Olá.
Já
faz muito tempo que não escrevo postagens longas neste blog, falando de livros,
quadrinhos, filmes... Apesar de o blog já ter completado 10 anos, ele esteve um
bom tempo parado. Pois hoje resolvi dar um jeito nesta situação. Hoje volto a escrever
textos longos e informativos.
Hoje
começo falando de um personagem, e de seu criador, que já se tornaram
referência aqui no Rio Grande do Sul (já que, no momento em que escrevo,
estamos na Semana Farroupilha), pois ajudaram a divulgar ao Brasil a região da
Serra Gaúcha, mais precisamente Caxias do Sul, um dos maiores polos da
imigração italiana no Brasil, e uma das regiões mais desenvolvidas no Estado.
Hoje,
tratarei de RADICCI, e de seu criador, Carlos Henrique Iotti.
INTRODUZIONE
RADICCI
é tido como um dos maiores anti-heróis das tiras de quadrinhos brasileiras.
Hoje, o gênero tira se encontra em declínio, já que a maioria dos leitores de
HQ opta pelos formatos álbum, gibi e coletânea; e os espaços para tiras nos
jornais atualmente andam muito reduzidos, em todos os jornais. Porém, RADICCI é
uma das tiras brasileiras que resistem – pois sua carreira foi construída há
décadas, desde os anos 1980.
Não
se trata de um herói de tiras exemplar, no entanto. RADICCI, pelos critérios
tradicionais de classificação de tiras de HQ, pode ser classificada como uma family strip, já que a tira é centrada
em uma família de descendentes de colonos italianos. E o personagem título é um
tipo macunaímico: gordo, baixinho, grosseirão, beberrão, malandro, avesso ao
trabalho, preconceituoso e machista – mas, ainda assim, muito querido por ser
uma figura espontânea, cheia de autenticidade, sem medo de dizer o que pensa, e
por se expressar em um linguajar próprio, o chamado “sotacón”. RADICCI parece
com o pai de tantos leitores, bem como a sua família se parece com tantas por
aí – brigam muito, mas não se largam. Menos por seus defeitos que pelas suas
qualidades, RADICCI se tornou um símbolo de Caxias do Sul e, por extensão, da
região de imigração italiana da Serra Gaúcha.
SUO AUTORE
Seu
criador, e que continua até hoje produzindo as tiras do personagem, é Carlos
Henrique Iotti, natural, claro, de Caxias do Sul – nascido em 27 de fevereiro
de 1964. Segundo ele próprio, signo de Peixes, com Lua em Peixes e ascendente
em Peixes – seja lá o que isso signifique. Formado em jornalismo pela Fabico
(Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Possui ainda no currículo um estágio no estúdio do
designer gráfico Joaquim da Fonseca. Desde 1981, ele publica tiras, cartuns e
charges no jornal O Pioneiro, de
Caxias. Há anos, ele também é chargista editorial do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, e seu
currículo ainda inclui passagens pelos jornais O Interior, Diário do Sul, Correio do Povo, Folha de Hoje. Suas
tiras, além do Pioneiro e da Zero Hora, ainda são publicadas nos
jornais Diário do Povo (Pato Branco,
PR), Estado do Paraná e Jornal de Santa Catarina.
A
criação de RADICCI data de 1983, no jornal O
Pioneiro. Mas, embora tenha sido esse personagem que tenha dado fama a
Iotti, o cartunista ainda tem uma extensa galeria de personagens. Os mais
importantes são: Frederico e Fellini, sobre
um menino que vive judiando do gato de estimação; Geração Astral, sobre tipos urbanos, onde se incluem o homossexual
e natureba radical Coruja e o esquerdista atrapalhado Milton; o estancieiro Adão Hussein, personagem criado
especialmente para o público da cidade de Vacaria, RS; e Deus e o Diabo – A Dupla de Criação, que imagina as duas entidades
judaico-cristãs trabalhando em uma agência de publicidade (equiparando Iotti a
tantos outros cartunistas, como Laerte, que transformaram a figura divina de
Deus em personagem de HQ). Também dá para citar a série Jaquirana Air, uma companhia aérea tipicamente gaúcha.
Seu
traço se caracteriza por ser espontâneo, rápido e fortemente caricatural, como
se não precisasse de lápis, as figuras construídas diretamente na caneta – até
as letras e os balões são feitos a mão, uma raridade nos dias atuais. E ele
possui vários álbuns publicados. A primeira leva apareceu nos anos 1980 – a
primeira coletânea com tiras de RADICCI, não sei dizer agora que ano saiu, foi Radicci, Ted Fagundes e Outras Histórias de
Sexo, Drogas e Vanerão (onde se inclui as tiras de outros personagens, como
Ted Fagundes, o suposto pioneiro do gênero Tchê Music); depois, veio o álbum Demo
Via, comemorativo da imigração italiana no Rio Grande do Sul; e, ainda, Frederico e Fellini, Dupla de Criação e Bancomeu (tiras sindicais), além de uma
participação no álbum E o Bento Levou...,
a Guerra dos Farrapos vista por dez cartunistas.
