sábado, 20 de março de 2010

Livro: CREPÚSCULO

Olá.
Hoje, inicia-se a série especial que falará sobre o fenômeno CREPÚSCULO.
Como muita gente deve saber, esse fenômeno, que reacendeu o interesse do público jovem para a lenda dos vampiros (apesar de um cientista, há algum tempo atrás, ter provado através de cálculos matemáticos que vampiros não podem existir), começou numa noite de verão de 2003, quando uma dona-de-casa da religião mórmon do estado do Oregon, EUA, chamada Stephenie Meyer, teve um sonho em que uma garota se encontrava com um vampiro. E daí, para o fenômeno mundial que se tornou, foi questão de tempo. Já virou filme, cujos atores estão há meses estampando as capas das principais revistas adolescentes. E recentemente virou história em quadrinhos. Está bem, vocês já sabem disso.
Começo hoje falando do livro. Para quem ainda não pôde ler os livros, só advirto uma coisa: não espere que CREPÚSCULO seja Literatura com L maiúsculo, você, que com certeza deve ser um leitor exigente - ou que talvez nem seja tanto assim, ou nem mesmo seja exigente. Já digo por que CREPÚSCULO não é Literatura com L maiúsculo.

Bem. A história de CREPÚSCULO começa quando uma jovem de 16 anos chamada Isabella Swan, a narradora do livro, decide exilar-se de Phoenix, no Arizona, onde morava com a mãe, Renée (que se casou com um jogador de baseball bem mais novo), e muda-se para a cidadezinha de Forks, no estado de Washington, onde mora o pai, Charlie, um policial. Forks é considerada a última cidade onde um adolescente gostaria de viver, pois além de provinciana e melancólica, vive sob chuvas constantes, os dias quase sempre são nublados.
Bem. Bella vai morar com o pai. E, de presente de recepção, a garota ganha uma picape, recentemente restaurada (nos EUA, a idade mínima para tirar a habilitação é 16 anos, se não me engano). Vai estudar no colégio local, onde faz algumas amizades, mas nada parece animador para ela. Bella é definida pela própria mãe como "uma velha presa no corpo de uma jovem", pois a moça tem baixa auto-estima e uma visão negativista da vida, apesar de ser inteligente e responsável. Ah: Bella também possui a incrível capacidade de sofrer acidentes. No decorrer dos livros, ela está sempre sofrendo algum ferimento, ou está com um pé na cova, bastando apenas um passo em falso para ir para o beleléu.
Bem. As coisas começam a mudar de repente quando Bella começa a reparar em um estranho grupo de jovens, os Cullen. São os cinco "filhos" adotivos do médico local, o Dr. Carlisle Cullen, todos de pele muito pálida, uma estranha beleza e hábitos peculiares. Dos cinco "irmãos", o que mais inquieta Bella é Edward, que nos primeiros dias nem consegue ficar perto dela. Com o tempo, no entanto, os dois começam a se aproximar, e a conversar. O rapaz, que parece ter gosto pela solidão, não se mistura a outros estudantes que não seus irmãos, e, apesar de ser desejado pelas garotas, ele parece inacessível.
Mas as coisas começam a ficar muito estranhas no momento em que Bella é quase atropelada pelo furgão de um colega, e tem sua vida salva por Edward. A garota já começa a desconfiar ainda mais do garoto.
E obtém uma importante pista em uma viagem que faz, com amigos, à praia de La Push, onde fica a reserva dos índios quileutes. Lá, ela simpatiza com o jovem Jacob Black, filho de um amigo de Charlie - foi Jacob quem restaurou a picape de Bella. O jovem, numa conversa a sós com a garota, dá algumas pistas sobre a possível identidade dos Cullen - baseado numa lenda que fala sobre o conflito entre os quileutes, que se dizem descendentes de homens-lobo, e dos "frios", bebedores de sangue, que há alguns séculos firmaram um pacto de não-agressão.
As coisas começam a ficar cada vez mais claras quando Bella vai com as amigas para Port Angeles, cidade vizinha a Forks. Bella é quase atacada por um grupo de bandidos, mas é salva por (adivinhem!) Edward, que por acaso estava ali. O estranho comportamento de Edward, mais a sensação fria da pele dele, já não deixam mais dúvidas: após uma pesquisa na internet, Bella acaba tendo a certeza de que Edward é um vampiro.
Logo se vê que Stephenie Meyer toma liberdades poéticas ao criar seus vampiros. Eles não se expõem ao sol, não porque ele pode torrá-los, mas porque faz a pele dos vampiros cintilarem como se fosse coberta com pequenos cristais. Os Cullen também se diferenciam dos outros vampiros porque, ao invés de beberem sangue humano, dão preferência a sangue de animais. Nem mesmo temem as cruzes. E outro costume dos Cullen é dirigir carrões a alta velocidade - dinheiro não é problema para a família, que escolheu Forks para viver simplesmente por causa do clima, propício para ocultar seu segredo.
