sábado, 4 de junho de 2016

AS MAIORES BATALHAS - ANIME & MANGÁ - a primeira foi ler!

Olá.
Apesar da crise econômica pela qual passa o Brasil, os brasileiros, na medida do possível, continuam consumindo cultura pop. Principalmente, japonesa. Prova disso é que as editoras brasileiras que editam séries de mangás – JBC, Panini, NewPop e, atualmente, a Astral Comics – continuam lançando mangás japoneses traduzidos em nosso país e/ou anunciando novos lançamentos, entre séries conhecidas e desconhecidas. A Nova Sampa, infelizmente, parece que já encerrou sua linha de mangás. Mas são poucas as emissoras de TV, abertas ou fechadas – entre elas Cartoon Network, Tooncast e PlayTV – que investem em exibir animes japoneses, já que atualmente o pessoal prefere assistir as séries pela internet...
Bão. Aproveitando o filão de informações, hoje vou falar de um livro informativo lançado recentemente: AS MAIORES BATALHAS – ANIME & MANGÁ. Feito especialmente para o público que se interessa por cultura pop japonesa – só de olhar a capa vocês já podem sacar do que se trata...

AS MAIORES BATALHAS – ANIME & MANGÁ foi lançado entre março e abril de 2016, pela editora Pixel Media, selo do grupo Ediouro, em colaboração com a Editora Criativo. Mais ou menos na mesma formatação de outros álbuns similares, como os das editoras Criativo, Agir, Discovery e Geek (que, eu descobri recentemente, são a mesma editora: a Geek é uma espécie de “selo fantasia” da Discovery, segundo me informaram amigos do Facebook). Mas, apesar de ter 96 páginas coloridas (sem contar capa), o livro, com textos organizados por Daniel Vardi, parece mais grosso, por causa do papel do miolo, com gramatura maior que os álbuns dos livros da Discovery e da Criativo.
Vardi reuniu os seguintes colaboradores: Alexandre Winck, Ithamar Paraguassu, Henry Yatta, Jessica Bett, Marco Antônio Bomtorin e Paulo Yonami. Essa equipe escreveu esse livro, sobre animes japoneses e alguma coisa de mangás (praticamente, focando os animes, citando suas versões em mangá por alto), mas por um enfoque diferenciado: além de trazer informações sobre o anime, analisa, em detalhes, a batalha mais representativa de cada um.
Como os animes favoritos da maioria do público ocidental são os de ação, envolvendo, claro, batalhas dos heróis contra inimigos poderosos, de preferência envolvendo muito sangue e o herói tirando forças de onde não tinha para passar pelo desafio... bem, as séries escolhidas – foram contempladas 22 séries de anime, a maioria baseada em mangás – são as que tem numerosas batalhas; mas foi escolhida, de cada um, uma batalha em especial, a que os colaboradores acreditaram ser a mais representativa, a ser analisada em maiores detalhes.
Cada um dos animes é analisado em 4 páginas. Cada uma trazendo: um texto introdutório com as informações básicas; uma página com as fichas com características dos oponentes das lutas escolhidas, e, embaixo, um depoimento de um artista sobre sua convivência com séries de anime para sua formação profissional; uma ficha técnica do anime (ano de produção, estúdio, número de episódios, etc.); e um texto analisando em detalhes a batalha escolhida, o que o herói fez, o que o adversário faz, o melhor golpe desferido por um deles... e, claro, com numerosas ilustrações ao redor do texto.
Das 22 séries, 21 são japonesas e uma norte-americana. Dois dos animes escolhidos são filmes longa-metragem, o restante séries completas.
O livro inicia com texto introdutório de Daniel Vardi sobre a cultura pop japonesa, Japão em Todo Lugar.
E os escolhidos foram, de acordo com cada colaborador (e com algum desequilíbrio):
Henry Yatta analisa: Dragon Ball Z, Pokémon (o segundo filme) e Cavaleiros do Zodíaco.
Paulo Yonami analisa apenas Hokuto no Ken.
Marco Bomtorin analisa: Avatar – the Last Airbender (o único norte-americano da lista), Yu Yu Hakusho, Neon Genesis Evangelion, Puella Magi Madoka Magika e Guerreiras Mágicas de Rayearth.
Daniel Vardi analisa: Sawamu, Gantz (e co-escreve a análise com Bomtorin) e Akira.
Ithamar Paraguassú analisa: Naruto, Sword Art Online II, Samurai X, One Piece, Fairy Tail, Kill la Kill, Ataque aos Titãs, Hunter x Hunter e Berserk.
