava lendo minha mente?
- Ela não teve nenhuma alteração depois que
suguei seu sangue. Nós garantimos. Ela ainda está meio ressabiada por causa das
marcas no pescoço, aparentes, mas ela não desconfia ainda que fui eu. A... a
garota... como é mesmo o nome dela?
- Geórgia.
- Geórgia. Ah, Geórgia. Ela não é de se
enturmar muito. Ela tem boas relações com apenas três ou quatro colegas. Ela
parece desconfiar de todo mundo. Isso transparece no jeito dela de arrumar. Ela
parece que não tem escova em casa... E, cara... hoje ela estava irritada com
você, hein?
- Você...
- Não, não espiei o que você e suas garotas
estavam fazendo no seu apartamento, só vi elas entrando e saindo. Só dei uma passada
ali perto, juro que só fiquei observando da esquina, e vi as suas garotas... e
aí, o que vocês fizeram, hein? Você é mesmo um imã de mulheres, hein, Macário,
garanhão, que inveja, ah, ah, ah... E só mulher bonita!!!
Fiz cara de azedume.
- Não rolou nada, Luce, se você quer saber.
Só um... acerto de contas.
- É, dava para saber. As garotas saíram dali
com expressão constrangida. Principalmente a Geórgia. Ela não deve ter gostado
do que viu.
- E realmente não gostou.
- Mas tem certeza que...
- Vê lá se uma quinta-feira às quatro da
tarde é horário para safadezas, mesmo sendo eu... quem sou. Além do mais, eu
não costumo pegar várias garotas de uma só vez. Não por vontade minha, e não
neste plano de realidade.
- Aham, sei.
Que ódio que eu estava tendo daquele sorriso
sacana. Óbvio que ele esteve, sim, espionando a minha “reunião” com Valtéria,
Viridiana, Geórgia, Créssida, Maura e Loreta. Mas preferi não esticar o
assunto.
E entramos no RU. Pagamos os créditos e fomos
nos servir.
Luce também se serviu do bandejão do dia –
arroz, feijão, bife, salada, suco e um docinho de sobremesa. Ele já havia me
dito que conseguia comer comida de gente, acondiciona-la no estômago para
conseguir simular que realmente comia, mas depois teria de vomitar tudo. Aliás,
eu já havia visto ele comendo. E não ia ser diferente.
Nos sentamos em uma mesa isolada do canto.
Naquela hora, havia muita gente, e, o que quer que ele quisesse conversar
comigo, teria de ser em uma mesa distante, mesmo. Não havia ninguém por perto,
mas vi colegas meus olhando para nós.
E, enquanto comíamos, continuávamos a
conversa.
- Então – puxei o assunto – você disse que
queria falar comigo. Ainda ontem, no momento que eu fui sequestrado. Você ia
falar e não conseguiu.
- Nem teria mesmo como falar, Macário. O que
eu tinha para falar com você é eminentemente particular. Sem gente em volta.
- Mas tinha a Âmbar, a Andrômeda... e depois
apareceu o MC Claus... e...
- Aqueles intrometidos. Eu esperava encontrar
você sozinho, e encontrei-as no seu apartamento. Aí depois a Âmbar chamou o MC
Claus. Eu podia ter ido encontrar você sozinho, na casa dos Animais da Rua. Mas
parece que a Âmbar não queria me deixar falar com você. E, lá no bar... eu te
liberei ontem de madrugada. Mas agora... não haverá nenhum tipo de
interferência. Nenhum conhecido dos nossos por perto. Vamos tratar dos próximos
passos de nosso acordo, Macário. Porque esses próximos passos haverão de ser
importantes.
- Importantes por quê?
- Porque envolvem mudanças. Mudanças em seu
estilo de vida.
- Co... como assim?! – assustado, deixei o
pedaço de bife cair de minha boca.
- O próximo passo será uma mudança, Macário.
Uma mudança... de endereço.
- Endereço?! – arqueei a sobrancelha.
- Ah, Macário. Naquele seu apartamentinho, que
você está desde o início da faculdade... você é um homem visado. Você não sente
isso, Macário? Aquele entra e sai constante de mulheres... E, para o que a
gente está pretendendo, Macário, é necessário que você saia de lá. Se mude.
Quase engasguei com o arroz.
- Mas... mas me mudar para onde?!
Aonde aquele sacana estava querendo chegar?!
- Aí que é a melhor parte, Macário. Nós dois,
eu e você, Lúcifer e Macário, vamos dividir um apartamento! – e ele deu um sorriso
largo, me olhando com grandes olhos. Mas não aumentou o tom de voz, a última
coisa que queria era que alguém ali, naquele refeitório, ouvisse.
- Como é que é?!
- Isso mesmo, Macário. Nós iremos aparentar
sermos dois colegas universitários comuns, dividindo o aluguel de um
apartamento. Vai ser uma experiência e tanto, tanto para mim quanto para você.
