Olá.
Hoje,
vou falar novamente de livro. Quer dizer, o assunto, mais uma vez, é a série
Literatura Brasileira em Quadrinhos, da editora Escala Educacional. Já devo ter
alertado que não tenho todos os livros da série, portanto, por hora, a série de
postagens referentes à coleção chega a seu fim. Se eu adquirir mais um livro da
série, ele ganhará a devida resenha.
Então,
hoje, falo do último título dessa coleção em minha estante. Hoje, vamos falar
de O ATENEU, de Raul Pompeia, transposto para os quadrinhos por Ronaldo
Antonelli e Bira Dantas. Como já falei deles antes, creio que o trabalho de
escrever há de ser menos penoso.
PARA INÍCIO DE CONVERSA...
O
ATENEU é a mais famosa obra de Raul d’Ávila Pompeia (1863 – 1895). E é sua
única obra de interesse para a história da literatura brasileira – além desse
livro, ele deixou um romance, Uma
tragédia no Amazonas (1880, seu primeiro livro), o panfleto satírico As Jóias da Coroa (1882) e o livro de
poemas em prosa Canções Sem Metro (1883).
O ATENEU – CRÔNICA DE SAUDADES (nome completo da obra) foi escrito e publicado
em 1888, inicialmente em forma de folhetim no jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, depois em livro. Formado em
Direito, Raul Pompeia exerceu a atividade jornalística e se engajou na causa
republicana. Também era ilustrador: a segunda edição de O ATENEU, que saiu
apenas em 1905 – depois da morte do autor, que se suicidou após cair em
desgraça junto ao governo republicano – trouxe 44 ilustrações feitas pelo
próprio Pompeia.
O
ATENEU não é um livro fácil de classificar. Na prosa literária de sua época,
imperavam, e até conviviam, os estilos Realista, de Machado de Assis, e o
Naturalista, inaugurado por Aluísio Azevedo – e, no início, O ATENEU foi
classificado como naturalista. Na poesia, imperava o estilo Simbolista . O
ATENEU incorpora características de todos esses estilos. Mas os especialistas
em literatura brasileira classificam o romance como Impressionista – e é o
único do gênero no Brasil.
O
Impressionismo, um estilo artístico surgido na Europa, é mais identificado com
as artes plásticas, principalmente a pintura, mas, na literatura, é
identificado por sua principal característica, definida pelo pintor Claude
Monet: não as coisas, mas a impressão das
coisas.
A
grande novidade residente em O ATENEU é o caráter descritivo das cenas
evocadas, que se afastam do objetivismo naturalista ou da densidade psicológica
do Realismo. Pompeia até mesmo incorpora elementos da psicanálise freudiana,
então uma novidade no Brasil, para compor a carga psicológica presente na
narrativa, que é baseada em memórias, conforme o subtítulo deixa semiexplícito.
Não
existem outras adaptações de O ATENEU para outras mídias além dos quadrinhos.
Existem áudio-dramas, e até mesmo uma recriação paródica do escritor Ivan Jaf, Onde Fica o Ateneu? (editora Ática), mas não existem filmes ou adaptações
para TV. Mas já foi transposto três vezes para os quadrinhos. A primeira é de
1959, pela série Edição Maravilhosa, da
editora EBAL (# 176). Mas não identifiquei o autor. As outras duas adaptações
são mais recentes: a de Ronaldo Antonelli e Bira Dantas, pela Escala
Educacional, da qual estamos tratando, é de 2011; e, em 2012, saiu a adaptação
de O ATENEU pela coleção Clássicos
Brasileiros em HQ, da editora Ática, com roteiro e desenhos de Marcello
Quintanilha, atual astro das HQ brasileiras.
VOLTANDO AO ATENEU
Como
já falei anteriormente do saudoso Ronaldo Antonelli (responsável pelo roteiro
de várias adaptações da Escala Educacional, quase todas com desenhos de
Francisco Vilachã) e de Bira Dantas (que já havia adaptado, ao lado de Índigo, Memórias de um Sargento de Milícias,
para a mesma coleção, e Dom Quixote para
a coleção Literatura Mundial em HQ, da
mesma editora), vamos direto ao romance em questão.