Jessica Bett analisa apenas Sailor Moon.
Algumas batalhas escolhidas tiveram critérios, digamos assim, questionáveis: sabe-se lá qual o critério usado pelos colaboradores para dizer se aquela batalha foi mesmo representativa, já que em algumas delas o protagonista do anime nem estava envolvido na batalha. Foi o caso de Dragon Ball Z, Naruto, Hunter x Hunter e Madoka Magika – as batalhas escolhidas não envolviam o protagonista, mas personagens secundários. Algumas batalhas escolhidas envolveram mais de dois adversários, como foi o caso de Avatar e Fairy Tail.
A escolha dos animes também foi um critério a ser questionado: não são muitos os que conhecem Hokuto no Ken e Madoka Magika; Sawamu é das antigas, e é um anime meio difícil de encontrar no Brasil. Aliás, alguns dos animes são conhecidos, mesmo, de usuários da internet, já que nunca passaram na TV brasileira, como Ataque aos Titãs, Madoka Magika, Sword Art Online e Kill la Kill. E para incluir Avatar, qual teria sido o critério? Pensando bem, apesar de norte-americano, é um anime para o coração dos fãs – eu incluído. Tem visual e animação similares às japonesas “da gema”.
Animes como Yu Yu Hakusho, Samurai X, Sailor Moon e Rayearth estão entre os que receberam tratamento melhor: a batalha escolhida envolveu os protagonistas, e são batalhas clássicas, que realmente podemos chamar de importantes. Por que não fizeram assim com os animes mais famosos aqui no Brasil – Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, as maiores audiências que tivemos? E, dentre tantas batalhas significativas, por que foram escolher para One Piece e Naruto batalhas que parecem menos importantes?
E por que não foram incluídos na lista animes mais conhecidos e/ou memoráveis como Bleach, Dragon Quest (Fly – O Pequeno Guerreiro) e Street Fighter?
Também posso citar como problema do livro os textos dirigidos fundamentalmente para quem já conhece a fundo as séries, citando personagens e situações que não foram exibidas no Brasil, o que pode não ser legal a pessoas que nunca assistiram, ou ouviram falar das séries. Bem, spoilers ajudam nesse caso, mas aqui não foi suficiente.
Outro problema presente no livro se refere aos deslizes na revisão, que deixou escapar erros de ortografia e de edição, como logotipos de animes trocados. E isso que se trata da Pixel Media, que nem é uma editora “fundo de quintal”, das que lançam seus livros deixando escapar essas coisas. E cuidado: alguns exemplares do livro têm páginas com borrões da impressão!
Dos artistas que deixaram os breves depoimentos sobre animes: grandes nomes do pop nacional e internacional. Frases de desenhistas dos EUA como Kyle Wotz, Tim Vigil e Dan Brereton, de artistas brasileiros como Clovis do Valle Jr., Raphael Fernandes, Mike Deodato Jr., Márcio Baraldi, Daniel Esteves, Watson Portela e Bira Dantas, dos diretores de cinema James Cameron e Quentin Tarantino, do novelista brasileiro Alcides Nogueira, da atriz norte-americana Megan Fox e da cantora canadense Avril Lavigne.
O álbum custa R$ 19,90. Vale a pena mais pelas ilustrações – mas dos textos se pode aproveitar muita coisa.
Para encerrar, hoje vou deixar uma ilustração, não tendo muita coisa em meus arquivos de maior serventia.
Por esses dias, acabei me recordando de um personagem que criei na juventude, quando estava ainda praticando de ser escritor. Cheguei a escrever um livro com ele, mas perdi o manuscrito original, que ainda era ilustrado. Ainda lembro bem da trama: é sobre um guerreiro viking e seu bando, vivendo aventuras fantásticas pela Europa, pela África e pela Ásia. Praticamente, um One Piece medieval, concebido por um menino de 12 anos.
De repente, achei legal ressuscitar esse personagem. Finalmente dar uma utilidade a esse personagem.
Com vocês, em uma ilustração conceitual, Gordon, o Viking.
Mais tarde, conto mais detalhes a respeito desse personagem. Estou planejando finalmente escrever as histórias dele, possivelmente em quadrinhos. Aguardem!

Até mais!

Um comentário:

C L O V I S disse...

Muito bacana o seu texto! Parabéns.