quarta-feira, 18 de março de 2009

Nota de falecimento: CLODOVIL

Olá.
Ontem, foi anunciada a morte, por parada cardíaca ocasionada por Acidente Vascular Cerebral (AVC), de uma importante figura do folclore social brasileiro. O estilista, deputado federal, apresentador de televisão e sabe-se-lá-mais-o-quê Clodovil Hernandez foi velado hoje.
Clodovil foi, em vida, uma figura polêmica. Homossexual assumido (ou, como diz o pessoal do CQC, o mais "significa" da vida pública brasileira), ele sempre falava o que pensava, se irritava fácil e sempre fez questão de ser extravagante. Na TV, ele primou inclusive por criticar até os telespectadores. E ele sofreu bastante com o assédio da turma do Pânico na TV, que promoveram inclusive uma jornada épica para que o estilista, deputado federal, apresentador de TV e sabe-se-lá-mais-o-quê calçasse as famigeradas Sandálias da Humildade. Sem sucesso até onde sei. Clodovil sempre foi de salto alto. Convinha a ele, que era estilista nacionalmente reconhecido.
Até pelado ele já posou! Quer dizer, foi fotografado para a revista Caras, tomando banho, sentado no chuveiro. Portanto, nada muito escandaloso.
Quando resolveu se lançar na política, Clodovil foi o quarto mais votado! Criou polêmica ao chamar uma colega de tribuna de feia. E, ainda por cima, imprimiu seu estilo pessoal no seu gabinete. Felizmente, toda a decoração da sua sala, inclusive a cobra que servia de perna de mesa, saiu de seu bolso. DO SEU bolso. Pelo menos nós, eleitores, não temos motivo para atacar o deputado Clodovil, já que não fomos nós - pelo menos não diretamente - que custeamos a decoração de sua sala.
Mas haveremos de ter o polêmico estilista, deputado federal, apresentador de TV e sabe-se-lá-mais-o-quê sempre na memória do folclore social brasileiro. Ele podia ser reconhecido em qualquer lugar, mesmo com o cabelo branco. E dificilmente será esquecido.
Principalmente porque a foto que escolhi para colocar neste necrológio, bem recente, mostra ele e mais uma figura folclórica social brasileira juntos. Enéas Carneiro. Depois da morte deste, o horário político obrigatório no Brasil nunca mais foi o mesmo. Perdeu até a graça nunca mais ouvirmos o bordão "Meu nome é Enéas! Cinquenta e seis!" Se bem que ele ficava melhor com a barba...
E, de certa forma, a vida nacional não será mais a mesma sem Clodovil Hernandez.
Sei que não escrevi o meu melhor texto, um necrológio que com certeza o estilista, deputado federal, apresentador de TV e sabe-se-lá-mais-o-quê merecia. (temor que ele puxe meu pé à noite por tê-lo avacalhado? Nããão...). Mas Tinha de escrever alguma coisa para relembrar Clodovil. Ele com certeza merecia. Perigosa...
Para este post, escolhi uma charge sobre o PAC. Sei que não é o desenho mais apropriado para a ocasião, mas era o único que eu tinha em mãos no momento. O único vagamente relacionado... Digo, já que falamos de política...
Deixa pra lá.
Até mais!

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