O
ATENEU carrega muito da experiência pessoal de Raul Pompeia, que, assim como o
protagonista do livro, estudou em um colégio interno – instituição educacional
onde o aluno mora e estuda, junto com outros estudantes, enquanto está nele
matriculado. Hoje, quando pensamos em colégio interno, nos vem à mente o modelo
inglês, amplamente divulgado nos filmes estrangeiros e presente inclusive na
escola de bruxaria de Hogwarts, da série Harry
Potter – é mais ou menos assim que o Ateneu do título funciona, só que sem
o mesmo encantamento, em todos os sentidos.
Isso
porque O ATENEU trata, de forma que beira a crueldade, das relações humanas
existentes dentro do colégio em questão. Dentro do Ateneu podem ser vistos
muitos exemplos das melhores e das piores facetas da sociedade: a solidariedade,
o afeto e algumas demonstrações de respeito convivem com a intimidação, os
castigos físicos, o bullying (e olha que o termo nem era usado na época), a
sexualidade reprimida, que se manifesta tanto no desejo carnal pelas mulheres
como pelos homens... Sim, como o Ateneu é um colégio exclusivo para rapazes, a
tendência ao homossexualismo pode ser inevitável – e Raul Pompeia não deixou de
tratar disso também, de forma discreta. O colégio seria, portanto, um
microcosmo da sociedade – o ambiente interno não gera a corrupção da sociedade,
ele a reflete. E, por incrível que pareça, essas tendências valem para os dias
atuais.
Bueno.
A trama de O ATENEU é conduzida através das memórias do protagonista, Sérgio,
que, adulto, recorda a época em que estudou no Ateneu, que era um colégio muito
conceituado em sua época. Por ser baseado em suas memórias, a narrativa não
apresenta ordem cronológica exata – são constantes os saltos entre passado e
futuro, alinhavados pela memória do protagonista, não tornando possível saber
quando se deu exatamente tal fato.
Exclusivo
para meninos da elite (tanto que os pais residentes em outras províncias
mandavam seus filhos estudarem ali – e, lembrem-se, no século XIX, a educação
escolar e a faculdade ainda eram privilégios de filhos de pessoas ricas e/ou
abastadas), O Ateneu, situado nos morros do Rio Comprido, no bairro da Tijuca, no
Rio de Janeiro, era dirigido por Aristarco Ângelo Ramos, um homem autoritário e
vaidoso, que tratava da educação como um grande negócio. O Ateneu é o
empreendimento de sua vida, e por isso, ele trata da educação como algo sério, adora
propagandear seu colégio, o que se reflete em sua expressão corporal – e ai de
quem questionar de seus métodos, por vezes, cruéis com os alunos. Os livros
didáticos que levam seu nome, em verdade, são escritos pelos professores que
ali trabalham.
Sérgio
entrou no Ateneu aos onze anos, matriculado pelo pai. Ele já conhecia a boa
reputação do colégio, ao assistir algumas demonstrações de alunos da
instituição em um festejo promovido pela direção, que contou inclusive com a
presença da Regente Princesa Isabel (e com uma cena de insubordinação levada a
cabo pelo próprio filho de Aristarco), e por isso já ansiava em estudar ali.
Mas suas ilusões a respeito do Ateneu já começam a se desfazer ainda na
entrevista inicial com Aristarco, que exige que Sérgio corte seu cabelo, então
comprido e cacheado. Nisso intervém Dona Ema, esposa de Aristarco e enfermeira
da instituição. Dona Ema, uma personagem maternal, que praticamente se contrapõe
ao autoritarismo de Aristarco, vai ter mais importância mais adiante na trama,
como uma paixão platônica de Sérgio.
Bão.
Logo que inicia os estudos, já fardado com o uniforme da escola, Sérgio começa
a sentir o peso da solidão e da inadaptação – a separação da família foi um
tanto brusca. O inspetor dos alunos, João Numa, apresenta Sérgio a um aluno
mais velho, Rebelo, que poderia auxiliá-lo nas dificuldades com os estudos. E
também a Sanches, outro aluno mais velho, porém mais antipático.
