quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

POPEYE - arroz com feijão e espinafre...

Olá.

O ano de 2012 tem tudo para terminar bem – no mundo dos quadrinhos. Afinal, os quadrinhistas brasileiros estão ganhando muito mais reconhecimento que nos anos anteriores, Bons álbuns de quadrinhos nacionais foram lançados nos últimos tempos, e os leitores brasileiros ganharam pacotes generosos de quadrinhos clássicos, nas bancas, a preços acessíveis. Tudo graças à Pixel Media, selo do grupo Ediouro – ao menos, nessa última parte.
Bão. Perto da virada do ano, eis que chega, às bancas brasileiras, o terceiro número do gibi do Popeye! Da Pixel Media, é claro.

Assim como o gibi do Recruta Zero, Popeye e Seus Amigos traz uma miscelânea de tiras e páginas dominicais dos conhecidos personagens da megacorporação King Features Syndicate. Encabeçado, naturalmente, pelo personagem criado por Elsie Segar.
Este mês, nenhuma novidade. Apenas tiras que estrearam anteriormente nos gibis do Popeye e do Recruta Zero. O que mais conta aqui é saber que, depois de estarem fora do circuito editorial brasileiro por muitos anos, estes personagens agora se encontram ao alcance das novas gerações.
E fazendo uma oportuna retificação. Continuem lendo e saberão do que falo.
Bem. O gibi começa com Popeye, com o arco de tiras Olívia, a Herdeira. Numa história maluca, o leitor acaba entendendo por que se diz que dinheiro não traz felicidade. Ela começa quando Olívia, triste porque Popeye recusou-se a casar com ela por temer não conseguir sustentá-la, acaba recebendo uma herança de valor irreal de um tio rico. E, com a casa cheia de sacos de dinheiro, Olívia, que em muitas oportunidades já mostrou ser louca por dinheiro, tem mais problemas que benefícios com essa monstruosa herança: perde amigos, o Popeye ameaça romper com ela, mesmo quando Olívia lhe dá grandes presentes (o marinheiro caolho não é do tipo que se deixa seduzir por uma mulher bilionária – convicção ou burrice?), e a herdeira ainda precisa gastar grandes somas para não ficar com mais dinheiro que o governo. E ela ainda chama o Brutus como avalista. As coisas ficam cada vez mais malucas no momento em que Popeye descobre que o tal tio rico de Olívia, um sortudo crônico, está vivo! É muita loucura. Tudo proporcionado por Bud Sagendorf, continuador do criador do personagem, o já citado Segar.
Em seguida, quem chega é Zé Fumaça, com Fofoca para quem Gosta de Fofoca. Na série de tiras, Luísa, mulher do caipirão, e sua amiga Etelvina, trocam boatarias entre si, com o devido sotaque caipira. E vale tudo para descobrir uma intriga oportuna! As tiras e páginas foram escritas e desenhadas por John Rose, que, ao que tudo indica, é o atual titular da tira, e continuador do trabalho de Fred Lasswell, que por sua vez foi o continuador do trabalho do criador dos personagens, Billy De Beck. É essa a retificação e que eu estava falando: na edição 2 de Popeye, apesar de as tiras do Zé Fumaça aparecerem com o nome de Lasswell nos créditos, tudo foi desenhado por Rose. Erro da editora? Mas também distração deste redator de piiih.
A seguir, Touro Sentado, de Gordon Bess, está de volta. Em Laços de Família, o chefe da tribo indígena precisa administrar a tribo, as guerras contra a cavalaria, a mulher, o filho travesso, manter a filha longe do namorado trapalhão e ficar de olho na mãe, uma legítima “índia pinguça”, que passa mais tempo no bar que em casa. Por isso, Touro Sentado lembra muito Hagar, o Horrível. Afinal, também é uma family strip (tiras com famílias), antes de tudo. E não estranhem, também, o fato de a tribo indígena de Touro Sentado estar incrivelmente civilizada – o bar, por exemplo, se parece muito com um bar citadino, só que dentro de um tipi (aquelas cabanas em forma de cone dos indígenas norte-americanos, feitas de varetas e cobertas com couro).
Após uma página com o Popeye (Sagendorf de novo), temos o retorno de Belinda, por Dean Young e John Marshall (Dean é o continuador do criador da personagem, Chic Young). Mais situações engraçadas com Belinda, uma bela dona-de-casa normal, e seu marido, o atrapalhado Adalberto. Uma das tiras favoritas do público americano por conta da grande identificação das famílias de classe média com as vida pacata de Belinda, Adalberto, seus filhos e a cadela Daisy. Oh: três das páginas de Belinda (assim como uma do Zé Fumaça) já foram publicadas anteriormente dentro da coleção. Só avisando.
Após uma página com o Recruta Zero (por Mort e Greg Walker, pai e filho respectivamente), quem chega é Hagar, o Horrível, por Chris Browne (continuador do criador, Dik Browne). Em Todo Viking é uma Ilha, as tiras retratam a incômoda situação de Hagar e Eddie Sortudo, náufragos em uma ilhota deserta. Chato, não? Ainda mais vendo o quanto as piadas soam repetitivas.
A seguir, é a vez de Crock e os Legionários, por Brant Parker e Bill Rechin. O co-criador de O Mago de Id e seu assistente mostram mais situações com o mau-caráter comandante de uma guarnição da Legião Estrangeira, a força paramilitar francesa que atua nos desertos da África do Norte. Lembrando que o personagem já fez sua primeira aparição no último gibi do Recruta Zero.
Em seguida, mais uma rodada de Zé Fumaça, com A Volta da Fessora. Pequenas situações passadas na escola do povoado, com uma professora distraída e alunos espertinhos. Também por John Rose.
O gibi se encerra com mais uma história curta do Recruta Zero (pelos Walker) e outra do Popeye (por Sagendorf).
Não foi de todo ruim. Mas quando Pinduca e Krazy Kat vão voltar à coleção? E será que o pessoal da Pixel Media vai começar a distribuir melhor os personagens pelas revistas – deixando A Arca dos Bichos, Sam e Silo e Zezé & Cia nos gibis do Recruta Zero? Podem melhorar também a escolha das tiras que vão ser publicadas? E quando será que vão aparecer histórias do Popeye desenhadas pelos outros desenhistas do personagem – como Doc Winner, Bela Zaboly e, claro, o próprio Segar?
Fica a dica para o próximo número, pessoal da Pixel Media.
E o preço de R$ 4,50 continua o mesmo. Bem acessível. Bom para os fãs antigos, melhor ainda para as futuras gerações.
Para encerrar, eis aqui as primeiras tiras do mais recente arco de Letícia, minha personagem. Eu não queria encerrar o ano com um conflito, mas acabou acontecendo fora do meu controle. De todo modo, continuem acompanhando a série em seu blog próprio: http://leticiaquadrinhos.blogspot.com.br/.
Sinto cheiro de novos e promissores tempos no ar. E que, em 2013, tenhamos publicações muito mais interessantes que neste ano que passou – em termos de quadrinhos. Já que o mundo não acabou, queremos mais é ler cada vez mais quadrinhos!
Até mais!

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