Depois
de 1990, Iotti colaborou com a revista Mega
Quadrinhos, além de ter ilustrado quase sozinho o Gibizon do Radicci, que é lançado esporadicamente (até 2018, foram
24 números desse gibi que é mais facilmente encontrado nas livrarias da região
da serra do Rio Grande do Sul, mas que também é bastante procurado nas bancas
de Porto Alegre). Boa parte do material do Gibizon
é composta de HQs de uma página publicadas anteriormente em jornais (Iotti
também era um habituée do caderno Tribo, que saía às quartas-feiras no jornal
Pioneiro), além de histórias mais
longas e até paródias – dentre outros colaboradores do Gibizon, esteve o também caxiense Sandro Zamboni, o Zambi,
posteriormente criador do personagem Sir
Holland.
Desde
a segunda metade da década de 1990, Iotti tem se dedicado quase que
exclusivamente ao Radicci, e, atualmente, existem quatro coletâneas do personagem
em formato livro (Mixórdia – O Menos Pior
do Radicci [2001], O Livro Negro do
Radicci [2002], Zona Rural [2002]
e Tem Outro Por Dentro [2008]) e oito
coletâneas no formato Pocket, todas editadas pela editora L&PM, lançadas
desde 2002. RADICCI ainda participou dos livros A Boa Mesa com Sotaque Italiano (2006), de José Antônio Pinheiro
Machado (o Anonymous Gourmet), Comer Bem,
Sem Culpa (2007) e Mitos e Verdades
Sobre Sua Saúde, ambos de Fernando Lucchese. Também já saiu pela série
pocket da L&PM uma nova coletânea da Dupla de Criação, Novíssimo Testamento.com (2008).
Iotti
ainda possui participações nos álbuns coletivos Separatismo corta essa! (L&PM, 1993), 40 Anos de Humor (RBS Publicações, 2004) e MSP + 50 – Maurício de Souza por mais 50 Artistas (Panini, 2010).
Iotti,
ainda por cima, é artista multimídia. Ele possui passagens pelo rádio e pela
TV, além de se apresentar como comediante stand-up, dando voz ao Radicci. Na
Rádio Atlântida FM de Caxias do Sul, ele mantinha o programa Demo Via Let’s Go, e já teve um quadro
próprio no Jornal do Almoço, da RBS
TV. O RADICCI também já gravou CDs com música e piadas (aliás, o livro Tem Outro Por Dentro acompanha um DVD),
e estrelou peças publicitárias para mídia impressa e televisão, na forma de
desenho semianimado.
Iotti
tem dois filhos, Rafael e Camila, e ele tem por hobbies apreciar vinhos, correr
maratonas e pescar.
Também
tem website oficial: http://radicci.com.br/.
Visitem e saibam dos futuros projetos do autor para o personagem – atualmente em
curso uma campanha de financiamento coletivo para uma futura coletânea do personagem.
Bem.
Esta postagem se baseia, principalmente, nas coletâneas em livro da L&PM – Mixórdia, Livro Negro, Zona Rural.
MEGLIOR TCHUCO QUE BAÚCO
Agora,
uma apresentação mais extensa do personagem, para quem não se inteirou, e para
quem vive fora da região da Serra Gaúcha.
O
personagem principal da série é um descendente de colonos italianos, criado
para ser a síntese desses – numa época que, segundo o autor, ser colono era uma
vergonha. Radicci é apelido: embora não seja dito com frequência na série, seu
verdadeiro nome é Ambrósio Marcon, mas todos o chamam de Radicci, por conta de
seu gosto por essa hortaliça, de folhas pequenas e amargas, usada em saladas
que acompanham pratos típicos dos descendentes de italianos, como polenta e
galeto.
Basicamente,
o personagem é um poço de defeitos: grosseiro, gordo, beberrão, come feito um
porco, vive peidando e arrotando na frente das pessoas, vive fugindo do
trabalho e do banho, machista (apesar disso, apanha constantemente da esposa) e
preconceituoso. Em muitas oportunidades, seu entendimento do mundo moderno
beira a boçalidade. É apreciador de vinho (fosse por ele, viveria apenas para
isso), e, por isso, vive “tchuco”. Ele ainda tem uma pequena propriedade no
litoral e, eventualmente, a família costuma passar alguns dias na praia,
criando assim novas situações. E, ainda por cima, é “bagacêra”: corre atrás de
mulher para compensar o desgaste da esposa, e seu maior passatempo, quando vai
à praia, é admirar garotas de biquíni, principalmente as bundas.