No
primeiro dia de aula, com o professor Mânlio, de língua pátria, Sérgio acaba
dando vexame: não só desmaia na frente de todo mundo quando o professor lhe
chama para avaliar seus conhecimentos, como urina nas calças – o que lhe vale,
mais tarde, motivo de chacota, e de agressão física, por parte do maldoso colega
Barbalho. Rebelo, ao consolá-lo na hora do intervalo, recomenda a Sérgio que se
faça forte, e não aceite protetores – a maioria dos alunos não é de confiança.
Porém, Sérgio acaba desobedecendo ao segundo conselho, ao aceitar Sanches como
protetor e auxiliar nos estudos. Os dois se tornam mais próximos depois que
Sanches salva a vida de Sérgio na piscina – embora Sérgio desconfie que foi
Sanches quem tentou afoga-lo para depois salvar sua vida. O relacionamento
entre os dois começa bem, até que Sérgio começa a resistir aos assédios de
Sanches – e, logo, o mais velho começa a maltratá-lo sempre que pode. E essa é
uma das muitas decepções com a vida que Sérgio enfrenta dentro da instituição,
o que se reflete em sua personalidade sensível. Ele ganha e perde amigos com
bastante frequência. As visitas do pai são muito espaçadas, por conta do
adoecimento deste, e de viagens da família à Europa. E ainda tem de aguentar a
brutalidade de Aristarco, que tem algum prazer em punir e humilhar publicamente
alunos que saem da linha – cujos nomes são anotados em um Livro de Notas, lido
em reuniões gerais com os alunos. Sérgio se torna, por conta de suas baixas
notas, uma das vítimas das humilhações de Aristarco. Só depois é que suas notas
melhoram, e a simpatia dos professores também – Sérgio já começa a se adaptar
às regras do microcosmo social.
Outro
aluno constantemente vitimado por seu mau comportamento é Franco, posto
constantemente de castigo – em um canto, ajoelhado, trancado na cafua (uma cela
especial) ou copiando matérias por horas. E não sem motivo. Certa vez, Franco
urina na bomba d’água da instituição, no intuito de contaminar a água. E acaba
agredido pelos outros alunos. Como Sérgio tem de cumprir castigos também à
noite, ele se aproxima de Franco, ficando mais ou menos amigo dele. E Sérgio
quase se torna cúmplice de uma incrível peça de vingança de Franco: os dois
enchem a piscina de cacos de vidro, para que os alunos acabem cortando os pés.
Esse episódio causa muita angústia a Sérgio, que teme ser pego – o pior,
felizmente, não acontece, porque a piscina é interditada para a troca da água.
Esse episódio foi um dos motivos que reforçaram o apego de Sérgio à religião.
E, posteriormente, Franco, devido aos castigos, cai doente e vem a falecer.
Falando
em religião, Sérgio tem outro colega fortemente apegado a ela, Barreto. O apego
excessivo de Barreto à religião é reforçado pelo desejo que sente pela sensual
Ângela, a camareira, espanhola das Ilhas Canárias, que também vive “se
esfregando” com empregados da escola. Em um episódio da trama, ocorre um crime
– o jardineiro do Ateneu mata um criado de Aristarco por causa de Angela. Há
ainda uma insinuação de que Ângela se sente, digamos assim, atraída por Sérgio.
No
episódio do assassinato, acaba tendo importância o aluno Bento Alves,
inteligente e atlético. Ele impede a fuga do assassino até a chegada da polícia,
e ganha o respeito dos outros colegas. Mais tarde, ele se torna amigo e
protetor de Sérgio, e, membro do Grêmio literário do Ateneu, lhe apresenta
obras literárias célebres. Bento Alves, certa ocasião, sai no braço com
Malheiro, outro aluno atlético que o odeia – mas nem um nem outro se acusam. A
briga foi provocada por Barbalho, que ainda quer se vingar de Sérgio. A amizade
entre Bento Alves e Sérgio, que já estava resvalando no homossexualismo,
entretanto, termina de forma brusca e sem motivo – Bento Alves acaba agredindo
Sérgio. E, durante a confusão, ao seu interrogado de forma brusca por Aristarco,
Sérgio agride o diretor do Ateneu. Mas, por incrível que pareça, não acaba
castigado.
