Hoje, vou voltar a falar de CD aqui no blog.
Quem já leu as postagens relacionadas anteriores, quando se trata de cantores ou de bandas mais célebres, eu dou preferência mais às coletâneas com seus maiores sucessos – momentaneamente, não tenho condições financeiras de comprar todos os CDs da discografia inteira, e nem se pode encontrar todos os discos dos artistas nas lojas. Mas é claro que há de se suspeitar dos critérios de escolha das gravadoras na montagem de coletâneas de “grandes sucessos” ou “greatest hits” no caso de bandas estrangeiras.
E é a isso que eu pretendo chamar a atenção ao falar de mais uma coletânea de “grandes sucessos”: às vezes, nem todos os “grandes sucessos” aparecem na referida coletânea. Ficam faltando músicas importantes, ainda mais nas coletâneas compostas por um único CD.
Talvez a coletânea menos completa que se pode encontrar no mercado, nesse momento, seja esta da qual vou falar: os Super Hits da banda Earth, Wind and Fire.
QUEM?
O Earth, Wind and Fire é uma renomada banda norte-americana, de estilo calcado no funk, no rhythm & blues, no gospel, na disco music e no soul, com incorporação também de sonoridades africanas – uma das bandas favoritas das discotecas dos anos 70. Legítima música negra de qualidade. E várias canções conhecidas.
A banda foi formada em 1969, capitaneada pelo veterano baterista Maurice White. A banda já teve diversas formações, desde que Maurice White começou a trabalhar como baterista. Mas o Earth, Wind and Fire só começou, mesmo, a partir da entrada do irmão de Maurice, Verdine, e de uma banda que substituiu a anterior. Mas o nome já havia sido definido de antemão por Maurice: o Earth, Wind and Fire tem seu nome por influência do signo de sagitário do zodíaco, cujo elemento regente é o fogo e elementos de influência são a terra e o ar (ou vento). Embora a banda tivesse vários integrantes, entre vocalistas e instrumentistas (atualmente, a banda tem cerca de 13 integrantes), prontificam mesmo como principais integrantes Maurice White e o vocalista e percussionista Philip Bailey, com sua voz de falsete.
A banda, porém, só começa a decolar a partir do sexto disco. Nessa ocasião, eles compuseram a trilha sonora do filme That’s the Way of the World, que estreou em 1975. Embora o filme não tivesse feito sucesso, a trilha sonora o fez. E, a partir daí, o Earth, Wind and Fire colecionou êxitos comerciais, 7 prêmios Grammy (e 22 indicações), 50 discos de ouro e mais de 80 milhões de discos vendidos.
A banda segue na ativa até os dias atuais, em shows pelos EUA e pelo mundo (já chegaram a se apresentar no Brasil em algumas oportunidades). O disco mais recente saiu em 2007.
Bem, este é só um resumo básico para situar os fãs. O caso é que o Earth, Wind and Fire sabe fazer música dançante e de muita qualidade, dentro dos ritmos os quais os artistas negros melhor se sobressaem. Os ritmos que influenciaram e deram origem ao rock’n roll propriamente dito. Ouvir Earth, Wind and Fire, hoje, é como entrar numa máquina do tempo, e parar dentro de uma discoteca dos anos 70. A batida é inconfundível; sobressaem-se os diferentes tipos de instrumentos, como os trombones, trompetes e até mesmo a kalimba, instrumento musical africano introduzido por Maurice White e que se tornou marca registrada da banda; e as vozes são fortes e poderosas, mesmo os falsettos de Philip Bailey, que dividem espaço com os vocais de Maurice White. Mais: o Earth, Wind and Fire sabe também usar as influências astrais que estão explícitas no nome: uma de suas marcas registradas, nos shows, eram os efeitos especiais que remetem às influências astrais, como as pirâmides que, magicamente, “engoliam” a banda.
O CD
O presente CD é uma coletânea lançada pela Sony Music. E é uma daquelas coletâneas para desconfiar, pois são apenas dez músicas! Mas faltam nessa coletânea algumas canções conhecidas. Porém, mesmo as músicas que compõem a coletânea são excelentes, e demonstram a banda como ela sempre foi.
Esta coletânea também é um pouco relaxada em relação a outra coletânea já referida, a da banda Toto, da mesma gravadora: o encarte não traz mais informações sobre de quais discos foram extraídas as dez músicas.
Bem. As músicas. Quase todas as faixas são composições da banda – e quase todas tiveram participação de Maurice White no processo.
O disco abre em clima dançante com Shining Star, que integra a trilha de That’s the Way of the World. Os acordes iniciais de guitarra seguidos da batida e do som dos trombones anunciam o que virá, em grande estilo.
A seguir, a faixa 2 é a alegre Sing a Song, onde Bailey realmente eleva a voz.
Os acordes iniciais da faixa 3, In the Stone, lembram música composta para abertura de telejornais, porém a ilusão se desfaz quando principiam as batidas.
A faixa 4, a movimentada Happy Feeling, convida ao baile de garagem graças ao som da instrumentação africana e aos solos de saxofone – bem como a voz elevada de Bailey.
A faixa 5 traz um grande sucesso da banda: September, composta especialmente para uma campanha da Unicef. Dançante é apelido.
A faixa 6 é discoteca pura: Saturday Night. Os acordes iniciais evocam uma entrada triunfal na pista de dança, e o restante é apenas questão de deixar se envolver no ritmo.
Na faixa 7, uma calmaria em meio à tempestade: I’ll Write a Song for You é uma canção romântica por demais. De batida mais suave, porém Bailey entrega a alma e a voz.
A faixa 8 é o retorno ao ritmo frenético da pista de dança: Boogie Wonderland. Vocais femininos e ritmo alucinante fazem esse clássico da discoteca.
A faixa 9 é menos dançante, mas não deixa de ser alegre: Fall in Love with Me evoca uma tarde de outono. É a canção mais longa do CD (5:21 – ganha da faixa 7 por apenas um segundo de diferença!).
E, encerrando com chave de ouro, temos a faixa 10, o poderoso cover dos Beatles de Got to Get You Into My Life. Tudo o que os Beatles gravaram tem qualidade e faz sucesso, mas que me perdoem os beatlemaníacos: a versão do Earth. Wind and Fire para esta canção é melhor que a original. Principalmente o solo de guitarra!
Bem. Sendo dez músicas apenas, é uma coletânea bastante limitada. Ficam de fora algumas músicas mais conhecidas do público, como a também dançante Let’s Groove. Ah, não seja por isso: abaixo, vocês curtem o clipe, pinçado do YouTube, de Let’s Groove. Aqui, vocês podem ter uma idéia do esplendor que era o Earth, Wind and Fire. Principalmente os efeitos especiais do clipe, que apesar de ultrapassados em relação aos de hoje, são legais de se ver.
Apesar da limitação na coletânea, fica o consolo: melhor que nada.
Um porém: este CD já está esgotado no mercado. Porém, ainda é possível de se encontrarem os outros CDs da discografia do Earth, Wind and Fire – incluindo o clássico That’s the Way of the World.
É isso aí.
Para encerrar, uma ilustração em clima de discoteca. Nela, aparecem um negro e um branco, paramentados à La Os Embalos de Sábado à Noite. Apesar de estereotipados, é a primeira imagem que vem à mente, né?
Até mais!
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