Não
bastasse isso, sua família é, digamos, disfuncional, composta pela esposa, Genoveva,
pelo filho adolescente Guilhermino, e pelo Nôno. Esporadicamente, ainda
aparecem nas tiras: Carmela, a carola irmã de Radicci, o taberneiro Gigi, cujo
boteco Radicci frequenta, e o Padre Domenico, vigário da comunidade.
Genoveva,
a segunda personagem mais importante da tira, é tida como o grande obstáculo
entre Radicci e o garrafão de vinho. Megera, a “zararaca”, como Radicci costuma
chama-la, vive respondendo aos arroubos machistas de Radicci, bem como aos seus
porres, batendo nele com o rolo de massa ou jogando o ferro de passar em sua
cabeça. A típica mãezona italiana, seu cotidiano se resume basicamente a cuidar
da casa, fazer comida e controlar os homens da casa, quase sempre vista com o
lenço amarrado na cabeça, algumas vezes com o cabelo solto. Vive cobrando
atitudes do marido e dos familiares e, ao seu modo, é feminista (leitora de
Marta Suplicy e Rose Marie Muraro) – ela deseja uma vida com mais independência
e romance, mas, com um marido como o Radicci, não é fácil. O marmanjo ainda não
consegue tomar banho sozinho, cabendo a Genoveva arrastar o colonão para a tina
de água. Ciumenta, não tolera nem que Radicci fique olhando bunda de garota – e
uma das formas de vingança é fazer comentários sarcásticos sobre a, digamos,
potência sexual do marido. Apesar dessa relação de conflito, Genoveva
dificilmente abre mão do marido, já que, para todos os efeitos, ele sustenta a
casa. E ela, como típica “mamma” italiana, costuma proteger o filho, às vezes
até demais.
Guilhermino
é o filho adolescente, “magrão”, eterno universitário que vive entre Caxias do
Sul e Porto Alegre, tocador de guitarra, ecologista e de esquerda, e, por isso,
vive em conflito com a mentalidade conservadora do pai admirador de Mussolini.
Com posição política que vai do vermelho Che Guevara ao verde maconha, o
adolescente cabeludo é o típico canguru – vive na bolsa da mãe – dependente de
mesada dos pais e fica constantemente fugindo do trabalho e das
responsabilidades da vida adulta – seus maiores interesses são o surfe, a
guitarra e o ativismo ecológico. Vive brigando com o pai por este ser um
apreciador da caça esportiva – Radicci ainda mantém a mentalidade do imigrante
italiano que se alimentava basicamente de carne de caça, por isso a época do
ano pela qual mais espera é a abertura da temporada de caça. Guilhermino é mais
adaptado ao mundo tecnológico, ao qual o pai tem mais dificuldades para se
adaptar.
Completando
a família, temos o Nôno, veterano combatente da Segunda Guerra Mundial – mas
não se lembra se do lado dos Aliados ou do Eixo. Embora Iotti tenha deixado no
ar a dúvida sobre de quem ele é patriarca – se é pai do Radicci ou da Genoveva
– algumas tiras antigas esclarecem que Nôno pode ser o sogro do Radicci, mas
Iotti descartou essa informação. Bem: Nôno é considerado o elo entre o passado
e o presente, com sua dose de sabedoria de gente mais velha; ele costuma ser
parceiro do Radicci em bebedeiras e caçadas. Porém, como já está na terceira
idade, sofre com as marcas do tempo implacável. Apesar disso, ele gosta de se
aventurar, aproveitando assim o tempo que lhe resta – o velho já se aventurou a
andar de motocicleta, sozinho, até a Patagônia.
Na
casa, ainda vive o cachorro Brutto, o confiável perdigueiro e parceiro de
caçadas de Radicci.
Com
aparições constantes na tira, ainda temos Carmela, a já citada irmã carola de
Radicci. Eterna viúva, católica fervorosa, moralista, vive enchendo a paciência
de Genoveva e Guilhermino quando aparece para visitar a família por alguns
dias. Apesar da moralidade, Carmela tem um ponto fraco: não pode ver negrão
suado, que já começa a ter tremedeiras.
Outro
parente com aparições esporádicas na tira é a tia idosa de Genoveva, que mora
em Bento Gonçalves (RS) e vive implicando com Radicci por causa da cidade natal
– por alguma razão, existe uma espécie de rivalidade entre os colonos de Caxias
do Sul e Bento Gonçalves.
Em
tiras mais antigas, também aparecia, eventualmente, um segundo irmão de
Radicci, o caminhoneiro Bepe.