Enquanto
isso, os alunos se entretém como podem. Fazem comércio de selos, jogam,
publicam folhetins picantes, e até mesmo criam sistemas engenhosos de “passar
cola” durante a aula – sistemas que são desmontados pelo Inspetor Silvino assim
que são descobertos.
Quando
o autor nos apresenta Melica, a tímida e pouco atraente filha do diretor
Aristarco – mas, ainda assim, um oásis naquele colégio de rapazes, ainda que
suas aparições sejam espaçadas – Sérgio ganha um novo inimigo, o gordo Rômulo,
a quem Aristarco trata como um bom partido para a filha. Sérgio, maldosamente,
apelida Rômulo de “mestre-cuca”, e o gordo, que odeia o apelido, não apenas
agride o menino, como destrói um desenho que Sérgio havia feito para a aula de
artes. Posteriormente, Sérgio consegue se vingar de forma engenhosa.
Outro
episódio significativo é o da humilhação a qual Aristarco submete dois alunos,
e mais dez cúmplices. Motivo: foi descoberta uma troca de correspondências
entre os alunos Cândido Lima e Emílio Tourinho, revelando uma paixão
homossexual. Dentre tantas insinuações descritas por Pompeia, quando o caso vem
a público, é um escândalo. Os meus 17 leitores já não viram isso em algum
lugar?
Em
um passeio dos alunos ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Sérgio faz amizade
com Egbert, aluno descendente de ingleses. Os dois se tornam parceiros de
estudos e, por consequência, tiram boas notas. Acabam premiados com um jantar
na casa de Aristarco – e, lá, Sérgio reencontra Dona Ema. E mal consegue esconder
sua paixão platônica, ainda mais na época dos exames obrigatórios na Secretaria
da Educação Pública. Mais tarde, Sérgio, durante o período de férias, cai
doente, e fica aos cuidados de Dona Ema. Sob seus cuidados – e visitas também
de Ângela, que lhe conta alguns “segredinhos”, inclusive sobre o pretendente
assassinado – Sérgio melhora.
Outro
episódio significativo do livro é um festejo promovido pela instituição, aos
moldes do primeiro, que Sérgio presenciou antes de estudar no Ateneu. Nele, os
alunos inauguram um busto de bronze homenageando Aristarco. Mas o vaidoso
diretor não fica feliz, e até mesmo sente inveja de sua própria imagem no metal
– afinal, as pompas estavam indo para o busto, não para ele.
E,
no final, acontece a destruição do Ateneu, através de um incêndio provocado por
um aluno rebelde. O mais duro golpe contra Aristarco, que, além de tudo, é
abandonado pela esposa.
Como
se vê, O ATENEU, assim como O Cortiço de
Aluísio Azevedo, é um apanhado de pequenas histórias pessoais, as quais o
protagonista acaba se envolvendo. Mas nem o próprio Sérgio nos revela o que
aconteceu com ele mesmo no fim da narrativa. Ele se preocupa com suas
impressões no momento em que estudou no Ateneu, não nos revela seu futuro, nem
seu presente. E assim nos apresenta um microcosmo da sociedade de seu tempo.
Sem a presença de escravos ou criados de cor (lembrem-se: em 1888, ano em que O
ATENEU foi publicado, era assinada a Lei Áurea, que libertou os escravos). Só
um retrato da formação dos homens que posteriormente iam se ocupar do poder do
país... Ou talvez não.
De
todo modo, O ATENEU está disponível em bibliotecas. Há edições por diversas
editoras, já que o texto já caiu no domínio público. Mas difícil é encontrar
uma edição que traga as ilustrações de Raul Pompeia. Elas existem, só são mais
difíceis de encontrar nas livrarias.
O ATENEU EM QUADRINHOS
O
álbum da Escala Educacional, adaptando O ATENEU, divide opiniões por conta de
sua qualidade.
Quando
estava produzindo o álbum em questão, Bira Dantas chegou até mesmo a montar um
blog temático de O ATENEU. O blog apresenta esboços, bastidores, notícias do
lançamento do álbum e até uma troca de mensagens entre os autores. Por incrível
que pareça, o blog ainda está ativo na internet, apesar de não ter sido mais
atualizado! Vejam: http://ateneuhq.blogspot.com.br/. Um
dos muitos blogs que Bira Dantas, atual partidário do governo Dilma e opositor
do suposto golpe a ser perpetrado contra Lula e o PT (é o que os petistas estão
dizendo), montou para divulgar suas atividades na internet.