Nunca cogitou dividir um apartamento com outro homem, Macário? Ou talvez com
outra mulher? Enfim, dividir um apartamento, nunca cogitou?
- Hã... bem, já, sim. Mas acabei optando por
morar sozinho, fica melhor para trazer mulheres para o meu apartamento. Mas...
- Mas o quê, Macário? Por que a relutância?!
Uma coisa não fazia sentido naquela proposta,
e eu a tinha na ponta da língua:
- Mas, Luce, você é milionário. Tem mansão,
tem automóvel próprio. Por que gostaria de dividir um apartamento com um
simplório universitário?!
- Macário, não é a primeira vez que faço
isso, em verdade. Já dividi apartamento com outros. Já simulei umas tantas
vezes ser um universitário comum, que paga aluguel de apartamento, que se
mantém através de bolsas oferecidas pelas faculdades... ou divide um alojamento
em condomínio de universitários... Excentricidade de vampiro. Excentricidade de
gente rica, aliás. Todo rico deveria dividir um apartamento com um pobre para
conhecer o modo de vida deles... Sem revelar, é claro, que é rico. E, agora, eu
quero conhecer você mais intimamente... – ele me olhou com lascívia, e me
intimidou. – Digo, conhecer seus hábitos em casa. Claro que não haverá divisão
de camas, ah, ah... Cada um terá seu quarto, seu espacinho só seu. Em troca,
você conhecerá a minha intimidade. Meus hábitos... diurnos.
- Imagino que sim... – amarrei a cara.
- Nós continuaremos vivendo nossas vidas
normais. Você continuará vivendo sua vida noturna, Macário. Dormindo durante o
dia, estudando e trabalhando à noite. Te garanto que não serás perturbado
durante teu sono e o de suas garotas. É, Macário, você ainda vai poder levar
suas garotas ao apartamento. Se quisermos levar acompanhantes para passar a
noite, um não invadirá a intimidade do outro. Você as suas, eu as minhas.
Tentei imaginar Luce levando garotas para o
quarto dele. Provavelmente, ele também obtinha sangue humano assim... a garfada
de salada desceu pesada no meu estômago.
- Sério?
- Sério. Entenda, Macário. Você, no seu
apartamento, você ainda é muito visado. Nesse momento, todo mundo sabe onde
você mora, e virão amolar você. Você está vendo, as garotas procurando você, querendo
cobrar uma primeira parcela de pensão ou coisa aparecida... e a Âmbar e a
Andrômeda entraram na sua janela, e... Chato, não é mesmo? Tanto garotas quanto
monstros só te amolando. – ah, vejam só quem fala. – Para um pouco mais de
tranquilidade, Macário, é melhor que você se mude. Para um endereço que, por
enquanto, só eu e você saibamos onde é.
Não sei o que ele estava pretendendo, mas
agora é tarde para voltar atrás. Fiz o pacto, só me resta ir em frente com ele.
Fingi estar interessado, com meu melhor olhar bovino.
- Hm. E... onde é esse apartamento?
- Consegui um apartamento de dois quartos
próximo ao campus universitário. Não é muito grande, mas também não é muito
pequeno. Fica no alto de um prédio de quatro andares. Quanto mais alto, mais
seguro.
- Oh.
- Concorda, então, Macário, que dividamos um
apartamento?
Hesitei um pouco. Mas, no fim, dei a
resposta:
- Está bem, concordo. Desde que você não
tente me atacar durante a noite.
- Atacar você, eeeeeu?! Se eu já sei o gosto
do seu sangue, Macário!
- Ok, mas você me entendeu. Eu acredito na
sua proposta, Luce. Se é para que eu não seja procurado... Se não há outro
jeito...
- Ótimo. – Luce sorriu. – A mudança será
neste final de semana.
- Neste...?
- Neste final de semana, Macário. No sábado,
providenciaremos a mudança dos seus móveis para o apartamento novo. E... o mais
importante, Macário... não conte nada para ninguém, viu? Nem a Andrômeda está
sabendo dessa história, e é melhor que fique apenas entre nós dois.
- Mas e se ela der um jeito de saber? Afinal,
tem o portal mental, e...
- Darei um jeito de bloquear a sua mente até
sábado, Macário. Eu posso dar um jeito de bloquear sua mente... por fora, de
fora para dentro. Nenhuma garota das nossas vai invadir sua mente à noite. E
nenhum segredo vai ser tirado. Espero que não. Afinal, sou um homem tão visado
quanto você, Macário. Não sei por que a Andrômeda faz tudo para me atrapalhar.
Posso imaginar por quê.
Terminamos nossas refeições, e fomos devolver
os pratos, talheres e bandejas (os copos do suco eram de plástico descartável).
