Olá.
Estava demorando. Era para chegar em 30 dias em relação à última edição. Bem, já fez mais de 30 dias desde que saiu a última edição. Estávamos pensando até que este mês não ia ter, não ia sair.
Mas veio. Setembro ainda não terminou, felizmente. E uma nova edição de Miracleman chegou as bancas, finalmente!
Será que a Panini Comics, que está lançando no Brasil os gibis do super-herói inglês comprado pela Marvel Comics, resolveu ajustar o lançamento dos gibis para perto do final do mês, ao invés do início do mês, como de costume? De repente pode ser essa a explicação.
OK, mas o importante é que estamos diante da continuação da saga do herói reinventando por Alan "Escritor Original" Moore. E esta não é uma leitura para pirralhos. É para maiores de 18 anos. E também só para iniciados no mundo das HQ.
MIRACLEMAN # 9
Lançada em setembro de 2015, embora no expediente conste agosto.
O livro dois da saga, A Síndrome do Rei Vermelho, continua. Nesta edição, são três histórias - uma da saga do "Escritor Original", dos anos 1980, e duas da fase clássica do Marvelman, por Mick Anglo, o criador. Na última edição, depois de conseguir se livrar da ameaça do Miracledog, o jornalista Mick Moran volta a se transformar em Miracleman, executa de forma espetacular o seu arquiinimigo, Emil Gargunza (do qual agora só resta o osso da pelvis), e promove um banho de sangue para salvar sua esposa, Liz. No episódio de hoje, Cenas da Natividade (Miracleman 9, da editora estadunidense Eclipse Comics, julho de 1986), o herói já está mais manso, diante da mulher - que, nesse momento, já está dando à luz a filha do herói (sim, é uma menina, conforme relatado nas edições anteriores!). A arte do perturbador episódio desta vez é de Rick Veitch, com arte-final de Rick Bryant (substituindo Chuck Austen, o titular anterior). Nesse episódio, Miracleman se apressa em levar Liz a algum lugar para providenciar o parto, que está prestes a acontecer a qualquer momento. Mesmo primeiramente conduzindo Liz em um caminhão tirado das já desmanteladas instalações do quartel-general de Gargunza, o parto acaba acontecendo, mesmo, na floresta. E o parto é mostrado de forma explícita, em todos os detalhes, o que, na época, já foi uma grande ousadia. Nos anos 1980, as HQ davam um grande passo para abandonarem a pecha de serem "coisas de criança". Mesmo com a perturbadora visão do bebê saindo do ventre da mãe, a cena é, na realidade, uma guinada na série - após a matança promovida na edição anterior, a manifestação de uma vida promove um contraponto, e devolve a humanidade a Miracleman. Mas nem tudo são flores... No interlúdio, uma estranha dupla faz uma visita ao hospital, onde o ainda catatônico Jonathan Bates, o Kid Miracleman, está internado. Um prenúncio do que vai acontecer: o possível retorno do violento Kid Miracleman, para executar sua vingança. Mas fica para a próxima edição... A seguir, a página de bastidores, com os rascunhos de páginas do presente episódio feitas por Veitch, as artes-finais de Bryant e os passos da capa original de John Totleben. E, a seguir, as aventuras de Marvelman, todas escritas e desenhadas por Mick Anglo, e em preto e branco. Na primeira, Marvelman e a Imaginação do Artista (Marvelman 41, maio de 1954), o herói decide atender o desejo de um pintor em fazer um retrato do herói. Porém, de alguma maneira, a visão do pintor está distorcida, fazendo sua obra ficar cubista sem explicação - e a solução é Marvelman entrar, por sistemas elétricos, na mente do artista, para deter estranhos seres que estão promovendo a bagunça na mente do pintor. Eram os anos 1950, e a arte moderna ainda não tinha toda a aceitação que hoje tem... E, em certos momentos, a arte de Anglo emula a de C. C. Beck, o criador do Capitão Marvel, o herói estadunidense do qual Marvelman é derivado. E, de Marvelman 72 (janeiro de 1955), sai o primeiro episódio de uma série em seis partes, Marvelman e o Grande Mistério de Gargunza, a sair pelas próximas edições. No primeiro episódio, Gargunza é Sequestrado, o cientista louco, ávido por dinheiro e cumprindo liberdade condicional, acaba raptado pelo governo de uma nação do leste europeu, a Boromânia, cujo líder também quer acertar contas com Marvelman. E aceita juntar-se a ele em um plano para acabar com o herói. Do que se trata, saberemos no próximo episódio - daqui a 30 dias, e esperamos que esses 30 dias desta vez estejam certos. Completam o gibi ilustrações de Rick Veitch, Paul Renaud e David Marquez e Edgar Delgado. A capa acima é de Adi Granov.
Teria mesmo a Panini deslocado o lançamento do gibi de Miracleman para o final do mês, mesmo? Ou nos próximos meses voltará a ser lançado no início do mês? Vamos esperar até outubro.
Boa notícia: a crise econômica ainda não atingiu este gibi. O preço de R$ 7,50, pelas suas 52 páginas (contando capa) está mantido!
Para encerrar, uma nova ilustração minha onde aparece a esposa de Miracleman, Liz Moran - desta vez, com o próprio (no mês anterior, ela estava com o alter-ego do herói, Mick Moran). OK, o próprio Miracleman, nas histórias, disse que não é seguro para ele carregar gente no ar, por conta dos riscos das baixas temperaturas, mas tudo pelo efeito dramático, não? Se até o Superman já fez isso muitas vezes, de carregar gente nos braços e voar em altas velocidades, e os carregados nem se importarem...
Que o grande desenhista do Universo permita que o gibi ainda saia. E que os 30 dias sejam corretos!
Até mais!
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