segunda-feira, 7 de setembro de 2015

7 de setembro com perturbações

Olá.
Enquanto escrevo, ainda é o dia 7 de setembro, Dia da Independência, feriado nacional.
Mas o que tenho para falar sobre esse dia não é necessariamente animador para a grande maioria dos brasileiros.
Eu poderia estar colocando um desenho alusivo ao evento pátrio como sempre costumei fazer. Eu poderia estar usando um de meus personagens em uma homenagem ao Grito do Ipiranga ou algo relacionado. Mas, este ano, simplesmente, não há clima para tal. Nos blogs dos meus personagens, hoje tem tira normal, e só.


O Brasil ainda atravessa um período de más notícias. Crise econômica, crise política, crise hídrica, recessão técnica, perda de credibilidade, aumento da conta de luz, possível aumento de impostos para financiar investimentos que não retornarão aos brasileiros de bem... E, infelizmente, está deixando todo mundo irritado. Irritado e pouco propício a celebrar datas cívicas. Ainda mais em uma realidade onde o governo está devolvendo menos do que está recebendo.
É isso que eu tenho constatado vendo mensagens nas redes sociais, vendo notícias na televisão e internet: está todo mundo irritado, prestes a explodir. A grande maioria está contra o governo. E, usando o jargão dos "moderninhos", estar a favor do governo é "out", e contra o governo é "in".
Pelo que estou constatando, parece estar virando crime estar a favor do governo. Estar a favor do governo é, segundo os opositores, estar alienado. E ninguém gosta de alienados: são idiotas. E ninguém gosta de idiotas: são pouco úteis à sociedade. Nada úteis à sociedade. É claro que é a percepção dos críticos, não é a minha. Só fui montando estas palavras a partir de um conjunto de percepções das informações que obtenho por aí.
Claro que estou indignado com a situação nacional. Mas não a ponto de querer a saída da Presidente Dilma. Não, Impeachment não é solução. Isso não apoio. Apoio é que comecem, sim, a tomar medidas mais enérgicas para conter a onda de corrupção e de presepadas que estamos vendo. Mas tirar a presidente não vai resolver.
Nestas charges, que ilustram esta postagem, é isso que eu critico: a oposição raivosa e disposta a condenar qualquer um que se manifeste a favor do governo - que, para começar, foi reeleito por uma maioria de votos apertada, porém maioria. O povo manifestou uma vontade. E não é momento para hipocrisias.
E os opositores, também não venham se sentir superiores só porque não votaram na Dilma na última eleição.
Uma vez, uma amiga minha, numa conversa, respondeu assim a uma pergunta que fiz: "Do que será que os Brasileiros gostam mesmo?" "De reclamar, e apenas de reclamar". Parece que é isso: brasileiro só reclama do governo. Não sem razão, já que não está recebendo saúde, educação, emprego e benesses como deveria. Mas, ao invés de irem reclamar com o próprio governo, resolvem descontar em um amigo ou familiar próximo, como se fosse um bode expiatório. Todo mundo precisa de um bode expiatório, que levará para o deserto todos os males da pessoa?
Bem, os meus males prefiro deixar para quem realmente merece, não desconto-os na pessoa próxima. Por outro lado, tem um monte de gente descontando suas críticas e seus males perto de mim. Eu mesmo tenho servido de bode expiatório, tanto pessoalmente quanto na internet. Não estou querendo me fazer de vítima, como alguns leitores estarão querendo insinuar. Mas, se querem reclamar da política, reclamem com os políticos, não com o pessoal que não merece.
Voltando ao assunto, bem, saio em defesa das pessoas que apoiam o governo e são tachadas como idiotas. Defendo que haja mais diálogo e conciliação, e menos condenação de quem só está defendendo um ponto de vista não majoritário. Os defensores geralmente fazem as suas defesas com argumentos sólidos e bem-escolhidos, enquanto os detratores geralmente fazem uso de xingamentos, má educação, selvageria. Os detratores, que infelizmente são maioria, não sabem mais ver o outro lado da questão com argumentos maduros: se prendem à sua convicção selvagem e ensaiam um retorno à selva.
Isso vale para os que defendem o retorno do Regime Militar. Isso vale para os fundamentalistas religiosos e os homofóbicos. Isso vale para os que querem a morte violenta dos "petralhas". Enfim. Está todo mundo irritado no Brasil. É o que estou percebendo.
E isso está valendo para o Rio Grande do Sul. Infelizmente, o governador atual, José Ivo sartori, não tem feito uma boa gestão em seu primeiro ano. Que o digam os funcionários públicos, que estão tendo seus salários parcelados. Assim como é "in" ser contra a Dilma, virou "in" ser contra o Sartori. Eu não estou defendendo o Sartori, mas defendo quem está sendo duramente atacado por ser a favor da gestão Sartori. É o que expresso na charge especial para o povo do Rio Grande do Sul.
Confesso perante vós: não votei na Dilma, mas votei no Sartori - só para tirar o Tarso Genro, cuja gestão também não foi memorável. Vamos, me apedrejem por causa disso. Me xinguem, me condenem à morte, como tantos tem feito por aí.
Estas declarações podem ter sido um tanto polêmicas, mal colocadas, mal escritas, parecendo que eu não estou colocando coisa com coisa, como se eu estivesse sob efeito de remédio tarja preta (juro que não estou tomando nada, lícito ou ilícito. É verdade, acreditem!). Podem dizer que eu não passo de um moleque que não entende nem está entendendo nada de nada. É possível que ninguém vai nem mesmo ler o que escrevi aqui. Mas, como eu disse, é tudo baseado em percepções minhas: ultimamente, anda todo mundo irritado no Brasil. Até mesmo com quem defende o que já não pode ser mais defendido.
Devemos buscar uma cultura de paz, de gente aberta ao diálogo franco e sem exaltações. Devemos investir mais em educação. Em educar pessoas para serem educadas, no sentido da polidez e do bom comportamento. O governo não está dando bom exemplo? Não sejam como o governo de agora, deem melhores exemplos de conduta aí, em casa, na rua, em sociedade! Preguem desde já o que é aceitável, não o inaceitável, só porque as lideranças não estão dando bom exemplo! É o conselho que dou, na esperança de que alguém leia minha mensagem.
Aí, sim, valerá a pena comemorar um 7 de setembro como se deve.
Poderia deixar votos para que a situação melhore, poderia dizer que espero que a situação mai melhorar, que os problemas brasileiros finalmente serão resolvidos com a chegada da primavera. Mas, como muitos, eu espero é o desenrolar dos fatos. Resolve-se um problema, chega outro.
Bem, mas esta não é a pior crise que os brasileiros enfrentam. Tem gente desempregada, desesperada... mas já atravessamos a hiperinflação dos anos 1980 e 1990, já atravessamos a redemocratização, já atravessamos crises econômicas graves, já atravessamos crises políticas, mas não deixamos de viver como sempre vivemos. Vão parar agora por causa de uma recessão técnica? Vão se desanimar e parar agora?
Acho que é algo que devemos pensar.
Isso é tudo. Perdoem a grosseria.
Até mais.

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