quarta-feira, 10 de setembro de 2014

BIDU - CAMINHOS - Ele que late, late, também virou graphic novel!

Olá.
Hoje, vamos falar de quadrinhos? Vamos! De quadrinhos do Brasil? Vamos!! De Graphic MSP? VAMOS!!!
Como todo mundo já deve estar ciente, desde o final de 2012, os Estúdios Maurício de Sousa, responsáveis pelos quadrinhos de Turma da Mônica, mantém um selo de graphic novels, o Graphic MSP, onde autores consagrados reinterpretam, a seu modo, personagens clássicos da casa. E, até agora, temos visto trabalhos de excelente qualidade – os artistas escalados não querem decepcionar apenas ao Maurício de Sousa, à editora Panini e ao editor geral das publicações, Sidney Gusman, mas também ao público. Por isso, todas as tramas tem excelentes roteiros, excelentes desenhos, grande quantidade de referências ao universo de Maurício de Sousa e à cultura pop em geral... enfim, cada álbum anunciado e que chega ao mercado já se torna um verdadeiro evento nerd do Brasil. É a série Graphic MSP limpando a barra do há muito tempo mal falado quadrinho brasileiro.

Bão, vamos rememorar: em outubro de 2012, veio o primeiro álbum, Astronauta – Magnetar, de Danilo Beyruth e Cris Peter. Em maio de 2013, o segundo, Turmada Mônica – Laços, de Victor e Lu Caffaggi. Em agosto de 2013, Chico Bento – Pavor Espaciar, de Gustavo Duarte. E, em novembro de 2013, fechando o primeiro ciclo da série, Piteco – Ingá, de Shiko. Todos pela Panini, casa editora dos quadrinhos de Maurício de Sousa desde a segunda metade da primeira década de 2000. Ainda no final de 2013, os novos álbuns da série foram anunciados. Os próximos contemplados do universo MSP serão: Bidu, por Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho; Papa-Capim, por Marcela Godoy e Renato Guedes; Turma do Penadinho, por Paulo Crumbim e Cristina Eiko Yamamoto; e Turma da Mata, por Artur Fujita, Greg Tocchini, e Davi Calil. Além disso, Astronauta e Turma da Mônica ganharão novos álbuns, continuações dos primeiros, respectivamente por Beyruth e os Caffaggi. Esses foram os nomes anunciados no final de 2013.
Bão. Mas o projeto já começou a enfrentar percalços: Greg Tocchini, que iria cuidar do álbum da Turma da Mata, se desligou do projeto. Foi anunciado, no início desta semana, que Roger Cruz foi escalado para substituir Tocchini. E que, no início de 2015, o Louco vai ganhar seu próprio álbum, por Rogério Coelho.
Well. O próximo álbum do projeto vai ser Astronauta – Singularidade, de Danilo Beyruth, a continuação de Magnetar. Pois agora, no final de agosto, já chegou o primeiro álbum deste segundo ciclo: BIDU – CAMINHOS, de Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho.

OS AUTORES
Os mineiros Damasceno e Garrocho despontaram há pouco na cena dos quadrinhos brasileiros. Os dois trabalham juntos desde 2007, mas antes disso já seguiam seus próprios caminhos (Damasceno nasceu em Formiga, Minas Gerais, formado em Produção Editorial, e desde 2001 vive em Belo Horizonte, onde atua na área da publicidade; já Garrocho é natural de Belo Horizonte, formado em História, teve diversos empregos antes de assumir o ofício de quadrinhista e desde 2013 administra oficinas de HQ). Em 2010, os dois criaram o site Quadrinhos Rasos (www.quadrinhosrasos.com), onde fazem quadrinhos baseados em letras de músicas. Garrocho, entretanto, também mantém o site de tiras humorísticas Bufas Danadas (www.bufasdanadas.com), feitas no paint.
Ambos se tornaram conhecidos a partir de 2011, quando lançaram o álbum Achados e Perdidos. O motivo maior: trata-se do primeiro álbum de HQ brasileiro publicado através de crowdfunding (financiamento coletivo) na internet. Depois da experiência bem-sucedida, os brasileiros passaram a colocar projetos de HQ em sites como o Catarse, onde é o público quem colabora com a publicação, em troca de brindes como exemplares da HQ em questão, materiais extras... Graças a Damasceno e Garrocho, o quadrinhista nacional descobriu uma maneira de contornar as dificuldades existentes de publicar HQ no Brasil.
Em 2013, a dupla voltou com outro álbum, Cosmonauta Cosmo, parceria entre o selo Quadrinhos Rasos e a editora Miguilim. BIDU – CAMINHOS é, portanto, o terceiro álbum publicado da dupla. Mas, até onde pudemos apurar, Damasceno e Garrocho, ao contrário dos autores dos álbuns anteriores, não participaram do projeto MSP 50, série de álbuns onde artistas homenageiam o trabalho de Maurício de Sousa, lançados entre 2009 e 2011 – e que serviram de “porta de entrada” para o projeto Graphic MSP.