E, nesse ponto, nos separamos, em silêncio, cada um para o seu compromisso.
Eu estava meio atordoado. E mal conseguia me
concentrar no meu curso, naquele dia, por causa daquela proposta.
Por que Luce queria dividir apartamento
comigo? O que será que ele tinha em mente? Por que eu, aliás?
Por que ele queria se passar por um
universitário comum, sendo ele rico? E por que estava cursando em uma
universidade que nem era uma das melhores do país?
É claro que tal decisão tinha a ver,
exclusivamente, comigo. Mas... por que eu fui o escolhido?!
Meu propósito seria, na verdade, o de ser
punido por meus pecados?
Mas nem parecia punição, na verdade...
Agora, sim, minha cabeça viraria geleia. Tudo
tão inacreditável, tão absurdo. Adeus, vida que eu amava.
Saída da faculdade.
Eu estava pensando em ir para meu
apartamento. Não ia trabalhar: ia para meu apartamento, enquanto eu ainda tinha
um apartamento, ia para minha cama, enquanto tinha cama, e ia limitar meu mundo
ao espaço entre o colchão e os lençóis.
Não ia mais sair da cama. Não ia mais ver o
Luce e seus amigos. Não ia mais ver garota nenhuma. Ia ficar na minha cama até
apodrecer. E meus pais só iam encontrar meu cadáver deitado na cama, na próxima
ida ao meu apartamento...
Mas de que ia adiantar? Ficar na cama não ia
resolver meus problemas. Não ia adiantar morrer na cama. Melhor que eu vá
trabalhar. Que eu vá servir Luce e os Monstros lá no bar.
Ia ficar melhor se eu continuasse... vivendo.
Já basta as diversas formas pelas quais morri nos sonhos. Luce me matou
diversas vezes em sonho, antes mesmo de eu descobrir que ele é vampiro. Me
lembro de cada uma dessas formas. E também teve as formas que as garotas me
mataram. E aquela vez que o MC Claus me matou. Enfim, fui morto de diversas
formas nos sonhos.
Seria sensato me trancar no meu apartamento,
mas iriam me procurar. Talvez a proposta de Luce seja sensata: que eu me
mudasse daquele apartamento, e...
Enquanto pensava, quem me aborda, quando eu
caminhava em direção à saída do campus?
- Oi, Macário. E aí, como foi a aula? – pergunta
Luce, com uma expressão entusiasmada.
- Foi chata. – respondi, de cara amarrada.
- Nossa, Macário, que desânimo é esse?!
- Ainda digerindo aquela tua proposta. Se não
fosse por isso, a aula teria sido mais interessante. Como pelo jeito foi a tua
palestra.
- Quê, vai voltar atrás, Macário?
- Não é isso, Luce. Eu que...
Mas acabei interrompido de novo. De repente,
algo salta de trás de uma das árvores do meio do caminho, me puxa e me tasca um
beijo na boca.
- Mas o que... – foi falando Luce, surpreso.
– Morgiana!!
Até eu fiquei surpreso.
A morena, vestindo desta vez roupas claras,
segurava meu rosto, e ficou me olhando com uma expressão apaixonada.
- Oi, Macário. Hoje você não vai fugir de
mim.
- Morgiana! – falou Luce. – Mas que garota
impulsiva! Não é capaz mais de deixar o Macário em paz?!
- Eu?! – ela exclamou. – Tem muito mais gente
querendo o Macário tanto quanto eu, Luce! Vim pegá-lo antes que minhas irmãs
passem a mão! Aquelas safadas... Aquelas...!
- Morgiana! – exclamei. – O que faz aqui?!
- Oh, Macário, sabe? Eu também curso esta
faculdade.
- Vo... você... você... e o Luce...
- O que... – Morgiana voltou seu olhar de mim
para Luce: – Luce, você também cursa...
- Ué, Morgiana, você não sabia que eu curso a
faculdade também? – disse Luce, aparentando surpresa. – Pois eu também não
sabia que você cursava, olhe só!
Morgiana soltou um palavrão.
- Pô, justo quando finalmente resolvo pegar o
Macário na saída da faculdade... você... ele não estava sozinho?! Seu vampiro
intrometido!! Quem mesmo que não é capaz de deixar o Macário em paz?!
- Sua sereia intrometida.
Agora que eu ia enlouquecer mesmo!
E, no fim, acabei fazendo a coisa mais
sensata que podia fazer diante daquela loucura: desmaiei.
A última coisa que ouvi, antes de perder os
sentidos, foi o grito de desespero de Morgiana, e eu pude ver Luce mudando de
expressão, desmanchar aquele sorriso.
Próximo episódio daqui a 15 dias.
O episódio de hoje foi meio fraco, não acharam?
Como está indo até o momento? Devo continuar? Parar? Mudar? Voltar a colocar mais ilustrações? Deixem sua opinião!
E até mais!
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