O já
falecido Antonelli relata, em um posfácio do próprio álbum, suas impressões ao
fazer a adaptação. Seu maior desafio foi traduzir a carga psicológica presente
na obra. Mas ele se saiu muito bem, para dizer a verdade. Sua adaptação de O
ATENEU ficou até melhor, em termos de roteiro, que outros álbuns da coleção.
Ele optou por não fazer uma adaptação literal: deu algumas mexidas na linguagem
original de Raul Pompeia, embora mantenha algumas metáforas; corta alguns
trechos inúteis à fluidez da HQ, incluindo descritivos; até mesmo faz
deslocamentos de fatos, em relação ao livro, situando-os em outros momentos da
narrativa – ainda que deixasse a narrativa meio confusa. Mas também se
preocupou em apresentar melhor os personagens, embora com alguns deslizes – não
faz como Sebastião Seabra fez em Memórias
Póstumas de Brás Cubas, que fez os personagens aparecerem “de supetão”. E a
arte de Bira Dantas ajuda ainda mais na compreensão da narrativa, que se
desenvolve sem muita pressa, sem atropelos. E olha que espaço não faltou: são
72 páginas, sem contar capa; dessas, 58 são dedicadas à história – o restante é
de biografias, suplemento de atividades e créditos.
O
melhor do álbum é o roteiro. Talvez o maior problema seja a arte. Parecia até
duvidoso que o traço fortemente caricatural e “de desenho animado” de Bira
Dantas fosse adequada para uma obra de alta carga dramática como O ATENEU. Os
bonecos do cartunista – cujas aparências refletem suas personalidades – deram
um tom até bem-humorado à narrativa, deixando-a com mais leveza. A pesquisa de
época foi fundamental para o trabalho. Ele até mesmo emula, em vários momentos,
as ilustrações originais de Raul Pompeia. Mas a colorização é que foi de doer.
É bem provável que a arte de O ATENEU foi toda feita à mão, em tons pastel, ou
as cores foram feitas por algum programa de computador que simula colorido à
mão. O trabalho, no entanto, acabou ficando um tanto primário, sujo até. Dá
para notar, inclusive, resquícios do lápis mal apagado. Dá para pensar,
inclusive, que Bira Dantas não usou nanquim: as cores provavelmente foram
feitas sobre o traço a lápis, dá para notar inclusive sobras do esboço saindo
dos personagens. O trabalho deu a impressão de ser apressado e feito “nas
coxas”, mas pode ser apenas um experimentalismo por parte do Sr. Dantas,
conferindo mais movimento, deixando esta adaptação com um jeitão de storyboard
para um desenho animado. As letras foram feitas no computador, mas os balões
foram feitos à mão.
Não
quero dizer que a arte ficou ruim, mas em comparação com o trabalho feito em Memórias de um Sargento de Milícias, bem,
ficou (sorry, Dantas). O trabalho
estava assim tão em cima do prazo de entrega?
De
todo modo, o álbum traz ainda: biografia de Raul Pompeia, breves perfis de
Ronaldo Antonelli e Bira Dantas, alguns esboços do desenhista, e um suplemento
de atividades aos alunos do Ensino Fundamental.
Se
não estiver disponível na biblioteca mais próxima, procurem no site www.escalaeducacional.com.br/.
PARA ENCERRAR...
...estas
aqui são as mais recentes páginas que consegui produzir da minha série
folhetinesca, O Açougueiro. Vou
produzindo à medida do possível, e também de fora experimental – mas, neste
caso, sem um roteiro pré-escrito, vou escrevendo e desenhando na hora, vai
sendo na raça. Nem eu estou prevendo o que acontece a seguir. Vai acontecendo à
medida que vou produzindo. Entendem?
Bem,
ainda vou decidir sobre o que escreverei neste blog pecador a seguir. E como
fazer para incluir mais páginas de O
Açougueiro. Acabaram os livros da Escala Educacional que tenho em casa! Não
lembro quem disse isso, mas “onde há vida, há sempre uma alternativa”.
Aguardem
novidades.
Até
mais!
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