E O BIDU, QUE LATE, LATE, TAMBÉM VIROU CHOCOLATE
A frase acima é de um dos mais grudentos jingles de produtos licenciados com a Turma da Mônica – lembram daqueles chocolates que traziam os personagens da turminha esculpidos em chocolate branco, em uma “moldura” de chocolate ao leite? Não? Senão, deixem pra lá.
Quem não conhece o cachorrinho Bidu? Afinal, ele é a própria mascote da Maurício de Sousa Produções. E não apenas por ele ser o personagem mais antigo de Maurício de Sousa. Ou melhor, um dos primeiros: junto com ele, nasceu o seu dono, o menino-cientista Franjinha. Ou quase isso.
Os dois surgiram em 18 de julho de 1959, no jornal Folha da Tarde, de São Paulo. O então repórter policial Maurício de Sousa desenhava as tiras de forma vertical, sem palavras. No início, Franjinha era apenas mais um menino arteiro das HQ, e o Bidu era apenas um cachorro normal, que agia como um cachorro.
Aliás, quando nasceu, o cachorro, inspirado em um cãozinho que o próprio Maurício teve na infância, chamado Cuíca, nem nome tinha; ele foi escolhido através de um concurso interno da redação da Folha da Tarde. Quem ganhou foi um colega chamado Petinatti, que sugeriu o termo, que na época significava adivinhão, esperto, sabichão.
Com o sucesso das tiras, Bidu ganhou revista própria. Em 1960, Bidu e Franjinha apareceram na revista Zaz-Traz, da editora Continental; depois, Bidu ganhou um gibi próprio, pela mesma editora, que durou oito edições. Um dos editores da Continental, Jayme Cortez, se tornaria grande amigo de Maurício e trabalharia nos estúdios dele. De início, Bidu e Franjinha ocupavam todo o gibi, mas, devido a uma sobrecarga de serviço por parte de Maurício, que não conseguia mais produzir sozinho material para os gibis e para as tiras de jornal, os personagens tiveram de dividir espaço com outros personagens. E, diga-se de passagem, Bidu teve seu destino marcado pelo mesmo motivo do Incrível Hulk: sua cor foi definida através de um erro da gráfica. Originalmente, o Bidu deveria ser cinza, mas o cinza da impressão saiu meio azulado. Portanto, Bidu se tornou um cachorrinho azul!
A importância de Bidu para Maurício de Sousa foi tão grande que, quando o autor criou o estúdio para a produção de HQs e tiras nos anos 60, inicialmente o estúdio se chamava Bidulândia. Mas desde cedo ficou definido que Bidu seria a mascote do estúdio.
E é claro que, como tantos personagens do universo de Maurício de Sousa, sua aparência, bem como a de seu dono, foi bastante retrabalhada, até chegar à atual. Após a Mônica assumir seu papel como personagem principal, Franjinha foi realocado como coadjuvante, tornando-se o menino cientista.
O personagem tem basicamente três facetas. A primeira é a de um cachorro normal, fazendo coisas de cachorro, como roer ossos, enterrar ossos, correr atrás de varetas, fugir do banho (e consequentemente sofrer com as pulgas em seu pelo) e das visitas ao veterinário, interagir com outros cachorros – paquerar as fêmeas e brigar com os cães valentões – e fugir do homem da carrocinha. É aqui que entram o Franjinha e um dos principais coadjuvantes de suas historinhas, o cachorrinho Duque, grande parceiro de “atividades caninas” de Bidu. E é assim, como cachorro normal, que ele interage com Franjinha, Mônica, Cebolinha e os demais da Rua do Limoeiro.
A segunda é a do nonsense: em diversas tiras, Bidu aparece conversando com objetos inanimados, com piadas metalinguísticas – a mais notória “confidente” do cachorrinho é a Dona Pedra, sendo que as conversas entre os dois é o ponto de partida de diversas histórias do cachorrinho.
A terceira faceta é a metalinguística: nesse ponto, Bidu anda com as duas patas traseiras, fala e tem como principal preocupação tentar fazer com que as suas historinhas aconteçam direito. O Bidu, aqui, age como um ator, um cineasta, temperamental e que se irrita quando nada sai como o planejado. É aqui que entra o cachorrinho Manfredo, o contrarregra de boné e macacão, que tenta assegurar que tudo saia direito, correndo de um lado para outro, erguendo cenários, negociando com a “equipe de produção”... nessas histórias, Bidu brinca com o próprio modo de se fazer HQ. Esse universo assume características próprias, praticamente descolado do restante do universo da Turma da Mônica.
Aah, mas também, como falar no Bidu sem falar em Bugu, o cachorrinho amarelo e redondinho? O “chatinho” personagem está sempre tentando roubar o estrelato de Bidu nas historinhas, mas o mais que consegue é ser expulso pelo próprio, geralmente com um chute no bumbum. Bugu foi criado pelo irmão de Maurício, Márcio de Sousa, que definia o cachorrinho como seu alter-ego. A marca registrada de Bugu é o seu bordão de entrada: “Alô, Mamãe!”, e o de saída, “Tchau, Mamãe!”.
As histórias longas de Bidu, publicadas nos gibis de linha da Turma da Mônica, sempre brincam com todos esses aspectos. Principalmente as histórias metalinguísticas. Numa das melhores, a turma do Bidu recria, ao modo Maurício de Sousa, a trajetória dos Beatles, com Bidu no papel de Paul McCartney, Duque como Ringo Starr, Manfredo como George Harrison e Bugu como John Lennon. Ah: quando a onda do momento era o “mago mascarado” Mister M, aquele que ganhou notoriedade revelando segredos dos mágicos, foi criado um personagem, Mister B, que revelava ao público alguns segredos dos personagens das HQ. Embora suas formas fossem as do Bidu, em uma história, foi revelado que sua identidade secreta era... o Bugu!!!
Com o tempo, novos personagens foram adicionados ao universo do cachorrinho, como os cães Zé Esquecido e Rufius e a prima Biduzete. Bidu também interage com Floquinho, o cachorro do Cebolinha, e Monicão, o cachorro da Mônica. E com o Mingau, o gato da Magali, e Chovinista, o porquinho de estimação do Cascão, é claro.