MIO UNIVERSO
As
tiras de Radicci giram em torno do cotidiano do colonão e seus familiares em
Caxias do Sul (por isso, a tira é tão familiar aos leitores, o que ajuda a
explicar parte de seu sucesso), procurando se adaptar ao mundo moderno e às
dificuldades enfrentadas pelo homem do campo no Brasil. O humor nasce das
situações cotidianas, com eventual inserção de crítica social. Meio que por
consequência, em muitos momentos, as tiras soam repetitivas, pois, basicamente,
cada situação, com pequenas variações, requentam os mesmos temas: Radicci
bebendo e/ou voltando bêbado da cantina do Gigi, apanhando da esposa, caçando
(e sendo perturbado por Guilhermino), passando uns dias no litoral (e
eventualmente comparando Genoveva com as garotas da praia), Genoveva cuidando
dos afazeres domésticos, dando banho no Radicci, Guilhermino ensaiando com a
guitarra ou tentando surfar, Radicci peidando, arrotando ou ouvindo desaforos
da Genoveva, Guilhermino tentando explicar ao pai como funciona o computador ou
o celular... às vezes, simplesmente reciclando piadas em novo traço. Uma forma
de fazer essas variações são as relações entre situações com motes vindos de
temas, como, por exemplo, títulos de romances famosos, nomes de cidades do Rio
Grande do Sul, citações de Shakespeare... Já está difícil encontrar temas novos
para tiras, passados mais de 30 anos de criação...
Foi
nas histórias do Gibizon que o
personagem experimentou voos mais altos, saindo das limitações de Caxias.
Radicci já estrelou paródias de filmes, como O Máskara, Robocop e Independence
Day; já apareceu em aventuras seriadas, como O Sequestro; e até já experimentou fazer uma viagem à Disney. Uma
parte desse material pode ser visto no Livro
Negro.
As
tiras aparecem em duas formas: no formato convencional, retangular, e no
formato cartum, que costuma sair aos domingos, no espaço tradicional das
charges. No formato retangular, Iotti processou mudanças: anteriormente,
desenvolvia as tiras em três quadrinhos ou mais; hoje, o espaço é de dois
quadrinhos, com a eventual inserção, entre eles, de um quadrinho de formato
irregular.
Além
da familiaridade das situações, outro fator que contribui para o sucesso da tira
é o linguajar especialmente desenvolvido para a tira: Iotti, ao buscar
reproduzir o modo de falar dos descendentes de italianos da região de Caxias,
criou sua própria gramática, batizada de “sotacón”. Trata-se de uma mistura
macarrônica de português e italiano, cheio de “g” ou “j” pronunciado como “z”
(como em “zeito” ao invés de “jeito” ou “zelo” no lugar de “gelo”), “on” no
lugar do “ão” (como em “bundón”, “marecón”, etc.), e inserção de expressões em
italiano, como “aiutto” (socorro), “oggi” (hoje) “vômo” (vamos) e “questo,
questa” (este, esta). Tal fator contribui para a autenticidade do personagem, e
sua liberdade de dizer o que pensa. Ah: o principal bordão do personagem é
“porco zio”, usado em diversas situações (mas sem intenção de blasfemar a
Deus). Em “sotacón”, Iotti ainda escreveu crônicas em texto, na voz do Radicci,
comentando diversas situações, como degustação de vinhos, pesca, resenhas de
filmes, roteiros turísticos, convivência familiar... uma amostra destas
crônicas pode ser lida em Mixórdia.
Há
de se notar, inclusive, que as coletâneas em livro não seguem a ordem
cronológica – propositalmente, as tiras e HQs são distribuídas aleatoriamente,
porém é possível notar a evolução do traço de Iotti e seus personagens.
Desse
modo, apresento aos leitores RADICCI, uma das tiras que marcaram minha infância
de leitor de HQ. Era uma das tiras que eu mais recortava dos jornais para
colecionar. Aqui na Serra Gaúcha, quando se pensa em personagem de HQ, RADICCI
costuma vir facilmente à cabeça. E, bem, o que mais posso dizer?
As
coletâneas, tanto em livro quanto pocket da L&PM, podem ser facilmente
encontradas nas livrarias. Só as coletâneas mais antigas que são mais difíceis
de achar, bem como os números mais antigos do Gibizon – só viajando para Caxias e/ou região e vasculhando em
sebos.
Parece
que foi o escritor russo Leon Tolstói quem disse: “se queres ser universal,
começa retratando tua aldeia”; bem, Iotti seguiu esse conselho e se deu muito
bem.
PARA ENCERRAR...
Já
faz um tempo que não coloco tiras de meus personagens aqui no blog. Quando foi
a última vez que coloquei aqui tiras do meu personagem gauchesco, o Teixeirão?
Pois hoje é dia, e oportunidade, de colocar aqui mais um trechinho de seu atual
arco de tiras, A irmandade do chimarrão, que
já faz mais de três anos que está correndo.
Na
próxima postagem: outra obra rara de Iotti, para aproveitar o embalo.
Até
mais!
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