O ponto de romance da história acontece quando Bella descobre-se apaixonada pelo vampiro - e é correspondida. No entanto, Edward vive um conflito interno - não se sabe se o que o vampiro deseja é dormir com Bella ou sugar seu sangue, uma vez que a garota é irresistível para ele. Assim, o vampiro precisa lutar com a tentação. Os beijos que Bellae Edward se dão são bastante sofridos - para ele.
Edward já está com pouco mais de cem anos - foi mordido pelo "pai", Carlisle, em 1918, quando, aos 17 anos, órfão, foi vitimado pela gripe espanhola.
Pouco depois de contar seu segredo, Edward leva a namorada até sua casa, nos arredores da cidade, para conhecer a família. O patriarca dos Cullen é Carlisle, que já conta mais de trezentos anos - foi ele que começou os hábitos "vegetarianos" da família, atuando desde há muito tempo como médico. Carlisle é "casado" com Esme, a quem também "salvou" a vida, assim como a Edward. Os "irmãos" de Edward são: A simpática Alice; o "marido" desta, Jasper; o atlético Emmett e sua "esposa", Rosalie, a única dos Cullen que demonstra antipatia para com Bella.
Ah, sim, eu ia me esquecendo: alguns dos membros da família também possuem poderes especiais. Alice, por exemplo, é capaz de prever o futuro - porém, não com muita eficiência, pois os fatos podem sofrer alterações conforme as circunstâncias; e Edward possui o poder de ler mentes - por incrível que pareça, Bella é a única pessoa imune aos poderes do vampiro, o que a torna ainda mais interessante para ele.
Outro passatempo dos Cullen, além das caçadas nas florestas para se alimentar, é jogar baseball. Mas não vou contar a vocês, aqui, o porquê de eles só jogarem baseball em dias de tempestade...
A coisa começa a esquentar mesmo quando aparece um bando de vampiros nômades, justo no dia em que Edward resolve levar Bella a uma das partidas de baseball dos Cullen. Um dos nômades, James, detecta a presença de uma humana no meio dos vampiros, e aí começa a caçada. Os Cullen resolvem proteger Bella a todo custo, ajudando-a a escapar de James... e a garota corre grande risco de vida por mexer com o sobrenatural.
Bem, o livro lida com o sobrenatural. Meyer cria suas próprias regras para a lenda consagrada. Tempera um possível enredo de terror com um romance açucarado, conflito e drama num ponto de vista juvenil. E uma ironia etérea, algo que uma pitadinha, meia colherinha de ironia. O grande problema é que os personagens do livro não são nadinha carismáticos, e os diálogos e descrições são um tanto enfadonhas. E o romance entre Bella e Edward ficou pouco convincente. O conflito interno de Edward ficou muito pouco claro, nem parece transparecer. Assim, o livro não é Literatura com L maiúsculo. É meio "chatinho". Falta doses de humor e um pouco mais de ironia, imprescindível em histórias de terror. Aliás, falta terror. Numa primeira lida, eu fiquei sem entender o motivo do sucesso. Meyer nem se preocupa em escrever na linguagem dos jovens, o que tornaria o livro mais apreciável a eles. Realmente, ou eu que entendo muito pouco de psicologia juvenil, ou não captei a idéia principal do livro.
Mas é interessante para passar o tempo. Porém, fenômenos literários à parte, sou mais o Harry Potter: pelo menos tem mais humor, mais suspense, personagens mais carismáticos.

EXPLICAÇÃO DAS ILUSTRAÇÕES
As ilustrações dos personagens foram feitas baseadas nos atores do filme - o qual falarei mais tarde. Inclusive no modo de vestir - Bella, por exemplo, usa muito as sobreposições de camisas, de manga curta por cima de manga comprida. E, cáentre nós, o penteado do Edward não é fácil de reproduzir: o topete do Robert Pattinson parece que muda de uma foto para outra!
Mas creio que consegui chegar a um resultado satisfatório. Acho que a minha Bella e o meu Edward ficaram parecidos com a imagem que ficou para o imaginário popular - assim como a imagem da Branca de Neve de Walt Disney ficou sendo a imagem standard da famosa personagem infantil, a imagem de Kristen Stewart e Robert Pattinson é a que ficará quando se falarem nos personagens de CREPÚSCULO. Se quiserem reclamar sobre o artigo ou sobre os desenhos, é só me escreverem: deixem um comentário aqui embaixo ou mandem um e-mail: rafaelgrasel@yahoo.com.br.
Na próxima postagem: LUA NOVA, o livro.
Até mais!

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