O ÁLBUM
Bem, agora vamos falar do álbum de Damasceno e Garrocho.
BIDU – CAMINHOS propõe reimaginar o modo como Bidu e Franjinha se conheceram. Todo mundo sabe como o álbum vai terminar, mas o mais importante é como vai se chegar a esse final feliz.
Antes de tudo, é preciso dizer: não se trata de um álbum de leitura fácil. Até porque tem poucos momentos realmente com palavras; a maior parte do álbum é puramente visual. Já explico.
O álbum transpira, em todas as suas páginas, melancolia, ternura e sentimento, mas com momentos calculados de humor. Como o próprio título do álbum entrega, a trajetória do cachorrinho até conhecer o seu dono é cheia de percalços e desencontros. Durante esta trajetória, Bidu interage com outros personagens de seu próprio universo – participam dessa trajetória Bugu, Duque e Rufius. O buldogue valentão é um personagem relativamente recente, logo não são muitos que o conhecem de fato. Até a Dona Pedra marca presença, em um breve momento do álbum. Esqueçam o Manfredo – todos os personagens caninos da história são cachorros mesmo, mais perto do lado animal.
Mas o álbum também é cheio de metalinguagem dos quadrinhos. Como eu disse, os momentos com palavras são poucos – assim como em Chico Bento – Pavor Espaciar. Apenas os humanos falam com palavras. Já os cães se comunicam através de ícones – seus balões de fala são preenchidos com desenhos, e fica a cargo do leitor interpretar o que eles estão falando, através dos desenhos explicativos – na base do “entendeu ou quer que eu desenhe?”. Não é um recurso novo em histórias em quadrinhos, só é raro. Cada personagem tem suas falas com balões personalizados: Bidu fala com balões amarelos – e Bugu também; os de Duque são rosados; e os de Rufius, azuis-escuros e em negativo, como plantas de projeto de arquitetura. Às vezes, os balões entram um dentro do outro, ou “batem” em personagens. Damasceno e Garrocho brincam com o recurso dos balões como nenhum outro autor faz hoje em dia – já falei que eu acho o balonamento de HQ por computador e a fonte Comic Sans, muito usadas pelos quadrinhistas da atualidade, uma patifaria? O computador, em BIDU – CAMINHOS, entra só para colocar as letras, onde devem ser colocadas as letras, e na colorização dos desenhos.
E tem mais. Não só os balões: Damasceno e Garrocho também brincam com as onomatopeias – as palavras que imitam sons, para quem não sabe. Eles não apenas desenham-nas à mão, como as fazem “interagir” com os personagens, ou mesmo se incorporar aos acontecimentos. Por exemplo: o “roonc” do estômago de Bidu que se prende ao seu corpo como uma algema; o “cabrum” de um trovão que bate em sua cabeça; o “sblosh” do personagem caindo na água que se mistura à coroa formada pela água. E por aí vai.
Os desenhos são quase simples, de tão estilizados. Não tem grandes detalhes minuciosos. E: os desenhos, assim como o roteiro, foram feitos a quatro mãos. Todas as etapas do trabalho foram feitas por Damasceno e Garrocho, em condições igualitárias, sem diferença de estilo de um e outro – roteiro, desenho, arte-final, cores. Como eles devem ter discutido até chegarem a esse resultado: afinal, cada momento da história só passava se um ou outro aprovasse.
Dessa maneira, BIDU – CAMINHOS se torna uma HQ diferenciada de qualquer outra produzida nos dias de hoje – uma HQ mais visual que feita para ler. Quadrinhos como ninguém mais se arrisca a fazer hoje em dia. Eu disse que não era de leitura fácil, já que ela depende demais das imagens. E também não é fácil descrever o álbum em palavras. Só virando suas páginas para entender.

