Parece que o pior, na tragédia do terremoto e do tsunami no Japão, ainda não aconteceu, enquanto escrevo. Só as próximas horas dirão se realmente haverá uma nova tragédia nuclear, se teremos uma nova Chernobyl. Esperamos que o problema seja controlado a tempo. Enquanto isso, vamos de cultura pop japonesa.
Na última postagem, eu falei sobre o mangá de AFRO SAMURAI, de Takashi Okazaki, um dos mangás mais violentos e politicamente incorretos da atualidade. Pois bem. Hoje vou falar do anime.
AFRO SAMURAI foi publicado em mangá no Japão em 1999, na revista independente Nou Nou Hau. Mas o personagem só ganhou notoriedade a partir de 2007, quando o estúdio japonês de animação Gonzo, em parceria com o estúdio americano Studiopolis, adaptou o mangá para um anime de 5 episódios.
AFRO SAMURAI anime foi dirigido por Fuminori Kizaki, e teve como co-produtor o ator negro americano Samuel L. Jackson, que também faz as vozes do personagem principal e de seu companheiro imaginário, que no anime recebeu o nome de Ninja Ninja. No elenco de dublagem, também entraram os atores Ron Perlman (o Hellboy do cinema) e Kelly Hu. O tema musical principal da série foi composto por RZA, do grupo Wu-Tang Clan, e a trilha sonora foi feita em ritmo hip-hop, fortalecendo assim a ligação do mangá de Okazaki com esse universo.
AFRO SAMURAI anime já foi veiculado em diversos países - até mesmo no Brasil, onde passou pela MTV. Nos EUA, foi veiculado pela Spike TV.
E ainda existe um longa-metragem de animação, Afro Samurai - Ressurection, produzido em 2009 pelos mesmos estúdios, com direção de Fuminori Kizaki e Jamie Simone.
Por hora, vamos falar da série.
Lendo o mangá e assistindo o anime, muita gente achou que o anime é o melhor material do personagem. Mas eu penso que a anime serve para complementar o mangá. A história é a mesma, a jornada do mal-humorado samurai Afro, o atual guerreiro "número 2", em busca de vingança contra o atual "número 1" do mundo - que, no anime, recebeu o nome de Justice. Mas muita coisa foi mudada em relação ao mangá.
(ATENÇÃO: Spoillers! Se não quiser saber o que acontece no mangá ou no anime, pare por aqui!)
Vários personagens do mangá foram cortados, como o observador Kougansai Takimoto, o bem-humorado Shichigoro e o nojento Gorokube. Alguns foram ainda acrescentados - como a bela Okiku, que cura as feridas de Afro. Sequências foram retiradas e outras acrescentadas. E algumas sequências são melhores no mangá que no anime - e vice-versa.
Vejamos. A começar pelo primeiro episódio, onde segue fiel ao mangá até a parte em que Afro elimina os mercenários mandados pelos Monges do Vazio em um descampado. (a sequência em que o ex-"número 1" luta contra Justice é incrível, de tão bem-feita). Depois, temos a sequência da briga de Afro em um bar.
Ah: Ninja Ninja também possui uma personalidade diferente: enquanto que no mangá ele aparecia quando queria e só para encher o saco de Afro, no anime o misterioso ninja torce e até tenta avisar o herói do perigo. E , ainda no anime, ele foi capaz de se sacrificar para salvar a vida do herói! Sem falar que seu linguajar cheio de gírias se aproxima mais do pessoal das ruas que no mangá.
Ainda no primeiro episódio, Afro tem um confronto em um desfiladeiro contra Rokutaro, o Monge do Vazio número seis. E quase leva a pior, visto que, antes da aparição do grandalhão, Afro havia sido atacado por um guerreiro armado de uma combinação de metralhadora e besta - e foi envenenado.
No segundo episódio, Afro é salvo e tratado por Okiku, uma mulher aparentemente inocente, mas que na verdade é uma agente que sonda as lembranças do herói e envia essas informações aos Monges do Vazio. Aqui, começam os flashbacks do passado do herói, que são diferentes do mangá - as sequências de luta são mais longas, e foi acrescentada a informação de que o pequeno Afro havia sido agredido, teve a faixa de número 2, que estava em seu poder, roubada, e que foi encontrado ferido por seu futuro amigo e adversário Jinnosuke.
Porém, Okiku acaba se apaixonando pelo herói, e temos a seguir uma (discreta) cena de sexo entre Okiku e Afro. Porém, após contar a verdade ao herói, Okiku é assassinada por mercenários, pois ela tentou encerrar seu acordo com os Monges do Vazio. E esses mercenários são, a seguir, retalhados por Afro.
O terceiro episódio já começa quente: Afro, na ponte que leva ao templo dos Sete Vazios, já tem um confronto contra o Afrodróide - a luta de Afro contra o robô construído à sua imagem, no mangá, é mostrada no finalzinho, quando Afro penetra na cidade de Bhava-Agra. Porém, Afro não consegue destruí-lo na primeira. Depois de acabar com Rokutaro e os Monges do Vazio Shinoji e Gonoji (os monges números quatro e cinco), Afro encara novamente o Afrodróide, e os dois chegam a voar para o céu durante o confronto! E é no elevador para o templo do "Número 1" que Afro acaba com Ichinoji, o Monge Número um, que possui um braço mecânico. No mangá, a luta de Afro contra os Monges do Vazio é bem mais emocionante, pois Afro não apenas luta contra eles, mas também contra o exército de mercenários contratados pelos Monges. Mas, tal como no mangá Ichinoji mata Ninoji, o monge número dois, que discordava do "irmão" quanto aos seus planos de obter a faixa do "número 2".
