Olá.
Apesar
da crise econômica pela qual passa o Brasil, os brasileiros, na medida do
possível, continuam consumindo cultura pop. Principalmente, japonesa. Prova
disso é que as editoras brasileiras que editam séries de mangás – JBC, Panini,
NewPop e, atualmente, a Astral Comics – continuam lançando mangás japoneses
traduzidos em nosso país e/ou anunciando novos lançamentos, entre séries
conhecidas e desconhecidas. A Nova Sampa, infelizmente, parece que já encerrou
sua linha de mangás. Mas são poucas as emissoras de TV, abertas ou fechadas –
entre elas Cartoon Network, Tooncast e PlayTV – que investem em exibir animes
japoneses, já que atualmente o pessoal prefere assistir as séries pela
internet...
Bão.
Aproveitando o filão de informações, hoje vou falar de um livro informativo
lançado recentemente: AS MAIORES BATALHAS – ANIME & MANGÁ. Feito
especialmente para o público que se interessa por cultura pop japonesa – só de
olhar a capa vocês já podem sacar do que se trata...
AS
MAIORES BATALHAS – ANIME & MANGÁ foi lançado entre março e abril de 2016,
pela editora Pixel Media, selo do grupo Ediouro, em colaboração com a Editora
Criativo. Mais ou menos na mesma formatação de outros álbuns similares, como os
das editoras Criativo, Agir, Discovery e Geek (que, eu descobri recentemente,
são a mesma editora: a Geek é uma espécie de “selo fantasia” da Discovery,
segundo me informaram amigos do Facebook). Mas, apesar de ter 96 páginas
coloridas (sem contar capa), o livro, com textos organizados por Daniel Vardi,
parece mais grosso, por causa do papel do miolo, com gramatura maior que os
álbuns dos livros da Discovery e da Criativo.
Vardi
reuniu os seguintes colaboradores: Alexandre Winck, Ithamar Paraguassu, Henry
Yatta, Jessica Bett, Marco Antônio Bomtorin e Paulo Yonami. Essa equipe
escreveu esse livro, sobre animes japoneses e alguma coisa de mangás
(praticamente, focando os animes, citando suas versões em mangá por alto), mas
por um enfoque diferenciado: além de trazer informações sobre o anime, analisa,
em detalhes, a batalha mais representativa de cada um.
Como
os animes favoritos da maioria do público ocidental são os de ação, envolvendo,
claro, batalhas dos heróis contra inimigos poderosos, de preferência envolvendo
muito sangue e o herói tirando forças de onde não tinha para passar pelo
desafio... bem, as séries escolhidas – foram contempladas 22 séries de anime, a
maioria baseada em mangás – são as que tem numerosas batalhas; mas foi
escolhida, de cada um, uma batalha em especial, a que os colaboradores
acreditaram ser a mais representativa, a ser analisada em maiores detalhes.
Cada
um dos animes é analisado em 4 páginas. Cada uma trazendo: um texto
introdutório com as informações básicas; uma página com as fichas com
características dos oponentes das lutas escolhidas, e, embaixo, um depoimento
de um artista sobre sua convivência com séries de anime para sua formação
profissional; uma ficha técnica do anime (ano de produção, estúdio, número de
episódios, etc.); e um texto analisando em detalhes a batalha escolhida, o que
o herói fez, o que o adversário faz, o melhor golpe desferido por um deles...
e, claro, com numerosas ilustrações ao redor do texto.
Das
22 séries, 21 são japonesas e uma norte-americana. Dois dos animes escolhidos
são filmes longa-metragem, o restante séries completas.
O
livro inicia com texto introdutório de Daniel Vardi sobre a cultura pop
japonesa, Japão em Todo Lugar.
E os
escolhidos foram, de acordo com cada colaborador (e com algum desequilíbrio):
Henry
Yatta analisa: Dragon Ball Z, Pokémon (o
segundo filme) e Cavaleiros do Zodíaco.
Paulo
Yonami analisa apenas Hokuto no Ken.
Marco
Bomtorin analisa: Avatar – the Last
Airbender (o único norte-americano da lista), Yu Yu Hakusho, Neon Genesis Evangelion, Puella Magi Madoka Magika e Guerreiras Mágicas de Rayearth.
Daniel
Vardi analisa: Sawamu, Gantz (e co-escreve
a análise com Bomtorin) e Akira.
Ithamar Paraguassú analisa: Naruto, Sword Art Online II, Samurai X, One Piece, Fairy Tail, Kill la
Kill, Ataque aos Titãs, Hunter x Hunter e Berserk.