O ENREDO
Estou devendo o enredo do álbum, certo? Tá legal.
Como eu disse, BIDU – CAMINHOS reimagina o modo como Bidu e Franjinha se conheceram. O menino começa a história reclamando com a mãe que quer ter um cachorro – o sonho de todo menino em algum momento da vida. E já começa a traçar esquemas para obter esse cachorro.
Já Bidu começa o álbum como um cachorro de rua comum: vagabundeando pelas ruas, catando ossos, invadindo quintais para tomar água, e fazendo da carcaça de um automóvel, largada em um terreno baldio, o seu abrigo. Nem nome tem ainda. E assim, ele vive feliz. Até trava uma conversinha com a “Dona Pedra”. Uma voz em off vai dizendo, ao longo da história, em “como conheci meu melhor amigo”. Não se sabe de quem é a voz, nem de quem ela está falando, já que os vários encontros que Bidu estabelece, com diferentes personagens, dão diferentes interpretações a essa voz.
Bem. O primeiro “encontro aleatório” de Bidu é com o Bugu, que “assalta” o abrigo do cachorrinho. Claro que Bidu expulsa o cachorrão amarelo – e o maior desejo deste é simplesmente ocupar a carcaça de automóvel. Atentem, leitores: num detalhe do cenário, o bordão “Alô, Mamãe” aparece.
Depois desse encontro, quando Bidu parece tranquilo, outro cão aparece para perturbar sua paz: o enorme e feroz Rufius. Na briga de Bidu e o buldogue, o cachorrinho azul sai muito machucado: se deu mal. Pouco depois, ele acaba capturado pela carrocinha – meio que por vontade própria. E lá, ele está feliz em receber abrigo, comida... até que Rufius é capturado, e vai para o canil. O que deixa Bidu apreensivo.
No canil, Bidu acaba conhecendo Duque. Este está ali porque se perdeu de sua dona – foi capturado enquanto ele e a menina brincavam de esconde-esconde. De repente, Rufius resolve oprimir o próprio Duque, e Bidu resolve intervir para ajuda-lo. Bidu e Duque acabam apanhando, e, enquanto são medicados, já traçam planos para fugir da carrocinha. De repente, eis que Rufius invade a enfermaria, e escapa através do tubo de ventilação. Mas, como o buldogue está preso em uma focinheira, ele resolve permitir que Bidu e Duque venham com ele – em troca de libertá-lo da focinheira.
Durante a fuga pelos esgotos da cidade, os três discutem. Bidu é o que está mais desconfiado sobre Rufius, enquanto Duque confia nos planos do buldogue. Aí, chega o momento de tensão: num acidente em um dos túneis, Rufius fica preso aos corrimões do passadouro pela focinheira; Duque machuca a pata ao tentar ajuda-lo; mas Bidu resolve tirar o corpo fora.
Bidu volta a seu abrigo no terreno baldio. Mas não está feliz como deveria. Chove torrencialmente, e ele começa a sentir os efeitos da solidão e do remorso. Duque e Bugu olham enviesado para ele. Aqui, fica mais evidente a importância do trabalho de cores de Damasceno e Garrocho: nas cenas iniciais, o mundo é mais colorido, as cores são quase chapadas, mas com os devidos tons de sombreamento; nas cenas de solidão de Bidu, sob a chuva, há uma perda de cores, os tons são mais frios, simbolizando que a coisa está “preta” para o cachorrinho.