Já no quatro episódio, Afro encara Kuma, o guerreiro com cabeça de ursinho, que mais tarde revela ser Jinnosuke, o colega de treinamento de Afro, que está bastante ressentido do herói ter matado o próprio mestre e ter permitido a chacina dos próprios amigos por causa de sua sede de vingança. No anime, ao contrário do mangá, é mostrado como Jinnosuke, mutilado e ferido, foi reconstruído pelo monstruoso Daruman-sensei. E Jinnosuke está louco para se vingar do herói. É nessa parte que Ninja Ninja se sacrifica.
Na continuação dos flashbacks, temos outra diferença: Otsuru, que no mangá é o grande amor do herói, no anime parece não crescer, nem largar seu urso de pelúcia. Ah, e pelo que se entende, Okiku, na verdade, é Otsuru. Porém, é parecida a parte em que Afro enfrenta seu mestre pela posse da faixa de "número 2".
E a maior diferença entre o mangá e o anime: quando Afro encontra Justice. No mangá, Afro ainda precisa passar por um exército de Afrodróides para chegar até o trono onde está o "número 1" - e ainda mata Daruman-sensei. Porém, a luta para chegar até ali revelou-se inútil: Afro encontra o "número 1" já morto em seu trono.
No anime, temos o confronto entre Justice e Afro. O pistoleiro, além de revelar ter a capacidade de reconstruir seu corpo quando este é mutilado, revela seu plano de conseguir todas as faixas para enfim conquistar o poder de Deus. No anime, Afro tem o seu confronto contra o homem que matou seu pai.
E, diferente do mangá, Kuma/Jinnosuke não morre no final.
Bem. Nessas condições, AFRO SAMURAI anime complementa AFRO SAMURAI mangá. Ambas as mídias criam um único conjunto. Se bem que o anime possui uma belíssima animação, um clima obscuro e frio, tal como no mangá, sequências de ação de tirar o fôlego e a trilha sonora, com temas de rap, hip-hop e soul music, que casa perfeitamente com o enredo, dando um clima de blaxplotation - o cinema feito por negros e para negros. Nesse sentindo, AFRO SAMURAI seria como um filme de samurai blaxplotation.
Vários sites oferecem AFRO SAMURAI anime para baixar - e com o áudio em inglês, onde as vozes de Samuel L. Jackson, Ron Perlman e Kelly Hu podem ser apreciadas. O site de onde eu baixei foi o Anime Forces. Link: http://animeforces.com/index.asp?page=animes&id=550. É a melhor opção no momento, pelo menos aqui no Brasil, pois não tenho conhecimento se o DVD da série está disponível para venda no país.
E a maior diferença entre o mangá e o anime: quando Afro encontra Justice. No mangá, Afro ainda precisa passar por um exército de Afrodróides para chegar até o trono onde está o "número 1" - e ainda mata Daruman-sensei. Porém, a luta para chegar até ali revelou-se inútil: Afro encontra o "número 1" já morto em seu trono.
No anime, temos o confronto entre Justice e Afro. O pistoleiro, além de revelar ter a capacidade de reconstruir seu corpo quando este é mutilado, revela seu plano de conseguir todas as faixas para enfim conquistar o poder de Deus. No anime, Afro tem o seu confronto contra o homem que matou seu pai.
E, diferente do mangá, Kuma/Jinnosuke não morre no final.
Bem. Nessas condições, AFRO SAMURAI anime complementa AFRO SAMURAI mangá. Ambas as mídias criam um único conjunto. Se bem que o anime possui uma belíssima animação, um clima obscuro e frio, tal como no mangá, sequências de ação de tirar o fôlego e a trilha sonora, com temas de rap, hip-hop e soul music, que casa perfeitamente com o enredo, dando um clima de blaxplotation - o cinema feito por negros e para negros. Nesse sentindo, AFRO SAMURAI seria como um filme de samurai blaxplotation.
Vários sites oferecem AFRO SAMURAI anime para baixar - e com o áudio em inglês, onde as vozes de Samuel L. Jackson, Ron Perlman e Kelly Hu podem ser apreciadas. O site de onde eu baixei foi o Anime Forces. Link: http://animeforces.com/index.asp?page=animes&id=550. É a melhor opção no momento, pelo menos aqui no Brasil, pois não tenho conhecimento se o DVD da série está disponível para venda no país.
Para encerrar, mais um desenho de personagem de AFRO SAMURAI: desta vez, desenhei Kuma/Jinnosuke. E sabem que até eu me surpreendi com o resultado obtido?
Já o longa-metragem fica para mais tarde um pouco.
Já o longa-metragem fica para mais tarde um pouco.
Até mais!
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