Estava em tempo, estava em tempo de chegar às bancas. A resistência às intempéries continua. Estamos em tempo em que as chuvas nas hidrelétricas, a inflação, o dólar a 4 reais e o granizo determinam a fartura ou a miséria. E é nesses tempos que o Recruta Zero retorna com mais um gibi, pela Pixel Media, selo do grupo Ediouro.
Recruta Zero é o único gibi em bancas mantido pela Pixel; o selo de quadrinhos agora tem subsistido mais com os álbuns. O último lançado foi o de Mutts, de Patrick McDonnell. Ademais, a Pixel, desde que suspendeu os gibis de Luluzinha e Bolinha, parece estar minguando no mercado, limitada ao gibi do Recruta Zero e aos álbuns, o que é uma pena.
Well. RECRUTA ZERO # 22, como meus 17 leitores que acompanham este blog ordinário sabem, é um almanaque de tiras e histórias curtas dos personagens da megacorporação King Features Syndicate, toda com personagens clássicos das tiras de jornal. O carro-chefe é o personagem criado por Mort Walker. E, felizmente, sem republicações de páginas e sem grandes lambanças por parte dos editores da Pixel - o que já vale a pena.
Destaques deste mês, em uma das edições mais "desmotivacionais" já publicadas deste gibizinho pecador:
Começando com Recruta Zero, em A Pílula da Felicidade. Doente, o indolente soldado raso testa, a recomendação do médico, uma nova droga... que pode piorar seu estado.
Zero de novo a seguir com O Acidente, um retrato da injustiça nas Forças Armadas, a partir de um fato de média gravidade. A história não tem nem graça.
Após um curta com Hagar, o Horrível, (como as outras páginas desta edição) por Chris Browne (filho do criador, Dik Browne), Zero novamente, em A Desculpa. Ao esquecer um telefonema fora do gancho, Zero faz um pequeno favor ao General Dureza, sem saber... dedurando um plano de, digamos assim, deserção do Capitão Durindana.
Um curta com o Sargento Tainha depois, Zero de novo em Serviço de Primeira. Fica a lição: quando for levar bagagem a um restaurante, deixe a mala sempre no guarda-volumes, ou pode acontecer o que vocês vão ler aqui...
Depois de um curta de A Arca dos Bichos, por Frank Johnson, Zero novamente, em Lamento de Mãe. Como a família do soldado raso aplacará a "falta" que ele está fazendo em casa?
Um curta do Sargento Tainha depois, é a vez do Professor Caracol, em história não assinada. Incomodado com o barulho da faxina feito pelo senhorio Sappo, o superconvencido cientista maluco resolve dar um jeito de limpar a casa sem barulho. Quem conhece o Prof. Caracol sabe: as coisas não vão sair como a princípio se imaginava.
Recruta Zero a seguir, em Questão de Segurança. O quartel, indubitavelmente, ficará mais seguro sem a presença dos reclamões Zero e Quindim.
Um curta de Hagar depois, Zero de novo em Não é Sopa. O soldado raso novamente estraga a comida do Cuca quando está de serviço na cozinha.
Nas páginas centrais, uma dominical de Zé Fumaça, por Fred Lasswell.
Um curta de Zero depois, o marinheiro Popeye aparece, em um longa-metragem assinado por Bud Sagendorf: O Golpe da Boneca. Dudu, louco por um hamburguer, e percebendo que Popeye e Gugu possuem crédito na lanchonete, resolve aplicar um golpe: disfarça uma boneca como Gugu para comover o dono da lanchonete. Mas a coisa foge do controle quando a boneca escapa de suas mãos... e recupera-se o controle quando o verdadeiro Gugu é posto no lugar da boneca. Não faz muito sentido em certo trecho, mas sendo Popeye, certo...?
Outro curta de Hagar mais tarde, Zero de novo em Saindo Bem na Foto. O soldado raso se sai melhor como modelo de ação do que em poses paradas.
Cuca vem a seguir em Um Estouro de Refeição. Desta vez, quem estraga a refeição do cozinheiro é o obtuso Dentinho.
Zezé & Cia. a seguir, em De Volta à Escola. O pai, Cazuza, é chamado para a escola do filho Zozó; mas suas memórias de infância acabam por traí-lo.
Zero novamente, em Escovinha Bonzinho. Tomem cuidado, amigos: o excêntrico tenente pode ser mais ardiloso do que pensamos.
Em seguida, Quindim, o paquerador, em O Encontro. Se já é complicado ao "lobo" manter uma namorada fixa, que dizer de descolar um encontro, quando os pais da atual pretendente resolvem que o melhor é ele ir jantar na casa deles...
A seguir, a Bruxa do Mar, antagonista do marinheiro Popeye, em A Porcaria. O feitiço novamente se voltando contra quem o criou.
E, um curta do General Dureza depois, Zero encerra o gibi com Uma Boa Conversa. Em se tratando do Sargento Tainha responsável por passar a carraspana no Zero, o conceito de "conversa" é bastante relativo.
No mais, são os personagens como aprendemos a gostar. Distração a baixo custo para a fila do banco, da lotérica ou da vaga de emprego.
Mas temos ainda uma má notícia: o preço aumentou! De R$ 4,90, o gibi passou agora para R$ 5,00, redondos! Já podemos começar a bater panelas!! Se já protestavam em 2013 por causa de 20 centavos, que diremos de 10 centavos, certo?
Para encerrar, como tem sido o costume, vamos de Bitifrendis, os meus personagens praianos, mesmo, em um novo trecho de sua mais recente sequência de tiras. Faz tempo que não publico mais tiras de meus personagens (Letícia, Bitifrendis e Teixeirão) aqui, no Estúdio Rafelipe - as inéditas ainda estão em seus respectivos blogs. Mas vamos dando um jeito nisso.
E vamos seguindo, enquanto os críticos do governo dão a entender que o Brasil está prestes a virar um país de mendigos por causa da crise econômica...
Até mais.
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