São várias páginas de sofrimento para o cachorrinho até que os remorsos crescentes o façam deixar de lado o egoísmo e voltar aos esgotos para ajudar Rufius. Bidu arrisca a vida para salvar a do buldogue, que por pouco não morre afogado nos esgotos; mas, no fim, com a ajuda de Duque e Bugu, os dois deixam as diferenças de lado e se salvam. Bidu acaba aprendendo a confiar mais nos outros – e a repensar suas decisões, até mesmo deixar sua vidinha pacata para trás, beneficiando outros, para achar o seu caminho.
E só conhece Franjinha, e ganha seu nome, no final do álbum, graças a um plano engenhoso do menino. Aliás, Franjinha avista o cachorrinho diversas vezes na rua – já sentindo que esse seria o cachorrinho que ele quer – antes de resolver que é ele quem vai encontrá-lo. É aí que entra uma caixa, que acompanha o menino desde o início do álbum. Essa caixa faz eco à primeira tira dos personagens, aliás, a de 1959.
Ah: também fazem participações especiais no álbum a Mônica, o Titi e o Jeremias – estes dois, os amigos mais “crescidos” do igualmente “crescido” Franjinha, já que esses três são, no universo normal de Maurício, os personagens mais próximos da adolescência. Antes que perguntem: para todos os efeitos, o Zé Luís, do mesmo universo, já é adolescente. Não tanto quanto Tina e Rolo, mas Zé Luís já é adolescente. E porque falei no Zé Luís, afinal, se ele nem aparece em BIDU – CAMINHOS? Deixem pra lá.
Desse modo, BIDU – CAMINHOS tem tudo para se tornar o melhor álbum, até agora, de toda a série Graphic MSP. Tem potencial até para superar Turma da Mônica – Laços, o melhor do primeiro ciclo da série.
Como todos os álbuns, BIDU – CAMINHOS inclui: as páginas com os bastidores da série, relatando até as técnicas usadas pelos autores; o histórico do personagem retratado, incluindo a tira onde apareceu pela primeira vez; biografia dos autores; um posfácio de um artista convidado – o de BIDU – CAMINHOS foi escrito pelo quadrinhista Lelis – e duas opções de capa e preço: capa dura, a R$ 29,90; e capa cartonada, a R$ 19,90.
Nestas eleições, Maurício de Sousa para presidente do Brasil! Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho para governadores de Minas Gerais! (mas quem vai ser o governador, e quem vai ser o vice?)
Para encerrar, tudo o que tenho é mais um trecho de uma sequência inédita de tiras de minha personagem Letícia. Já fiz isso uma vez, colocar tiras da Letícia acompanhando um texto sobre as Graphic MSP. E o que seria mais apropriado agora?
Letícia, caso não saibam, é uma tira totalmente artesanal, desde que comecei a produzir tiras dela. Toda feita a mão – desenhos, balões, texto, cinzas. O computador só entra na hora de escanear as tiras desenhadas. Noutro momento, eu conto os bastidores da confecção das tiras com mais detalhes. Agora, fiquem com mais um trecho do arco “A princesa do bilboquê”, ainda sem previsão de terminar. Inclusa, também, a tira número 600 da série, publicada recentemente. Letícia, portanto, já é a série de tiras mais duradoura de Rafael Grasel.
Confiram mais tiras em http://leticiaquadrinhos.blogspot.com.br/. E não se esqueçam: em outubro, este blog também completa anos! Aguardem!

Até mais!

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