Olá.
Os fãs de quadrinhos que estavam com a respiração presa já podem respirar aliviados: MIRACLEMAN #3 está nas bancas!
Para quem chegou agora, o gibi é um clássico das HQ mundiais que estava há décadas desaparecido das bancas de todo o mundo. Nascido como Marvelman em 1954, sob o traço do inglês Mick Anglo, o super-herói foi reinventado pelo também britânico Alan Moore em 1982, e ficou desaparecido das bancas mundiais desde o início dos anos 90, até que a Marvel Comics comprou os direitos de republicar toda a saga do Miracleman - nome pelo qual o Marvelman precisou ser rebatizado nos anos 80. E, no Brasil, a saga está saindo pela Panini Comics, que detém o direito sobre o portfólio Marvel.
Ah, a propósito: a pronúncia do nome do herói, se não estou enganado, é "Míracol-men" (em inglês, as palavras proparoxítonas não necessitam do acento, obrigatório na ortografia da língua portuguesa). Informação inserida por constatação tida na hora da compra da revista - o jornaleiro não sabia pronunciar o nome.
Muitos leitores sentiram a demora da nova edição, mas olha ela aí:
MIRACLEMAN #3
Lançada (em tese) em fevereiro de 2015.
A data na capa é fevereiro, mas em muitas bancas só chegou agora, em início de março - culpa da greve dos caminhoneiros? Talvez em parte. Bem, o terceiro número desta vez traz três capítulos da saga do Miracleman de "Escritor Original" (Alan Moore pediu que seu nome fosse tirado dos créditos), Gary Leach e Alan Davis, publicada na revista Warrior, em 1982. A partir deste número, Alan Davis passa a ser o artista principal da série, deixando a Gary Leach, que desenhou os primeiros episódios, com o trabalho de arte-final. No primeiro episódio, Anjos Caídos, Trovão Esquecido (Warrior #6), prossegue o feroz combate entre o renascido Miracleman, identidade do jornalista Micky Moran, contra o ex-pupilo, o empresário Jonathan Bates, o ex-Kid Miracleman, agora um psicopata corrompido pelos poderes. No último capítulo, Bates parece ter afinal acabado com Miracleman, e ameaça a mulher dele, Liz. Mas Miracleman consegue se recuperar, e parte para outro round, que termina com um final inesperado: quando Bates parece estar vencendo a batalha, e se vangloriando da vitória, ele fala o nome do Miracleman e... se transforma em garoto novamente. E, em estado catatônico, o pequeno Jonathan Bates acaba hospitalizado, incapaz de lutar, e com a consciência do Kid Miracleman presa em sua mente, lhe espinafrando. Mas esse agora será o menor dos problemas de Miracleman nesse momento. Porque entra agora, em cena, um grupo de homens que podem estar por trás do desaparecimento do Miracleman nos anos 60, na explosão atômica na qual o herói perdeu a memória. Eles começam a dar as caras no episódio seguinte, Identidade Secreta (Warrior # 7). Enquanto, passados dois meses da batalha contra Jonathan Bates, Miracleman / Micky Moran e a esposa, Liz, discutem, numa viagem ao campo, alguns aspectos dos poderes do herói - entre eles, o fato de Miracleman ter uma personalidade distinta da de Moran, entra em cena um homem perigoso: o assassino Evelyn Cream, um negro com safiras azuis no lugar dos dentes, representante dos tais homens interessados na morte do Miracleman. Cream investiga, junto aos terroristas que sobreviveram à ressurreição do Miracleman na usina atômica, a sua possível identidade secreta. E, no terceiro episódio, Assassinato Azul (Warrior # 8), Moran está incomodado: descobre que Liz está esperando um filho - mas não dele, mas do Miracleman. E, na ida ao trabalho, Moran tem um encontro desagradável com Evelyn Cream... o desfecho do episódio cria expectativas pelo que vem a seguir, apesar da finalização pessimista. E o "Escritor Original" continua desnecessariamente verborrágico, fazendo um uso excessivo de textos em profusão - as imagens não são suficientes para ele. E não pensem que acabou! Na edição anterior de MIRACLEMAN, o leitor brasileiro foi apresentado a outro herói da Warrior, o Ferreiro Cósmico, também criação de Alan Moore, ops, "Escritor Original". Pois é ele e sua equipe que protagonizam a história, originalmente em duas partes, que completa a edição, Guerra Fria, Guerreiro Frio (Warrior #s 9 e 10). Para quem nunca ouviu falar - e provavelmente só ouvirá falar lendo a coleção que está saindo agora - os Ferreiros Cósmicos são uma raça de alienígenas evoluídos, cujo principal poder é o de se teleportar a enormes distâncias com apenas um gesto. Os superseres, trajados sempre no padrão preto, amarelo, vermelho e branco, defendem o seu mundo, os Mundos do Golfo, contra a invasão de seus inimigos, os alienígenas do Império Qys, capazes de assumir disfarces. O Ferreiro Cósmico que ajudou Miracleman na história publicada em Miracleman # 2 se chama Aza Chorn, e ele comanda o grupo onde se integram personagens como Phon Mooda, Llans Ivo e a jovem Uxu Chil (uh, nomezinhos, hein?). Bão, na história publicada nesta edição, com arte de Gary Leach, os Ferreiros Cósmicos deparam-se com a invasão de sua base por um grupo de jovens aventureiros espaciais - cujas falas cheias de gírias reinventadas se choca com o linguajar formal dos Ferreiros. Desconfiando que possam ser Qys disfarçados, os Ferreiros partem para o ataque - e Uxu Chil acaba matando um dos aventureiros, até descobrir que não são inimigos. O inimigo, aliás, pode estar mais perto deles do que eles próprios podem pensar... Sendo ficção científica pura, a história pode ser difícil de entender na primeira lida, exige atenção total do leitor, ainda mais se tratando de personagens novos. Talvez a HQ mais "cabeça" atualmente disponível no mercado nacional. Em alguns trechos, a ordem de leitura dos quadros é difícil - e o melhor, mesmo, é a arte de Leach. E olhem só os trajes de todos os personagens: ganhariam destaque em algum carnaval! Completam o gibi ilustrações pin-up de J. G. Jones, Mick Austin e Neal Adams, todas para as capas alternativas da coleção lançada em 2014, uma de Gary Leach para a Warrior nos anos 80, e a indispensável página de bastidores, apresentando as artes originais de Alan Davis e Gary Leach para Miracleman e esboços e artes de Guerra Fria, Guerreiro Frio. Este mês, não temos aventuras originais do Marvelman por Mick Anglo, como nas edições anteriores - espero que na próxima edição tenha. Tudo isso em 52 páginas, a R$ 7,50.
E estamos na expectativa pela próxima edição! Rezai às entidades cósmicas para que a série não seja interrompida - pelo menos antes de chegar até a fase escrita por Neil Gaiman para o herói!
Para encerrar, o que tenho mesmo para apresentar é uma pin-up (admito que deixa um pouco a desejar) do Ferreiro Cósmico Aza Chorn. Os desenhistas de HQ ingleses realmente gostavam de desafios. Para americanos e brasileiros, então...
Vamos aguardar novidades!
Até mais!
Um comentário:
Rafa,
Passei para agradecer todas as postagens que tem feito no nosso blog Educar é Viver...
Sua parceria é MARAVILHOSA!!!
Parabéns pelo belo trabalho...
Em breve voltarei a postar materiais e dicas de trabalho...
Abraços grandes,
Pedagoga Viviane.
orientarpedagogos.blogspot.com.br
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