Jessica
Bett analisa apenas Sailor Moon.
Algumas
batalhas escolhidas tiveram critérios, digamos assim, questionáveis: sabe-se lá
qual o critério usado pelos colaboradores para dizer se aquela batalha foi
mesmo representativa, já que em algumas delas o protagonista do anime nem
estava envolvido na batalha. Foi o caso de Dragon
Ball Z, Naruto, Hunter x Hunter e Madoka
Magika – as batalhas escolhidas não envolviam o protagonista, mas
personagens secundários. Algumas batalhas escolhidas envolveram mais de dois
adversários, como foi o caso de Avatar e
Fairy Tail.
A
escolha dos animes também foi um critério a ser questionado: não são muitos os
que conhecem Hokuto no Ken e Madoka Magika; Sawamu é das antigas, e é
um anime meio difícil de encontrar no Brasil. Aliás, alguns dos animes são
conhecidos, mesmo, de usuários da internet, já que nunca passaram na TV
brasileira, como Ataque aos Titãs, Madoka
Magika, Sword Art Online e Kill la
Kill. E para incluir Avatar, qual
teria sido o critério? Pensando bem, apesar de norte-americano, é um anime para
o coração dos fãs – eu incluído. Tem visual e animação similares às japonesas
“da gema”.
Animes
como Yu Yu Hakusho, Samurai X, Sailor
Moon e Rayearth estão entre os
que receberam tratamento melhor: a batalha escolhida envolveu os protagonistas,
e são batalhas clássicas, que realmente podemos chamar de importantes. Por que
não fizeram assim com os animes mais famosos aqui no Brasil – Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, as maiores audiências que tivemos? E, dentre tantas batalhas
significativas, por que foram escolher para One
Piece e Naruto batalhas que
parecem menos importantes?
E
por que não foram incluídos na lista animes mais conhecidos e/ou memoráveis
como Bleach, Dragon Quest (Fly – O Pequeno Guerreiro) e Street Fighter?
Também
posso citar como problema do livro os textos dirigidos fundamentalmente para
quem já conhece a fundo as séries, citando personagens e situações que não
foram exibidas no Brasil, o que pode não ser legal a pessoas que nunca
assistiram, ou ouviram falar das séries. Bem, spoilers ajudam nesse caso, mas
aqui não foi suficiente.
Outro
problema presente no livro se refere aos deslizes na revisão, que deixou
escapar erros de ortografia e de edição, como logotipos de animes trocados. E
isso que se trata da Pixel Media, que nem é uma editora “fundo de quintal”, das
que lançam seus livros deixando escapar essas coisas. E cuidado: alguns
exemplares do livro têm páginas com borrões da impressão!
Dos
artistas que deixaram os breves depoimentos sobre animes: grandes nomes do pop
nacional e internacional. Frases de desenhistas dos EUA como Kyle Wotz, Tim
Vigil e Dan Brereton, de artistas brasileiros como Clovis do Valle Jr., Raphael
Fernandes, Mike Deodato Jr., Márcio Baraldi, Daniel Esteves, Watson Portela e
Bira Dantas, dos diretores de cinema James Cameron e Quentin Tarantino, do
novelista brasileiro Alcides Nogueira, da atriz norte-americana Megan Fox e da
cantora canadense Avril Lavigne.
O
álbum custa R$ 19,90. Vale a pena mais pelas ilustrações – mas dos textos se
pode aproveitar muita coisa.
Para
encerrar, hoje vou deixar uma ilustração, não tendo muita coisa em meus
arquivos de maior serventia.
Por
esses dias, acabei me recordando de um personagem que criei na juventude,
quando estava ainda praticando de ser escritor. Cheguei a escrever um livro com
ele, mas perdi o manuscrito original, que ainda era ilustrado. Ainda lembro bem
da trama: é sobre um guerreiro viking e seu bando, vivendo aventuras
fantásticas pela Europa, pela África e pela Ásia. Praticamente, um One Piece medieval, concebido por um
menino de 12 anos.
De
repente, achei legal ressuscitar esse personagem. Finalmente dar uma utilidade
a esse personagem.
Com
vocês, em uma ilustração conceitual, Gordon, o Viking.
Mais
tarde, conto mais detalhes a respeito desse personagem. Estou planejando
finalmente escrever as histórias dele, possivelmente em quadrinhos. Aguardem!
Até
mais!
Um comentário:
Muito bacana o seu texto! Parabéns.
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